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CENTRO DE HUMANIDADES - CH
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LITERATURAS - DLL
CAMPUS CAMPOS SALES
CURSO DE LICENCIATURA M LETRAS
CAMPOS SALES - CE
2022
CICERA VAILMA SOARES GOMES
CAMPOS SALES – CE
2022
CICERA VAILMA SOARES GOMES
RESUMO: Este trabalho apresenta, a partir da Teoria Dialógica, uma proposta interpretativa
dos enunciados que apresenta aspecto do discurso político presente em Os transparentes
(2013), de Ndalu de Almeida, chamado popularmente de Ondjaki. Através da teoria
poderemos notar como o discurso político está presente na obra e como esse discurso reflete a
realidade social de Angola, através das diversas críticas que a narrativa apresenta. No âmbito
da pesquisa, será apresentada os elementos constitutivos do enunciado, de acordo com
Bakhtin, o que nos dará suporte para análise aos discursos políticos dos “transparentes”, ou
seja, aqueles que não eram enxergados dentro da sociedade, assim como o posicionamento da
classe em que se concentrava todo o poder. Para compreendermos as vozes, com as quais o
discurso político de Os transparentes dialoga, apresentamos uma breve descrição histórica do
processo de colonização e independência de Angola. Com isso, concluímos que o poder se
concentra somente nas mãos dos políticos de Angola, os quais ainda hoje, desenvolvem uma
política de exploração e opressão, trazendo consequências irreversíveis para a identidade dos
moradores de Luanda, os quais sofrem com as marcas desse horrendo processo de exploração.
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Graduando(a) em Letras pela Universidade Regional do Cariri – URCA. E-mail:
vailmaletras290@mail.com
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INTRODUÇÃO
Diante do que foi apresentado, notamos que o autor revoluciona a percepção sobre
gêneros do discurso, pois é notório que a linguagem possibilita várias manifestações diante
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das diversas esferas de comunicação. Para que possamos ter o entendimento adequado, é
relevante evidenciar, primeiramente, o que é enunciado partindo da percepção de Bakhtin e do
Círculo, o qual conceitua enunciado da seguinte forma:
Nesse caso, Mikhail vem reafirmar que os elementos mencionados acima precisam
estar interligados, porque fazem parte do enunciado, e como ele diz: “Todo enunciado é um
elo na cadeia de comunicação” (BAKTHIN, 2016, p. 46-47). Sendo assim, necessitam estar
interligados, ele ainda acrescenta que o enunciado parte de uma estrutura, pois assim terão
uma posição dentro dos gêneros.
E por fim, apresentamos o terceiro e último elemento pertencente ao enunciado, o qual
se caracteriza por endereçabilidade. A endereçabilidade consiste em uma dada mensagem
chegue a um determinado participante sem interferências relacionadas ao contexto de
interação.
Portanto, os gêneros discursivos são constituídos por enunciados, cujo objetivo é
atender às necessidades da interação verbal, ou seja, a comunicação passa a se constituir como
um processo vivo, dinâmico, em constante mudanças de acordo com a Sociedade em que está
inserida. Contudo, para finalizar, fica claro que os princípios de análise de discursos ADD se
constituem através de enunciados, os quais são praticados através da linguagem, seja em obras
literárias como o caso do romance Os transparentes ou na comunicação entre os sujeitos no
dia-a-dia, e que o objeto de estudo desses enunciados é o uso da língua dentro de contextos,
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A partir do conceito apresentado pelos autores, fica evidente que a análise de discursos
ADD vai além da língua, ainda é relevante mencionar que esses discursos não se constituem
apenas de alguns trechos de linguagem, mas deve ser levando em consideração o lugar e
também as relações empregadas para que a compreensão possa ir além do que está escrito.
Que é o caso do enunciado, que a partir dele há uma interação entre o que o foi dito e o
sentindo que o contexto estabelece.
E por fim, faz-se necessário elencar que a análise do discurso ADD é importante
porque como já foi explicitado no parágrafo anterior, ela não leva em consideração somente a
língua mas sim os aspectos que vão além do que está empregado em um determinado
contexto, e com base nisso, podemos observar como esses aspectos presentes na obra Os
transparentes foram importantes para compreendermos o contexto histórico presente na
narrativa . Que foi um contexto de exploração e dominação ao povo angolano .
Luanda é a cidade
Luanda é a cidade
que não se sabe se é cidade
se é país
Tanto país se encontra nela
tanta cidade compõe este país
tão país e tão cidade
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cruciais para um período de dominação aos povos locais. Circunstância que levou a uma
verdadeira escamoteação das terras, segundos os portugueses “descobertas”. Ressaltando que
a culminância dessa catástrofe histórica, se deu quando os recém-chegados, começaram a
fazer o comércio dos escravos africanos. Vejamos a seguir o que CAPELA (1978, p. 40) diz
sobre esse fato:
Nos séculos XII e XIII o comércio dos escravos fazia-se por todo o país e era
semelhante a do gado cavalar. A escravatura viria a manter-se até os tempos
modernos. Quando os portugueses passaram ao continente africano, levaram,
portanto, consigo, uma experiência e um proveito da escravatura, que bem
conheciam. O fazer escravos nada tinha de novo para a aventura que
começava.
Diante disso, o tráfico de escravos não aconteceu somente nos territórios africanos,
mas essa conduta já era típica dos colonizadores portugueses que utilizavam as pessoas
colonizadas como objetivo de enriquecer ainda mais a elite portuguesa. Não tinham a mínima
empatia, somente vendiam sem nem um pudor e cada vez mais enriqueciam o seu patrimônio.
Assim, avaliando o contexto atual de Angola, notamos a grande herança deixada a cultura do
país, assim como a desigualdade social, exploração as classes mais pobres e o prevalecimento
dos ideais políticos, são marcas da colonização que mesmo sendo independente, ainda reflete
atualmente em Angola.
Para falar da historicidade de Angola é necessário ressaltar alguns acontecimentos
ocorridos durante o desenvolvimento da nação, tais como um grande combate anticolonial
contra os protagonistas da colonização angolana que também estavam diretamente
relacionados com a Guerra Fria, fato que ocorreu entre os anos de 1947 e 1991, que se
caracterizou como uma série de conflitos entre a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos
da América (EUA).
Portanto, partindo do pressuposto de que as guerras foram cruciais para historiografia
de Angola, torna-se relevante mencionar os dois movimentos principais desenvolvidos para
despertar a atenção dos povos angolanos para lutar pela independência da nação e a atenção
nacional, foram eles: O Movimento Popular de Libertação da África(MPLA) e a União das
Populações do Norte de Angola (UPNA). Esse cenário de conflitos se relaciona com a história
de Angola, porque mesmo entre disputas, os nacionalistas angolanos buscavam acordos com
os colonizadores, aqueles tinham por objetivo melhores condições para o país. Acordo, este,
caracterizado como Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) que buscava
tornar à nação independente de Portugal. Contudo, os problemas que ocorreram durante a
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colonização fazem parte da cultura do país, e isso é incontestável. Assim, faz-se necessário ter
conhecimento da periodização histórica que, consequentemente, a partir da compreensão dos
fatos apresentados, o preconceito desnecessário que ainda assola a sociedade na
contemporaneidade deixará de existir, pois esse cenário repugnante ainda reflete bastante,
mesmo pós-independência.
Nessa sequência, deve-se mencionar que as marcas presentes na cultura dessa pátria,
como já foi explicitado, fundamenta-se nas Guerras Fria e Mundial, pois elas foram as
principais contribuidoras para o processo histórico do país, e que esse episódio transformou
Angola alvo de políticos. Com esse cenário conflituoso das guerras é relevante mencionar que
elas atingiram de forma significativa a história do território africano, porque as disputas por
territórios fez com que Angola fosse dividida, pois o território africano acabou sendo
separado em partes, tais como: (Republica de Vichy, de De Gaulle) que ainda foram
separadas em duas partes( África- Ocidental e África-Equatorial), esses, foram fatores cruciais
que fizeram com que o colonizador e o colonizado lutassem juntos, porém pelas ideais do
primeiro.
Tendo em vista que, apesar das opressões portuguesas contra os povos da região, o
MPLA continuava firme e forte nas buscas pelos seus ideais e foi quando conseguiram a
ascensão do plano que propunha definitivamente a independência do país, essa conquista fez
com o território africano ganhasse aliados. Dessa forma, proporcionaram à Angola uma
representação melhor no quesito acessibilidade territorial, fato que fortalecia o Estado e
gerando também ambição por partes das outras organizações. Com base nessas informações,
Davidson apud SILVA, 2016, p.162 ainda complementa que: “parece-me inquestionável que o
MPLA é hoje o único movimento nacional em Angola – o único movimento, isto é, que
ganhou o apoio da maioria dos grupos étnicos na maior parte do país – e, além disso, que o
MPLA é o único movimento com qualquer força combatente eficaz”. Então, diante do
podemos ter uma noção da importância do MPLA para que esse plano, o qual tinha por
objetivo a independência de Angola, ganhasse tanto espaço dentro do país no decorrer do
tempo que obteve um grande reconhecimento, assim, tornando-se o único movimento de
defesa dos interesses dos angolanos.
Acerca dos progressos dos angolanos mencionados aqui neste artigo, é importante
mencionar que o território africano ficava cada vez mais próximo de sua independência, e um
fator crucial que corroborou para essa conquista foi o declínio do império de Marcelo
Caetano, português que assumira o posto de Salazar o qual estava à frente da organização da
guerra portuguesa no território africano, o primeiro havia prometido tomar a frente das
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organizações para tornar Angola independente, mas acontece que as decisões a serem tomadas
pelo presidente não estavam sendo providenciadas e, então, as outras organizações como JSN(
Junta de Salvação Nacional) e o MFA ( Movimento das Forças Armadas) tentaram reverter a
situação, mas não foi fácil entrarem em consenso quanto a uma decisão imediata para a
questão das guerras presentes em Angola. E, além do mais, as possíveis soluções propostas
pelas organizações não pareciam resolver o problema, pois toda a sociedade do país cobrava
medidas eficazes para solucionar o problema da colonização.
Conforme o que foi mencionado, é importante também destacar o posicionamento de
Peixoto apud Pouchin, o qual ressalta a seguinte questão:
Quando aceitei a pasta dos Negócios Estrangeiros, tinha uma ideia para levar
a bom termo a descolonização. Pretendia fazer assinar rapidamente um
cessar-fogo nos territórios em guerra, para acabar com ela localmente. Mas
tinha de respeitar o presidente Spínola, o qual possuía os seus próprios
pontos de vista nessa matéria. Ele desejava a constituição de um processo
sob controlo armado, para chegar a uma espécie de “Commonwealth
portuguesa”. Numa altura em que a opinião pública apelava à manifestação
nas ruas a favor das independências, da fraternidade e da paz, isso era
claramente impossível. A população reclamava o regresso dos seus soldados
ao País. As tropas portuguesas estacionadas no Ultramar começavam,
também elas, a confraternizar com os nacionalistas. A política de Spínola
era, por conseguinte, irrealista. (PEIXOTO apud POUCHIN, 2003, p. 55).
Nesse fragmento, Peixoto vem afirmar que esperava que o processo de descolonização
da África acontecesse de forma mais rápida, sendo que esse, já estava encaminhado. Mas que
encontrava um outro problema em relação a esse fato, que era exatamente a questão de a
população reivindicar severamente medidas para a independência acontecer. Como as
manifestações que ele cita.
Diante das opressões, JSN, publicou de forma oficial no dia 9 de agosto do ano de
1974, que aconteceria o processo da retirada dos colonizadores no território angolano, para tal
decisão foram feitas reuniões entre grupos nacionalistas do país para decidir de vez a
independência de Angola de Portugal. À medida que o tempo passava, mas problemas
surgiam referente à independência do país, como por exemplo: o suposto acordo realizado não
constava com a participação da classe política de Angola e, ainda que, deixava implícito que
alguns traços poderiam ser mantidos com Portugal. Esse fator evidencia que a solução desse
problema apresentado não estava tão próxima assim de ser solucionado e quanto mais o
tempo passava mais a insatisfação dos grupos sócio-políticos e dos povos se tornava visível.
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Com base no que foi descrito anteriormente de cada personagem, notamos que o
romancista Ondjaki quis desde o título despertar a curiosidade do leitor para o significado de
transparente, que agora conseguimos perceber que é voltada para os subalternos de Luanda.
Com base no que foi exposto anteriormente, notamos que a transparência apresentada
representa a subordinação dos personagens do romance a não questionar absolutamente nada
que os políticos corruptos impunham, sendo que tais imposições não aconteciam de forma
harmônica e mesmo assim os transparentes aceitavam. Sendo assim, essa questão, nos leva a
outro discursão, a qual nos basearemos em Bakhtin. Vejamos o que ele diz sobre a questão:
“A língua é deduzida da necessidade de autoexpressar-se, de objetiva-se.” (BAKTHIN,2016,
p.23)
Então, notamos que a questão de os personagens não se expressarem a determinadas
situações fez com que acontecesse a transparência e isso fez com que estivessem sempre
subordinados mesmo que indiretamente a todas as imposições empregadas pela classe
política. Mas e por que eles não “autoexpressavam”, como diz Bakhtin? Essa indagação faz
que levemos em consideração o contexto social que os personagens estavam inseridos,
porque eles acreditavam que nada podiam fazer para reverter tal situação, acreditavam
também que a condição social e as dificuldades enfrentadas não estavam diretamente
relacionadas a eles, podemos comprovar isso na conversa de Odonato e sua esposa Xilisbaba:
“ não somos transparentes por não comer... nós somos transparentes porque somos pobres”
(ONDJAKI, 2013, p. 130). Então, fica claro que a questão de não se posicionarem está
relacionado a questão da condição social que cada indivíduo representa dentro da sociedade.
Partindo do pressuposto da análise do discurso, assunto que abordaremos neste
capitulo, é importante apresentar o seguinte conceito discurso político:
Dadas as características do discurso político e sua abrangência enquanto uma
maneira particular de articular a linguagem em momentos de disputa pelo
poder e/ou cooperação para o bem-estar sociopolítico de uma população
pelos seus agentes políticos em situações oficiais. (Revista Moura- Edição
47-Jan 2017.p 144)
dito, quem diz, para quem diz e como é dito. Porque tudo isso, influencia na construção do
sentido.
Nessa perspectiva, iniciaremos a análise com a curiosa indagação feita pelo Cego, umas
das personagens principais do romance, o qual diz o seguinte: “- Ainda me diz qual é a cor
desse fogo...” (ONDJAKI, 2013, p. 9). Esse acontecimento abre e fecha a narrativa, por ter
esse aspecto, caracterizando-se como um romance circular, narrado em terceira pessoa.
Assim, logo no início do romance o leitor se depara com um deslocamento temporal
apresentando o final do enredo, ou seja, o cenário da cidade em chamas. Salienta-se que o
incêndio ocorrido no prédio foi decorrente da exploração de petróleo que a elite política
tentou extrair dos subsolos de Luanda, sendo que a cidade não possuía condições físicas
nenhuma para um movimento tão brusco. Contudo, o vendedor de cochas só consegue a
resposta para indagação inicial feita pelo cego no final da narrativa. Portanto, fazendo
referência ao discurso político baseado no início da narrativa, iremos analisar neste capítulo
os enunciados apresentados pelo narrador através dos personagens.
Nesse sentido, iniciaremos as análises fazendo o estudo da conversa entre os amigos
PauloPausado e ArturArriscado focando na esfera política que será o objeto de estudo deste
trabalho. Cabe analisarmos o seguinte enunciado:
A partir da conversa entre os amigos, notamos nesse fragmento da obra que a pauta
da conversa refere-se claramente a extração do petróleo que estava para acontecer em
Angola e com base na análise desse enunciado, baseando-se na expressividade, como já foi
citada anteriormente, caracteriza-se como algo que resulta da relação do sujeito com o outro
nas circunstâncias concretas de sua interação, podemos notar a desconfiança do Jornalista
PauloPausado sobre se o procedimento de extração era de fato seguro, pois ele tinha medo
que o procedimento não fosse confiável para a população luandense. Tendo como base esse
constituinte do enunciado, podemos observar as incertezas, medos e desconfianças através das
circunstâncias presente no diálogo. A expressividade faz com que observemos todas as
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Luanda? Veja o que disse Dom Cristalino: “− eu só quero a água. Toda a canalização de
Luanda! privatizada, barata, a funcionar em condições −ahn...” (ONDJAKI, 2013, p. 180).
Logo, pudemos nitidamente entender que mais uma vez, o interesse era explorar.
Assim, é notório que o principal interesse dos políticos era explorar os recursos naturais
da cidade e enriquecer a metrópole. É cabível enfatizar as consequências dessa política de
interesses presente no romance com a presença de Odonato, personagem de presença
marcante na narrativa, pois ele sua família vive em condições tão subalternas que não se
sentem inclusos na sociedade, e isso é decorrente da exploração e má distribuição de renda
que a cidade sofria. E mais uma vez, comprova-se que o poder, em Angola, se concentrava
apenas nas mãos dos políticos. E como já foi mencionado da importância de Odonato para o
romance, isso acontece porque durante a narrativa ele começa a ficar transparente fisicamente,
aspecto interessante, pois ele encara a questão da exploração, os problemas de Luanda, a crise
que assolava o país e os problemas familiares como um luto, e essa questão da transparência,
é vista como uma crítica a elite angolana por práticas de poder tão abusivas. Notamos isso
através do trecho seguinte: “Xilisbaba pega no fio, puxa pelo marido, sobe em silencio pelas
escadas” (Onjaki.2013, p.345) Notamos que o valor expresso no enunciado, remete a uma
metáfora, porque apesar do fato dele estar transparente fisicamente, ainda assim não seria
possível puxá-lo pelo fio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ademais, houve uma valorização a cultura do país pois em decorrência do que foi analisado,
notamos que em Angola existe uma cultura riquíssima e expõe de recursos valiosíssimos
como o petróleo.
É importante ressaltar que a teoria dialógica foi a principal norteadora para que
chegássemos a conclusão de que o discurso político prevalece em todos os enunciados
analisados. Além do mais, a teoria em si fez com que notássemos que o discurso político
através dos enunciados apresentados, está presente em todas as partes do romance, as quais
evidenciam de forma explicita a perversidade que envolvia os políticos quando se trata dos
recursos exploráveis presentes em Luanda. E que os valores humanos não importavam,
porque o que prevalecia eram os jogos de corrupção e a ambição da elite angolana. Mesmo
com o contexto de pós independência ao qual Luanda estava inserida, não era pertinente para
as políticas públicas, pois o descaso com a população e a exploração continuavam.
Portanto, convém afirmar que a teoria dialógica de fato foi uma contribuidora importante
para a interpretação mais detalhada dos enunciados presentes na obra tendo em vista que foi
através dela que o leitor pôde entender qual era a crítica e como ela estava apresentada dentro
da obra.
Desse modo, as análises feitas neste artigo, devem ser observadas cautelosamente. Pois
tendo em vista que a estrutura do artigo é reduzida e também levando em consideração que a
análise se limita apenas a um tipo de discurso presente na obra, especificadamente o político.
E além do mais trata-se das observações prefacias decorrida durante as pesquisas neste
trabalho, das quais percebe-se que apesar de toda inovação, os gêneros discursivos ainda estão
muito ausentes na vida dos estudantes e deveria ser mais trabalhado principalmente nas
universidades por ser uma área tão rica e abrangente.
REFERÊNCIAS
MACHADO, Irene. Gênero discursivos. In: BRAIT, Beth (org.). Bakhtin: conceitos-chave.
2. Ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 151-166.
SILVA, Zoraide Portela. Guerra Colonial e Independência de Angola: O fim da guerra não é o
fim da guerra. Transversos: Revista de História. Rio de Janeiro, v. 07, n. 07, set. 2016. p.
154-184. Disponível em:
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/transversos/article/view/25600. Acessado em: 12
jan. 2022.