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Produção de algodão do país pode

alcançar auto-suficiência
Victorino Joaquim
Jornalista

Mil camponeses vão dar início, a partir de Janeiro de 2022, à produção em


larga escala de algodão no perímetro da Baixa de Cassanje, na província de
Malanje e com o pólo Agro-Industrial de Quizenga garantirem, em quatro anos,
a auto-suficiência na produção nacional.

23/08/2021  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 07H25
 
 

Investimentos em Malanje projectam números satisfatórios © Fotografia por: João Gomes | Edições Novembro
O investimento aplicado para o sucesso desta iniciativa é de 55 milhões de
dólares, segundo informação avançada pelo presidente do Conselho de
Administração do Investimento e Participações (IEP), empresa de direito
angolano, vencedora do concurso para a gestão da Nova Textang II, em
Luanda.

Jorge Amaral explicou, sexta-feira, durante uma visita de jornalistas, que a


empresa importa, mensalmente, mil toneladas de algodão ao Tchad e Nigéria,
com um gasto mensal de 2.500 dólares por tonelada.Todavia, disse, têm já
preparada uma encomenda de 25 toneladas de fios de tecido para exportar a
Portugal no próximo mês.

Níveis de produção
A fábrica Textang II tem, actualmente, uma produção mensal de mais de 100
mil metros de tecido de diversos tipos e cores, suportada por 180
trabalhadores. Prevêem aumentar para 370 e alargar de um para três turnos de
trabalho, numa primeira fase. Depois disso, projectam operar 24/24horas.

Jorge Amaral disse também ser meta, de acordo com indicadores mais
recentes, atingir os 800 mil metros de tecido por mês, até ao final do ano. Nos
últimos dois meses, a fábrica colocou no mercado nacional mais de 150
metros, que foram distribuídos em 15 empresas nacionais de confecções de
roupa.

Do total de 95 milhões de dólares previstos como investimento, já foi gasto 50


por cento, para a recuperação da maquinaria, instalações e aquisição da
matéria-prima principal, no caso o algodão."Foi recuperada uma série de
equipamentos, incluindo as máquinas que tivemos de importar. Trata-se de
peças da Alemanha, Japão, Brasil e Inglaterra”, informou Jorge Amaral,
sublinhando que houve um investimento de mais de três milhões de dólares
somente em peças.

Nos termos de um acordo, o IEP paga, anualmente, ao Estado, 845 milhões de


kwanzas de renda. Findo o contrato de gestão de oito anos, poderá comprar a
fábrica.Têm-se em carteira um projecto para a produção, a curto prazo, de
tecido para uniformes, destinado ao uso das forças de Defesa e Segurança do
país.Para os gestores da IEP, este investimento deverá eliminar as
importações e poupar milhões em divisas às contas nacionais.

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