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O NDONGO E O ENVOLVIMENTO NO TRÁFICO ATLÂNTICO DE

ESCRVIZADOS (SÉCULO XVI)

Luciana Lucia da Silva1

O Ndongo era um núcleo de poder habitado por um subgrupo entre os Mbundu,


segundo David Birmingham, os falantes do kimbundu, uma língua do troco linguístico Bantu,
que ocupavam uma larga faixa da África Centro Ocidental, ao longo do baixo Cuanza e do
médio Cuango (BIRMINGHAN, s/d: 22). O Ndongo fazia parte do que é hoje Angola, e a
época era limitado a norte pelos povos Bakongo, a sul pelos Ovimbundu e a leste pelos povos
Chokwe-Lwena e a oeste pelo oceano atlântico. O Ndongo é referido na documentação
geralmente como “Reino de Angola”, pois foi assim chamado pelos portugueses em contato
com a região, numa referência ao seu soberano, o ngola.
Ao longo do século XVI, à medida que se insere no tráfico atlântico de escravizados, o
Ndongo passa a estar em contato com uma nova realidade que tem o Atlântico como pano de
fundo. Ao se relacionar com europeus e enviar um enorme contingente de pessoas para as
Américas, o Ndongo esteve intimamente ligado ao Atlântico e, portanto, exposto aos efeitos
dos acontecimentos em escala mundial. Assim, a sociedade do Ndongo vive uma série de
transformações, relacionadas ao contato com diferentes formas de pensar, línguas e
religiosidades, e com uma diversidade de produtos que passou a fazer parte do dia-a-dia da
população local.
É preciso lembrar que em meados do XVI a região do Ndongo “começava a despontar
como mercado promissor” (MELLO E SOUZA, 2002: 100-101) comerciando com
negociantes sediados em São Tomé. Este comércio e suas mercadorias teriam introduzido
novos e abundantes signos de prestígio – necessários a consolidação e expansão de seu poder
frente às disputas com grupos locais – e os sobas (chefes das linhagens que exerciam o poder
a nível local) tornaram-se mais fortes à medida que aumentava seu envolvimento com o
tráfico de escravos. Além disso, considerando o momento histórico no qual se deram os
contatos iniciais entre portugueses e Mbundu, precisamos pensar a importância atribuída ao
Ndongo no contexto da busca pela manutenção do bom funcionamento das colônias

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS) do IH-UFRJ, bolsista do
CNPq (l.lucia.silva@hotmail.com).
portuguesas nas ilhas do Atlântico a na América para o estreitamento das relações entre esses
dois grupos. De forma que possamos valorizar as relações atlânticas que estavam a se
desenvolver, pois, “no último quartel do século XVI e primeiro do século seguinte registram-
se importantes modificações em Portugal e no vasto Império que conseguiria juntar, num
processo inédito e inicial de globalização” como nos diz Ilídio do Amaral (2000).
Desse modo, é imprescindível se pensar a história do Ndongo, no período aqui
considerado, em conexão com a existência de um Mundo Atlântico no qual os Mbundu se
inseriram e ajudaram a construir. Perspectiva que busca romper com a visão de que as
dinâmicas atlânticas foram encenadas de forma majoritária por europeus, assim os estudos
sobre os contatos e o comércio atlântico demonstram a centralidade da África e dos africanos
na formação desse chamado Mundo Atlântico, como afirma John Thornton (2004). A partir
disso faz-se pertinente que nos voltemos, mesmo que de forma breve, a importância dessa
região para o tráfico transatlântico de escravos.

Breve panorama da participação do Ndongo no tráfico atlântico de escravizados

De acordo com Joseph Miller, os centro-africanos, nos quais se incluem os habitantes


do Ndongo, dominaram a população escrava inicial das Américas no começo do século XVII
(MILLER, 2013: 36). Um olhar sobre o comércio atlântico de escravos na África Central
revela a importância do Ndongo para a história desse comércio desenvolvido entre africanos e
europeus. De acordo com a historiadora Beatrix Heintze, quando em 1575 os portugueses
chegaram à região que denominaram de “Reino de Angola” com objetivos de conquista, para
os quais a motivação principal era a aquisição de escravos, o comércio atlântico de escravos já
se encontrava firmemente estabelecido na costa Ocidental da África, em São Tomé e no
Congo. Mas, em pouco tempo, Angola tornou-se o maior fornecedor de mão de obra para
engenhos e a produção de açúcar em expansão crescente no Brasil, e mais tarde também para
as plantações e minas da América espanhola (HEINTZE, 2007: 473).
De acordo com Joseph Miller, ainda nas primeiras décadas do XVI, quando os
portugueses intensificaram suas buscas por cativos, passaram a explorar as rivalidades entre
os chefes regionais nas áreas em que os mani congos reivindicavam domínio, como é o caso
da região costeira a leste do Ndongo, habitada pelos Mbundu. Nessa época os Mbundu
estavam sob a influência do expansionismo de líderes guerreiros ngola do Ndongo que se
tornavam cada vez mais poderosos naquela região, estavam se expandindo seus domínios e
utilizavam mão-de-obra escrava para apoiar seu processo de centralização.
Joseph Miller afirma que, nesse momento, escravizados pelas forças do ngola já eram
comprados por negociantes tomistas (MILLER, 2013: 54-55). Desse modo, podemos concluir
que essa venda de escravos para comerciantes da ilha de São Tomé marca o início da inserção
do Ndongo no comércio de escravos através do Atlântico; ficando evidente a importância da
ilha de São Tomé para o envolvimento do Ndongo no tráfico atlântico, bem como para os
interesses portugueses nessa região. Assim, por volta de 1520 os comerciantes portugueses
teriam começado a participar dos negócios em São Tomé mantendo um número razoável de
centro-africanos em trânsito na ilha, de forma que uma proporção crescente dos escravos
passou vir da região sul do Congo. Com o tempo, os povos dessa região teriam atraído os
interesses do governo português, levando a contatos diplomáticos com ngola e ao
estabelecimento, em 1575, das bases militares portuguesas na ilha de Luanda.
Com a presença militar metropolitana ao longo do baixo Cuanza uma proporção cada
vez maior de cativos foi enviada para as colônias espanholas na América. Seus sucessores
embarcaram em número muito maior após 1580, como resultado de conflitos de uma
intensidade e duração que alterou permanentemente as vidas e identidades daqueles
envolvidos nesse processo (MILLER, 2013: 56). Segundo Miller, as “guerras angolanas”, que
se espalhavam apoiadas no desejo de expansão dos ngola e nas crescentes intrusões de forças
militares portuguesas baseadas em Luanda, somadas a seca, alcançaram grandes proporções.
Além disso, a autorização espanhola para o envio de escravos para as Antilhas aumentou
ainda mais o número de cativos da região que caíram nas mãos de compradores portugueses,
consolidando o Ndongo como um dos principais fornecedores nas levas de até 10 mil centro-
africanos que deixavam a região por ano, no início da década de 1590 (MILLER, 2013: 33).
Mas, apesar disso, de acordo com Russel-Wood, até o fim desse século Angola contava
apenas com estabelecimentos em Luanda e Benguela-Velha na costa, e o presídio de
Massangano no interior, ganhos mínimos que apenas haviam sido feitos com a assistência de
aliados africanos, o que desfaz a impressão de poder dos portugueses, resultante do crescente
número de cativos saídos da região (RUSSEL-WOOD, 2009: 91-93).
De acordo com Beatrix Heintze, o Ndongo era no início do século XVII o principal
fornecedor de escravos para exportação a partir de Luanda – quando o número de embarcados
oficialmente deste porto podia chegar a 12.000 ou 13.000 escravos por ano. Isso era possível
porque, mesmo mantendo sua independência, em termos de política comercial, existia uma
estreita associação com o comércio atlântico de escravos que estabelecera uma
interdependência entre a classe dirigente africana e os portugueses no litoral (HEINTZE,
2007: 279). O que possibilitou o aumento do número de escravizados provenientes dessa
região, levando pessoas de língua kimbundu para as regiões de plantação de açúcar em larga
escala e, posteriormente para o sudeste brasileiro, em especial para o Rio de Janeiro
(MILLER, 2013: 72).
Thornton defende que as causas do aumento das exportações de escravos em Angola,
estão muito mais ligadas a motivos econômicos e políticos não conectados ao comércio e a
influência externa. Segundo o autor, o aumento das exportações se explica pelo fato de áreas
inicialmente envolvidas com o tráfico terem continuado a suprir escravos, e a eles terem se
juntado os escravos capturados cada vez mais para o leste. Sendo contribuintes para tal a
guerra de sucessão do Ndongo que só terminou em 1672 e as hostilidades entre Matamba,
Angola e Kasanje (THOTNTON, 2004: 178-179).
John Thornton afirma, assim, que os centro-africanos teriam tido um papel muito ativo
nesse desenvolvimento comercial através do Atlântico, participando dele por sua própria
iniciativa e que o seu desejo era, da mesma forma que o dos europeus, o de garantir o
privilégio de serem os primeiros a escolher as melhores mercadorias e obter o melhor preço.
Desse modo, enquanto os Estados africanos preservaram sua soberania, a Coroa portuguesa
nunca teria conseguido dominar completamente o comércio (THORNTON, 2004: 118). Visão
que está de acordo com a afirmação de Philip Morgan de que a conduta do tráfico geralmente
seguia as regras africanas. Morgan afirma que muitas vezes os próprios entrepostos europeus
eram co-geridos por africanos, e os governantes locais geralmente mantinham os negócios
fora de suas terras (MORGAN, 2009: 225). Apontamentos que ficam bastante evidentes no
caso do Ndongo, nos levando a concluir que e as determinações da elite comercial e política
Mbundu, bem como sua decisão de fornecer escravos, devem ser entendidas a partir de sua
dinâmica interna e histórica.
Os primeiros contatos oficiais entre portugueses e os chefes do Ndongo

Para Alberto Oliveira Pinto (2015: 189) o olhar sobre as relações do Ndongo com
Portugal e com os portugueses ao longo da primeira metade do século XVI deve estar atento
para o fato de ele ter se dado em duas dimensões: a formal (pública) e a informal (privada). A
formal diz respeito a relações diplomáticas tuteladas oficialmente pelo ngola e pelo rei de
Portugal, focalizando os interesses públicos de ambos os Estados. A informal relaciona-se a
presença no reino do Ndongo de indivíduos que, sendo súditos do reino de Portugal,
operavam em território Mbundu a título particular e de modo frequentemente clandestino. Nos
dois casos estavam presentes os interesses comerciais Mbundu e portugueses, ligados,
sobretudo, ao tráfico negreiro e legitimados, no caso português, pela evangelização. Essa
diferenciação feita por Oliveira Pinto é fundamental para que o início da relação, nem sempre
tranquila, entre portugueses e Mbundu, possa ser melhor compreendida.

Nesse sentido existem indícios de que os primeiros contatos informais tenham se dado
ainda no fim do século XV, como indica um documento de 1607, escrito por autor anônimo
que aparece na compilação feita por Luciano Cordeiro e fala de relações comerciais informais
entre portugueses e Mbundu que se davam desde os tempos de D. João II (1481-1495):
O comércio de Angola se descobriu desde o tempo de el-rei D. João
II, pôsto que com pouca frequência. E nêste tempo o rei de Angola era
amigo e quási súbdito do rei de Congo e lhe mandava cada ano seu tributo,
em modo de presente, e com sua licença iam os portugueses negociar à ilha
de Luanda, que é nos confins de ambos aqueles reinos, e tudo o que ali se
resgata se vinha despachar à ilha de S. Tomé, e com aquele trato andava este
unido, e à ida primeiro os navios tomavam a ilha de S. Tomé e dali passavam
ao resgate de Angola, mas acrescendo pelo tempo adiante este resgate e
trato, começaram a ir navios em direitura de Portugal a êle (CORDEIRO,
1935: 300-301).

Neste trecho verificamos não só o apontamento de que o comércio com a região do Ndongo
pode ter se iniciado ainda nas últimas décadas do século XV, mas a importância da ilha de São Tomé
para o desenvolvimento do comércio atlântico de escravizados nessa região e para a sua crescente
aproximação com Portugal. Assim, em resultado das relações comerciais baseadas no tráfico de
escravos, que os Mbundu foram estabelecendo com alguns portugueses a partir da baía de
Luanda, Ngola Inene, o soberano do Ndongo naquele momento, foi tomando conhecimento
das vantagens do lucro comercial proveniente deste tráfico. Bem como que o cristianismo –
com base na experiência do Congo – poderia reforçar seu poder, quer face aos sobados
submissos, quer a permanente ameaça hegemônica do Congo (PINTO, 2015: 192). Desse
modo, a documentação aponta para vários momentos em que chefes políticos do Ndongo
tentam, por iniciativa própria, manter contatos formais com a coroa portuguesa. Como é o
caso do Regimento datado de 1520 onde D. Manuel afirma estar informado das muitas das
muitas vezes que o “rei de Angola” mandou seus embaixadores ao rei do Congo pedindo
sacerdotes, pois queria se tornar cristão (BRÁSIO, 1952: 432; 434). Referência que aparece
em diversos outros documentos como na “Informação acerca dos escravos de Angola (1582-
1583)” que afirma que os reis de Angola por quatro vezes pediram aos reis de Portugal
Sacerdotes para se converterem (BRÁSIO, 1953: 228).
A embaixada de Manuel Pacheco e Baltasar de Castro enviada em 1520 por D.
Manuel para proceder ao “descobrimento de Angola” teria, de acordo com regimento acima
mencionado, como principal fundamento fazer o rei de Angola cristão. Mas, ao longo do
documento aparecem diversas referências ao desejo de descobrir e adquirir amostras de
mercadorias estimadas em Portugal – em especial prata, escravos e marfim –, além do
objetivo de inquirir quais mercadorias eram estimadas pelos Mbundu. O que evidência o
interesse na aquisição de produtos de valor e no estabelecimento de comércio propriamente
dito, como podemos observar nos trechos a seguir:
Outrosy somos ẽformado que no dito Regno dAngola [h]á prata [...];
trabalhare[y]s por saber parte donde há a dita prata. E asy de quaees quer
outros metães e se os há e acham ẽ sua terra ou noutras e quam lomge sam e
se sã estimados e se leuam trabalho ẽ os tirar, fazemdo por nos trazer
amostra de todos e quallquer outro avjso que cõprir, asy das cousas e
mercadoyas que lá haa que caa são estimadas [...]. E asy mesmo, quaes das
nosas sam lá prezada e ẽ comtya e preço as tẽ (BRÁSIO, 1952: 432-433).

Carreguamdouos o dito Rey dAmguola o navyo descrauos e


marfym ou metaẽes, parecemos que não devees pasar por diamte e que
deveys de vos tornar cõ a dita cargua darnos conta do que achaes; e se i dito
navyo poder trazer majs scpravos daqueles que o dito Rey nos emuiar atee a
Jlha [de S. Thomé], trare[y]s aqueles que majs couberẽ no navyo (BRÁSIO,
1952: 436).

Ainda nesse sentido, D. Manuel instrui seus embaixadores para que, uma vez
estando na presença do rei de Angola, lhe diga que dará a ele as mercês que Portugal sempre
dá ao rei do Congo por este ser bom cristão e por efetuar muitos resgates a Portugal, o que
tem feito com que o Congo seja grande entre os outros reinos (BRÁSIO, 1952: 435).
Demonstrando o objetivo português de estabelecer com o Ndongo relações nos moldes das
mantidas com o Congo. O soberano português provavelmente tem indícios para crer que os
benefícios adquiridos pelo Congo, em decorrência do contato com os estrangeiros seriam
objeto de interesse por parte dos soberanos Mbundu, o que garantiria boas relações com esses
chefes e benefícios a coroa. Apesar disso, essa primeira embaixada portuguesa ao Ndongo
revelou-se um fracasso, pois o ngola não aceitou se converter ao cristianismo, apesar de não
se saber as razões do soberano para essa recusa, e aprisionou Baltasar de Castro.

Ao longo das próximas décadas, novas tentativas de aproximação, não menos


conflituosas, ocorreram. Uma segunda embaixada, a primeira de Paulo Dias de Novais chega
à região do Ndongo em 1560. Esta teria sido enviada em resposta a ida de embaixadores
Mbundu, dessa vez diretamente a Portugal (BRÁSIO, 1953: 466), com o objetivo de solicitar
a ida de missionários portugueses ao Ndongo, uma década antes. Após seis meses a espera da
resposta do ngola sobre recebê-lo e aceitar a conversão, Paulo Dias de Novais chega à cidade
do Dongo; porém, mais uma vez, o soberano Mbundu age de forma controversa, se nega a
aceitar o cristianismo e, voltando-se contra os estrangeiros, os faz prisioneiros (BRÁSIO,
1953: 488-489). Situação que pode ser explicada pela mudança no contexto interno dos
Mbundu, já que o ngola que enviou embaixadores a Portugal anos antes havia morrido.
Circunstância com a qual a coroa demonstra preocupação ao pedir ao capitão de São Tomé
“que se informe se está o Rey que lhe suçedeo no preposito de ser christão” (BRÁSIO, 1953:
466).
Em seu retorno ao Ndongo em 1575 – agora como portador da “carta de doação da
capitania de Angola” que o levará a fundar a cidade de Luanda –, Paulo Dias de Novais
encontra vários navios de portugueses que se dedicavam ao comércio de escravos, instalados
na ilha de Luanda, livres de qualquer controle administrativo, quer do rei do Congo, quer de
Portugal, como observa Oliveira Pinto. O que demonstra que o envolvimento dessa região
com o tráfico atlântico vinha, por muito tempo, se desenvolvendo de forma bastante intensa.
Segundo o mesmo autor, apesar de nesse momento a relação com o ngola ter sido amistosa, a
partir de 1578 inicia-se a construção de presídios ao longo do Cuanza, o que leva o ngola a
mudar, mais uma vez, de postura em relação aos representantes da coroa portuguesa e a atacar
Paulo Dias de Novais. Esse é o princípio de um período conturbado de disputas com ataques
de ambas as partes, que terá continuidade com os próximos governadores e se estenderá pelo
fim do século XVI e por quase todo o século XVII (PINTO, 2015: 243-264).

Considerações finais

Com o exposto até aqui, podemos perceber que o desejo na venda de escravos, nas
relações diplomáticas e, em alguns casos, na evangelização se deu por iniciativa dos chefes do
Ndongo, em especial do ngola. Desse modo, os avanços e recuos dessa relação foram quase
sempre resultado de interesses mútuos por parte de portugueses e Mbundu. No caso desses
últimos ligados às vantagens, lucros, prestígio e fortalecimento nos conflitos locais que
poderiam obter a partir das relações comerciais e políticas com os estrangeiros. O que nos
leva a constatar que, através da convivência com este novo universo, intercâmbios – nos quais
a sociedade Mbundu foi contribuinte essencial, participando de forma intensa e ativa – foram
promovidos através do Atlântico.

Bibliográfia

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BIRMINGHAN, David. A África Central até 1870: Zambézia, Zaire e o Atlântico Sul.
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BRÁSIO, António (Ed.). Monumenta Missionária Africana, África Ocidental. Lisboa:


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CORDEIRO, Luciano. Questões histórico-coloniais, vol. I. Lisboa: Agência Geral das


Colónias, 1935.
HEINTZE, Beatrix. Angola nos séculos XVI e XVII. Luanda: Kilomelombe, 2007.

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PINTO, Alberto Oliveira. História de Angola: da pré-história ao início do século XXI.


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