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Loucas S. Souzinho
Menrage Pirilau
Estado Marave
Universidade Rovuma
2022
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Loucas S. Souzinho
Menrage Pirilau
Estado Marave
Universidade Rovuma
2022
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Índice
Introdução....................................................................................................................................4
Conclusão...................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas.........................................................................................................11
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Introdução
O presente trabalho visa falar sobre “Estado Marave”, nele observa-se os factos históricos, a
limite determinante, a sua organização e sua respectiva estrutura sociopolítica e a decadência do
estado Marave. Um aspecto muito importante que diferencia esse estado com os demais é o seu
limite geográfico que se divide em: Norte: Malawi, Sul: rio Zambeze, Este: Rio Luangua e
Oeste: Rio Chire. O trabalho tem como objectivo:
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Localizar geograficamente o Estado Marave
Identificar a origem dos Principais actividades económicas
Falar da Estrutura sociopolítica e administrativa
Especificar as ideologias e decadência do Estado Marave
Metodologias
O presente trabalho foi possível pela base de revisões literárias e de pesquisas onde
posteriormente fez-se a organização dos aspectos que debruçam melhor o assunto relacionado ao
tema acima referenciado. Quanto a sua Estrutura, obedece a lógica dos Trabalhos científicos
contendo: Introdução, Desenvolvimento, conclusão e Bibliografia.
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Segundo Souto (2000, p.37), os Estados Marave1 formaram-se com a chegada a sul do Malawi, a
partir de camadas sucessivas de emigrantes oriundos da região de Luba do Congo, liderados pelo
clã Caronga-Phiri,entre 1200 à 1400, situados entre os rios Chire e Luangua, a norte do rio
Zambeze. Conflitos dinásticos levaram a segmentação do clã original, dando origem a novas
linhagens que posteriormente se estabeleceram a oeste, sul e sudeste do território ocupado pelos
Caronga. Assim, Undi irmão de Caronga moveu-se para oeste e estabeleceu a hegemonia da sua
linhagem sobe os povos de língua Cheua e Nsenga, abrangendo a norte da província de Tete. Por
outro lado, Kaphwiti e Lundu lograram dominar as populações do vale do Chire. Diferentemente
dos Mwenemutapas a sul do Zambeze, os Maraves a norte dominaram o seu território através da
absorção e adaptação da ideologia local, acompanhado com o casamento com mulheres nativas,
promovendo o controlo sobre a esfera ideológica.
Limites
Norte: Malawi
Sul: rio Zambeze
Este: Rio Luangua
Oeste: Rio Chire
Assim, o estado Marave passou a ter como estados satélites: Undi, Lundu, Kaphwiti e Biwi.
Todos estes estados onde o aparelho do Estado se confundia com a família reinante, eram
governados por membros oriundos do clã original Phiri.
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O termo Marave designa várias formações etnolinguísticas.
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De acordo com Sengulane (2013, p. 46) a principal actividade económica dos povos Maraves era
a agricultura e o comércio a longa distância. Pode-se aceitar que a Mapira era o cereal mais
cultivado entre o Chire e Luangua. Cultivava-se o milho, mexoeira, amendoim, leguminosas, etc.
A agricultura era itinerante sobre queimadas, sendo a enxada de cabo curto como único
instrumento utilizado. O autor acrescenta ainda,
Um outro produto saído do território Marave era o Sal e há evidências de que ele era adquirido
por mercadores Ajauas e Bisa. Tal como sucedia no império de Mwenemutapa e das linhagens
satélites, as classes dominantes dependiam para a sua reprodução de duas fontes: Tributos
diversos como o comércio do marfim, o qual representava para os soberanos Maraves o mesmo
que o ouro para os soberanos Chona. No caso do estado dos Undi, a classe dominante recebia
tributos regulares e tributos rituais.
Os subsídios eram obrigados a trabalhar regularmente nas terras dos chefes, a construir casas
para a classe dominante e assegurar a manutenção da capital. Como tributos rituais, havia as
primícias das colheitas e as taxas devidas ao facto de os chefes orientarem as cerimónias mágico
religiosas. Ainda no Estado Undi, os súbditos eram obrigados a cultivar produtos para o interesse
geral conhecidos por “Munda ya Chiweta”.Com o produto do sobre trabalho dos súbditos o Undi
sustentava visitantes e Litigantes, entretinha jogos e danças e socorria os necessitados. Recebiam
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igualmente tributos de vassalagem que incluíam penas vermelhas de certos pássaros, marfim,
peles de leão e de leopardo, partes comestíveis de outros animais, tributo de trânsito dos
comerciantes designado por Mororo e primícias das colheitas
1.2. Estrutura sociopolítica e administrativa
O aparelho político do Estado Marave era complexo. Porém, tomemos o exemplo do Estado
Undi, cujos territórios abrangiam a actual província de Tete.
Undi: Chefe máximo do Estado
Mambo: Chefe dos territórios conquistados
Mwene Dziko: Chefe Territorial
Mwene Mudzi ou Fumo: Chefe da aldeia
Todavia, há que salientar que cada chefe era servido por um conjunto de conselheiros os mbili,
singular ambili. Havia igualmente um corpo de funcionários subalternos como mensageiros e
guarda do chefe.
Os estados Maraves apresentavam uma estrutura política composta por chefe superior e os seus
subordinados, onde a estrutura estava ligada por força de laços de parentesco de linhagem
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matrilinear. Existia o chefe máximo que comanda todos estados e o mesmo trabalhava com seu
elenco directivo, que se encontra nas províncias, distritos e comunidades e o chefe das
comunidades também tinha seu elenco que lhes permitia ajudar na governação. Portanto,
percebe-se que, todos os estados Marave onde o aparelho de Estado eram governados por
membros oriundos do Clã original Phiri.
1.5. Ideologias do estado Marave
Antes dos fundadores dos estados Maraves na região, as populações locais praticavam certos
cultos ligado a fertilidade das terras, a invocação das chuvas e ao controlo das cheias, dedicados
ora a entidade suprema (culto de Muari), ora a veneração de espíritos naturais (Chissumpi). Com
achegada dos phiri karonga, o clã local banda manteve e, o phiri Karonga foi obrigado a casar
coma filha do clã local. Com a presença dos phiri Karonga, os cultos locais foram mantidos, mas,
acrescentou se nova categorias de espíritos dos antepassados da dinastia phiri, quer dizer os phiri
passaram a ser venerados como espíritos, mas sobretudo como espírito do território. As filhas
dos chefes locais, deviam casar com os chefes dos phiri e vice-versa, garantindo aos phiri que se
apoderassem das terras férteis que era uma riqueza para a prática de agricultura e também através
dessa maneira foi possível controlar todos estados pela dinastia phiri (Souto, 2000, p.67).
1.6. Decadência do Estado Marave
No que tange ao declínio dos Marave, Souto defende, as rotas comerciais Marave que iam até à
costa, substituídas desde fins do século XVI por duas rotas controladas pelos mercadores Ajauas
pode ter constituído um dos factores que minou o poder das dinastias Phiri, juntamente com
dissensões dinásticas e uma fragmentação linhageira intensa. Por outro lado a decadência dos
Estados Marave, no século XVI foi intensificada pela penetração de mercadores no fim do século
XVIII. Alguns deles acabaram casando-se com a filha de Undireinante e começou a sua vida
como prospector de Ouro, utilizando mulheres escravas. Há que ter ainda em conta a invasão dos
Nguni provenientes do movimento Mfecane, um extenso movimento de migrações encetado na
Zululândia devido as lutas violentas inter linhagens. Outro factor a ter em conta na decadência
dos Estados Marave está certamente associado à penetração mercantil portuguesa no vale do
Zambeze a partir de 1530 e ao bloqueio feito á penetração Swahili-Árabe. Pode-se ter ainda
como causa da decadência deste Estado, os conflitos no seio da classe dominante Marave pelo
poder que acelerou a desintegração das linhagens dirigentes.
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Conclusão
Após termino de varias leituras das obras referentes a este trabalho conclui-se que, Os Estados
Marave formaram-se com a chegada a sul do Malawi, a partir de camadas sucessivas de
emigrantes oriundos da região de Luba do Congo, liderados pelo clã Caronga-Phiri,entre 1200 à
1400, situados entre os rios Chire e Luangua, a norte do rio Zambeze, isto é, o historial do
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próprio estado destaca uma liderança monarca. Portanto, cinzelou-se também, os aspectos
importantes que caracterizam o estado marave e suas abordagens ínfimas.
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Referências Bibliográficas
SOUTO, Amélia Neves (1996). De. Guia Bibliográfica para estudantes de História de
Moçambique (200/300-1930) 1ª edição, Maputo