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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................3
1.1. Objectivos...................................................................................................................3
1.11. Geral:...........................................................................................................................3
1.1.2. Específicos:.................................................................................................................3
1.2. Metodologia................................................................................................................3
3. Conclusão...................................................................................................................11
4. Referências bibliográficas..........................................................................................12
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1. Introdução
1.1. Objectivos
1.11. Geral:
Estudar os factores que determinaram o envolvimento dos Impérios da África
ocidental no tráfego de escravos entre os séculos XVI – XVIII
1.1.2. Específicos:
Identificar os impérios da África ocidental no tráfego de escravos nos séculos
XVI-XVIII;
Descrever o processo de envolvimento desses impérios no tráfego de escravos
nos séculos XVI-XVIII;
Compreender as motivações por detrás do envolvimento dos impérios da África
ocidental no tráfego de escravos nos séculos XVI-XVIII.
1.2. Metodologia
Sousa (1990), afiança que o continente vivia uma história que estava em
movimento e não congelado no tempo. Também não era um paraíso perdido na História,
posteriormente subjugado pelas maquinações europeias, em uma visão que
desumanizaria o africano, pois não lhe atribui as contradições existentes em qualquer
sociedade.
Segundo Mendes, entre os anos de 1512 e 1518, dos 3460 escravos embarcados
em Arguim, 3319 desembarcaram em Lisboa. Cabo Verde e as regiões circunvizinhas
representaram a segunda grande zona de resgate, a exemplo dos 3160 escravos que
entraram na ilha de Santiago nos anos de 1513 a 1516. (Mendes, 2004, p. 29).
Foi em fins do século XV e início do XVI, que a Coroa Portuguesa fez da ilha de
São Tomé a base de suas operações comerciais com os “Rios dos Escravos” e com o
Congo.(Silva, 2002, p. 321).
Ainda no início do século XVI, os escravos passam a configurar como mais uma
mercadoria de troca neste processo. Nas regiões do Benim, Rio Real, Rio Formoso, Rio
dos Forcados e posteriormente nas terras de Manicongo, as manilhas, os cauris e demais
mercadorias, eram trocados por escravos que seriam transacionados por ouro na costa
africana. (Santos, 1990, p. 652).
Os Portugueses imigraram inicialmente para a África Negra pelo ouro, que era
anteriormente exportado pelos países islâmicos. Todavia, eles não tardaram a perceber
que a África possuía uma outra mercadoria, também fortemente procurada pelos
Europeus, essas tais mercadorias eram os escravos.
Mendes (2004, p. 89) diz que ainda que a escravidão na África fosse diferente da
escravidão praticada pelos europeus, a tradição de exportar escravos para os países
árabes era muito antiga em grandes partes do continente, em particular do Sudão. Nos
séculos XV e XVI, esta tradição pareceu ter ajudado, em certa medida, os portugueses a
conseguir, regularmente, escravos em uma grande parte da África Ocidental,
notadamente, na Senegâmbia, parceira económica, de longa data, do Magreb.
De acordo com Silva (2002), os portugueses, que penetravam cada vez mais
profundamente nas regiões do sudeste da África Ocidental, aplicaram, com sucesso, as
práticas comerciais utilizadas na Senegâmbia. Compreendendo o carácter indispensável
da cooperação dos chefes e dos mercadores locais, dedicaram -se a interessá -los ao
trato de escravos.
Estudos apontam que os portugueses não ignoravam que isto pudesse resultar em
uma intensificação dos conflitos entre os diversos povos e Estados africanos, os
prisioneiros de guerra tornando-se o principal objecto deste comércio, mas eles
deixaram muito cedo de se opor às objecções morais, pois, como muitos outros na
Europa, eles acreditavam que o tráfico abria aos negros o caminho para a salvação. Pois
eles acreditavam que não sendo cristãos, os negros haveriam de ser condenados por toda
a eternidade se eles ficassem em seus países.
verde e, mais tarde, a ilha de São Tomé, porém, apenas em certa medida, devido às suas
pequenas superfícies. (Caldeira, 2008).
É sob esta óptica que é preciso alocar a penetração portuguesa no Congo (onde
não havia nem ouro e nem prata), encetada no começo do século XVI, e a conquista
posterior de Angola, que foi precedida pelo rápido avanço do comércio de escravos na
ilha de Luanda.
fogo aos soberanos locais das costas do Camarões. Entretanto, foi no Senegal que os
franceses encontravam-se mais solidamente implantados; lá, eles cooperavam
frequentemente com os tangomãos, emigrados das ilhas de Cabo-Verde e mulatos, em
sua maioria. Eles expulsaram os portugueses do estuário do Senegal e da Gâmbia, mas
se viram, por sua vez, obrigados a ceder o lugar aos ingleses, no fim do século XVI.
Santos (1990), sustenta que os holandeses conservaram esta forte posição por
mais de cinquenta anos. Ao mesmo tempo, seus navios ancoravam em Loango, na costa
do Congo e de Angola. A princípio, eles se mostraram como os ingleses e os franceses,
pouquíssimo interessados pelo comércio de escravos. Por volta de 1600, todavia,
inaugurou -se uma nova fase da penetração europeia na África, ao longo da qual o
comércio de escravos terá uma importância crescente, inclusive para os holandeses.
Fontes revelam que evolução dos holandeses foi anunciada com a compra de
escravos em Elmina, Acra e Arda, no Benin e no delta do Nilo, tal como em Calabar, no
Gabão e no Camarões.
Conforme o autor acima citado, estes escravos eram vendidos aos donos das
plantações da ilha de São Tomé em troca do açúcar ou enviados ao Brasil.
Notadamente, tratava -se de Uolófes, adquiridos no delta do Senegal. (Santos, 1990).
Segundo O. Dapper, eles eram muito bem reputados, em razão do vigor físico, e
eram convenientes ao trabalho nas plantações. A conquista de Angola, em 1641, estava
estreitamente ligada às necessidades dos holandeses no Brasil, seguindo, nisto, o
exemplo dos portugueses. Os holandeses perderam o nordeste do Brasil e foram
expulsos de Angola em 1648. Não obstante, a associação estreita destes dois territórios,
que se baseava no trato dos escravos, persistiu até o século XIX.
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Ao longo deste período, o interesse dos europeus pela África Oriental foi
inexpressivo. Os portugueses, que detinham Sofala e sujeitavam politicamente outras
cidades costeiras, não penetravam o interior. No Zambeze, eles não iam além de Tete e
de Sena, onde compravam pequenas quantidades de ouro nos mercados locais. (Idem)
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3. Conclusão
4. Referências bibliográficas
Berteaux, Pierre. (1974). África: desde la pre-historia hasta los estados actuales.
Madrid: Siglo XXI.
Santos, Maria Emília Madeira. (1990). Rotas Atlânticas, o caso da carreira de São
Tomé. (Centro de Estudos de História e de Cartografia Antiga). Lisboa: Instituto de
Investigação Tropical.
Sousa, Celso Batista. (1990). São Tomé e Príncipe. Do descobrimento aos meados do
século XVI. Desenvolvimento interno e irradiação no Golfo da Guiné. (Dissertação de
Mestrado em História Moderna a apresentar à Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa). Lisboa.