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De acordo com MARTINEZ (2008:37) o povo Macua actualmente vive numa área decerca de
300.000km² a norte de Moçambique, que abrange as províncias de CaboDelgado, Niassa,
Nampula e Zambézia, na Região conhecida tradicionalmente pelonome de Macua ou WA-
AMPHULA, é delimitada a norte pelo rio Rovuma a leste peloOceano Índico ao sul pelo rio
Lucungo nas proximidades do rio Zambeze, e a oeste pelorio Lugenda.
Os Macua têm fronteira á norte com os macondes, os yaos e os Anynjas; ao sul com ossenas e os
chuabos; e com grupos islamizados, no litoral Índico.Também se encontram Macuas embora em
números mais reduzidos que e Moçambique na Tanzânia e no Malawi, devido as migrações do
século XIX, igualmente se encontram grupos deMacuas em Madagáscar, nas ilhas Seychelles e
nas Maurícias, devido ao comércio deescravos durante os séculos XVIII e XIX.
Origem
TODOs os grupos que formam a sociedade Macua estão ligados aos mitos sobre a origemdo
mundo e do homem. São unânimes em indicar o monte Namuli como o lugar originário
primordial. Este monte de 2419m de altura está situado na serra de Guruéá norte da província
de Zambézia
Segundo a tradição popular, os primeiros homens depois de serem criados por Deus nasgrutas
mais altas da serra, organizaram uma viagem ate a planície, descendo por várioscaminhos na
medida em que se multiplicavam iam se separando, dando origem aosdiferentes grupos que hoje
compõe o grupo Macua, diferentes na maneira de falar, e emalguns expressões culturais, mas
unidos entre s pelos laços mais fortes d3 A Expansão do povo Macua
Com a multiplicação do povo Macua, descobriram novas terras até que um dia a beiradum
grande rio, o Malema, que corre na região. Quiseram atravessa-lo e, para issotiveram de construir
uma ponte rudimentar usando cascas de arvores para fazerem ascordas, que serviram para o
efeito preparada a ponte de cordas começaram, a passar todos os homens e mulheres que podiam,
animando se mutuamente. Porém,
quando jamais de metade de grupo tinha atravessado para outro lado do rio, as cordas nãoresistir
am, cederam e, num abrir e fechar do olho, a ponte ruiu, caindo também algumas pessoas
no rio.Aqueles que ainda não tinham atravessado o rio, assustados com o facto não
quiseramreconstruir a ponte, pois, para além do trabalho enorme necessário para o fazer, pensara
m que o aconteceria, tinha também outras causas mais profundas, motivo peloqual tiveram medo
e decidiram ficar cada qual onde estava. O povo Macua é formado por vários grupos, sendo os
mais importantes:
: nos distritos de Montupuez, Balana, Namumo, Pemba, Ancuabe, Quissanga, Meluco, Macomia
e Mociboa da Praia,na província de Cabo de Delgado; e nos distritos de Marrupa e Maua
na província de Niassa;
: nos distritos de Gorue, Gile, AltoMolocwe e Ile na província da Zambézia; nos distritos de
Maluma, Ribawe,Murupula e Moma na província de Nampula; e Mecanhelas na província
de Niassa.a língua ecultura
Há outros grupos mais pequenos sob divisões dos anteriores, como por exemplo:
•Grupo de Rovuma
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Grupo Chaca ou ESAAKA, nos distritos de Chiure e Mecufe, na província decabo delgado;e nos
distritos de Erati, na Caroa e Memba na província de Nampula;
•Grupo Xirima nos distritos de Cuamba, Metarica e parte deMaua na província de Niasse
e zonas limítrofes de Nampula;
Unidade original:
Unidade Linguística:
entre os vários grupos macuas, há sem dúvidas, diferençasdialectais, mas todos os dialectos
pertencem, como ramos de uma arvore, a mesmalíngua macua. Prova desta unidade linguística
são os nomes das pessoas, dos montes,dos rios muitos deles derivados de nomes de animais e
plantas e toda a toponímiafundamental em todos estes nomes.
Segundo MARTINEZ (op, cit : 79) o nascimento de uma criança é um dosacontecimentos mais
importante da sociedade macua. A criança é desejada e esperado pelos pais, pelos responsáveis
e membros da família e, finalmente por todos membrosda sociedade porque todos amam a vida e
desejam que esta continue. Cada vez quenasce uma criança este ideal realiza-se concretamente.
Um outro filho significa, para afamília e para a sociedade a esperança concreta de que a vida não
acaba, é sinal de queos antepassados continuam a ser intermidiários entre a fonte da vida e da
sociedade. isso, o nascimento duma criança é motivo de festa para toda a comunidade, e de
alegria para todos.
De acordo com MARTINEZ (op, cit : 81) a esterilidade é algo sempre considerado, nasociedade
macua, como uma desgraça, um castigo ou maldição, consequência directa datransgressão de
alguma lei, de um mau comportamento ou acção de aguém que nosdeseja mal.O povo despreza o
homem e a mulher estéries porque “suspende a vida”; sendo estériesopõem se, de facto, a
transmissão da vida, como homens e mulheres assim quebra-se aligação que nos une aos
medianeiros da vida, interropendo-se a corrente vital. Por isso,o povo macua mantém uma
atitude de desdém para com os estéries e os que não CASAM .
A Gravidez
Parafresando MARTINEZ (op.cit ), o ciclo vital começa naturalmente, com a concepçãode uma
nova vida (orupaliwa), a que se segue, naturalmente, a gravidez (erukulu),durante a qual a
mulher se prepara para se mãe. Dão se nela uma série de alterações biológicas externamente
observáveis, que são sintomas eniquívocos do seu novo estado.Então o marido diz que a sua
mulher “está saciada” (orupanle), indicando, com estaexpressão o seu estado de gravidez. A
mulher dirá aos seus familiares, especialmente
as pessoas mais velhas da família que agora “está fechada” (owala), comunicando destaforma o
seu novo estado.
No período de gravidez, os pais da criança que se está a formar no seio materno devemcontinuar
a ter relações conjugais, para que o filho se torne cada vez mais, segundo amaneira tradicional. A
mulher grávida submete-se ao rito de corte de cabelo
(ometxha),um rito de separação com a qual, através de um sinal corporal, é mostrado ácomunida
de o novo estado da mulher que vai ser mãe.
2.12 Matrimónio