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UFRRJ – IM – Curso de Economia

Microeconomia II – 2023-2
Professor: Leandro da Silva Fagundes

Lista 1 – Gabarito

1 – Calcule os produtos marginais e médios dos fatores 1 e 2, a taxa técnica de


substituição entre os fatores 1 e 2, as elasticidades do produto em relação aos fatores 1 e
2 e determine o tipo de retorno de escala para as seguintes funções de produção:

Resposta: Para obter os produtos médios, basta dividir a função de produção pelo
respectivo fator. Para obter os produtos marginais, basta derivar a função de produção
pelo respectivo fator. Para obter a taxa técnica de substituição TTS (ou taxa marginal de
substituição técnica TMST), que mostra em quanto deve aumentar proporcionalmente o
uso do fator 2, dada uma diminuição do uso do fator 1, a fim de manter inalterada a
produção, basta dividir o produto marginal do fator 1 pelo produto marginal do fator 2.
Para obter a elasticidade, que mostra a variação percentual da produção
proporcionalmente a uma dada variação percentual no uso de um dos fatores, basta
dividir o produto marginal do fator em questão pelo seu respectivo produto médio; no
caso de função Cobb-Douglas, basta observar o expoente do fator em questão. Para
encontrar o retorno à escala, basta somar as duas elasticidades e ver se esta soma é
maior, menor ou igual à unidade (no que dará retorno crescente, decrescente ou
constante à escala); ou, alternativamente, multiplicar cada fator por λ e ver se a
produção crescerá mais que, igual a, ou menos que λ vezes (no que será retorno
crescente, constante ou decrescente à escala).

a) y = x1 + 2x2
Resposta:
PMA1 = 1
PMA2 = 2
TMST = 0,5
1 𝑋1
𝜀 𝑋1 = =
(𝑋1 + 2𝑋2 )⁄𝑋1 𝑋1 + 2𝑋2
2 2𝑋2
𝜀 𝑋2 = =
(𝑋1 + 2𝑋2 )⁄𝑋2 𝑋1 + 2𝑋2
𝜀 + 𝜀 𝑋2 = 1 , logo retorno constante.
𝑋1

b) y = 2x1x22
Resposta:
𝑃𝑀𝐴1 = 2𝑋2 2
𝑃𝑀𝐴2 = 4𝑋1 𝑋2

1
𝑋2
𝑇𝑇𝑆 =
2𝑋1
2𝑋2 2
𝜀 𝑋1 = =1
2X1 X2 2
𝑋1
4𝑋1 𝑋2
𝜀 𝑋2 = =2
2X1 X2 2
𝑋2
𝑋1 𝑋2
𝜀 + 𝜀 = 3 , logo retorno crescente à escala

c) y = x11/4 x23/4
Resposta:
1 𝑋2 3⁄4
𝑃𝑀𝐴1 = ( )
4 𝑋1
3 𝑋1 1⁄4
𝑃𝑀𝐴2 = ( )
4 𝑋2
1 𝑋2 3⁄4
4 (𝑋1 ) 𝑋2
𝑇𝑇𝑆 = =
3 𝑋1 1⁄4 3𝑋1
4 (𝑋2 )
1 𝑋2 3⁄4
4 (𝑋 ) 1
𝜀 𝑋1 = 1⁄41 3⁄4 =
𝑋1 𝑋2 4
𝑋1
3 𝑋1 1⁄4
𝑋2 4 (𝑋2 ) 3
𝜀 = 1⁄4 3⁄4 =
𝑋1 𝑋2 4
𝑋2
𝜀 𝑋1 + 𝜀 𝑋2 = 1 , logo retorno constante à escala

d) y = x1 + x2
Resposta:
PMA1 = 1
1
𝑃𝑀𝐴2 =
2𝑋2 1⁄2
𝑇𝑇𝑆 = 2𝑋2 1⁄2
1 𝑋1
𝜀 𝑋1 = ⁄
=
𝑋1 + 𝑋2 1 2 𝑋1 + 𝑋2 1⁄2
𝑋1
1
𝑋2 2𝑋2 1⁄2 𝑋2 1⁄2
𝜀 = =
𝑋1 + 𝑋2 1⁄2 2(𝑋1 + 𝑋2 1⁄2 )
𝑋2

2
𝑋 1 ⁄2
𝑋1 + 2
𝑋1 𝑋2 2
𝜀 +𝜀 = < 1 , logo retorno decrescente à escala
𝑋1 + 𝑋2 1⁄2

2 – Josefina consegue tirar sangue de pedra. Para cada litro de sangue, ela precisa de
uma agulha e uma navalha a serem utilizados nas pedras. Quais são os produtos
marginais da agulha e da navalha? Por quê?

Resposta:
Fica claro, pelo enunciado, que os produtos marginais são, para os dois “fatores”, zero,
no caso de aumento no uso de um dos fatores, ou 1, no caso de queda no uso de um dos
fatores. Isto porque ela deve sempre usar uma linha com uma agulha, em proporções
fixas. Portanto, ela não consegue aumentar sua produção de sangue ampliando o uso de
um dos fatores mantendo o uso do outro fator inalterado, ao passo que, caso ela diminua
o uso de um deles, ela diminui a produção na mesma medida (e passa a desperdiçar o
fator que não teve o uso alterado). No caso, ela possui a seguinte função de produção:

𝑆 = 𝑀𝑖𝑛(𝐴, 𝑁)

E as isoquantas desta função de proporções fixas são no formato de “L”, de modo


similar às curvas de indiferença de preferências de complementares perfeitos:

3 – Com relação às funções de produção e à tecnologia da firma podemos afirmar que:

a) A função de produção F (K,L) = (K.L)1/2 apresenta rendimentos decrescentes de


escala;
Resposta: Falso, os rendimentos são constantes, pois a soma das elasticidades-produto
dos fatores (que, no caso de uma Cobb-Douglas, é o expoente de cada fator) é igual à
unidade.

b) As isoquantas da função de produção F (K,L) = K0,5 L0,5 são linhas retas;

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Resposta: Falso, pois esta função é uma Cobb-Douglas; isoquantas em linhas retas
ocorrem no caso de tecnologia de substitutos perfeitos.

c) Rendimentos decrescentes para um único fator de produção e rendimentos constantes


de escala não são inconsistentes;
Resposta: Exato; as funções Cobb-Douglas dos itens acima são exemplos disso.

d) Uma empresa que esteja enfrentando rendimentos decrescentes não pode estar
enfrentando simultaneamente economias de escala;
Resposta: Falso; no curto prazo, com um dos fatores fixo, a firma pode se deparar com
o produto marginal decrescente do fator variável; mas, no longo prazo (quando todos os
fatores são variáveis), o retorno à escala pode ser crescente. Um exemplo disso seria a
função Y = K2/3L2/3, onde os fatores têm produto marginal decrescente e o retorno à
escala é crescente.

e) Uma tecnologia que apresente a propriedade de rendimentos constantes de escala não


pode simultaneamente apresentar produto marginal decrescente para cada fator.
Resposta: Falso, como pode ser visto no caso dos itens a e b, F (K,L) = K0,5 L0,5.

4 – Por que, caso a função de produção seja uma função Cobb-Douglas com retornos
constantes à escala, não haveria sentido em se tentar delimitar um certo intervalo
economicamente racional de uso de um dos fatores dada a quantidade do outro?

Resposta: Porque, no caso da Cobb-Douglas, o produto médio do fator variável nunca é


crescente e o produto marginal do mesmo fator nunca é negativo.

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