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a) Renascentista
b) Pré-romântico
c) Neoclássico
d) Barroco
e) Medieval
Europa, século XVIII;
Brasil, século XVIII, ciclo do ouro
Arcadismo
Impulso nativista
Contexto das
Ideias A natureza é simples,
porém não é rústica
Culto à natureza
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Cláudio Manoel da Costa
Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Aqui descanse a louca fantasia;
Os meus fiéis, meus doces companheiros, E o que té agora se tornava em pranto,
Vendo correr os míseros vaqueiros Se converta em afetos de alegria.
Atrás de seu cansado desatino.
ENEM (2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos
do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço Eu me engano: a região esta não era;
De estar a ela um dia reclinado: Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Ali em vale um monte está mudado: Meus males, com que tudo degenera.
Quando pode dos anos o progresso!
Enem (2016) No soneto de Claudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem
permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma
Bucolismo e pastoralismo;
Arcadismo Descritivismo: ao contrário do
Barroco alegórico, o Arcadismo
descreve objetivamente;
Linguagem
Arte como imitação da natureza
Linguagem Árcade
LEMAS ÁRCADES
Madrigal XLIII
Suspiros já cansados,
Repousai por um pouco entre estas flores:
Glaura virá e os cândidos Amores
A gozar a beleza destes prados.
Cai a sombra dos montes elevados:
Abranda o loiro Sol os seus ardores:
A flauta dos Pastores
Respira alegre em ecos alternados.
Suspiros já cansados
Co’as minhas tristes dores,
Repousai por um pouco entre as flores.
ALVARENGA, Manuel I. S. Glaura: poemas eróticos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 287.
Sobre o poema, afirma-se:
Prólogo
Amigo leitor, arribou a certo porto do Brasil, onde eu vivia, um galeão que vinha das
Américas espanholas. Nele se transportava um mancebo, cavalheiro instruído nas humanas letras.
Não me foi dificultoso travar com ele uma estreita amizade, e chegou a confiar-me os manuscritos
que trazia. Entre eles encontrei as Cartas chilenas, que são um artificioso compêndio das
desordens que fez no seu governo Fanfarrão Minésio, geral de Chile.
Logo que li estas Cartas, assentei comigo que as devia traduzir na nossa língua, não só
porque as julguei merecedoras deste obséquio, pela simplicidade do seu estilo, como, também,
pelo benefício que resulta ao público, de se verem satirizadas as insolências deste chefe, para
emenda dos mais que seguem tão vergonhosas pisadas.
Um D. Quixote pode desterrar do mundo as loucuras dos cavaleiros andantes;
um Fanfarrão Minésio pode também corrigir a desordem de um governador despótico.
Eu mudei algumas coisas menos interessantes, para as acomodar melhor ao
nosso gosto. Peço-te que me desculpes algumas faltas, pois, se és douto, hás-de
conhecer a suma dificuldade que há na tradução em verso. Lê, diverte-te e não queiras
criar juízos temerários sobre a pessoa de Fanfarrão. Há muitos fanfarrões no mundo, e
talvez que tu sejas também um deles etc.
Cartas chilenas
Tomás Antônio Gonzaga
Tem pesado semblante, a cor é baça,
o corpo de estatura um tanto esbelta,
feições compridas e olhadura feia;
Ora, pois, doce amigo, vou pintá-lo
tem grossas sobrancelhas, testa curta,
da sorte que o topei a vez primeira;
Nariz direito e grande, fala pouco
nem esta digressão motiva tédio
em rouco, baixo som de mau falsete
com aquelas que são dos fins alheias,
sem ser velho, já tem cabelo ruço,
que o gesto, mais o traje, nas pessoas
e cobre este defeito e fria calva
faz o mesmo que fazem os letreiros
à força de polvilho que lhe deita.
nas frentes enfeitadas dos livrinhos,
Ainda me parece que o estou vendo
que dão do que eles tratam boa ideia.
no gordo rocinante escarranchado,
as longas calças pelo umbigo atadas,
amarelo colete, e sobre tudo
Vestida uma vermelha e justa farda.
Agora, Fanfarrão, agora falo Sem soldados à porta, como sossego!
Contigo, e só contigo. Porque causa Não era menos torpe, e mais prudente
Ordenas que se faça uma cobrança Que sem haver respeito ao pobre ou rico,
Tão rápida e tão forte contra aqueles Metessem, no Erário, um tanto certo,
que ao Erário só devem tênues somas? à proporção das somas que devessem?
Não tens contratadores, que ao rei devem Indigno, indigno chefe! Tu não buscas
De mil cruzados centos e mais centos? O público interesse. Tu só queres
Uma só quinta parte, que estes desses, Mostrar ao sábio augusto um falso zelo,
Não matava Erário o grande empenho? Poupando, ao mesmo tempo, os devedores
O pobre, porque é rico, vai pagando Os grossos devedores, que repartem
Contigo os cabedais, que são do reino
Épica Árcade
O Uraguai Caramuru
Basílio da Gama Frei Santa Rita Durão
Bárbaro (a bela diz), tigre, e não homem... Bem puderas, cruel ter sido esquivo,
Porém o tigre por cruel que brame, Quando eu a fé rendia ao teu engano;
Acha forças no amor, que enfim o domem; Nem me ofenderas a escute-me altivo,
Só a ti não domou, por mais que eu te ame. Que é favor, dado a tempo, um desengano;
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, Porém deixando o coração cativo
Como não consumis aquele infame? Com fazer-te a meus rogos sempre humano,
Mas pagar tanto amor com tédio e asco... Fugiste-me, traidor, e desta sorte
Ah! Que corisco és tu... raio... penhasco! Paga meu fino amor tão crua a morte.
Romanceiro da Inconfidência (trecho)
Cecília Meireles
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.