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Etimologia

O nome Angola é uma derivação portuguesa do termo banto n’gola, título dos reis


do Reino do Dongo existente na altura em que os portugueses se estabeleceram
em Luanda, no século XVI. O termo tem raízes no termo ngolo que significa "força"
em quimbundo e em quicongo, línguas dos povos ambundos e congos respectivamente.
Quando os portugueses chegaram à região da província de Luanda, observaram que o
monarca local, Angola Quiluanje era assim denominado, passando a chamar o Reino
Angola-Dongo com este título.[14]

História
Ver artigo principal: História de Angola

Primeiros habitantes
Ver artigo principal: Reino do Dongo

Mapa do antigo Reino do Dongo

Encontro de portugueses com a família real do Reino do Congo

Os habitantes originais de Angola foram caçadores-colectores coissã, dispersos e pouco


numerosos. A expansão dos povos bantos, chegando do norte a partir do segundo milénio,
forçou os coissã (quando não eram absorvidos) a recuar para o sul onde grupos residuais
existem até hoje, em Angola (ver mapa étnico), na Namíbia e no Botsuana.[15]
Os bantos eram agricultores e caçadores. A sua expansão, a partir da África Centro-
Ocidental, se deu em grupos menores, que se relocalizaram de acordo com as
circunstâncias político-económicas e ecológicas. Entre os séculos XIV e XVII, uma série de
reinos foi estabelecida, sendo o principal o Reino do Congo que abrangeu o Noroeste da
Angola de hoje e uma faixa adjacente da hoje República Democrática do Congo,
da República do Congo e do Gabão; a sua capital situava-se em Mabanza Congo e o seu
apogeu se deu durante os séculos XIII e XIV.[15]
Outro reino importante foi o Reino do Dongo, constituído naquela altura a Sul/Sudeste do
Reino do Congo. No Nordeste da Angola actual, mas com o seu centro no Sul da actual
República Democrática do Congo, constituiu-se, sem contacto com os reinos atrás
referidos, o Reino de Lunda.[nota 1][15]
Em 1482 chegou na foz do rio Congo uma frota portuguesa, comandada
pelo navegador Diogo Cão que de imediato estabeleceu relações com o Reino do Congo.
Este foi o primeiro contacto de europeus com habitantes do território hoje abrangido por
Angola, contacto este que viria a ser determinante para o futuro deste território e das suas
populações.[15]

Colonização europeia
Ver artigo principal: África Ocidental Portuguesa

Ilustração da rainha Jinga em negociações de paz com o governador português em Luanda em


1657

Vista da cidade de Luanda em 1883

A partir do fim do século XV, Portugal seguiu na região uma dupla estratégia. Por um lado,
marcou continuamente presença no Reino do Congo, por intermédio de (sempre poucos,
mas influentes) padres cultos (portugueses e italianos) que promoveram uma lenta
cristianização e introduziram elementos da cultura europeia. Por outro, estabeleceu em
1575 uma feitoria em Luanda, num ponto de fácil acesso ao mar e à proximidade dos
reinos do Congo e de Dongo. Gradualmente tomaram o controle, através de uma série de
tratados e guerras, de uma faixa que se estendeu de Luanda em direcção ao Reino do
Dongo. Este território, de uma dimensão ainda bastante limitada, passou mais tarde a ser
designado como Angola. Por intermédio dos Reinos do Congo, do Dongo e da Matamba,
Luanda desenvolveu um tráfico de escravos com destino a Portugal, ao Brasil e à América
Central que passou a constituir a sua base económica. [16] Esse processo tem que ser visto
contra o pano de fundo de um sistemático tráfego de escravos a partir de Luanda. [17]
Os holandeses ocuparam Angola entre 1641 e 1648, procurando estabelecer alianças com
os estados africanos da região. Em 1648, Portugal retomou Luanda e iniciou um processo
de conquista militar dos estados do Congo e Dongo que terminou com a vitória dos
portugueses em 1671, redundando num controle sobre aqueles reinos. [18]
No entanto, Portugal tinha começado a estender a sua presença no litoral em direcção ao
Sul. Em 1657 estabeleceu uma povoação perto da actual cidade de Porto Amboim,
transferida em 1617 para a actual Benguela que se tornou numa segunda feitoria,
independente da de Luanda. Benguela assumiu aos poucos o controle sobre um pequeno
território a norte e leste, e iniciou por sua vez um tráfego de escravos, com a ajuda de
intermediários africanos radicados no Planalto Central da Angola de hoje. [15]
Embora tenha, desde o início da sua presença em Luanda e Benguela, havido ocasionais
incursões dos portugueses para lá dos pequenos territórios sob o seu controle, esforços
sérios de penetração no interior apenas começaram nas primeiras décadas do século XIX,
abrandado em meados daquele século, mas recomeçando com mais vigor nas suas
últimas décadas.[19] Estes avanços eram em parte militares, visando o estabelecimento de
um domínio duradouro sobre determinadas regiões, e tiveram geralmente que vencer,
pelas armas, uma resistência maior ou menor das respectivas populações. [20] Em outros
casos tratou-se, no entanto, apenas de criar postos avançados destinados a facilitar a
extensão de redes comerciais. Formas particulares de penetração económica foram
desenvolvidas no Sul, a partir de Moçâmedes (hoje Namibe). [21] Finalmente, houve naquele
século a implantação das primeiras missões católicas para lá dos perímetros controlados
por Luanda e Benguela.[22]

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