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XIX ATÉ AO
FINAL DA I GUERRA MUNDIAL (1914 - 1918)
1.1. O Desenvolvimento Social, Político e Económico dos principais países capitalistas nos
finais do século XIX e princípios do século XX
Até aos finais do séc. XIX a Europa tinha acumulado uma serie de sucessos científicos, técnicos,
económicos e políticos e imposto o seu domínio a outros continentes. Isto levou-a à 1ª potência
industrial, comercial e financeira mundial. Assim, nos finais do séc. XIX, a Europa encontrava-se
economicamente dividida em dois grupos:
O 1º grupo dos países que já tinham realizado a revolução industrial e tinham algumas colónias:
a Inglaterra, a França, a Bélgica, e a Holanda (países Baixos);
O 2º grupo da “Europa agrária”: os impérios Austro-Húngaro e Otomano, a Alemanha, a Itália, e
a Rússia.
A Inglaterra
Nos finais do séc. XIX e princípios do séc. XX, a Inglaterra era a maior potência mundial, possuía o
maior parque industrial, um vasto império colónia e uma estabilidade política assente na monarquia.
Tinha dois tipos de colónias, as de população branca e as de exploração económica, que abasteciam-na
em matéria-prima e consumiam os seus produtos, contribuindo desta forma para que estes se
espalhassem pelo continente africano e asiático.
A França
No mesmo período, a França era uma potência caracterizada por um grande desenvolvimento industrial
(têxtil, transportes, metalúrgica, e.t.c.) sem afectar a produção agrícola que também era desenvolvida.
Possuía também um império colonial com fortes matérias-primas e um mercado para seus produtos.
A Rússia
Era a quinta maior potência industrial do mundo. Porém, 80% da sua população vivia da agricultura. O
poder político estava com Czar Nicolau II, e reinava um regime ditatorial.
A Alemanha
Na segunda metade do séc. XIX, a Áustria e a Hungria formaram um estado, designado Império Austro
– Húngaro, resultante da união das nobrezas dos dois países, foi fundado em 1867, como uma monarquia
dual. A sua criação resulta da perda de influência da Áustria na Europa central e do surgimento dos
movimentos nacionalistas nos dois países. No final da 1ª Guerra Mundial, e por exigência do tratado de
Versalhes, este Estado viria a desaparecer.
Conceito
Exercícios de consolidação
1. Como é que estava dividida a Europa nos finais do séc. XIX? Mencione a composição de cada grupo.
2. Caracterize a Inglaterra do ponto de vista económico e político nos finais do séc. XIX.
4. O que teria contribuído para o sucesso económico dos germânicos no mesmo período?
A Expansão colonial das potências europeias e a crescente competição entre elas na Europa, reforçada
pela afirmação dos movimentos nacionalistas fizeram surgir vários focos de tensão militar entre elas.
Isto levou-as a fazerem grandes investimentos em armamento, a mobilizarem fortes exércitos e a
formarem alianças militares.
Tríplice Aliança, foi assinada em 1882 e era composta pela: Alemanha, o Império Austro -
Húngaro e Itália;
Tríplice Entente, formada a 8 de Abril de 1907, constituída pela: Inglaterra, Rússia e França.
Estes acordos militares implicavam que se algum dos membros fosse atacado receberia ajuda dos seus
aliados. Assim, um incidente entre dois países poderia provocar uma guerra não apenas entre ambos,
mas entre todos os que pertenciam às duas alianças.
A Tríplice Entente: de países com capitalismo antigo, com maior expansão colonial e
favorecida em relação as fontes de matéria – prima.
Os receios de um ataque aumentaram a corrida ao armamento. Alguns países promulgaram leis convista
a um rápido aumento de militares e planos de guerra. Este facto tornou a Europa num verdadeiro campo
militar. A este período ficou conhecido por «Paz Armada», o que significa que a paz estava ameaçada
de possível guerra.
A aliança original entre os países europeus de cada bloco militar, sofreu alterações conforme os seus
interesses imediatos. Isto levou alguns países a mudarem da sua posição inicial, como foi o caso da Itália
em 1911 devido as contradições de interesse com o império Austro – Húngaro, pelo mar Báltico. A
tensão entre os blocos atingiu o pico, ao que levou os países europeus aos preparativos armamentistas,
porque se sabia que qualquer incidente serviria como a causa imediata da guerra.
1.2.4.1. A guerra Anglo – Bóer: em 1899, instalou-se no Transval uma guerra sangrenta entre os
ingleses e Os holandeses pela posse das minas de ouro de Kimberley e Transval. A guerra terminou
em 1902, com a vitória dos ingleses e o desaparecimento das repúblicas bóeres pelo tratado de
Virniging.
1.2.4.2. A guerra russa – japonesa: entre 1904 – 1905, ocorreu um conflito armado entre a Rússia e o
Japão pela conquista da Manchúria chinesa e da Correia. Mal preparados os russos, foram derrotados
pelos japoneses.
Na península balcânica, o prolongado domínio que os otomanos ali exerciam fez crescer um sentimento
nacionalista entre os povos dominados (búlgaros, sérvios, croatas, eslovenos, bósnios-herzobovinos,
montenegrinos e gregos). No final do séc. XIX e princípios do séc. XX, vários destes povos conseguiram
a sua independência, e para conquistar aos otomanos os últimos territórios na região dos Balcãs, a
Grécia, a Bulgária, a Sérvia e o Monte Negro formam a Liga Balcânica.
A Sérvia ganhara, com as conquistas territoriais, uma importante posição na região balcânica e contava
com auxílio dos russos - que se apresentavam como defensores e procuravam exercer uma influência na
zona e obter, assim, uma passagem ao Mediterrâneo. A tensão entre o império Austro – Húngaro e a
Sérvia veio a ser o ponto principal da eclosão da 1ª Guerra Mundial.
1.3. O estabelecimento do sistema colonial em África (desde 1885 até ao início da Iª Guerra
Mundial: 1914 - 1918)
Até ao século XIX, o sistema colonial baseava-se na simples ocupação dos territórios litorais
que pudessem garantir as ligações entre as colónias e as metrópoles.
A necessidade de matéria-prima levou, os europeus no final do séc. XIX, a realizarem várias expedições
de reconhecimento ao interior de África. Porém, não foi somente a razão económica que levou à
exploração de África. Havia também a finalidade geográfica e científica (procuravam conhecer melhor
os povos indígenas, as fronteiras territoriais, o relevo, a hidrografia, a botânica e a fauna das diferentes
regiões).
Como corolário das expedições de exploração do interior africano, as nações europeias reclamavam para
si a anexação dos territórios “descobertos”. Estes desejos das potências europeias industrializadas,
originaram conflitos pela posse de África, cada uma delas reivindicava a porção de território que lhe
convinha ou achava ter direitos históricos ou de ocupação, ou ainda pela ocupação por meio da força
militar.
É assim, que o então chanceler alemão, Otto von Bismarck, por causa dos interesses que o seu país
tinha em relação a África, decidiu convocar, em 1884, uma conferência para discutir a questão colonial
Na conferência, participaram países como: Inglaterra, França, Itália, Portugal, Holanda, Noruega,
Suécia, Dinamarca, Áustria, Bélgica, EUA, Espanha, Hungria e o império Otomano.
Toda e qualquer potência deviam informar as outras sobre a região que viesse a ocupar;
N.B: A partilha África, porém, ano respeitou a organização política, social e cultural dos africanos: ao
criar fronteiras artificiais apenas de acordo com os interesses europeus.
Mapa Cor-de-Rosa – um projecto português que visava a ligação das colónias de Angola e
Moçambique;
Projecto Cabo - Cairo – projecto inglês, dirigido por Cecil Rhodes e que visava a construção
de uma linha férrea entre Cabo (África do Sul) e Cairo (Egipto);
Missão Marchand – projecto francês que visava fazer a ligação do rio Congo ao Nilo e de Dacar
a Djibuti.
Elas adoptaram duas formas de conquistas: Tratados e Incursões militares. O Tratado ou diplomacia
foi o método mais privilegiado, já que eles não pretendiam fazer grandes esforços financeiros e
humanos, pela colonização de África. Porém, nem sempre esta estratégia surtia efeitos positivos, devido
à resistência dos africanos, e os europeus viam-se obrigados a recorrer à força das armas.
É assim, que eles se estabeleceram de forma mais efectiva nos territórios. Este estabelecimento,
significava, portanto, um domínio efectivo do território, político e militar, pois só assim, seria possível
A dominação europeia efectiva provocou a revolta dos africanos, que nos começos do séc. XX iniciaram
grandes resistências em quase todo o continente. Os africanos resistiram para defender a sua soberania,
independência, e valores culturais. Nessas resistências, utilizaram como forma de luta: a aliança ou
diplomacia e o confronto directo.
No sul de África, deram-se revoltas como dos: Venda, Zulu, Shona e Pedi na África do Sul; Herero e
Namas no Sudoeste africano; Bárué, Gaza e estados islâmicos em Moçambique; dos Nandi no Quénia,
entre outros.
A epidemia de 1896 dizimou grande parte do gado dos Herero, provocando o seu enfraquecimento,
factor aproveitado para penetração de comerciantes e missionários alemães. Em 1904, os Herero
liderados por Samuel Maherero, fizeram um levantamento contra a ocupação alemã, matando cerca de
100 alemães e recuperaram as suas terras. Os alemães pediram reforço, e derrotaram os Herero na
batalha de Waterbergj.
Face a esta situação, Windrick Witbooi líder dos Nama combateu quase sozinho contra os alemães, de
forma feroz. Witbooi morreu em Outubro de 1905 e foi sucedido pelo Jacob Murenga na liderança da
resistência dos Nama e dos Herero. Porém, Murenga, foi morto em 1907, e só assim, é que os alemães
eliminaram o último foco da resistência no sudeste africano.
O reino de Báruè era até o final do séc. XIX o maior centro anticolonial em Moçambique. A revolta deu-
se em 1917, quando uma aliança zambiana em torno de Bárué iniciou uma luta anticolonial sem
precedentes com objectivo de libertar a terra natal e expulsar os portugueses.
Causas da revolta
1
Imperialismo – poder que um país exerce sobre as suas colónias ou sobre outros países. O imperialismo surgiu nos
finais do séc. XIX e princípios do séc. XX
10a classe dr. Arcénio
O recrutamento de milhares de moçambicanos para o serviço militar obrigatório para combater
os alemães e servirem de carregadores de material.
Nas vésperas da rebelião, os baruístas encontravam-se divididos. A fuga de Makombe – Hanga para a
Rodésia do Sul tinha deixado a comunidade do Zambeze dividida em duas chefaturas: por um lado o
Nongue-Nongue e por outro o Makossa. Estes dois chefes primos em relação aos abusos dos
portugueses eram simples comunicação oral, recusando-se a usar a força militar.
O aparecimento de Mbuya (uma jovem que se autoproclamava possuidora de espíritos divinos), que
denunciavam os abusos dos portugueses e apelavam à rebelião, que viria a unir os dois chefes. Nongue -
Nongue mobilizou os Amambo, Sena, A- Chicunda, Tawara e Nsenga, criando uma coligação
anticolonial zambeziana.
Assim, a 27 de Março de 1917 deu início à revolta, com a tomada de Chemba, Tambara e Chiramba. Em
Abril os portugueses foram expulsos de Cheringoma, Zumbo, Inhaminga, Massangano e Gorongosa.
Com ajuda dos angoni, os portugueses conseguiram pôr fim a resistência baruísta em Junho de 1917.
Conceito
Resistência – acto de resistir, acção ou efeito de se opor, de lutar contra algo que considera contrario ao
seu interesse.
A conferência de Berlim estabelecera a obrigação de cada potência colocar, nas colónias, uma
autoridade para representar os colonos. Assim, a partir de 1885, no cumprimento dos acordos de Berlim,
iniciou-se a ocupação efectiva dos territórios coloniais, com diferentes formas de administração:
Colónias de povoamento são aquelas que por falta de povoamento ou por que o seu número
populacional era reduzido, as potências colonizadoras viam-se obrigadas a povoar o seu território, isto é,
gente vinda da metrópole. Esta prática foi usada pela Inglaterra ao colonizar a Austrália e a Nova
Zelândia; e pela Espanha na América Latina.
Colónias de exploração – são aquelas em que existia um número razoável da população nativa, e foram
transformados em mão-de-obra barata para a exploração colonial.
Após a ocupação efectiva, a exploração económica dos recursos naturais e minerais, em muitas partes do
continente africano foi feito pelas companhias monopolistas – as quais desenvolviam uma pilhagem ou
plantações.
África Ocidental Francesa (AOF) fundada em 1895, constituída por: Senegal, Costa de Marfim, Níger,
Maomé e Mali. A sua capital era em Dakar (Senegal).
África Equatorial Francesa (AEF) fundada em 1910, era constituída pelos seguintes países: Gabão,
Tchad, República Centro Africana, Congo e Madagáscar. A sua capital era em Brazaville (Congo).
Portugal alugava os seus territórios a capitais estrangeiros por incapacidade financeira e tecnológica.
Este capital actuava através de companhias majestáticas. Assim, existiam em Moçambique, três
companhias majestáticas:
Companhia de Moçambique
Ocupava as actuais províncias de Sofala e Manica, foi fundada em 1891. A companhia tinha poderes
majestáticos, com direitos de exploração dos territórios e da população que estava sob seu controlo,
também tinha o monopólio do comércio, possuía concessões mineiras e de pesca costeira. Podia colectar
taxas e impostos de palhota (mussoco), construir e explorar vias de comunicação e ainda conceder terra
aos terceiros. Tinha ainda privilégios bancários e fiscais (podia emitir moeda e selos).
Companhia do Niassa
Obrigava os camponeses a cultivarem: milho, Mexoeira, mandioca, gergelim, feijão, café, goma, copal,
cera e urzela, estes produtos eram levados depois para o sul do país ou para o Zanzibar.
Os camponeses eram ainda obrigados a entregar marfim, pau – preto e borracha. Em suma, a companhia
criou o cultivo de culturas obrigatórias e o pagamento do mussoco. Por incapacidade financeira, a
companhia passava de accionista para accionista, tendo sido comprada por ingleses e franceses.
Directos da companhia: cobrança de imposto de palhota, arrendar terra a terceiros, exploração de mão-
de-obra para as minas da África do Sul (até 1912), a utilização do trabalho forçado para as machambas,
o monopólio das taxas aduaneiras de importação e exportação de produtos e comércio de armas.
Companhia da Zambézia
Foi fundada em 1892, nasceu da fusão da Sociedade dos Fundadores da Companhia Geral da Zambézia
(1880) com a Central Africa And Zouthamberg Exportion, foi uma das mais extensas, ocupando as
actuais províncias de Tete e Zambézia.
A maior parte das acções eram de sul-africanos, ingleses, alemães, franceses e príncipes de Mónaco,
encontrando-se as duas sedes em Lisboa e Paris. Exercia as suas actividades numa área de cerca de 110
000 Km².
N.B: As Companhias Arrendatárias – tinham um campo de acção mais restrito, estando limitadas à
esfera estreitamente económica. Destacaram-se: a companhia do Boror, Sena – Sugar - States, Madal e
Lugela.
Conceitos:
10a classe dr. Arcénio
Mussoco – imposto de palhota e de capitação.
Colonização – é a acção pela qual um Estado ocupa e organiza um território habitado por uma
população tida como de cultura inferior, exercendo sobre ela uma soberania.
Protectorado – ligação entre os Estados, pela qual um deles, o mais forte (Estado protector), se obriga a
defender o outro, mais fraco (Estado protegido), mediante as certas condições.
O expansionismo europeu, produziu para os europeus: uma melhoria das condições de vida da
população mais pobre; permitiu a expansão de valores religiosos e civilizacionais; alargou a influência
cultural, política, militar e económica.
Porém, a posse de novos territórios, não trazia apenas vantagens. Se de um lado, esta posse reforçava, o
poder militar e estratégico das potências imperialistas, criava do outro lado, novos focos de tensão entre
elas. Além disso, para facilitar a exploração de matéria-prima e actividade comercial nas colónias, as
potências imperialistas investiram também em novas infra-estruturas e indústrias para fomentar o
comércio em África, Ásia e América Latina. Isto representou, porém, um grande esforço financeiro, que
colocou muita pressão sobre a situação económica dos europeus.
A colonização significou não só a exploração económica, mas também a imposição de línguas, religião e
cultura europeia. A melhoria no transporte marítimo e o investimento realizado em África pelos
europeus, facilitou o estabelecimento de um fluxo constante de bens e pessoas entre as metrópoles e as
colónias. Também melhorou os meios de comunicação em África.
Tal como nas outras colónias, Moçambique passou a ser dominado pelos interesses económicos,
políticos e estratégicos de Portugal nos finais do século XIX. O objectivo da colonização era a
exploração económica, pelo que não havia grande preocupação com as condições de vida do povo
moçambicano.
O povo moçambicano passou a ser obrigado a trabalhar nas plantações das companhias e a matéria-
prima a ser explorada pelos colonos portugueses. A passagem das terras para os colonos fez com que os
Todas estas alterações, provocadas pelo sistema colonial tiveram consequências na organização social
tradicional moçambicana, tais como:
Exercícios de consolidação
3. Assinale os países que foram administrados de forma directa e indirecta: Angola, Portugal, Itália,
Guiné-Bissau, RSA, Niassalândia, Rodésia do Sul, Senegal, Egipto, Inglaterra, Namíbia, Sudão,
Gabão, Ilhas Seicheles e Moçambique.
9. Identifique os principais líderes da resistência africana nos seguintes territórios: Sudoeste africano,
Báruè, Estado de Gaza e norte de Moçambique.
2
Compensação matrimonial destinada a contrabalançar, na família da noiva, a perda de um dos seus membros e
reprodutores.
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10. Localize no tempo e no espaço a fundação da companhia de Moçambique.
Nos primórdios do século XIX, quando o capitalismo passou as fases imperialistas acumularam-se na
Europa perigosas tensões entre as grandes potências imperialistas cuja raiz se situava nas rivalidades:
Desde os finais do séc. XIX que as rivalidades entre os europeus não paravam de crescer, entre a
Inglaterra e a Alemanha nasceu uma enorme rivalidade económica, o primeiro temia o crescimento
alemão, que lhe disputava os mercados mundiais e ameaçava a sua supremacia marítima.
Por outro lado, o desenvolvimento da indústria e do capitalismo levaram a uma maior procura de
matéria-prima e de novos mercados para escoar a sua produção. Este facto levou alguns países mais
desenvolvidos a ocupar novos territórios (colónias), resultando no imperialismo. O que fez emergir
novas áreas de tensões entre as potências europeias, na Ásia, e em África.
Alem das rivalidades económicas e coloniais, ocorreu igualmente na Europa um antagonismo militar e
político.
Ente a França e a Alemanha havia fortes divergências por causa das colónias de Alsácia e Lorena. Estes
dois territórios haviam sido entregues à Alemanha pela França na sequência da guerra entre os dois
Estados em1870 e 1871 (guerra franco-prussiana). A humilhação sentida pelos franceses na altura fê-los
a ter a Alemanha como um inimigo eterno.
Por outro lado, o crescimento industrial alemão, não foi acompanhado pela influência política europeia.
Assim, os alemães, ansiosos para afirmarem a sua posição, optaram pelo armamento e por uma
estratégia de confronto com os franceses, na expectativa de afirmar o seu poderio.
1.6.1.5. O projecto BBB – a Alemanha pretendia construir uma linha férrea ligando Berlim-Bizâncio-
Bagdad (BBB), chocando frontalmente com os interesses britânicos no Médio Oriente.
A Inglaterra (que tinha um grande império colonial a defender) e a Alemanha aumentaram a construção
naval e a França (que esperava se vingar da Alemanha) aumentou o período do serviço militar
obrigatório de 2 para 3 anos. Este movimento histórico ficou conhecido por corrida aos armamentos.
A característica deste período também foi a elaboração de tratados de alianças entre as nações, cada um
a procura de adquirir mais força para enfrentar a nação ou bloco rival:
N.B: Essa aliança entre os países modificou-se nos anos da guerra, tanto pela adesão ou pela saída dos
países, conforme os interesses imediatos. A Itália por exemplo retirou-se do seu bloco em 1915 quando
recebeu da Entente a promessa de compensações territoriais, caso mudasse de ala.
Na região dos Balcãs, o processo de formação de nação, ainda não estava concluído no século XX, o
Império Otomano, como potência dominante era odiado pelos que procuravam a sua independência e
que, através de sociedades secrectas ultranacionais que usavam a violência como meio de acção.
3
Tinha o maior interesse pelos estreitos de Dardanelo e Bósforo que lhe davam acesso ao mediterrâneo.
10a classe dr. Arcénio
De facto, esse atrito surgiu com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, príncipe e
herdeiro do império Austro-húngaro e sua esposa, ocorrido a 28 de Junho de 1914. Este visitava
Sarajevo, na Bósnia, a fim de anunciar a tríplice monárquico (Áustria, Eslavo e Hungria). O acto foi
praticado pelo estudante sérvio Gravrilo Príncipe, pertencente a organização nacionalista denominada
Mão Negra ou Unidade (apoiada pelo governo sérvio).
N.B: Aos blocos iniciais – viriam a juntar-se muitas outras potências mundiais:
Características
Uma guerra essencialmente terrestre e em duas frentes: a frente ocidental, que se estendia do mar
do Norte até à fronteira com suíça; e a frente oriental, na Rússia.
2ª Fase: A Guerra de Trincheiras4 (1915 - 1916) - Esta fase teve dois momentos distintos:
1º - Durante todo ano de 1915, o impasse e a estagnação caracterizaram a guerra. Como nenhuma das
partes conseguia resultados rápidos, adoptou-se a estratégia de reforçar as linhas da frente Ocidental com
fortificações ligadas entre si, numa tentativa de desgastar o inimigo. As tropas abriram trincheiras para
se proteger e laçavam ataques aos seus inimigos. Foi um período muito penoso para os exércitos: mal
alimentados, metidos na lama, sujeitos ao frio, atacados por vermes e aos gases tóxicos. O 2º período,
começa em 1916, tendo os alemães forçado o regresso à guerra de movimento, já na frente ocidental.
Principais batalhas da 2ª fase: Entre Fevereiro a Dezembro dá-se a batalha Verdun, (França), sendo a
acção mais longa do conflito. Entre Maio a Junho de 1916- batalha naval da Jutlândia, no mar do Norte
entre os alemães e ingleses.
3ª Fase: A Guerra de Movimento em retorno (1917 - 1918). Esta fase é marcada pela saída da Rússia
e entrada dos EUA.
Entre 1914 – 1916, os americanos declararam-se neutros na 1ª Guerra Mundial com objectivo de
desenvolver rapidamente a sua economia abastecendo o mercado europeu em material de guerra. Isto
permitiu-lhes passar de devedores a credores do velho continente.
A Alemanha decidiu intensificar a guerra submarina, atacando todos os navios de guerra, de passageiros
e de abastecimentos, não poupou sequer aos americanos que eram neutros (ao atacar o navio mercante
Transvalentia).
Diante desta atitude, os EUA declararam guerra à Alemanha, em 1917. A entrada dos EUA veio reforçar
com meios humanos, militares e económicos, e, trouxe um novo alento às tropas aliadas, e a guerra
estendeu-se para o Extremo Oriente e África. Mas o verdadeiro motivo da entrada dos EUA ao lado dos
aliados, não foi o ataque ao seu navio, foi sim, de ordem económica. Com a rendição da Alemanha que
era a potência mais industrializada antes da guerra, os americanos passariam a ocupar a tal posição.
4
Valas escavadas no chão, protegidas por arame farpado. Os soldados ficariam por 3 anos.
10a classe dr. Arcénio
Também iriam fazer parte da divisão das colónias dos países vencidos no conflito e do pagamento das
indemnizações que seriam pagas pelos vencidos.
Em Outubro de 1917, na Rússia ocorreu a Revolução Socialista que conduziu os bolcheviques ao poder,
fazendo com que o país obtivesse a paz com a Alemanha e se retirasse da guerra, com assinatura do
tratado de Brest- Litovsk, em Março de 1918. Através deste acordo, a Rússia cedia os territórios das
repúblicas do mar Báltico (Estónia, Letónia e Lituânia).
A saída contribuiu em grande medida, para o fortalecimento dos ideais antiliberais, isto é, das ideias
contra a guerra, se espalhavam por todos países envolvidos na guerra, mas sobretudo entre os socialistas
e sindicalistas.
O conflito afectou profundamente o continente, à medida que crescia a necessidade de pessoas para
reforçar as potências. Ocupando lugares deixados pelos colonos envolvidos na guerra, os africanos
assumiram os postos administrativos e comerciais nas colónias europeias.
Em 1918, após várias batalhas, os soldados e marinheiros alemães amotinaram-se e recusaram continuar
em combate. Nas cidades e vilas alemãs, rebentou uma revolta popular contra o conflito. Na 2a batalha
de Marne deu-se a contra-ofensiva dos franceses, comandados pelo general Foch, obrigando aos
alemães a recuar. Alemanha ficava assim, cada vez mais isolada, e vendo o número de militantes
amotinados aumentar. A 9 de Novembro o Kaiser (soberano alemão) abdicou do trono e foi proclamada
a República de Waimar.
A 8 de Janeiro de 1918, o Thomas Woodron Wilson em seu discurso no Congresso dos EUA, lançou a
ideia de uma «paz sem vencedores», baseado num programa de 14 pontos que mostravam dois grandes
princípios de orientação das negociações:
Seu objectivo era garantir a paz e evitar novos confrontos motivados pela vingança ou interesses
políticos e económicos. Eis alguns dos 14 pontos:
No entanto, o plano foi bem recebido pelos alemães. Mas, os princípios viriam a revelar-se
impraticáveis, dada a política das potências signatárias e multiplicidade de povos na Europa Central e
Oriental, tornando difícil delimitar espaço de cada povo. Por outro lado, as potências vencedoras
queriam tirar vantagens e dividendos da guerra.
A paz com a Alemanha foi assinada no palácio de Versalhes em Paris no dia 28 de Junho de 1919, tinha
como objectivo principal promover a paz com a Alemanha e, por isso, foram tomadas as seguintes
medidas:
A Alemanha, sendo o principal responsável pela guerra devia reduzir o efectivo do seu exército;
Art. 51 – A Alemanha devia ceder a Alsácia e Lorena à França; e o território do Sarre passaria a
administração da SDN até 1935;
Art. 80/7 – Devia reconhecer a independência da Polónia; pagar pesadas indemnizações pelos
danos causados pela guerra;
Art. 119 – Devia renunciar todas as possessões, títulos e direitos coloniais a favor dos países
vencedores.
Por meio de actas separadas, foram aplicadas medidas semelhantes aos outros países vencidos:
Sociedade das Nações, também conhecida como Liga das Nações, foi uma organização internacional,
idealizada a 28 de abril de 1919, em Versalhes, nos subúrbios de Paris, onde as potências vencedoras da
I G.M se reuniram para negociar um acordo de paz. A 28 de Junho de 1919, foi assinado o Tratado de
A SDN instituiu o Tribunal Internacional de Haia, que tinha como missão arbitragem de conflitos
internacionais.
Países – membros: todos países vencedores da guerra, excepto os EUA. Mais tarde a Alemanha (1926), a
Turquia (1932) e URSS (1934).
Durante 20 anos (1919 - 1939), a SDN não conseguiu cumprir com os objectivos traçados, devido:
A falta de uma foça militar que pudesse intervir a favor da paz internacional e arbitrar os
conflitos entre as nações;
A ausência dos EUA, em virtude do senado ter concordado com os pressupostos de Versalhes
em não aceitar os 14 pontos de Wilson;
A divergência entre a França e a Inglaterra quanto ao cumprimento integral do tratado de
Versalhes pela Alemanha;
A falta de recursos financeiros.
Apesar de a SDN não ter conseguido alcançar totalmente os seus objectivos, ela teve vários aspectos
assinaláveis tais como:
No Plano Político: a SDN permitiu que o mundo colonizado começasse a ter o 1º acesso à
convivência internacional;
A SDN contribuiu para a instauração financeira de certos países devastados pela guerra;
incentivou as ajudas aos refugiados, promoveu combates contra epidemias.
A nível demográfico
A nível social
A nível económico
A nível político
Na Europa
Com o fim do Império Otomano (agora Turquia) surgem vários Estados independentes como: o
Iraque, a Síria, a Palestina, Transjordânia e Líbia (este no norte de África);
A Alemanha perdeu todas as suas colónias em benefício da França (Togo e Camarões), Inglaterra
(Burundi e Tanzânia) e, África do Sul (Namíbia).
Com toda a sua destruição, a I Guerra Mundial originaria em quase todo mundo uma nova ordem e
mentalidade. Era preciso evitar que o mundo voltasse a entrar numa guerra semelhante (expectativa que
frustrou em 1939). Por outro lado, era a hora do optimismo e de ver a vida de outra forma, mais aberta e
mais feliz.
Exercícios de consolidação
1. “O atentado de Sarajevo é apontado como a causa imediata que ditou o início da I G.M. Mas talvez,
mesmo sem este acontecimento, a guerra teria ocorrido por um outro motivo.”
a) Comente a parte em destaque, tendo em consideração o clima vivido na Europa entre finais do séc.
XIX e primórdios do séc. XX.
b) Como se explica que um conflito entre a Austrália e a Sérvia tenha envolvido o mundo todo?
2. Mencione dois princípios expostos nos 14 pontos Wilson.
3. Expõe as causas que tornaram impraticáveis os 14 pontos propostos por Wilson.
4. “Na conferência de Paris, as grandes potências manifestaram algumas divergências.”
a) Localize no tempo e espaço a referida conferência.
b) A quem coube a decisão final na conferência em alusão?
c) Qual era a causa principal destas divergências?
5. Localize no tempo e espaço o Tratado de Versalhes.
6. Qual é o principal objectivo da realização do Tratado de Versalhes?
7. Quais foram as medidas tomadas neste tratado contra a Alemanha?
8. Como é que os alemães consideraram as condições do tratado?
9. Mencione as consequências do mesmo tratado para os impérios centrais.
10. Cite os objectivos da criação da Sociedade das Nações.
11. Explique a razão da não adesão dos EUA na sociedade das Nações.
12. Debruce-se sobre os motivos do colapso da Sociedade das Nações.
13. Quais são os ganhos trazidos pela SDN?
14. Apresente de forma sintética as consequências da I Guerra Mundial nas seguintes áreas: social,
política, demográfica e económica.
10a classe dr. Arcénio
Unidade 2: O mundo entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais (1918 – 1939)
Situação Política
Vigorava na Rússia um regime autocrático e absolutista liderado pelo Czar Nicolau II. A sociedade
era bastante hierarquizada: o clero e a nobreza ocupavam os altos postos do governo e do exército e
detinha a maior parte das propriedades. Havia falta de liberdade e a repreensão era intensa. Em 1898
surge o partido Operário Social Russo, que em 1903 divide-se em Bolcheviques e Mencheviques.
A situação Económica
Predominava uma agricultura de tipo feudal e arcaica, que ocupava cerca de 80% da população;
As indústrias concentravam-se somente em Moscovo, Odessa e Samptersburgo e dependiam de
capitais estrangeiros.
Situação Social
Os operários debatiam-se com a falta de terras, com excesso de impostos e com miséria;
O proletariado – vivia e trabalhava em condições precárias; tinham salários baixos e longas horas
de trabalho, não podiam fazer greves e nem organizarem-se em sindicatos.
A situação económica e política da Rússia gerava grande descontentamento social com greves e
protestos estudantis. Em Janeiro de 1905 a Rússia entra em guerra com o Japão disputando a região
da Manchúria e da Correia. A derrota russa neste conflito agravou a situação económica e a vida
dos operários.
Estes acontecimentos desencadearam greves, protestos e revoltas um pouco por toda Rússia, levando
o Czar a conceder algumas liberdades civis e prometeu uma Duma (parlamento) e uma constituição.
Porém, esta resposta não resolveu os problemas, e a insatisfação tomou conta do Império, com a
adesão das forças armadas.
Enfraquecida, a revolta foi perdendo força, acabando por ser dominada pelo imperador até ao início
de 1917. A revolta de 1905 fracassou, mas serviu segundo Vlademir Ilitch Lenine para que os
revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas preparando-se para superá-los. A entrada da
Rússia na I Guerra Mundial pôs a nu todas as debilidades do país e precipitou o colapso do poder
czarista.
N.B: As leis de 1906 serviram como uma constituição para a criação da Duma, foram as principais
conquistas dos revoltosos.
Conceitos:
O ano de 1917 começa com grandes sobressaltos: a 22 de Fevereiro, as mulheres manifestaram nas
ruas de Petrogrado (ex - Samptersburgo) contra a penúria de pão. A 23, os operários entraram em
greve e invadiram o centro da cidade. Nos dias seguintes o movimento politizou-se e os manifestantes
passaram a reivindicar o fim da guerra e a abdicação do czar.
Czar dissolveu a Duma e deu ordens ao exército para disparar. Contudo, a 27 de Fevereiro, parte do
exército colocou-se ao lado dos manifestantes e forneceu-lhes armas. Petrogrado caiu nas mãos dos
revoltosos e Nicolau II foi forçado a abdicar a favor do irmão que recusou. Triunfava assim, a
Revolução de Fevereiro. E foi formado um Governo Provisório, liderado por Lvov e Kerensky, e
apoiado por liberais e socialistas moderados. Passava a Rússia a ter um regime liberal burguês,
semelhante aos países da Europa Ocidental.
O novo governo liderado por Lvov e Kerensky, não resolveu os grandes problemas sociais que
amarguravam a vida dos operários e camponeses. Mantiveram a Rússia na desastrosa I Guerra
Mundial que só trazia mortes e fome. Por isso, foi contestado vigorosamente pelo Soviete de
10a classe dr. Arcénio
Petrogrado, um conselho constituído por operários e soldados. Os Bolcheviques, liderados por
Vlademir Ilitch Lenine e Trotsky, aspiravam uma revolução que criasse uma sociedade sem classes.
Os bolcheviques reuniram um Congresso dos Sovietes e foi criado o Conselho dos Comissários do
Povo, liderado por Lenine, um Comissariado de Guerra, dirigido por Trotsky e, o Comissariado das
Nacionalidade, dirigido por Estaline. A 3 de Março de 1918 a Rússia retirava-se da I Guerra
Mundial, ao assinar o tratado de Brest-litovsk.
A assinatura do tratado de Brest-litovsk, concedeu aos alemães o direito ocupar os países bálticos,
além de obrigar a Rússia a entregar alimentos e matéria-prima. Mas este acordo não impediu a
eclosão de uma guerra civil na Rússia entre 1918 a 1921 que opôs o exército branco (anti-
comunista) ao exército vermelho (comunista).
O exército branco lançou uma série de acções (greves, terrorismo e tentativa de assassinato de
Lenine, em Agosto de 1918). Ao terror, os bolcheviques responderam com terror, usando a política
denominada por Comunismo de Guerra, que implicou a nacionalização da economia, confiscação e
distribuição de terras pelos camponeses.
Neste período a questão das “nacionalidades” adquire uma importância fundamental. Em Julho de
1918, foi aprovada a constituição da República Socialista e Federativa dos Sovietes da Rússia
(RSFSR). A 30 de Dezembro de 1922, a RSFSR e as Repúblicas Soviéticas da Ucrânia,
Bielorrússia e Trascancásia (esta formada pela Arménia, Geórgia e Azerbaijão), acordaram formar
a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, organizada segundo o modelo federal.
Em 1924 foi aprovada uma constituição comum; e entre 1924 a 1929, o Uzbequistão,
Turquemenistão e o Tajiquistão juntaram-se à união.
A Rússia, Estónia, Letónia, Lituânia, Moldávia, Bielorrússia, Geórgia, Arménia, Azerbaijão, Ucrânia,
Cazaquistão, Turquemenistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão
1ª Fase: O Comunismo de Guerra (1918 - 1921) – foi criado para fazer face à guerra civil,
caracterizou-se pela centralização da produção.
Medidas tomadas
N.B: esta política encontrou uma resistência dos camponeses que passaram a produzir apenas para o
seu consumo; os antigos detentores de terra destruíram os equipamentos e colheitas por causa da
politização dos mesmos, isto, provocou uma crise alimentar.
Princípios da NEP
Livre venda dos produtos por parte dos camponeses nos mercados.
Visava o desenvolvimento da indústria química. Porém, este plano não foi executado na
totalidade devido a eclosão da II Guerra Mundial.
A Revolução Russa de 1917 foi a primeira socialista operária vitoriosa no mundo e, para além, de ter
mudado radicalmente a sociedade russa, tornou-se um exemplo e modelo para todos os povos e
países:
Incentivou a criação de partidos comunistas em diversos países, tendo tido uma grande
influência no desenvolvimento das lutas de libertação nacional contra o colonialismo em
África e na Ásia;
Deu força a classe trabalhadora mundial, tornando-se protagonista das lutas políticas em
diversos países, sobretudo na Europa.
Exercícios de consolidação
5. “Os bolcheviques reuniram um Congresso dos Sovietes e foi criado o Conselho dos Comissários
do Povo, um Comissariado de Guerra e, o Comissariado das Nacionalidade.”
Os EUA saíram da I Guerra Mundial relativamente intocados, isto é, não sofreram dentro do seu
território, pelo que as suas infra-estruturas não foram afectadas. Assim, passaram a vender muitos dos
seus produtos para o mercado europeu, durante a guerra e depois.
Isso permitiu à economia americana manter-se saudável e os EUA fizeram grandes empréstimos aos
países europeus, em especial à Alemanha. Assim, os EUA tornaram-se na 1ª potência mundial,
passaram de devedores (1914) à credores (1919 dos Estados europeus.
Outros factores que contribuíram para a crescente afirmação dos EUA como a nação mais poderosa do
planeta foram:
Metade da rede ferroviária mundial localizava-se nos EUA, bem como 2/3 do número total de
automóveis;
Durante a década 20, quando a Europa recuperava do pesadelo da guerra, os EUA desenvolviam
enormemente a sua economia. A «Era da Prosperidade», marcada pelo consumo desenfreado,
apresentava, no entanto, alguns sinais preocupantes (superprodução e especulação bolsista). Este
ambiente dava aos americanos confiança suficiente para investirem parte das suas poupanças na Bolsa.
Porém, sem que a maioria se apercebesse, a partir de 1927 começaram a surgir sinais de crise: baixa
dos preços agrícolas; aumento do custo da maquinaria; endividamento. Dois grandes problemas
começavam a avolumar-se: a superprodução e a especulação. Na verdade, a superprodução e a
especulação bolsista foram responsáveis pelo crash na Bolsa de Wall Street em Outubro de 1929. A
superprodução industrial e agrícola, era resultado de:
Uma maior concorrência agrícola de países novos: Canadá; Austrália e Nova Zelândia, que
entravam nos mercados tradicionais dos americanos.
Glossário
Crash – queda acentuada do valor das acções num curto espaço de tempo.
A falta de crédito gerou uma crise industrial; sem crédito bancário, as empresas ficaram sem meios de
pagamento necessários à importação de matéria-prima. Muitas empresas baixaram a sua produção e
outras faliram; houve redução brutal da força laboral e dos salários.
A situação alastrou-se por todo o mundo, desorganizando os pagamentos internacionais entre empresas
multinacionais e entre compradores e vendedores, o que dificultou as relações comerciais mundiais.
Introduziu o xibalo.
Nas eleições de 1932 nos EUA, ascendeu ao poder o democrata Franklin Delano Roosevelt. Este,
lançou um conjunto de leis designado por New Deal (Novo Acordo) que traziam medidas de
recuperação económica e as reformas sociais.
Na agricultura:
Na indústria:
Nas finanças:
Foi publicada uma legislação de controlo das actividades da banca e da bolsa de valores.
Na área social:
N.B: Como corolário/resultado do New Deal, entre 1933 à 1937 o número de desempregados
baixou, os preços subiram e as exportações aumentaram.
Exercícios de consolidação
1. “O pânico instalou-se (…) quando 70 milhões de títulos foram postos no mercado a baixo preço
(…) foi neste dia que se registou (…) a derrocada da economia mundial.”
Fascismo – é o regime político instaurado por Mussolini na Itália depois da I Guerra Mundial.
Num ambiente de greves, ocupação de fábricas e de terras, desordem e perturbação generalizada que o
governo não controlava, Benito Mussolini funda em Milão em Março de 1919, o movimento «Fasci
Italiani di Combatimento», composto pelas camisas negras (Comicie nere), antigos combatentes da I
GM. Em 1921, o movimento foi transformado em partido político, e participou nas eleições. Através
de comícios, discursos mobilizadores e de acções de intimidação e violência, transmitia á sociedade a
ideia de que era a única força política capaz de impor a ordem no país e travar a propagação do
comunismo.
Em 1922 Mussolini organizou uma marcha sobre Roma, com objectivo de lutar contra o Socialismo,
obrigando a demissão do governo. O rei Victor Manuel III, temendo a eclosão de uma guerra civil,
chamou Mussolini para formar governo.
Um mês depois, o parlamento concedeu plenos poderes ao governo fascista, tendo Mussolini ganho as
eleições de 1924, criando uma Estado fascista. A transição rumo a ditadura foi gradual, em 1926, os
movimentos de oposição foram declarados ilegais e, em 1928 a eleição dos candidatos ao parlamento
passou a estar sujeito a aprovação dos fascistas.
Em 1929 foi assinado o Tratado de Letrão (entre o Estado e a Santa Sé). O tratado concedia ao papa
a soberania sobre a cidade do Vaticano, e a religião católica foi declarada a religião única do
Estado em toda a Itália, desde que este aceitasse em contrapartida, a soberania italiana sobre os
anteriores domínios da Igreja.
Anti-Comunista; anti-liberal.
Nacionalismo e Imperialismo – em ordem fazer da Itália grande herdeira das glórias de Roma
antiga.
Ao nível económico:
Ao nível social:
Na política interna:
Na política externa:
Em 1943, em plena II G.M; os exércitos anglo-americanos invadiram a Itália, numa altura em que
uma grande greve operária se espalhava em Turim, Milão e Génova, abalando o poder fascista.
Mussolini é deposto e preso em Julho de 1943. A luta anti-fascista prossegui até que os guerrilheiros
comunistas prenderam e executaram Mussolini a 28 de Abril de 1945, colocando fim ao regime
fascista.
Em 1919, foi aprovada a constituição que transformava a Alemanha numa República Federal, onde o
poder legislativo ficou a cargo do presidente – o Reichstag, e o poder executivo a cargo de um
presidente eleito por um sufrágio universal.
O governo republicano tornou-se impopular por ter assinado o Tratado de Versalhes. Este
descontentamento intensificou e generalizou-se também devido à crise económica provocada de
indemnizações aos aliados. A instabilidade provocada por esta situação transmitiu a ideia da
incapacidade do governo na resolução dos problemas.
Face a onda de insatisfação e descrédito do governo alemã, as propostas do Partido Nazi começam a
encontrar eco junto da maioria da população, tendo o número de adeptos passando de 400 mil em
1928 para 1,5 milhões em 1932. O partido era apoiado pelos operários porque viam-no como seu
protector contra a ameaça do Comunismo. Hitler mostrava-se um opositor do Tratado de Versalhes e
acusava os judeus e os comunistas de serem os grandes responsáveis pelo estado depurado da
economia alemã.
Em 1932, o partido nazi teve mais votos nas eleições legislativas, com 38% (230 deputados). Valendo
disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este, nomeou Hitler para chanceler (primeiro-
ministro) a 30 Janeiro de 1933.
No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia
governar sem dar satisfação dos seus actos a ninguém. Com base nessa lei, ordenou a dissolução de
todos os partidos, com excepção do partido Nazista.
Em Agosto 1934 com a morte do presidente Hindenburg, ele assumiu em acumulação de funções de
chanceler e de presidente da Alemanha (com o titulo de Fuhrer – guia ou condutor), sem recorrer as
eleições.
O racismo – desprezo e ódio pelas outras raças e nações. Segundo Hitler, ”a raça ariana é a
mais pura” e tinha o direito de conquistar e subjugar as raças que julgam inferiores;
Anti-semitismo – o ódio aos judeus, que eram acusados de traído à pátria ao assinar o
Tratado de Versalhes. Eram ainda identificados com o Comunismo, Capitalismo e com a
agitação social.
Após a I Guerra Mundial, Portugal sofreu uma grande agitação política e económica. Em 1926, a
insatisfação com a situação do país generalizou-se, e a 28 de Maio, o general Gomes da Costa
liderou um golpe militar que derrubou o governo. Foi assim, instaurada uma ditadura militar, na qual
as liberdades políticas foram limitadas e o governo passou a ser nomeado pelos militares.
Um dos objectivos dos golpistas era corrigir a situação económica. Assim, em 1928, é nomeado
para ministro das finanças – o António de Oliveira Salazar. Colocando em prática uma regida
política económica, com cortes brutais nas despesas do Estado, Salazar conseguiu estabilizar as
finanças. Este facto deu-lhe um grande prestígio, chegando os portugueses a chamá-lo, mesmo de
«salvador da pátria».
Em 1932, António de Salazar foi nomeado para o cargo de presidente do Conselho de Ministros
(primeiro-ministro), com grande agrado da maioria dos portugueses. Porém, Salazar, viria a construir
O regime salazarista instituiu um sistema de partido único, onde só foi permitido o partido do
governo – a União Nacional. Ainda em 1933 foi criada a polícia política – a Polícia de Vigilância e
de Defesa do Estado (PVDE), que mais tarde mudou o nome para – Polícia Internacional e de
Defesa do Estado (PIDE). A PIDE tornar-se-ia um dos principais suportes do salazarismo e no
principal instrumento de perseguição, repreensão e tortura dos opositores do regime.
Manteve-se também a censura aos meios de comunicação, criou-se ainda órgãos destinados à defesa e
à propaganda doutrinária do regime, como a Legião Portuguesa e a Moncidade Portuguesa.
Características do corporativismo
Conceito
Estado Novo – designação dada ao regime autoritário de carácter nacionalista e profundamente anti-
comunista, instaurado em Portugal, a partir de 1933, com a aprovação da nova Constituição.
A reacção inicial dos países industrializados à crise económica mundial de 1929 foi aumentar o grau
de protecção das suas indústrias contra a concorrência estrangeira, proibindo a importação de
artigos manufacturados ou aplicando pesadas taxas alfandegárias as importações de matérias-
primas das suas colónias.
O Acto Colonial definiu o dever de Portugal de civilizar e de defender as suas colónias e o direito da
sua posse e exploração exclusiva, limitando a intervenção económica de países estrangeiros. Como
consequência, reforçou-se a tutela metropolitana sobre as colónias, tendo-se abandonado a política
de descentralização administrativa e de abertura ao capital estrangeiro.
Moçambique, como parte do Império Colonial, viu serem introduzidas políticas proteccionistas como
forma de impedir que qualquer país viesse instalar uma indústria. Nenhum país poderia importar algo
de Moçambique sem o aval das autoridades de Portugal. A única moeda que deveria circular em
Moçambique até essa altura, deveria ser apenas a portuguesa (o escudo).
Conceito
Acto Colonial – conjunto de leis referentes a administração das colónias e constantes da Constituição
de 1933, publicadas pelo decreto nº 18578, em 18 de Junho de 1930.
Um pouco por toda a África, havia uma população colona, que por vezes manifestava-se a favor da
independência em relação à metrópole. Em Moçambique, com a promulgação do Acto Colonial,
alguns colonos brancos manifestava-se contra o poder centralizado e autoritário da metrópole, mas
pouco fizeram devido ao clima de repreensão do Estado Novo.
As iniciativas africanas, ao nível intelectual urbana, pressionavam o governo por meio de jornais, tais
como: O Africano – fundado em 1909, lutou pela construção de uma escola. O Africano era
publicado em ronga e em português. Também, seguiu-se a batalha contra as leis de excepção, pelos
ideais de justiça, igualdade, pela existência de trabalho para os negros e fraternidade.
Associação – é a união de pessoas com vista á prossecução de fins comuns, de forma organizada e
duradoura, ainda que por prazo determinado.
N.B: Assim, os movimentos nacionalistas propriamente ditos surgiram apenas a partir dos anos 50 do
século XX, depois da 2ª Guerra Mundial.
Exercícios de consolidação
1. “Não acreditamos na igualdade. Exigimos (…) a reunião de todos os alemães numa grande
Alemanha (…), para ser cidadão preciso ser de sangue alemão (…).”
A eclosão da grande depressão de 1929 levou a ascensão de regimes ditatoriais na Europa. Por outro
lado, a ambição imperialista da Alemanha e da Itália levou aos dois países a entrar em conflito com
outros Estados por causa do domínio de certas regiões.
A Liga das Nações ou Sociedade das Nações mostrou-se incapaz de resolver litígios entre as nações,
como também de evitar ocupações territoriais.
Antecedentes do conflito
Em 1936, a Alemanha celebrou alianças com a Itália e Japão, surgindo o eixo Roma – Berlim
– Tóquio. A Alemanha assinou ainda com a Rússia o pacto de não-agressão – germano – soviético,
que previa no futuro, a partilha da polónia entre os dois países.
Causas político-económicas
Causas político-militares
Adolfo Hitler pretendia, criar uma "nova ordem" baseada nos princípios nazista da
superioridade alemã, na exclusão – eliminação física de minorias étnicas e religiosas como
os judeus e ciganos e até os homossexuais;
Hitler queria ainda suprimir as liberdades e direitos individuais e perseguição das ideologias
liberais, socialistas e comunistas.
A Sociedade das Nações (SDN) mostrou-se incapaz face a política agressiva do bloco fascista, por
isso, foi ignorada a partir de 1939. Por outro lado, as potências ocidentais continuaram passiva face as
agressões da Alemanha.
Hitler e Estaline decidiram, entretanto, dividir a Polónia entre a Alemanha e a URSS. No dia 01 de
Setembro de 1939, a Alemanha pôs essa ideia em prática, invadindo a Polónia, o que se tornou no
acontecimento decisivo que fez desencadear um novo conflito à escala mundial.
Devido aos acordos bilaterais da Polónia com a França e com a Inglaterra, dois dias depois, Winston
Churchill (Inglaterra) e Eduardo Daladier (França), declararam guerra à Alemanha. Começava
assim, a Segunda Guerra Mundial. Desta feita os dois blocos ficaram assim compostos:
Bloco do Eixo: Alemanha, Itália, Japão, Roménia, Bulgária, Hungria, entre outros;
Bloco dos Aliados: Inglaterra, França, Checoslováquia, Jugoslávia, Grécia, Brasil, EUA,
Dinamarca, Bélgica, URSS, Holanda, e.t.c.
As tropas alemãs apoiadas por aviões e tanques invadiram a Polónia, tornando impossível qualquer
defesa. A URSS perante a ameaça da aproximação dos alemães invadiu a Polónia pelo leste.
De Junho de 1941 a Setembro de 1942, a guerra mundializou-se com violentos combates na Europa,
norte de África e no pacífico. Com os aliados praticamente vencidos, três acontecimentos vieram
alargar as dimensões do conflito e equilibrar as forças em presença:
A guerra germano – soviético, que obrigou os alemães a dividir o seu exército em duas
frentes. No verão de 1942, Estalinegrado é cercado, apôs longas e sangrentas batalhas, dá-se a
reviravolta no conflito, a Alemanha é derrotada, era o fim da invencibilidade alemã (Fevereiro de
1942).
A entrada dos EUA na guerra, na sequência do ataque japonês a Pear Harbour, em Dezembro
de 1941.
As conquistas japonesas no pacifico, destacando-se os bombardeamentos contra a frota
aeronaval americana na Ilha de Haway de Dezembro de 1941 à Maio de 1942.
Apesar dos ataques suicídios dos aviões, os aliados recuperaram gradualmente os territórios do
Pacifico ocupados pelos japoneses.
A vitória dos Aliados veio a decidir-se no Ocidente com o desembarque de Normandia (França)
no dia 06 de Junho de 1944 – Célebre dia D. um contingente de tropas aliadas (americanos,
canadianos, ingleses e franceses) desembarcou nas praias francesas da Normandia; onde vieram a
libertar Paris, em Agosto de 1944.
Finalmente, em Maio de 1945, foi lançada a ofensiva final contra a Alemanha, que conduziu à
derrota de Hitler (que se suicidou) e a rendição incondicional dos generais alemães e o Japão ficou
Consequências Políticas
Consequências Económicas
Antecedentes
Contrariamente a SDN, rapidamente erigida no início da conferência de paz, a ONU foi longamente
preparada durante o desenrolar da 2ª Guerra Mundial principalmente pelos americanos e os
britânicos, aos quais se associaram os chineses e os soviéticos.
Em Agosto de 1941, foi assinado pelo presidente Roosevelt e pelo primeiro-ministro Churchill a
carta do Atlântico onde se estabeleceu o direito dos povos escolherem o seu governo, a cooperação
entre os Estados, a igualdade ao acesso às matérias-primas, a liberdade dos mares, a não alteração dos
limites territoriais sem o consentimento dos povos interessados, a redução geral dos armamentos e a
manutenção da segurança colectiva.
Contudo, a Carta das Nações Unidas, só veria a ser elaborada por delegados de 50 países, reunidos
na Confer6encia de São Francisco, entre 25 de Abril e 26 de Junho de 1945.
Características da ONU
Órgãos da ONU
1. Assembleia Geral – órgão que delibera, discute todas as questões e faz recomendações a seu
respeito. Quanto ao processo decisório, nota-se que as decisões importantes (relativas à paz e
segurança internacionais, assuntos orçamentais) são tomadas por maioria de 2/3 (dois terços)
A Conferência de Potsdam
Exercícios de consolidação
Em África, o fenómeno aconteceu tardiamente. No Norte de África ocorreu por volta da década de
1950 e na África negra (subsariana) deu-se por volta da década de 1960. O processo de
descolonização seguiu duas vias distintas:
Índia
O Movimento de Libertação da Índia do jugo britânico foi liderado pelo Congresso Nacional
Indiano, de Mahatma Ghandi. A Índia seguiu duas formas de luta: greves e sabotagens e o boicote
A China
A República Popular da China foi implantada em 1949, sob a liderança do Partido Comunista, de
Mao-Tsé-Tung.
A Revolução Chilena
O Chile libertou-se da Espanha em 1818, depois das forças lideradas pelo argentino José de San
Martin terem derrotado os espanhóis. Porém, as riquezas minerais chilenas atraíram a cobiça das
potências mundiais, provocando sangrentas guerras.
Em 1970, Salvador Allende, líder da Unidade Popular, aliança entre socialistas e comunistas, subiu
ao poder e nacionalizou as minas de cobre e mais de 200 empresas estrangeiras. Aumentou ainda o
salario dos trabalhadores, aprofundou a reforma agraria e colocou a banca e o comércio externo sob
controlo do Estado.
Estas reformas não agradaram aos EUA que financiaram a campanha de descredito do presidente, que
culminou no seu derrube, em 1973, por forças lideradas pelo general Augusto Pinochet (que instalou
uma ditadura forte).
O Nacionalismo Africano
Nacionalismo – exaltação dos valores considerados nacionais e das diferenças nacionais em relação a
outras nações.
Nacionalismo – é a vontade de uma colectividade querer criar e desenvolver o seu próprio Estado
soberano e independente, tendo em conta a consciência de pertença a uma individualidade histórica e
na sequência de circunstâncias diversas.
Externos
O papel do Pan-africanismo
A participação de milhares de africanos na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados, exerceu uma
enorme influência sobre a consciência política nacional dos africanos. Estes, chamados para lutar pela
liberdade e pela democracia, interrogavam-se por que razão esses direitos não chegavam aos seus
territórios. Ao mesmo tempo, constataram que as suas metrópoles também podiam sofrer derrotas.
A II Guerra Mundial enfraqueceu as grandes potências coloniais, situação que teve repercussões
sobre as administrações coloniais, e fortaleceu os EUA e a URSS, que defendiam o fim do
colonialismo.
O exemplo da Ásia
O Ghana
A RDC foi uma colónia belga, tornou-se independente a 30 de Junho de 1960, com o Movimento
Nacional Congolês (MNC), liderado por Patrice Lumumba (assassinado em 1961 num golpe de
Estado).
A Tanzânia
A Argélia
A Argélia libertou da França no dia 03 de Junho de 1962, pondo fim a uma das mais violentas
guerras de libertação em África. O processo de luta foi liderado pela Frente de Libertação Nacional
(FLN), de Ahmed Bem Bella.
O Quénia
O caso de Moçambique
A luta de libertação nacional foi liderada pela FRELIMO, criada a partir de três movimentos: a União
Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO - 1960); a União Nacional Africana de
Moçambique Independente (UNAMI - 1960) e União Nacional Africana de Moçambique (MANU -
1961), no dia 25 de Junho de 1962, sob a liderança de Eduardo Chivambo Mondlane. O primeiro
congresso deste movimento foi realizado entre os dias 23 a 28 de Setembro de 1962.
A independência foi proclamada em 25 de Junho de 1975, por Samora Moisés Machel (primeiro
presidente de Moçambique).
A supremacia da URSS e dos EUA nas relações políticas internacionais no final da guerra
transformou-se rapidamente numa rivalidade política e ideológica, que se estendeu a outros Estados.
Esta disputa teve duas faces distintas: a do Capitalismo liberal dos EUA e a do Socialismo soviético
da URSS.
Os EUA afirmaram-se, logo apos a Primeira Guerra Mundial como uma nação poderosa a nível
económico, tecnológico e militar. A II Guerra Mundial confirmou-os como potência mais poderosa
do globo. O seu poder militar associado ao crescente poder económico, transformá-los-ia num dos
mais importantes actores da política mundial.
Em 1945, os EUA detinham 60% da produção mundial, e em 1948, as maiores empresas do mundo
eram americanas ou controladas por eles. O dólar, a moeda norte-americana tornou-se o padrão
internacional.
O presidente Truman afirmou em 1947 a disponibilidade dos EUA no apoio a Europa Ocidental; foi
neste contexto, que surgiu o Plano Marshall. O objectivo deste plano era por um lado, o auxílio
financeiro e a reabilitação das indústrias europeias e a recuperação dos mercados e, por outro lado,
procurar controlar a perturbações sociais e políticas que ameaçavam a Europa, permitindo aos EUA
consolidar a sua liderança política do bloco capitalista.
Outra das políticas de Truman foi o incentivo à criação de uma aliança militar dos países do
Atlântico. A OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, conhecido por NATO, foi criada
em 1949, com objectivo de defender o mundo ocidental das possíveis investidas do Leste, sobretudo
da URSS.
Conceito
Os países Não-alinhados são países que não aderiram a nenhum bloco político-militar. Os países Não-
alinhados da Ásia, África e da América latina, seguiram na sua política externa, uma orientação anti-
imperialista, anti-militarista e anti-colonialista.
Entretanto, o movimento não-alinhado surgiu no contexto da guerra fria entre as duas grandes
potências de então os EUA e a URSS. A guerra fria precedeu a segunda guerra mundial marcada
essencialmente por um conflito ideológico entre o bloco do leste, liderado pela URSS e o bloco do
oeste liderado por EUA.
Os EUA detentores do sistema liberal capitalista procuraram expandir a sua ideologia política e
económica contrapondo a URSS, que de igual modo procurava expandir o socialismo colectivista
sobretudo nos países que ainda se encontravam sob domínio colonial europeu, ambos apoiando os
movimentos de luta de libertação no contexto do nacionalismo.
Foi neste contexto que os países subdesenvolvidos, na sua maioria da Ásia e da África sentiram a
necessidade de unir esforços na defesa comum dos seus interesses na consolidação das suas
independências e soberania, no desenvolvimento cultural e económico dos seus povos, além de
expressar um forte compromisso com a paz ao se declararem não-alinhados a nenhum dos blocos
militares que haviam surgidos. Nesta ordem de ideias se convocou a conferência Ásia-África em
Bandung, onde se traçaram as directrizes do movimento.
A Conferência de Bandung
A conferência, foi ao convite do primeiro ministro da Birmânia (Mianmar), do Ceilão, (Sir Lanka), da
Índia, Indonésia e do Paquistão. Reuniu vinte e nove países da Ásia e da África para debater
preocupações comuns e coordenar posições no campo das relações internacionais.
Os países asiáticos que participaram nesta conferência foram ׃Indonésia, Afeganistão, Arábia Saudita,
Birmânia, Camboja, Laos, Líbano, Leilão, Rep. Popular da China, Filipinas, Japão, Índia, Jordânia,
Paquistão, Turquia, Tailândia, Síria, República Democrática do Vietname do norte, Rep. Vietname do
Sul, Irão, Iraque, Nepal, Iémen do norte e os países africanos ׃Etiópia, Líbia, Libéria, Egipto Ghana e
Sudão.
Tema da conferência
O seu programa incluía a descolonização política da Ásia e da África e todos estavam de acordo, que
a independência política recém recuperada era um meio para conseguirem o fim da liberdade
económica e sócio-cultural e procurou preservar a paz no mundo.
Na conferência de Bandung foram enunciados dez princípios que deveriam orientar as relações entre
as nações.
1. Respeito aos direitos humanos fundamentais e aos objectivos de princípios da carta da ONU;
4. Não intervenção e não-interferência nos assuntos internos de outros países (autodeterminação dos
povos);
5. Respeito pelo direito de cada nação, defender-se individualmente e colectivamente de acordo com
as cartas das Nações Unidas;
6. Recusa na participação dos preparativos da defesa colectiva destinada a servir aos interesses
particulares das superpotências;
N.B: Em Bandung a paz estava ligada a liberdade, independência e a soberania dos povos. Lá não se
tomou partido a favor do socialismo ou do capitalismo, pois o princípio de autodeterminação dos
povos incluía o direito de cada nação definir livremente seu sistema político e social, aspecto este
expresso em 1961 em Belgrado, pelos países não-alinhados.
Fundação e objectivos
A SADCC foi criada a 19 de Julho de 1978.foi criada como uma organização de caracter político-
económico visando a reabilitação e desenvolvimento económico da região da África Austral e o
alcance de independência do Zimbabwe e Namíbia.
7. A organização das Nações Unidas (ONU) tem desempenhado um papel muito importante na
pacificação do mundo.
a) Qual foi o principal objectivo da sua criação? (1,0)
b) Identifique dois (2) órgãos utilizados para garantir essa pacificação. (2,0)
c) Demostre com um (1) exemplo o seu papel na pacificação de Moçambique. (1,0)
8. No contexto da Guerra Fria a África Austral foi uma região de conflito pela posse de zonas de
influência.
a) Quais foram os dois (2) países que assinaram o acordo de Inkomati? (2,0)
b) Mencione dois (2) países da Linha da Frente. (2,0)
c) Como se chamou a organização económica da região criada na época? (1,0)
Bibliografia
ALVES, Maria da Graça. História Universal Moderno. Lisboa: Editora Verbo, 1988.
AQUINO, Rubin Santos de et all. História das Sociedades Modernas às Sociedades Actuais. 1ª
Edição, Rio de Janeiro: Ao Livro técnico, 1979.
BENOT, Yves. Ideologia das Independências Africanas. Vol. II, Lisboa: Sá de Corta, 1981.do
MONDLANE, Eduardo Chivambo. Lutar por Moçambique. Maputo: Minerva Central, 1995.
SOPA, António. História 10ª classe. 1ª Ed. Maputo: Texto Editores, 2007.