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Índice
1. Introdução……......................................................................................................4

1.1 Objectivos....................................................................................................................4

1.1.1 Gerais........................................................................................................................4

1.1.2. Especifico................................................................................................................4

1.1.3. Metodologias...........................................................................................................4

2. Estado Nação em Africa................................................................................................5

2.1. Origem de Estado Nação em Africa...........................................................................5

3. A nação e o Estado: abordagem de duas definições......................................................5

4. Surgimento de Estado-Nação em Africa.......................................................................6

5. Proposito de Estado-Nação em Africa..........................................................................8

6. Conclusão....................................................................................................................10

7. Bibliogràfia..................................................................................................................11
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1. Introdução
O presente trabalho de Estudos Comtemporaneaos com o tema Estado-Nacao em africa,
para nós, o processo de edificacao da nacao nao implica necessariamente na
transferencia do “sentimento de pertinencia e de fidelidade”, o qual ao afastar-se do
estreito ou provinciano quadro dos grupos etnicos, ligar-se-ia desde logo a uma entidade
politica mais ampla, por exemplo, uma entidade tal qual a Nigeria. Ser ibo, yoruba ou
kikuyu diz respeito a identidade, e isto nao pode ser objeto de uma transferencia. E
impossivel deixar de ser ibo, hawsa ou kikuyu simplesmente porque alguem assim
decidiu. Para nos, o processo nao implica em uma transferencia mas, na ampliacao do
horizonte ate o qual os grupos restringidos reconhecem a sua propria identidade, a ponto
de englobar entidades mais vastas, como o Estado.

1.1. Objectivos

1.1.1 Gerais
 Compreender o Estado-Nacao em Africa;

1.1.2. Especifico
 Definir estado- nacao em Africa;
 Explicar o surgimento de estado-nao em Africa;
 Destacar estado-nação em Africa.

1.1.3. Metodologias
Para a realização do presente trabalho, baseamo-nos na consulta de algumas referências
bibliográficas, tais como “livros, artigos” entre outros meios referenciais a produção do
mesmo.
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2. Estado Nação em Africa

2.1. Origem de Estado Nação em Africa


Epistemologicamente, o termo nação deriva do latim "natione", do verbo nasci que
significa nascer e por extensão ter a origem, provir, começar. Originalmente refere um
grupo de pessoas nascidas ou proveniente de um mesmo lugar.

Para KI-ZERBO (2009) o conceito de estado é ainda desconhecido obviamente existem


alguns autores que tentam definir baseando se na divulgação que e atribuída grande
mérito ao Nicolau Maquiavel. Nas comunidades primitivas onde os homens viviam com
harmonia não havia indícios da existência de estado. Os membros de clã são dirigidos
com base nas normas, onde os mais velhos é que eram guardiões dos costumes e
autoridades.

3. A nação e o Estado: abordagem de duas definições

Segundo GALVAO (1950,p.946), o conceito de nação aplica-se, em principio, ao


menos a três categorias de grupos humanos:
 Em primeiro lugar, ele pode aplicar-se a “uma comunidade estável e
historicamente evoluída de pessoas tendo em comum um território,uma vida
económica, uma cultura que os distingue e uma língua”.
 Em segundolugar ele pode designar “as pessoas habitantes de um território
unificado sob aautoridade de um governo único; um país e ainda um Estado”.
 Em terceiro lugar, uma nação pode ser “um povo ou uma tribo”.
A definição da ideia de nação faz muito amiúde intervir a distinção entre os atributos
objetivos e os atributos subjetivos da nação. Entre os elementos objetivos, cita-se
frequentemente a língua, a historia, o território, a cultura (que por vezes engloba a
religião), a organização politica e a vida económica. No que diz respeito aos fatores
subjetivos, eles compreendem especialmente um sentimento comum de identidade e um
engajamento ou uma fidelidade de cada umfrente ao grupo.
Segundo KOTHARI ( 1973, p. 104), quando nos falamos de edificacao da nacao,
evocamos duas dimensoes da identidade vertical e horizontal.
 A dimensao vertical da edificacao da nacao, em outros termos, nao ha somente
um Estado, mas igualmente existem individuos a aceitarem a sua autoridade (e
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nao simplesmente a sua potencia coercitiva) e a virem em seu governo a


representacao simbolica da sua comunidade politica.
 No sentido horizontal, a edificacao da nacao implica que cada um aceite a
igualdade dos outros membros do corpo civico, como membros de uma nacao
juridicamente constituida, isto significa que cada um reconheca aos outros o
direito de compartilhar uma historia comum, os recursos, os valores morais e os
outros aspectos do Estado; esta aceitacao e sustentada pelo sentimento de
pertinencia a somente uma e unica comunidade politica.
Para nos, o processo de edificacao da nacao nao implica necessariamente na
transferencia do “sentimento de pertinencia e de fidelidade”, o qual ao afastar-se do
estreito ou provinciano quadro dos grupos etnicos, ligar-se-ia desde logo a uma entidade
politica mais ampla, por exemplo, uma entidade tal qual a Nigeria. Ser ibo, yoruba ou
kikuyu diz respeito a identidade, e isto nao pode ser objeto de uma transferencia. E
impossivel deixar de ser ibo, hawsa ou kikuyu simplesmente porque alguem assim
decidiu. Para nos, o processo nao implica em uma transferencia mas, na ampliacao do
horizonte ate o qual os grupos restringidos reconhecem a sua propria identidade, a ponto
de englobar entidades mais vastas, como o Estado. ( KOTHARI, 1973, p. 104)

4. Surgimento de Estado-Nação em Africa


Segundo GRAÇA (2005, P.19), embora desenvolvida "Estado-Nação em Africa", a
pensar especificamente no facto politico, esta perspetiva deriva efetivamente de uma
abordagem global á complexibilidade da realidade social africana, construída a partir de
uma base sociológica que integra dados históricos e antropológicos. A complexibilidade
da realidade social africana é, portanto, o resultado da tripla interação das estruturas
sociais, pré-coloniais, coloniais e pós-colonias, a qual confere o sentido a dinâmica da
moderna sociedade africana.

O processo de edificação do Estado e de edificação da nação tambem provocou, o


surgimento de“nações-Estado”, nas quais se manifesta o aspecto dubio da integraçãao
nacional, referente a “diversidade na unidade” e a “unidade na diversidade”. O processo
de edificacao da nação pode, por conseguinte, convergir, igual e definitivamente, tanto
para a criação de “nações-Estado” quanto de “Estados-nação”.

A edificação da nação implicaria, necessariamente, na homogeneização das identidades


culturais e politicas, qualquer tentativa de substituição das identificades e dos laços
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primordiais por equivalentes, concernentes a cidadania, constitui uma “impossibilidade


pura e simples”.
Para MAZRUI (1984, p. 373.), o combate politico travado pela Africa desde o inicio da
era colonial funda-se sobre duas aspirações primordiais: o constante desejo em dar
maior coerencia a nação africana e um igual desejo em conferir maior estabilidade ao
Estado africano. A crise da nação consiste naquela de uma identidade coletiva
insuficiente. A crise do Estado diz respeito a instabilidade da autoridade. Os dois
combates estao ligados mas, cada qual possui a sua propria logica.

A maioria dos paises africanos independentes e de Estados criados sob o regime


colonial que lutam para tornarem-se nações mais coerentes. Um pais como a Somalia,
em contrapartida, é essencialmente uma nação que luta para transformar-se em um
Estado mais estavel e melhor integrado. Entretanto, em razão de existir, no seculo XX,
uma relação de reciprocidade entre a nação e o Estado, todos os paises pertencentes a
uma ou outra categoria continuam a viver as duas crises gemeas, de identidade e de
autoridade, na epoca pos-colonial.
Trata-se das fronteiras artificiais legadas pelas potencias coloniais, as quais, de todas as
formas possiveis, colocam em perigo a identidade nacional na Africa independente. No
tocante a estabilidade do Estado, é frequentemente o exercito permanente, outro produto
do regime colonial, que faz pesar sobre o continente uma maior ameaca. Antes da
colonizacao, a maioria das sociedades africanas mobilizava os seus exercitos somente
em caso de necessidade, isto equivale a dizer, para enfrentar o conflito. Elas nao
mantinham os seus regimentos em armas quando nao havia guerra. Elas não tinham
forças armadas susceptiveis de absorverem uma forte proporcao dos recursos do pais.
Como consequencia, o colonialismo criou um aparato militar dotado de meios de
destruicao importados, muito avancados comparativamente ao restante da infraestrutura.
Simultaneamente, foram a nação o africana e o Estado africano que suportaram as
tensões produzidas pelo casal das forças originarias do carater artificial das fronteiras e
da instabilidade nas relacoes entre civis e militares. (MAZRUI. 1984, p. 373.).
Os responsaveis pela politica colonial viram-se confrontados, no que diz respeito a
organização das hierarquias dirigentes locais, a uma escolha primordial: seria necessario
conservar a autoridade dos chefes e dos soberanos tradicionais ou confiar a funcao de
enquadramento a uma elite intelectual mais ou menos ocidentalizada? Os britanicos
atacaram de frente o problema sem, todavia lograr resolve-lo, mesmo no que lhes diz
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respeito. A ideologia da “administração o indireta”, por eles praticada e quando


aplicada, favoreceu a manutencao das hierarquias tradicionais, tal como ocorrido
particularmente na Nigeria setentrional. Todavia, a partir de 1930, os artifices da
politica colonial, tal como concebida pela Gra-Bretanha, estabeleceram um programa
deliberado de “desenvolvimento economico social das colonias”, a comportar uma
ampliação o do ensino secundario e superior, de tipo ocidental.

5. Proposito de Estado-Nação em Africa


Estado-Nação em africa para se consolidar enfrentou duas frentes de ameaça:

 Em primeiro lugar as potências coloniais, contra as quais foi importante o


fortalecimento do movimento pan-africano, criando uma identidade comum da
região e uma necessidade de libertação de todo o continente. A segunda ameaça
é representada pelo próprio pan-africanismo, que desafiava a legitimidade, a
soberania e a estabilidade dos Estados-nacionais em favor de uma identidade
transfronteiriça.
Para DAVIDSON (1984,p.201), necessidade de intensificar os laços e sentimentos
comuns fez nascer arranjos artificiais tanto para consolidar cada Estado separadamente
quanto para criar um regionalismo africano. A experiência colonial gerou Estados
pluriétnicos, que aglomeravam não só etnias diversas, mas que dividiam a mesma etnia
entre várias fronteiras. A estabilidade do sistema e o fortalecimento dos governos pós-
coloniais dependiam em grande parte do desenvolvimento de ideologias nacionalistas e
de mobilização social baseadas numa lealdade criada de cima para baixo, das elites para
a população.
A África pré-colonial era um território inóspito com relativamente baixa densidade
demográfica. A África sub-saariana, que representa 18% da superfície do planeta,
sempre foi esparsamente habitada. Este é um dos motivos da dificuldade da extensão da
autoridade central do governo a fim de regular todos os grupos dentro das fronteiras. Na
maioria dos estudos sobre identidade, o papel do território e das fronteiras é considerado
fundamental para a formação da lealdade e da solidariedade na comunidade que habita
uma determinada região, no entanto, na África, o território não era fator de unidade.
Embora a extensão das fronteiras tenha sido a preocupação de alguns governantes pré-
coloniais, a natureza da autoridade era bem diferente. (HERBST, 2000, p. 36).
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Segundo JAMES (1993,p. 219), os colonizadores criaram um sistema de fronteiras bem


definidas, um sistema econômico voltado para as exportações, construíram uma
infraestrutura de transporte e comunicações e trouxeram sua religião, linguagem e
práticas culturais que imprimiram mudanças em todo o continente. Na verdade, até 1885
muito pouco do território além da costa estava administrativas eficientes era muito alto
e o continente não era economicamente fundamental para a Europa.
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6. Conclusão
O processo de edificação do Estado e de edificação da nação também provocou, como
oportunamente fez valer, o surgimento de nacoes-Estado, nas quais se manifesta o
aspecto dubio da integracao nacional, referente a diversidade na unidade e a unidade na
diversidade. O processo de edificacao da nacao pode, por conseguinte, convergir, igual
e definitivamente, tanto para a criacao de nacoes-Estado quanto de Estados-nacao. A
edificacao da nacao implicaria, necessariamente, na homogeneizacao das identidades
culturais e politicas Como levou-nos a observar, qualquer tentativa de substituição das
identificações e dos lacos primordiais por equivalentes, concernentes a cidadania,
constitui uma “impossibilidade pura e simples. E preciso encontrar um compromisso,
defende este autor, baseado em “acomodacoes mutuas”, de tal forma obtidas que os
processos de governo possam operar “plenamente, sem contudo ameacar o referencial
cultural da identidade pessoal. Mediante estas condicoes, as eventuais descontinuidades
não seriam de natureza tal a perturbar radicalmente a vida politica, estimam, com
propriedade, que a edificação da nação pressupõe uma suficiente homogeneidade
cultural, para que o sentimento nacional possa enraizar-se.
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6. Bibliogràfia
DAVISON, P. 1984. “Lobedu material culture: a comparative study of the 1930s and
the 1970s”, Annals of the South African Museum, 94, 3, p.201.
GALVAO, H. 1950. O imperio colonial portugues, 4 vol., Lisboa, Empresa Nacional de
Publicidade.
GRAÇA, Pedro Borges. A construção da nação em Africa. Coimbra: Almedina.2009.

HERBST, Jeffrey (2000). States and Power in Africa: comparative lessons in authority
and control. New Jersey: Princenton University Press

KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra. 4ª ed. Portugal: Biblioteca Universitária,


2009.

KOTHARI, R. 1973. — “The confrontation of theories with national realities : report on


an international conference”, em: S. N. Eisenstadt e S. Rokkan (org.).
MAZRUI, A. A. e Tidy, M. 1984. — Nationalism and new states in Africa, Londres,
Heinemann..

JAMES, Alan (1993). States in a changing world: a contemporary analysis. Oxford:


Clarendon Press.

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