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Prof. Dr.

Alan Brasileiro Arcadismo


Nicolas Poussin
(1637-1638), Eu em
Arcádia, óleo sobre
tela, 121 x 185 cm.
Museu do Louvre,
Paris, França.
Anton Raphael Mengs (1761). Parnaso (óleo sobre madeira), 55 x 101 cm, Museu
Hermitage, São Petersburgo, Rússia.
Nicolas Poussin (1637-38). O
rapto das sabinas (óleo
sobre tela), 159 x 206 cm,
Museu do Louvre, Paris,
França.
Jacques-Louis David
(1799). A intervenção
das sabinas (óleo
sobre tela), 385 x 522
cm, Museu do Louvre,
Paris, França.
Jacques-Louis David
(1784). O juramento
dos Horácios (óleo
sobre tela), 330 x 425
cm, Museu do Louvre,
Paris, França.
UNIFESP (2019) É com base no mito da Arcádia que erguem suas doutrinas:
destruindo a “hidra do mau gosto’, os árcades procuram realizar obra semelhante à
dos clássicos antigos. Daí a imitação dos modelos greco-latinos ser a primeira
característica a considerar na configuração da estética arcádica.

(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1992. Adaptado)

A “hidra do mau gosto” mencionada no texto refere-se ao estilo

a) Renascentista
b) Pré-romântico
c) Neoclássico
d) Barroco
e) Medieval
Europa, século XVIII;
Brasil, século XVIII, ciclo do ouro

Tensão entre Iluminismo e primitivismo;


Orgulho do progresso X retorno à natureza;

Arcadismo
Impulso nativista
Contexto das
Ideias A natureza é simples,
porém não é rústica

Culto à natureza
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Cláudio Manoel da Costa

Torno a ver-vos, ó montes; o destino


Aqui me torna a pôr nestes oiteiros; Se o bem desta choupana pode tanto,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Pelo traje da Côrte rico, e fino. Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Aqui descanse a louca fantasia;
Os meus fiéis, meus doces companheiros, E o que té agora se tornava em pranto,
Vendo correr os míseros vaqueiros Se converta em afetos de alegria.
Atrás de seu cansado desatino.
ENEM (2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos
do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à


Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico” e “fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a
rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar um representação literária realista
da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação
literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a
Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em
alegria
ENEM (2008) Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos
do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à


Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico” e “fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a
rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar um representação literária realista
da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação
literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a
Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em
alegria
Brasil, século XVIII, ciclo do ouro

Transferência do centro socioeconômico da


América Portuguesa para o centro-sul (RJ/MG);
Despotismo esclarecido português – D. José I,
Arcadismo Marquês de Pombal;

Tensão entre as classes produtoras e


Contexto proprietárias brasileiras e a Metrópole;
Histórico
Primeiro grande surto de urbanização,
a cidade deixa de ser satélite do campo.
Arnaud Julien Pallière (1820), Visão panorâmica de Vila Rica no
século XVIII. Ouro Preto/MG: Museu da Inconfidência
Este é o rio, a montanha é esta
Cláudio Manoel da Costa

Este é o rio, a montanha é esta,


Estes os troncos, estes os rochedos; Oh! Quão lembrado estou de haver subido
São estes inda os mesmos arvoredos, Aquele monte, e as vezes que baixando
Esta é a mesma rústica floresta. Deixei do pranto o vale umedecido!

Tudo cheio de horror se manifesta, Tudo me está a memória retratando,


Rio, montanha, troncos e penedos, Que da mesma saudade o infame ruído
Que de amor nos suavíssimos enredos Vem as mortas espécies despertando.
Foi cena alegre, e urna é já funesta
Soneto VII
Cláudio Manoel da Costa

Onde estou? Este sítio desconheço:


Quem fez tão diferente aquele prado? Árvores aqui vi tão florescentes
Tudo outra natureza tem tomado; Que faziam perpétua a primavera:
E em contemplá-lo tímido esmoreço. Nem troncos vejo agora decadentes.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço Eu me engano: a região esta não era;
De estar a ela um dia reclinado: Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Ali em vale um monte está mudado: Meus males, com que tudo degenera.
Quando pode dos anos o progresso!
Enem (2016) No soneto de Claudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem
permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma

a) angústia provocada pela sensação de solidão.


b)resignação diante das mudanças do meio ambiente.
c)dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
d)intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
e)empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.
Enem (2016) No soneto de Claudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem
permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma

a) angústia provocada pela sensação de solidão.


b)resignação diante das mudanças do meio ambiente.
c)dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
d)intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
e)empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.
Linguagem prosaica, aplicação das
regras clássicas de composição

Verdade e razão como conceitos equivalentes;


Distanciamento da linguagem barroca;

Arcadismo Linguagem contida;


Uso da mitologia clássica;
Linguagem Fingimento árcade
Linguagem prosaica, aplicação das
regras clássicas de composição

Bucolismo e pastoralismo;
Arcadismo Descritivismo: ao contrário do
Barroco alegórico, o Arcadismo
descreve objetivamente;
Linguagem
Arte como imitação da natureza
Linguagem Árcade
LEMAS ÁRCADES

Fugere urbem Inutilia truncat


Fugir da cidade Cortar o que é inútil
Linguagem Árcade
LEMAS ÁRCADES

Aurea Mediocritas Locus amoenus Carpe diem


Condição mediana Lugar tranquilo Aproveite o dia
CEFET MG (2019)

Madrigal XLIII

Suspiros já cansados,
Repousai por um pouco entre estas flores:
Glaura virá e os cândidos Amores
A gozar a beleza destes prados.
Cai a sombra dos montes elevados:
Abranda o loiro Sol os seus ardores:
A flauta dos Pastores
Respira alegre em ecos alternados.
Suspiros já cansados
Co’as minhas tristes dores,
Repousai por um pouco entre as flores.

ALVARENGA, Manuel I. S. Glaura: poemas eróticos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 287.
Sobre o poema, afirma-se:

I. O texto recupera o locus amoenus, tópos do ambiente aprazível para o interlúdio


amoroso.
II. A forma composicional do gênero madrigal rompe com os paradigmas árcades,
imprimindo liberdade formal à construção poética.
III. A cena poética acompanha em gradação o entardecer, num cenário povoado por
elementos tradicionais da estética neoclássica.
IV. O poema marca a tensão entre campo e cidade, criticando o modo de vida nos
centros urbanos.

Estão corretas apenas as afirmativas


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
Sobre o poema, afirma-se:

I. O texto recupera o locus amoenus, tópos do ambiente aprazível para o interlúdio


amoroso.
II. A forma composicional do gênero madrigal rompe com os paradigmas árcades,
imprimindo liberdade formal à construção poética.
III. A cena poética acompanha em gradação o entardecer, num cenário povoado por
elementos tradicionais da estética neoclássica.
IV. O poema marca a tensão entre campo e cidade, criticando o modo de vida nos
centros urbanos.

Estão corretas apenas as afirmativas


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
Marília de Dirceu
Lira I
Tomás Antonio Gonzaga

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,


Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio cal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite
E mais as finas lãs, de que me visto
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
Marília de Dirceu
Lira III
Tomás Antonio Gonzaga Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra fértil cinza;
Tu não verás, Marília, cem cativos Lançar os grãos nas covas.
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos, Não verás enrolar negros pacotes
Ou da mina serra. Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Não verás separar ao hábil negro Da doce cana o sumo
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro Verás em cima da espaçosa mesa
No fundo da bateia. Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Marília de Dirceu
Lira IV
Tomás Antonio Gonzaga

Minha bela Marília, tudo passa;


A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
[...]
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
Ornemos nossas testas com as flores;
E façamos de feno um brando leito.
Prendamo-nos, Marília em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores
Cartas Chilenas

A poesia satírica de Tomás Antônio Gonzaga reduz-se às


chamadas Cartas chilenas que circularam em Vila Rica e ridicularizaram
a figura do governador de Minas Gerais à época. Apesar do nome
“cartas” e de conter realmente caráter epistolar, as Cartas chilenas
foram escritas em versos decassílabos brancos, ou seja, sem rima, de
estrofação irregular.
Assinadas por Critilo (crítica) e enviadas a Doroteu, tinham
origem num suposto Santiago do Chile; criticava duramente o
governador Luís da Cunha Menenes, ali chamado pelo pseudônimo de
Fanfarrão Minésio.
Cartas chilenas
Tomás Antônio Gonzaga

Prólogo

Amigo leitor, arribou a certo porto do Brasil, onde eu vivia, um galeão que vinha das
Américas espanholas. Nele se transportava um mancebo, cavalheiro instruído nas humanas letras.
Não me foi dificultoso travar com ele uma estreita amizade, e chegou a confiar-me os manuscritos
que trazia. Entre eles encontrei as Cartas chilenas, que são um artificioso compêndio das
desordens que fez no seu governo Fanfarrão Minésio, geral de Chile.
Logo que li estas Cartas, assentei comigo que as devia traduzir na nossa língua, não só
porque as julguei merecedoras deste obséquio, pela simplicidade do seu estilo, como, também,
pelo benefício que resulta ao público, de se verem satirizadas as insolências deste chefe, para
emenda dos mais que seguem tão vergonhosas pisadas.
Um D. Quixote pode desterrar do mundo as loucuras dos cavaleiros andantes;
um Fanfarrão Minésio pode também corrigir a desordem de um governador despótico.
Eu mudei algumas coisas menos interessantes, para as acomodar melhor ao
nosso gosto. Peço-te que me desculpes algumas faltas, pois, se és douto, hás-de
conhecer a suma dificuldade que há na tradução em verso. Lê, diverte-te e não queiras
criar juízos temerários sobre a pessoa de Fanfarrão. Há muitos fanfarrões no mundo, e
talvez que tu sejas também um deles etc.
Cartas chilenas
Tomás Antônio Gonzaga
Tem pesado semblante, a cor é baça,
o corpo de estatura um tanto esbelta,
feições compridas e olhadura feia;
Ora, pois, doce amigo, vou pintá-lo
tem grossas sobrancelhas, testa curta,
da sorte que o topei a vez primeira;
Nariz direito e grande, fala pouco
nem esta digressão motiva tédio
em rouco, baixo som de mau falsete
com aquelas que são dos fins alheias,
sem ser velho, já tem cabelo ruço,
que o gesto, mais o traje, nas pessoas
e cobre este defeito e fria calva
faz o mesmo que fazem os letreiros
à força de polvilho que lhe deita.
nas frentes enfeitadas dos livrinhos,
Ainda me parece que o estou vendo
que dão do que eles tratam boa ideia.
no gordo rocinante escarranchado,
as longas calças pelo umbigo atadas,
amarelo colete, e sobre tudo
Vestida uma vermelha e justa farda.
Agora, Fanfarrão, agora falo Sem soldados à porta, como sossego!
Contigo, e só contigo. Porque causa Não era menos torpe, e mais prudente
Ordenas que se faça uma cobrança Que sem haver respeito ao pobre ou rico,
Tão rápida e tão forte contra aqueles Metessem, no Erário, um tanto certo,
que ao Erário só devem tênues somas? à proporção das somas que devessem?
Não tens contratadores, que ao rei devem Indigno, indigno chefe! Tu não buscas
De mil cruzados centos e mais centos? O público interesse. Tu só queres
Uma só quinta parte, que estes desses, Mostrar ao sábio augusto um falso zelo,
Não matava Erário o grande empenho? Poupando, ao mesmo tempo, os devedores
O pobre, porque é rico, vai pagando Os grossos devedores, que repartem
Contigo os cabedais, que são do reino
Épica Árcade

O Uraguai Caramuru
Basílio da Gama Frei Santa Rita Durão

Poema épico que critica Poema épico que narra a


duramente os jesuítas. O saga de Diogo Álvares
texto alega que os jesuítas Correia, o Caramuru. O livro
defendiam o direito dos alude também à sua esposa
povos indígenas com o Catarina Paraguaçu, como
intuito de se tornarem visionária capaz de prever
seus senhores. as futuras guerras contra os
holandeses.
O Uraguai – A morte de Lindoia
Basílio da Gama

Um frio susto corre pelas veias


De Caititu, que deixa os seus no campo;
E a irmã por entre as sombras do arvoredo Lá reclinada, como que dormia,
Busca co’a vista e teme de encontra-lo. Na branda relva e nas mimosas flores,
Entram enfim na remota, e interna Tinha a face na mão, e a mão no tronco
Parte do bosque, escuro e negro, De um fúnebre cipreste, que espalhava
Onde ao pé de uma lapa cavernosa Melancólica sombra. Mais de perto
Cobre uma rouca fonte, que murmura, Descobrem que se enrola no seu corpo
Curva latada de jasmins, e rosas, Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Este lugar delicioso e triste, Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindoia.
O Uraguai – A morte de Moema
Frei Santa Rita Durão

Bárbaro (a bela diz), tigre, e não homem... Bem puderas, cruel ter sido esquivo,
Porém o tigre por cruel que brame, Quando eu a fé rendia ao teu engano;
Acha forças no amor, que enfim o domem; Nem me ofenderas a escute-me altivo,
Só a ti não domou, por mais que eu te ame. Que é favor, dado a tempo, um desengano;
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, Porém deixando o coração cativo
Como não consumis aquele infame? Com fazer-te a meus rogos sempre humano,
Mas pagar tanto amor com tédio e asco... Fugiste-me, traidor, e desta sorte
Ah! Que corisco és tu... raio... penhasco! Paga meu fino amor tão crua a morte.
Romanceiro da Inconfidência (trecho)
Cecília Meireles

Liberdade - essa palavra,


que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!)
E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença.
Romanceiro da Inconfidência (trecho)
Cecília Meireles

Doces invenções da Arcádia!


Delicada primavera: Anarda. Nise. Marília...
pastoras, sonetos, liras As verdades e as quimeras.
- entre as ameaças austeras Outras leis, outras pessoas.
de mais impostos e taxas Novo mundo que começa.
que uns protelam e outros negam. Nova rala. Outro destino.
Casamentos impossíveis. Planos de melhores eras.
Calúnias. Sátiras. Essa E os inimigos atentos,
paixão da mediocridade que, de olhos sinistros, velam.
que na sombra se exaspera. E os aleives. E as denúncias.
E os versos de asas douras, E as ideias.
Que amor trazem e levam...
Romanceiro da Inconfidência (trecho)
Cecília Meireles

Ai, palavras, ai, palavras A liberdade das almas,


que estranha potência a vossa! ai! Com letras se elabora...
Todo o sentido da vida E dos venenos humanos
principia a vossa porta: sois a mais fina retorta:
o mel do amor cristaliza frágil, frágil, como o vidro
seu perfume em vossa rosa; e mais que o aço poderosa!
sois o sonho e sois a audácia, Reis, impérios, povos, tempos,
calúnia, fúria, derrota... pelo vosso impulso rodam...
Enem 2012: O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência,
de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a
obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o
homem e a linguagem:

a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder


corrosivo das palavras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao
significado das palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta
do homem pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus
valores e suas crenças.
Enem 2012: O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência,
de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a
obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o
homem e a linguagem:

a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder


corrosivo das palavras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao
significado das palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta
do homem pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus
valores e suas crenças.
(Espm 2019) Considere os textos que seguem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,


tu, formosa Marília, bem o sabes;
um coração, e basta,
onde tu mesma cabes.

(Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu)

Não, meu coração não é maior que o mundo.


É muito menor.
Nele não cabem sequer as minhas dores.

(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do Mundo)


Assinale a afirmação correta sobre os dois textos:

a) Por pertencer à fase heroica ou iconoclasta do Modernismo, Carlos Drummond de Andrade


paródia o lirismo sentimental do árcade Tomás Antônio Gonzaga.
b) Gonzaga, como muitos árcades, é alheio ao que está a seu redor, já Drummond expressa um
sentimento de revolta ante um mundo que não compreende as dores do poeta.
c) Em Gonzaga, o coração do poeta alcança a plenitude com a presença da amada. Em
Drummond, o coração é insuficiente para abarcar as próprias dúvidas existenciais.
d) Tomás A. Gonzaga usa a imagem do “mundo” para instigar a musa Marília a aceitá-lo;
Drummond retoma o procedimento do poeta árcade, ressaltando o sofrimento por causa da
amada
Assinale a afirmação correta sobre os dois textos:

a) Por pertencer à fase heroica ou iconoclasta do Modernismo, Carlos Drummond de Andrade


parodia o lirismo sentimental do árcade Tomás Antônio Gonzaga.
b) Gonzaga, como muitos árcades, é alheio ao que está a seu redor, já Drummond expressa um
sentimento de revolta ante um mundo que não compreende as dores do poeta.
c) Em Gonzaga, o coração do poeta alcança a plenitude com a presença da amada. Em
Drummond, o coração é insuficiente para abarcar as próprias dúvidas existenciais.
d) Tomás A. Gonzaga usa a imagem do “mundo” para instigar a musa Marília a aceitá-lo;
Drummond retoma o procedimento do poeta árcade, ressaltando o sofrimento por causa da
amada
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
CEFET MG (2020)
Servir de adubo à terra fértil cinza;
Tu não verás, Marília, cem cativos
Lançar os grãos nas covas.
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Não verás enrolar negros pacotes
Ou da mina serra.
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Não verás separar ao hábil negro
Da doce cana o sumo
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
Verás em cima da espaçosa mesa
No fundo da bateia.
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
É característica do Arcadismo, observada no poema, a

a) opção pela linguagem rebuscada como expressão.


b) apresentação da mulher amada como vocativo.
c) escolha pela Arcádia como cenário.
d) indecisão do pastor como eu lírico.
É característica do Arcadismo, observada no poema, a

a) opção pela linguagem rebuscada como expressão.


b) apresentação da mulher amada como vocativo.
c) escolha pela Arcádia como cenário.
d) indecisão do pastor como eu lírico.
ITA (2018) O poema abaixo dialoga com as liras de Marília de Dirceu.

Haicai tirado de uma falsa lira de Gonzaga

Quis gravar “Amor”


No tronco de um velho freixo:
“Marília” escrevi.

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

Dentre as marcas mais visíveis de intertextualidade, encontram-se as seguintes, exceto


a) o título do poema menciona o autor de Marília de Dirceu.
b) ambos os textos pertencem à mesma forma poética.
c) no poema, Marília é, assim como em Gonzaga, o objeto amoroso.
d) tal como nos textos árcades, no de Bandeira, a natureza é o cenário do amor.
e) este poema de Bandeira possui, como os de Gonzaga, teor sentimental
ITA (2018) O poema abaixo dialoga com as liras de Marília de Dirceu.

Haicai tirado de uma falsa lira de Gonzaga

Quis gravar “Amor”


No tronco de um velho freixo:
“Marília” escrevi.

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

Dentre as marcas mais visíveis de intertextualidade, encontram-se as seguintes, exceto


a) o título do poema menciona o autor de Marília de Dirceu.
b) ambos os textos pertencem à mesma forma poética.
c) no poema, Marília é, assim como em Gonzaga, o objeto amoroso.
d) tal como nos textos árcades, no de Bandeira, a natureza é o cenário do amor.
e) este poema de Bandeira possui, como os de Gonzaga, teor sentimental

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