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«Os estrangeiros efectuavam as suas transacções à pressa e fugiam logo que possível ao
calor seco ou húmido e às febres de regiões consideradas como o túmulo dos homens
brancos» (Brunschwig, 1972:17)
Causas económicas
Entretanto, nas primeiras décadas do século XIX, a América tinha deixado de ser, quase
inteiramente, um continente colonizado pela Europa e, nesta última, a generalização do
uso das máquinas (a vapor, de fiar, de tecer, etc.) provocou o desenvolvimento industrial
de vários países.
Em 1873, na Europa, ocorre uma grave crise económica que será determinante para a
expansão europeia em África. Pela primeira vez o equipamento industrial coloca no
mercado mais produtos do que ele pode absorver. Até essa altura os países de além-mar
eram considerados essencialmente como fornecedores de matérias-primas para ajudar a
produção europeia. Neste ano de 1873 põe-se, pela primeira vez, em termos dramáticos,
o problema do escoamento dos produtos e a concepção da expansão torna-se decisiva
(Cornevin, 1966).
POSSE DE COLÓNIAS
MERCADOS DE
FONTES DE
CONSUMO DOS
MATÉRIAS -
PRODUTOS DA
- PRIMAS
INDÚSTRIA
Motivações políticas
movidas, de início, mais por motivos políticos do que por interesses económicos
imediatos, uma vez que ainda não sabiam ao certo o que tirar dessas regiões, logo após a
abolição do tráfico. Mas depois da derrota de Sedan (1871) diante dos alemães, o
patriotismo francês tornou-se amargo e exaltado Os franceses desejavam compensar a
derrota sofrida, provando ao Mundo que a França ainda tinha possibilidades de retomar
o seu lugar de grande potência e já que não podia reconquistá-lo na Europa, vai tentar
reparar em África a perda das províncias orientais de Alsácia e Lorena. Então, o
nacionalismo da marinha apoderou-se da Nação inteira e as Câmaras começaram a votar
os créditos para a expansão colonial.
É de salientar que Bismarck antes de 1884 não estava interessado na aquisição de colónias
cuja manutenção era bastante dispendiosa. Mas a problemática da posse da bacia do
Congo acabou por influenciar Bismarck fazendo-o recear que no futuro o pudessem
acusar de ter deixado passar a ocasião de adquirir uma parte do “bolo africano” para a
Alemanha. A Sociedade Colonial Alemã, recentemente fundada, focando a necessidade
de novos mercados devido ao desenvolvimento do comércio e da indústria na Alemanha,
bem como a conveniência em dirigir a emigração alemã para territórios sob domínio
alemão, também jogou um certo papel na conversão do “Chanceler de ferro” à política de
expansão colonial. Contudo, para a nova atitude de Bismarck parece ter sido decisivo o
memorando do conselheiro da legação para os assuntos estrangeiros Henri Kusserov,
fazendo notar que se poderia adquirir colónias sem sobrecarregar o orçamento do Estado,
o qual encarregaria companhias privadas da ocupação administrativa e da valorização dos
novos territórios, limitando-se a afirmar a sua soberania para impedir a intervenção de
outras potências. E «a revelação de que, por intermédio de companhias munidas de
diploma, se podia instalar a Alemanha sem a comprometer financeiramente,
convenceu-o» (Brunschwig, 1972:120).
Por outro lado, a viragem de Bismarck também visava contrabalançar o poderio das suas
rivais, a Inglaterra e a França.
Africano) sob a protecção do Reich. E entre Julho e Outubro desse ano a bandeira alemã
foi içada nas colónias alemãs da África Ocidental (Togo e Camarões).
Mas, muito antes das atenções da governo alemão se terem virado para a expansão
colonial, tinha entrado na cena africana o rei Leopoldo II da Bélgica, homem de negócios,
apaixonado pela Geografia e hábil na gerência de uma fortuna pessoal que sonhava
utilizar na valorização de países novos. E a partir de 1876 aquele soberano dirigiu toda a
sua atenção para a África Central. Sob um pretexto filantrópico, irá preparando o caminho
para o reconhecimento internacional da sua soberania na região do Congo. A habilidade
diplomática de Leopoldo II aguçou as mútuas desconfianças das potências europeias
acerca das suas actividades em África e, por isso, ele é considerado o precursor da
“corrida para a África”
Motivações ideológicas
Livingstone, médico, missionário e explorador, que passou grande parte da sua vida em
África, desejava a colonização como um remédio contra o tráfico de escravos e dizia:
«Que Deus abençoe amplamente todo o homem, seja ele americano, inglês ou turco, que
possa ajudar a sarar esta chaga» (Livingstone, apud Ki-Zerbo, 1972:74).
Conclusão
Bibliografia
História Geral de África, VII: África sob dominação colonial, 1880 – 1935.
Editado por Albert Adu Boahen, 2.ª ed. rev. , Brasília: UNESCO, 2010.