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Índice

Introdução....................................................................................................................2

ESTADO DE MARAVE.............................................................................................3

Origem.........................................................................................................................3

Limites.........................................................................................................................3

Principais actividades...................................................................................................3

Actividades Económicas..............................................................................................3

Estrutura sócio-política e administrativa.....................................................................4

Papel das crenças mágico-religiosas............................................................................5

Decadência do Estado Marave.....................................................................................5

Conclusão.....................................................................................................................7

Bibliografia..................................................................................................................8
Introdução

O presente trabalho vai abordar acerca do tema Estados Marave, onde em primeiro
lugar abordar acerca da sua formação, localização e em que circunstancias foi
formada, o tipo de ocupação, em segundo da sua politica, como é que eles estavam
organizados politicamente, qual era o sistema de sucessão, em seguida falara
também da sua economia, a sua base de sustentação ou base económica dos estados,
distribuição das actividades económicas, as obrigações dos súbditos face a economia
do estado, e também dos aspectos socioculturais onde falaremos da cultura mas
exactamente da sua religião, dos seus cultos nativos, não deixando para trás a sua
organização social e finalmente as causas da decadência dos estados Marave.
ESTADO DE MARAVE

Origem

Os Estados Marave formaram-se com a chegada a sul do Malawi, a partir de


camadas sucessivas de emigrantes oriundos da região de Luba do Congo, liderados
pelo clã Caronga-Phiri, entre 1200 à 1400, situados entre os rios Chire e Luangua, a
norte do rio Zambeze. Conflitos dinásticos levaram a segmentação do clã original,
dando origem a novas linhagens que posteriormente se estabeleceram a oeste, sul e
sudeste do território ocupado pelos Caronga. Assim, Undi irmão de Caronga moveu-
se para oeste e estabeleceu a hegemonia da sua linhagem sobe os povos de língua
Cheua e Nsenga, abrangendo a norte da província de Tete. Por outro lado, Kaphwiti
e Lundu lograram dominar as populações do vale do Chire.Diferentemente dos
Mwenemutapas a sul do Zambeze, os Maraves a norte dominaram o seu território
através da absorção e adaptação da ideologia local, acompanhado com o casamento
com mulheres nativas, promovendo o controlo sobre a esfera ideológica.

Limites

 Norte: Malawi
 Sul: rio Zambeze
 Este: Rio Luangua
 Oeste: Rio Chire

Assim, o estado Marave passou a ter como estados satélites: Undi, Lundu, Kaphwiti
e Biwi. Todos estes estados onde o aparelho do Estado se confundia com a família
reinante, eram governados por membros oriundos do clã original Phiri. O termo
Marave designa várias formações etnolinguísticas.

Principais actividades

Actividades Económicas

A principal actividade económica dos povos Maraves era a agricultura e o comércio


a longa distância. Pode-se aceitar que a Mapira era o cereal mais cultivado entre o
Chire e Luangua. Cultivava-se o milho, mexoeira, amendoim, leguminosas, etc. A
agricultura era itinerante sobre queimadas, sendo a enxada de cabo curto como único
instrumento utilizado. No estado Marave, para a produção agrícola havia uma forma
de cooperação entre os camponeses designada por Dima, que previa entre outros
aspectos garantir maior produção e productividade. É certo que os Maraves
produziam e comercializavam as enxadas da metalurgia. Por outro lado, havia uma
produção considerável de tecidos de algodão para troca, designadas por “Machiras”.

Um outro produto saído do território Marave era o Sal e há evidências de que ele era
adquirido por mercadores Ajauas e Bisa.

Tal como sucedia no império de Mwenemutapa e das linhagens satélites, as classes


dominantes dependiam para a sua reprodução de duas fontes: Tributos diversos
como o comércio do marfim, o qual representava para os soberanos Maraves o
mesmo que o ouro para os soberanos Chona.No caso do estado dos Undi, a classe
dominante recebia tributos regulares e tributos rituais.

Os súbditos eram obrigados a trabalhar regularmente nas terras dos chefes, a


construir casas para a classe dominante e assegurar a manutenção da capital. Como
tributos rituais, havia as primícias das colheitas e as taxas devidas ao facto de os
chefes orientarem as cerimónias mágico religiosas.

Ainda no Estado Undi, os súbditos eram obrigados a cultivar produtos para o


interesse geral conhecidos por “Munda ya Chiweta”.Com o produto do
sobretrabalho dos súbditos o Undi sustentava visitantes e Litigantes, entretinha
jogos e danças e socorria os necessitados.

Recebiam igualmente tributos de vassalagem que incluíam penas vermelhas de


certos pássaros, marfim, peles de leão e de leopardo, partes comestíveis de outros
animais, tributo de trânsito dos comerciantes designado por Mororo e primícias das
colheitas.

Estrutura sócio-política e administrativa

O aparelho político do Estado Marave era complexo. Porém, tomemos o exemplo do


Estado Undi, cujos territórios abrangiam a actual província de Tete.

 Undi: Chefe máximo do Estado


 Mambo: Chefe dos territórios conquistados
 Mwene Dziko: Chefe Territorial
 Mwene Mudzi ou Fumo: Chefe da aldeia

Todavia, há que salientar que cada chefe era servido por um conjunto de
conselheiros os mbili, singular ambili. Havia igualmente um corpo de funcionários
subalternos como mensageiros e guarda do chefe.

No Estado Marave, todos os chefes estavam ligados por laços de parentesco. Os


membros da aldeia, os Mwene Mudzi eral geralmente membros seniores das
matrilinhagens locais, sendo o núcleo matrilinear básico designado por bele,
formado pela mulher, por suas irmãs casadas e ou solteiras, filhos não casados,
filhos das irmãs e por incorporação pelo marido da mulher e pelos maridos das
filhas da mulher.

Papel das crenças mágico-religiosas

As crenças mágico-religiosas do Estado Marave eram destinadas a evocação das


chuvas, a fertilidade das terras, ao controlo das cheias. Esses cultos eram dedicados
a entidades supremas como era o culto do Muári ou Muáli, o culto de Chissumpi,
que era a veneração de espíritos naturais e o culto de Makewana.

A penetração dos Caronga-Phiri não foi violenta de tipo militar. Foi no entanto
seguida de absorção gradual dos cultos nativos. O gradual domínio dos territórios
através da absorção e adaptação da ideologia local, foi acompanhado pela prática de
casamentos com mulheres dos clãs nativos. Em alguns casos, o Undi casava com a
irmã do chefe local, dando-lhe em troca uma das suas irmãs para ser esposa.

Decadência do Estado Marave

O declínio das rotas comerciais Marave que iam até à costa, substituídas desde fins
do século XVI por duas rotas controladas pelos mercadores Ajauas pode ter
constituído um dos factores que minou o poder das dinastias Phiri, juntamente com
dissensões dinásticas e uma fragmentação linhageira intensa.

Por outro lado a decadência dos Estados Marave, no século XVI foi intensificada
pela penetração de mercadores no fim do século XVIII. Alguns deles acabaram
casando-se com a filha de Undi reinante e começou a sua vida como prospector de
Ouro, utilizando mulheres escravas.

Há que ter ainda em conta a invasão dos Nguni provenientes do movimento


Mfecane, um extenso movimento de migrações encetado na Zululândia devido as
lutas violentas interlinhagens.

Outro factor a ter em conta na decadência dos Estados Marave está certamente
associado à penetração mercantil portuguesa no vale do Zambeze a partir de 1530 e
ao bloqueio feito á penetração Swahili-Árabe.

Podemos ter ainda como causa da decadência deste Estado, os conflitos no seio da
classe dominante Marave pelo poder que acelerou a desintegração das linhagens
dirigentes.
Conclusão

Estados Maraves começaram a formar se após a chegada ao sul do Malawi, de


camadas sucessivas de emigrantes, provavelmente oriundos da região luba do
Congo e liderados pelo clã Phiri e que o monarca do clã phiri recebia o título
nobiliárquico de karonga,e ele devia obrigatoriamente casar-se com uma rainha, a
Mwali, saída do clã autóctone Banda, a sucessão ao trono era feita de forma
matrilinear. No que concerne a estrutura económica a agricultura era bastante
intensiva nos vales dos rios como o do chire, e mais itinerante sobre queimadas nas
zonas altas, sendo a enxada de cabo curto praticamente o único instrumento de
trabalho utilizado, na sua cultura na região existiam lã dois cultos de larga projecção
e independência relacionada com a produção de chuva, o makewana e o mbona, e
por último na sua decadência causado pela penetração de uma nova geração de
marcadores e o aparecimento dos Nguni, oriundos do Mfecane, um extenso
movimento de migrações encetado na Zululândia devido a lutas violentas de
interlinhagens.
Bibliografia

Mataurca & Cossa, História 12ª Classe, pp (87-93)

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