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Escola Secundária 7 de Abril

Trabalho de História

Turma: CCS 3

12ª Classe

Tema: Estado de Marave e Penetração Mercantil Persa

Discentes:
Docente: Charles Manuel Charles

Chimoio, Março de 2024


Índice

1. Introdução.................................................................................................................................1
2. Os Estados Marave...................................................................................................................2
2.1. A formação...........................................................................................................................2
2.2. A Economia nos estados Marave..........................................................................................3
2.3. Estrutura Sociopolítica..........................................................................................................3
2.4. A Ideologia...........................................................................................................................4
2.5. Estrutura Político-Administrativa.........................................................................................4
2.6. Formas Reprodutivas da Classe Dominante.........................................................................4
2.7. A Queda dos Estados Marave...............................................................................................5
3. A Penetração Mercantil Estrangeira.........................................................................................5
3.1. A Penetração Mercantil Árabe-Persa (Século IX-XVI).......................................................5
3.2. Factores da Penetração Mercantil Árabe-Persa....................................................................5
3.3. Os Contactos ao Longo da Costa e Suas Repercussões........................................................6
3.4. Consequências da Presença Árabe-Persa em Moçambique..................................................8
4. Conclusão.................................................................................................................................9
5. Referencias bibliografia.........................................................................................................10
1. Introdução

Os estados Marave começaram a formar-se após a chegada, ao sul do Malawi, de emigrantes,


provavelmente oriundos da região Luba do Congo, liderados pelo Clã Phiri. Segundo dados
arqueológicos, a fixação dos Phiri-Caronga terá ocorrido entre 1200-1400. Os povos Phiri cuja
linhagem dominante era a dos Caronga não constituíram apenas um estado, mas vários, na medida
em que se registaram entre os invasores conflitos dinásticos que levaram à fragmentação do clã
original e ao surgimento de novas linhagens que se estabeleceram a Oeste, Sul e Sudeste do
território ocupado pelos Caronga, dando lugar a novos estados.

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2. Os Estados Marave
2.1. A formação
Os estados Marave começaram a formar-se após a chegada, ao sul do Malawi, de emigrantes,
provavelmente oriundos da região Luba do Congo, liderados pelo Clã Phiri. Segundo dados
arqueológicos, a fixação dos Phiri-Caronga terá ocorrido entre 1200-1400.
Os povos Phiri cuja linhagem dominante era a dos Caronga não constituíram apenas um estado, mas
vários, na medida em que se registaram entre os invasores conflitos dinásticos que levaram à
fragmentação do clã original e ao surgimento de novas linhagens que se estabeleceram a Oeste, Sul
e Sudeste do território ocupado pelos Caronga, dando lugar a novos estados.
Assim, além do estado dos Caronga, passaram a existir os Estados Undi, Kaphwiti, Biwi, etc., cujo
aparelho de estado se confundia com a família reinante e era constituído por indivíduos oriundos do
clã original Phiri.
Como é que esses povos migrantes dominaram os povos que aí existiam? Contrariamente ao estado
dos Mwenemutapa, cujo processo de conquista foi de natureza militar, a Norte do rio Zambeze
entre os povos matrilineares, a ocupação territorial se fez pela conquista da esfera ideológica
expressa nos santuários e nos rituais.
Tratou-se, pois, de um processo aparentemente não violento, uma vez que não envolveu acção
militar. Foi, sim, um processo pacífico conduzido através da esfera ideológica, por via da absorção
gradual dos cultos nativos.
No caso de estado sénior dos Caronga, a mulher espírita do culto Muali foi tornada esposa perpétua
do Caronga, enquanto as oficiantes do culto eram substituídas por médiuns masculinos.
No estado Undi, oficiantes nomeados pelos Phiri foram colocados junto da oficiante mediúnica do
culto Makewana ligado ao clã local. Uma nova categoria de espíritos foi inoculada no panteão: a
dos espíritos dos antepassados dinásticos Phiri, que passaram a ser venerados não apenas como
espíritos, mas igualmente e sobretudo como espíritos territoriais. A oficiante do culto era
considerada portadora de poderes pluviais, mediúnicos e oraculares e o culto do Makewana tornou-
se numa importante força unificadora do estado Undi.
No que diz respeito ao estado dos Lundu, o culto da m'bona sofreu o mesmo tipo da transformação,
passando a estar mais associado ao culto dos antepassados Phiri Lundu. A mulher espírita
principiou a ser dada pelo Lundu do espírito m'bona.
O gradual domínio dos territórios, através da absorção e adaptação da ideologia local, foi
acompanhado por casamentos com mulheres dos clãs nativos. Por exemplo, o Undi casava com
mulheres desses clãs e os filhos dos matrimónios eram designados como chefes. Outras vezes, o
Undi reinante casava com uma irmã do chefe local.

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Controlando os santuários, introduzindo neles os espíritos dos antepassados dinásticos Phiri,
casando com mulheres mediúnicas e com mulheres de clã locais, as classes dominantes dos estados
Marave deixaram de ser olhadas como "intrusas". Através desse processo, subtil, na aparência não
violento, era possível controlar o meio de produção fundamentalmente, a terra, o que significa que
era possível controlar a força do trabalho.

Há evidência de que, já antes da chegada dos Phiri, havia um comércio regular com os swahili-
árabes que penetravam no vale do Zambeze e chegavam até ao Chire. Os Phiri passam a
monopolizar esse intercâmbio.
2.2. A Economia nos estados Marave
Nos estados Marave a agricultura constituía a base da economia. Em geral era uma agricultura
itinerante sobre queimadas, feita com enxada de cabo curto, que tinha como principais culturas a
mapira, o milho, a mandioca e leguminosas nas terras altas.
Além da agricultura os Marave produziam e comercializavam enxada de ferro em grande escala.
Nos séc. XVII e XIX, as enxadas de metalurgia Marave constituía um dos produtos mais exportados
pelo porto de Quelimane.
Fazia parte das actividades produtivas Marave o fabrico e venda de tecidos de algodão, chamados
"machiras". Eram tão elevadas a quantidade e qualidade do machira que até puderam resistir à
competição de tecidos de origem indiana e provocaram com frequência pânico na coroa portuguesa,
que tinha muitos lucros dos direitos aduaneiros cobrados pela entrada dos tecidos da Índia. Ainda
dos estados Marave, saia também o sal que era adquirido por mercadores Ajaua e Bisa.

2.3. Estrutura Sociopolítica


Os estados Marave possuíam um aparelho muito complexo, considerando o exemplo do estado de
Undi cujos imensos territórios abrangiam a parte Norte da província de Tete. O chefe da aldeia
denominava-se Fumo ou Mwene-mudzi, a seguir estava o chefe territorial conhecido por
Mwenedziko, por seu turno seguido por um chefe provincial, encarregado de uma série de
territórios, conhecido por Mambo e no topo estava o Undi.
Cada chefe era servido por um conjunto de conselheiros denominados Mbili e havia ainda um corpo
de funcionários menores como: mensageiros, guarda dos chefes, etc.
Esses chefes todos ligavam-se por laços de parentesco. No entanto as Mwene-mudzi, geralmente
eram genitores das matrilinhagens locais (núcleo matrilinear básico chamava-se Bele, formado pela
mulher e, por incorporação, pelo marido da mulher e pelos maridos das filhas da mulher).

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2.4. A Ideologia
Quando os Phiri chegaram à região entre Chire e Luangua, a população local, liderada por diversos
clãs como o Banda, praticavam cultos relacionados com a fertilidade dos solos, invocação, controlo
das cheias, etc.
Esses cultos eram dedicados ora a "entidades supremas" como o culto de Muali ou o culto de
Chewa de Chissumbi, ora à veneração dos espíritos naturais.
Entretanto, aos Marave eram mais importantes os cultos dedicados às entidades supremas. Os mais
importantes eram geralmente realizados por mulheres, como o caso da mulher espírito do culto
Muali ou do culto Makewana.

2.5. Estrutura Político-Administrativa

2.6. Formas Reprodutivas da Classe Dominante


Tal como sucedia a Sul do Zambeze, no caso dos Mwenemutapa e das linhagens satélites, a Norte,
as classes dominantes dependiam, para a sua reprodução de duas fontes: em primeiro lugar dos
tributos diversos cobrados internamente e, em segundo lugar, do comércio a longa distância,
nomeadamente, o comércio de marfim, o qual representava para os soberanos Marave o mesmo que
ouro para os soberanos shona.
No caso do estado dos Undi, a classe dominante recebia tributos regulares: marfim, tabaco, géneros
alimentares, partes dos animais caçados pelos súbditos, utensílios de ferro, cestos, esteiras, panos,
etc. Os súbditos eram obrigados a trabalhar nas terras dos chefes, a construir as suas casas e a
assegurar a manutenção da capital.
Existiam também os tributos de vassalagem que incluíam penas vermelhas de certos pássaros,
marfim, peles de leão e de leopardo, direitos de trânsito pelas terras, as primícias das colheitas, etc.
O Undi era uma espécie de guardião dos produtos das parcelas que os súbditos eram obrigados a
cultivar no "interesse geral". Com o produto de sobretrabalho dos súbditos, o Undi sustentava
visitantes, jogos e danças e ajudava os necessitados tal como nos Mwenemutapa. A outra parte de
sobreproduto era usada para troca por mercadorias produzidas pelos Swahili-Árabes.

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Uma terceira categoria de tributos eram os tributos rituais, normalmente, os dedicados às primícias
das colheitas e às taxas devidas aos chefes pela orientação das cerimónias rituais. Os chefes
recebiam ainda taxas pela resolução de disputas e taxas de trânsito pelo território.

2.7. A Queda dos Estados Marave


A desintegração e a queda dos Estados Marave estiverem ligadas às lutas no seio dos Phiri com o
fim de assegurar o total controlo do comércio do marfim e a interferência cada vez maior dos
prazeiros na vida dos Estados Marave originam a expansão Zimba do séc. XVI.
O declínio das rotas comerciais Marave que iam até à costa substituídas desde fins do século XVI
por duas novas rotas controladas pelos Ajaua, também constitui um dos factores que minou o poder
das dinastias e ditou a fragmentação linhageira interna.
Por outro lado, a desintegração foi intensificada pela penetração de mercadores no fim do século
XVIII. Por exemplo, Caetano Pereira, com a sua dinastia "Prazeira", assenhorou-se de muitas
províncias dos Estados Undi.
Há que ter em conta ainda o aparecimento dos Nguni, que se fixaram na região na sequência do
Mfecane em 1835.
O outro factor a ter em conta foi a penetração mercantil portuguesa no vale do Zambeze a partir de
1530 e o bloqueio aos Swahili-Árabes.

3. A Penetração Mercantil Estrangeira


O período mercantil em Moçambique compreende duas etapas:

3.1. A Penetração Mercantil Árabe-Persa (Século IX-XVI)


Contexto Geral da Penetração Mercantil Árabe-Persa em África
A necessidade de expandir a religião Islâmica, a desertificação da parte da Arábia, a procura de
mercados seguros, dadas suas tradições comerciais, foi entre outras razões que levaram a que
grupos Árabes, deixassem a sua terra natal – região do Golfo Pérsico e se fixassem na costa oriental
africana a partir do século VII, tendo se sustentado que a primeira fixação em Moçambique tenha
ocorrido nos anos 800 (século IX). A partir do século VII, verifica-se a fixação na costa oriental
africana do povo proveniente do Golfo Pérsico, da Península Arábica, da Pérsia, da Índia e da
China.

3.2. Factores da Penetração Mercantil Árabe-Persa


De forma sucinta, os factores da penetração mercantil Árabe-Persa foram quatro, a saber:
geográficos, técnicos, económicos e ideológicos.

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 Factores Geográficos ou Naturais
A península Arábica apresenta-se como um território maioritariamente árido e infértil. A maior
parte da paisagem da Península Arábica é desértica, o que levou os seus habitantes a procurarem
novos territórios, não só habitáveis como, fundamentalmente, propícios para a prática de
actividades económicas. A proximidade geográfica de África e, em particular Moçambique
também pode ser considerada um factor da expansão Árabe-Persa. África, ou Moçambique
apresentou-se como uma boa resposta para o povo persa porque era relativamente perto e alcansável
por mar e por terra.
 Factores Técnicos
A expansão islâmica foi possível também porque os Árabes tinham um grande conhecimento da
arte de navegação. Para além da arte de bem navegar, os islâmicos eram excelentes cartógrafos e
consequentemente conheciam bem a costa leste do continente Africano.
Para realizarem uma boa navegação, os Árabes tinham conhecimento consolidados em astronomia.
 Factores Económicos
Os Árabes, tanto em outros tempos como na actualidade, foram e são bons comerciantes. África do
século VIII, apresentou-se como um bom mercado tanto para a venda de produtos árabes como para
a compra de produtos africanos.
 Factores Ideológicos
Um dos pressupostos de algumas religiões consiste na sua expansão a fim de cativar e converter os
fiéis. O Islão também teve uma fase de forte expansão inicial, logo depois da ascensão de Mahomé.
Neste caso, os Árabes expandiram-se para África e, no caso concreto, Moçambique com a
motivação de difundirem o Islão.

3.3. Os Contactos ao Longo da Costa e Suas Repercussões


Esta penetração fez-se sentir quase em toda costa oriental africana, desde Mogadíscio na Somália
até Sofala em Moçambique.
Foram estes povos que entraram em contacto comercial com os povos africanos, formando-se
intermediários no comércio entre África oriental e Ásia. Esta actividade levou a criação de
entrepostos comerciais ao longo da costa oriental, dando origem a grandes cidades como
Mogadíscio, Melinde, Mombaça, Kílwa, Zanzibar e mais tarde a sul da costa de Moçambique
Angoche e Sofala. Entre os séculos IX e XIII encontramos evidências de uma progressiva e lenta
fixação de povos provenientes principalmente do Golfo Pérsico, com objectivos meramente
comerciais.
“Entre os séculos IX e XIII encontramos evidências de uma progressiva e lenta fixação de
populações provenientes principalmente do Golfo Pérsico, a qual era um dos principais centros de
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comércio no Índico no século X. Essas populações estabeleceram-se em toda a costa oriental e,
particularmente, nas Ilhas de Zanzibar e de Pemba. Aparentemente foi no século XIII que o maior
número de emigrantes se fixou em entrepostos comerciais ao longo da costa oriental africana.
Muitos geógrafos daquele tempo referem a existência de um activo comércio com as “terras de
Sofala”. Foi talvez durante o século XII que Mogadixo surgiu como centro de absorção do
comércio de ouro feito por Sofala, tendo, porém, sido rapidamente substituído pela mais
proeminente das cidades do Índico: Quíloa, a sul da costa tanzaniana.”

Antes do século XVI, o comércio no Oceano Índico era controlado pelos muçulmanos, os Árabes
Swahili. No sub-continente asiático as suas actividades eram dominantes ao longo da costa de
Malabar até baixo Calcut. A indicação mais antiga a cerca de Sofala encontra-se em Al-Masud,
viajante árabe do século X que refere, que “os marinheiros de Oman, da tribo de Alazd, viajavam
nos mares de Zanga até Kambala e Sufalh”. A principal mercadoria era o ouro e o marfim. No
século X (ano de 930), instalaram-se na costa africana, refugiados árabes criando as cidades
mercantis de Bravo e Mogadixo.
Não era, contudo, o domínio territorial que pretendiam, mas o desenvolvimento do comércio.
Tornou-se, por isso, importante para eles, o controlo dos pontos das costas mais ricos ou que seriam
para o escoamento dos produtos do interior. O tráfico intensifica-se no século XIII, altura em que
comerciantes de Guzurate, Coromondel, Malabar e Bengala, passaram a dominar grande parte das
rotas comerciais do Oceano Indico que atingiu o seu apogeu no século XV, nas vésperas da chegada
dos Portugueses. (…). Pode-se pois dizer-se que, a costa oriental de África, era visitada (pelo menos
desde os primeiros séculos da nossa era) por navegadores indonésios, que mantinham já no primeiro
milénio relações regulares com a Arábia do Sul, Pérsia, Índia e Malaca, contactos estes favorecidos
pelo regime das monções do Oceano Indico (SOUTO, 1996:111-112).
Portanto, a actividade mercantil asiática na costa norte de Moçambique teve início por volta do
século IX. Relatos de viajantes e comerciantes árabes apontam Sofala como tendo sido o limite
extremo ao sul, visitado por mercadores proveniente do Golfo Pérsico e da Península Arábica,
muito antes da chegada dos portugueses nos finais do século XV. Na opinião de Al-Masudi, Sofala
não definia qualquer estabelecimento particular, mas significava “baixo” ou terras baixas.
O ouro produzido no interior e o marfim, inicialmente fornecido pelos caçadores macuas da costa
de Nampula, foram os primeiros produtos asiáticos em Moçambique.
Tecidos de seda, louça de vidro e de porcelana, artigos que as populações africanas ainda não
produziam apareceram nas formações sociais moçambicanas como resultado directo dos contactos
comerciais com os mercadores asiáticos.

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3.4. Consequências da Presença Árabe-Persa em Moçambique
Os contactos com carácter permanente entre as populações moçambicanas na costa norte e os
mercadores asiáticos contribuíram para o desenvolvimento de transformações socio-políticas,
económicas, religiosas e culturais.
a) A Nível Político
 Emergiram e desenvolveram-se unidades políticas nas costas de Cabo Delgado e de
Nampula com predominância de características marcadamente não africanas;
 Aprofundamento das desigualdades sociais;

Os Reinos Afro-islâmicos, tais como o Sultanato de Angoche e os Xeicados de Sangage,


Quitangonha e Sancul tiveram a sua origem na actividade mercantil e foram estruturados
exactamente para dar maior dinâmica a essa actividade;
Introdução de artigos que, pela sua raridade, ascendiam, nas formações africanas, à categorias de
bens de prestigio contribuiu para a elevação do padrão de consumo das camadas privilegiadas e
estimulou de certa forma a luta pelo poder. Pode-se sustentar que a presença de mercadores
asiáticos contribuiu directamente para um factor externo que catalisou o processo de formação dos
primeiros Estados centralizados em Moçambique.
b) A Nível Cultural
No plano cultural, os casamentos, os contactos comerciais e o surgimento de novos hábitos e
línguas resultantes da fusão de hábitos e línguas africanas e árabes, por exemplo, foram
responsáveis pela origem e desenvolvimento da cultura Swahili na Tanzânia e no Quénia. Em
Moçambique a longa coexistência estimulou o aparecimento de novos núcleos linguísticos nas
costas de Cabo Delgado e Nampula: os Mwani na costa de Cabo Delgado; os Naharra na costa de
Nampula e Ilha de Moçambique; os Koti em Angoxe, etc. Outras línguas como o Sena e Ndau em
Sofala e Guitonga de Inhambane preservam empréstimos de Swahili;
A maneira de vestir, uso de brincos no nariz, nas construções, nos casamentos, no enterramento dos
mortos, na língua…
As religiões na costa norte da Moçambique converteram-se ao islamismo;
c) A nível económico
Acumulação por parte dos aristocratas de bens de prestígio. Acumulação primitiva do capital por
parte dos comerciantes. Introdução de algumas culturas como banana, Coco, Laranja, Limão, Cana-
de-açúcar e arroz.

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4. Conclusão
A pós a explanação do trabalho, concluímos que os estados Marave começaram a formar-se após a
chegada, ao sul do Malawi, de emigrantes, provavelmente oriundos da região Luba do Congo,
liderados pelo Clã Phiri. Segundo dados arqueológicos, a fixação dos Phiri-Caronga terá ocorrido
entre 1200-1400. Os povos Phiri cuja linhagem dominante era a dos Caronga não constituíram
apenas um estado, mas vários, na medida em que se registaram entre os invasores conflitos
dinásticos que levaram à fragmentação do clã original e ao surgimento de novas linhagens que se
estabeleceram a Oeste, Sul e Sudeste do território ocupado pelos Caronga, dando lugar a novos
estados.

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5. Referencias bibliografia
BOHAEN, A. Adu (ed). História Geral de África – A África Sob a dominação Colonial, 1880-1935,
Vol. VII, Paris, UNESCO/África, 1991.

HEDGES, David (ed). História de Moçambique – Moçambique no Auge do Colonialismo, 1930-


1961. Maputo, Departamento de História, UEM, 1993.

JOSÉ, A. e MENEZES, Paula M. G., Moçambique 16 anos de Historiografia: Focos, Problemas,


Metodologia, Desafios para a década de 90, Maputo: 1991.

MEDEIROS, Eduardo da C. História de Cabo Delgado e do Niassa (c. 1836-1929), Maputo, 1997.

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