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salato

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Os Ritos de Iniciação na Sociedade Moçambicana


Rito de Iniciação
Rito é um conjunto de cerimónias religiosas diferentemente regulados, segundo
as diversas comunhões ou em diversas sociedades.

Ritos de iniciação são cerimónias de carácter tradicional e cultural praticado nas


sociedades africanas que visa preparar o adolescente para encarar a outra fase da
vida, isto é, a fase adulta.

Visam essencialmente a integração pessoal, social e cultural do indivíduo,


permite ao indivíduo reunir múltiplas influências do seu meio para em seguida
integrá-la na sua maneira de pensar, de agir e de si comportar, o indivíduo participa
activamente nas actividades e na vida do grupo que pertence.

Na sociedade moçambicana, os ritos de iniciação não se manifestam de maneira


homogénica. Eles variam de província para província, de região para região, de
religião para religião, e de sexo para sexo.

O objectivo destas cerimónias é de preparar os rapazes e as raparigas para a vida


matrimonial e social e com o rito de iniciação os rapazes e as raparigas têm o acesso
a participação e ao conhecimento de certos mistérios.

Ritos de iniciação masculina


Os ritos de iniciação masculino, eles subscrevem-se em realizar a circuncisão
e todas as actividades a ela inerentes durante o período de preparação, e
ensinando aos jovens tudo o que possa a vir a encontrar na vida e que
necessite conhecer para a luta. Alí, aprende-se a sofrer com resignação todos
os martírios que lhe infligirem bem como todas as durezas da vida e, até, é-
se-lhes ensinado a caçar.

Como decorrem os ritos?

No dia marcado, o jovem em companhia do seu padrinho partem para a mata,


segurando uma perna de galinha com uma shima de mapira ou milho que lhe é
dado pela mãe.

Ao longo da caminhada para a mata, a marcha é interropida por um grupo de


assaltantes mascarados que gritam fortemente para assustar os garotos.

Quando já se aproximam do local escolhido pelo chefe tradicional no meio de


uma floresta o padrinho tapa-lhes os olhos e os tambores e apitos rufam para que lhe
não oiça os gritos dos outros circuncidados.
«Metem-lhes um pauzinho entre os dentes para melhor suportar as dores.

Nisto o Namuko aproxima-se do garoto a “relampago” e corta o perpucio do


circuncidado de uma só vez mesmo que não o atinge não repete.» (1)

A navalha tradicional usada nesta operação é antes levada ao fogo para evitar
infecções. Depois da operação o namuko deita-lhes um remédio tradicional para
cicatrizar a ferida.

Neste intervalo de tempo, até que a ferida cure o jovem é proibido de comer
alimentos salgados, segundo a tradição, infectária a ferida. Neste periodo não pode,
tomar banho e nem tocar na água.

É raro que alguem morra por infecção mas quando alguem morre não se comunica
a família até acabar o período de incubação todo o grupo regressa a casa.

«A mãe fica a saber da notícia no de “Okuma aluka”, ressurgimento do


jovem.»(2)

Moeda/Cabo Delgado
As cerimónias da puberdade dos rapazes chama-se Licumbi e nelas também
entram os bailarinos mascarados mapiko.

O chefe da aldeia deve arranjar o curandeiro (Namulo) que será o mestre da


cerimónia, e durante a cerimónia o Nalumbo terá o corpo manchado de bolinhas
brancas.

Esta festa realiza-se na época seca, escolhe-se este período porque há menos
trabalho nas machambas e é um bom tempo para fazer festas ao ar livre e porque os
rapazes podem viver melhor no mato durante o período necessário de isolamento.
Eles também escolhem esta época do ano por se preparar melhor as bebidas
fermentadas e comidas para a festa.

É o Nalungo que faz a circuncisão dos rapazes e fornece o remédio para eles
resistirem aos perigos do mato e lhe dá indicações do que podem e não podem fazer
durante o Licumbi.

Cada rapaz (Mwali) deve ter um padrinho que lhe acompanhe durante todo o
Licumbi e este padrinho chama-se Mbwana, o mwali é conduzido pelo mbwana para a
circuncisão e ajuda-o durante o período de isolamento no mato. (3)

Ensina-lhe muitas habilidades para a vida futura tais como; construir casa, fazer
armadilhas para caça de animais e tudo aquilo que é importante para a vida
matrimonial e social. O mbwana depois de dar estas habilidades, empresta ao seu
protegido, uma navalha velha para poder executar o que lhe é ensinado. Quando
termina o licumbi o mbwana recebe de volta a sua navalha velha, e oferece uma
nova nova ao seu mwali.
Durante as cerimónias, cada iniciado planta uma estaca de qualquer árvore que
traz pela 1ª vez que vai para o mato durante o licumbi, num local chamado maûle.
Durante o licumbi o namulo impõe algumas proibições tais como: as mães dos
iniciados não podem comer carne, não podem tomar banho no rio, falar ou
cumprimentar as pessoas e não podem dormir, por sua vez os rapazes também não
podem comer carne, nem podem ser vistos pelas mulheres e pelas crianças, não pode
atravessar caminhos sem antes esfregar um pouco de areia na testa e no umbigo.

«todas as roupas usadas durante a iniciação são queimadas e os jovens recebem


outras novas, queimam também a cabana que usam também durante o rito de
iniciação. Pintam seus corpos, enfeitam as pernas com ornamentos feitos por eles
próprio, com frutas secas em cujo o interior chocalham as sementes, recebem então
o nome novo e abandonam o da nascença, “Nsina nokhani”»(4)

Quando olham o fogo para queimar a cabana que todos partilham os jovens
deitam-se de braços no chão de forma a não presenciarem as chamas, porque se eles
presenciam as chamas serão estéreis. (5)

Na sociedade Makhuwa
Entre os Makhuwas, são recomendados aos iniciados a fazerem a sua estreia
sexual dentro dos primeiros três dias depois do regresso, se não fizerem as estreias
dentro deste periodo recomendado pode se tornarem estéreis ou terem uma vida
sexual aberrante. (6)

Os jovens regressam em grupo a aldeia recebe-os com grande alegria – Kujuluca,


okhuma olukhu, os seus novos membros, no meio de cantares, danças e actos
simbólicos que referem a morte da vida da criança e nascimento de um cidadão novo
para a comunidade.

Os que já passaram pelo rito de iniciação são proibidos de contar aos não
iniciados e as mulheres o que se passou e aprenderam na floresta sob pena de morte
se assim o fizer.

Na Zambézia
A circuncisão é feita por indivíduos de sexo masculino em número de seis
homens chefiados por um “Rabamoma”, que é um homem corajoso e
conhecedor de raízes medicinais, este é acompanhado por uma mulher que
prepara as raízes medicinais que dá a tomar aos circuncidados. No final desta
operação vão para uma moita esperar a hora marcada, e quando chega esta
hora o circuncidado é despido e transportado pelo padrinho (moli) para as
operações. Em seguida aparecem dois outros ajudantes a pôr nas feridas um
medicamento em pó cinzento, daí são levados para um outro lugar onde são
dados de comer, umas colinhas de massa de arroz, mapira, milho,ou mandioca
cozida com medicamento oleoso. A partir deste momento os iniciados não
usam a sua roupa antiga nem se avistam com nenhuma mulher.
No meio de canções vão para o acampamento (Mussassa), onde ficam até a
cicatrização completa que dura de quatro à seis meses. Durante a permanencia no
mussassa são lhes ministrados vários ensinamentos por meio de canções com
respectivos sentidos, a um responsável de ensino que é uma pessoa versada em
muitos assuntos de filosofia tradicional (Emariha).

Cicatrizadas as feridas os iniciados são levados para um ribeiro mais próximo com
a finalidade de receber um banho purificador acompanhado do moli, entra na água e
o moli mergulha-lhe a cabeça até aos ombros por três vezes, saem juntos para fora.
E este é o momento de vida ou morte para os iniciados e chama-se Ohuabamuala-
hùguma. No fim, os familiares só poderam saber da morte do seu filho só depois de
todos iniciados terem sido entregues aos seus familiares.

Djando (Niassa)

Depois de garantido os requisitos exigidos para a sua efectivação (o pessoal,


indumentário e o acampamento) realizam-se cerimónias para entrega dos
iniciados a estruturas do djando. Essas cerimónias têm lugar na casa do
nakaugo, local indicado para

a concertada do ritmador, seus familiares e outros convidados. Em regra, as


ceremónias realizam-se na noite enterior ao dia da partida dos iniciados para
ao acampamento, fazendo-se acompanhar dos aloubwés.

No que diz respeito ao pessoal, para além dos próprios iniciados, a estrutura
responsável pelo djando é: N’galiba, nakauga, atchitonombe, nampako,
aloubwé e n’tchando.

Namuko: é a pessoa responsável pelo acto da circuncisão e pela saúde de


todas as pessoas envolvidas na efectivação do djando. O n’galiba é, por
definição considerado a pessoa altamente competente e a mais experiente na
sua actividade profissional.

Nakaunda: é o supervisor geral do djando. Ocupa-se com recolha conselhos,


críticas, observações e recomendações confidenciais dos mais velhos que pela
idade avançada podem não querer passar pelo acampamento de djando. Além
disso o nakaugo é que nomeia e admite o atchitonombe e nampako. Para ser
nampako basta ser o primeiro a tomar a iniciativa de iniciar os filhos, todos os
outros que aderem posteriormente sujeitam-se a subordinarem-se ao primeiro
que normalmente é que suporta com a maiores despesas de djando.

Atchitonombe: orienta todos os exercícios matinais e decide sobre a


reeducação de tudo e qualquer iniciado que comete um erro, na ausência do
nakauga o atchitonombe é que o substitui.

Nampako: é a pessoa designada para controlar todas as actividades dos


iniciados e dos aloubwé.
Aloubwé: pessoa a quem lhe é confiada a tarefa de acompanhar, directo ou
indirectamente, os iniciados. São escolhidos segundo a preferência dos
alouubwé. Eles devem receber a comida para os iniciados cujo consenso é
sempre colectivo. Caso a comida não seja suficiente, então, guarda-se até
que chegue para todos.

Defendem o iniciado é sua responsabilidade quando necessário, no caso de ser


condenado a pena maior, informa aos pais sobre o estado de saúde do
iniciado. É, também sua função receber dos pais novos nomes dos seus filhos
recém-nascidos.

N’tchando: é nomeado entre os iniciados do nakaugo, normalmente é o filho


mais velho. O ntchando responde pelos seus colegas durante o tempo de
repouso ou de actividades recreativas sob suas ordens, os iniciados não podem
maltratar qualquer pessoa que viole o código ritual, pondo em causa os
tempos livres.

A vida no acampamento

chegado ao acampamento, os ritmados são submetidos imediatamente a


circuncisão, sendo, este, um acto doloroso que acarreta inevitavelmente
choros e gritos. Para impedir que aqueles sejam ouvidos por pessoas alheias
ao rito, é que provavelmente causaria medo nas crianças ainda não
circuncidadas, os alombwé fazem todo quanto esteja ao seu alcance, tocam
tambores com maior rigor, dançam e cantam alto. Também tem sido uma
prática tapar a face do iniciado para impedir que estes vejam o material
usado na circuncisão.

Como tratamento para as feridas causadas na circuncisão, utiliza-se seiva das


partes inferiores do cacho bananas ou cinzas de algumas plantas. Esses
tratamento é feita no dia seguinte a circuncisão. Findo o processo de
circuncisão segue-se a fase de mistificação dos iniciados. Nesta fase o papel
mais importante é desempenhado pelo pelos acompanhantes particulares
(alombwés) que se encarregam de indagar os iniciados toda uma série de
mitos e tabus. A não aceitação de tabus, sempre foi, é tida como fundamento
para as penalizações, incluindo as chicotadas.

Para se garantir que não haja fuga de informação sobre o sofrimento a que os
jovens são submetidos nos ritos, utilizam-se ameaças de morte d uma pessoa
mais importante da família (pai, mãe, tio, irmão, etc.).

Entrega da alimentação

Como vimos anteriormente, uma das funções dos aloubwés é de receber


comida dos iniciados. A comida é recebida no posto de controle, onde um ou
dois aloubwé se encontram de permanência.

As pessoas que trazem comida, devem entoar no mínimo o por norma uma
canção cujo o conteúdo deve ser o tipo da comida trazida. Raras vezes o
alombwé, quando vê que um caril foi bem confeccionado não comem todo.
Em substituição, fazem molho de carvão e obrigam os iniciados a comerem,
ninguém deve recusar-se ou reclamar.

Regresso a casa

Quando falta poucos dias para regressarem para casa, os iniciados vestidos de
esteiras de bambo caniço e comandados pelos N´tchando costumam efectuar
visitas aos familiares, e durante essas visitas sempre realizam-se nas noites, e
cada um dos iniciados presta declarações de como ultrapassou este ou aquele
defeito ao mesmo tempo que anuncia o seu novo nome no último dia,
queimam todas as cabanas do acampamento, não deixando qualquer vestígio.

Nesta mesma noite os iniciados regressam a casa e é uma noite de festa.


Apartir daí os jovens são considerados como homens, devendo gozar de todos
os direitos baseados nos contumes por mais jovens que sejam.

Ritos de iniciação feminino


Uma rapariga só é reconhecida como ser completo
depois de ter passado pelos ritos de iniciação, estes
tem como objectivo a formação de mulheres para
enfrentar as múltiplas tarefas do lar nos aspectos de
uma futura esposa mãe e produtora de bens materiais
em benefício do marido e dos filhos. As mestras
ensinam que a menstruação nada tem de anormal,
antes pelo ao contrário de que em breve pode
procriar.
Sociedade Nhanja
«as raparigas menstruadas pela primeira vez são conduzidas a uma palhota no
meio do mato, longe da povoação, e alí entre cantigas e prelecções sub a direção das
mestras idóneas aprendem tudo o que uma mulher deve saber nas suas relações com
o outro sexo. Durante o período de iniciação, que dura cerca de oito dias, as
raparigas não podem ter o menor contacto com estranhos, mesmo do seu sexo,
excluindo o contacto obrigatório e indispensável com as mestras. O ruido dos
batuques próprio das cerimónias, impedem que o viajante disprevenido se aproxime
do recinto. Findo estes ritos, a palhota que as albergou é queimada indo todas as
iniciadas banhar ao rio mais próximo, vestindo-se depois, os seus panos mais vistosos
e adornando-se com missangas de cores vivas» (7)
Tribo Ahirima
As raparigas iniciadas sentadas cercadas palas mulheres Mais ou menos
ébrias com um canto monótono abordando o assunto erótico, ao desenrolar
dos cantos as raparigas vão-se despindo ficando nuas tapando teoricamente o
sexo com um pano de oito centímetros de largura, segurado atrás e a frente
de um cinto de missangas, nestes cantos as raparigas são ensinadas a
limparem sempre o semém derramado pelo marido com as mãos depois de um
acto sexual, nunca pode usar um pano para tal; mostrar sempre o seu
conhecimento ao marido, saber agradecer quando lhe oferece algo, sempre
que estiver menstruada deve avisar o marido e nunca pode cozinhar e tocar
no sal enquanto estiver menstruada, só podendo fazer após o fim da
menstruação e de ter uma ou duas relações sexuais com o marido.(8)

Durante os dias da primeira menstruação, a rapariga esconde-se e nenhum


homem pode vela sob pena de ficar cego. Em seguida chama-se a madrinha (Moli),
ficando a donzela (Namuali), completamente entregue aos seus cuidados. Ela é
fechada num quarto durante seis a sete dias, até passar a menstruação. Só sai
acompanhada da madrinha para assistir as várias danças, é ela que lhe prepara os
alimentos, sempre sem sal. É ensinada a utilizar ervas medicinais durante o banho, a
usar infusões de raízes para dominar as dores, ter cuidado com a sua higiene íntima e
vida sexual, a puxar o matís “ithuna” (desfloração dos lábios menores da vagina).
Esta operação ritual consiste em queimar rícino (ikurra) e com cinza obtida da
mesma fazer-se a dilatação dos lábios menores e do clitóris, até ao ponto de cobrir
toda a superfície vaginal, chegando por vezes a atingirem dez centímetros.

Este rirual tem como objectivos:

Ø Provocar sensação no sexo masculino do marido

Ø Tornar-se sexualmente bastante agradável para qualquer homem.

Além de desflorar os lábios menores da vagina, em algumas tribos a jovem é


feitas tatuagens nas coxas, no abdómen, nas nádegas, na cara e nas pernas e
entregue missangas para passar a pôr nas ancas.

Quando a rapariga sai fora pela primeira vez para tomar banho, toca batuque em
sinal de regozijo, mostrando que ela esta pronta para procriar. Podendo casar desde
logo, é nesta ocasião que se realiza a Emuali – cerimónia de iniciação só para
mulheres. Nenhum homem se aproxima, pois que, mal oiçam o ruido do pequeno
tambor usada na dança, os homens afastam-se a correr convencidos de ficar doidos.
As mulheres formam um círculo enquanto uma delas “namugo” e a namuali dançam
no centro. Uma outra, com uma escultura de pénis, normalmente de madeira, presa
na cintura vai também ao centro com a mulher, que la se encontra completamente
nua, simulam o acto sexual, dramatizando-o para a jovem namuali. Com as mãos
untadas com uma pasta de cinza, misturada com óleos silvestres, a jovem passa
várias horas do dia, puxando compassadamente os pequenos lábios. As mulheres
acreditam que isto dá grande prazes ao homem e aquelas que não procederem a esta
deformação, terão problemas no lar.
Ensina-se a jovem a obediência ao marido, nunca lhe responder de má vontade,
aquecer água para o banho, a importância da higiene dos órgãos sexuais femininos e
do seu marido apôs as relações sexuais, aceitar relações sexuais sempre que o marido
quiser, e agradar sexualmente o marido, torna-se desconselhavel ficar indiferente
durante o acto sexual.

Impacto dos ritos de iniciação no sistema educacional em Moçambique

A educação tradicional é uma educação não formal. Ela é dada a criança não
lhe permitindo individualizar-se do grupo, visava a formação da personalidade
no sentido de dependência no grupo através do desenvolvimento da sua
consciência.

Entre os 7 e os 10 anos inicia-se a separação de sexos, o rapaz vive ao lado do


pai, enquanto a rapariga ao lado da mãe. É neste período que a criança começa
progressivamente a participar nas actividades produtivas da família. A medida que a
criança, a separação conforme sexos torna-se cada vez mais nítida, o rapaz começa a
ser integrado na intimidade dos homens, enquanto a rapariga, se mergulha no
misterioso mundo das mulheres.

Os ritos de iniciação têm lugar por volta dos 10/15 anos e são marcados por
acções educativas mais conscientes. É nessa altura que a educação dos jovens é
confiada a alguns membros designados pela comunidade, compreendendo os
fundamentos da vida social, os valores culturais, costumes e tradições.

Numa estreita ligação com os adultos, os adolescentes aprendem um ofício, são


lhes comunicado os principais segredos da família e da tribo. Assim, o adolescente
forjado na iniciação é um homem completo, ele tem da sua vida e da sua
comunidade uma ideia clara e corrente, sabre o que ou outros esperam e o que deles
pode esperar.

A educação tradicional dá ao jovem, um conjunto de conhecimentos utilitários


que lhe permitem enfrentar com eficácia e sem frustrações as dificuldades da vida
futura.

Actualmente em Moçambique, a educação tradicional não existe no seu no seu


estado puro, apesar de continuar presente na comunidade. Ao nível das escolas,
particularmente nas zonas rurais a sua presença é notória nas crianças, nas quais se
verificam os valores tradicionais veiculados e defendidos pela família.

Por outro lado que se observa actualmente em grande parte dos jovens nas
cidades ou vilas, são inúmeros casos casos, de má conduta nas escolas, centros
internatos e lares, falta de ética, a aderência a atitudes imorais, o consumo de
álcool e drogas, a prática de criminalidade, as infidelidades conjugais, os divórcios
ou ainda as insatisfações sexuais dos casais devido a uma educação sexual deficiente,
podem ser reflexo da decadência da educação tradicional pura.
Com o reconhecimento e valorização da educação tradicional em
Moçambique, o sector de educação vem fazendo respeitar em algumas zonas,
a periodização da realização dos ritos de iniciação de acordo com as zonas, de
modo a não chocar intimamente com o calendário escolar tomando sempre
em consideração e respeito que algumas crianças devem participar nos ritos
em pleno período escolar.

Aspectos positivos

Ø A circuncisão, devido a higiene pessoal que evita possíveis doenças de


transmição sexual;

Ø Integração social e formação da pessoalidade do indivíduo;

Ø Educação cívica moral (respeito aos mais velhos, aos lugares sagrados, aos
mortos);

Ø Educação sexual e matrimonial.

Aspectos negativos

Ø Os procedimentos para o acto de circuncisão é demasiado doloroso, aliado


ao uso de instrumentos cortantes não adequados;

Ø O elevado risco de vida dos iniciados ao mergulhar na água, durante o


isolamento ficam a mercê dos animais ferozes e frio;

Ø Preparação da mulher para total submissão ao marido, negando-lhe


emancipação;

Ø Educação ao homem para manifestação do poder autoritário;

Ø Não adequação do programa dos ritos de iniciação com o calendário escolar;

Ø Longo período de permanência nos ritos de iniciação para os rapazes;

Ø Separação dos trabalhos caseiros e outros por sexo;

Ø Limitação da dieta alimentar (não consumo de ovos, fígado, moela, etc.).

Factores que podem interferir nos ritos de iniciação


A educação tradicional em moçambique através dos ritos de iniciação é complexo
e multiforme devido essencialmente as diversas culturas, como o ilustram as
diferentes línguas que abundam, alicerçado pela vastidão do seu território e
influência de culturas dos países vizinhos. Assim, podem ser apontados alguns
factores que podem concorrer negativamente para a manutenção dos traços culturais
tradicionais originais:
Ø Os valores culturais tradicionais são transmitidos de geração em geração
através dos mais velhos aos mais novos com base na capacidade de
aprendizagem e transmissão via oral de vido a escassez ou não existência
de registos escritos. Em cada fase, cada tipo de cultura vai se
fragilizando, e a pouco e pouco a originalidade vai cedendo lugar a
inovações;

Ø Os interesses relativos a convicções e crenças religiosas que pululam no


país, na maioria transportadas gratuitamente do estrangeiro;

Ø O matrimónio conjugal entre uma pessoa que passou pelos ritos de iniciação
com outra que não passou pelo rito;

Ø O impacto do desenvolvimento económico, sócio-cultural, que origina a


movimentação campo-cidade e vice-versa, devido a implantação de novos
projectos de desenvolvimento;

Ø A actual preocupação do governo na divulgação do programa de prevenção e


combate as DTS/HIV/SIDA a todos os níveis e os cuidados básicos a ter em
consideração para não proliferação da doença orientando, por exemplo,
aos procedimentos de utilização de objectos cortantes, até aos médicos
tradicionais;

Ø A livre escolha de parceiro(a), para o casamento (Cristão – Muçulmano,


Macua – Sena, Maconde – Ronga, Nhungue – Machangana, Negro(a) –
Branca(o), etc.).

SALATINHO às 11:24

52 comentários:

1.

Unknownqua. mai. 15, 03:36:00 PM

obrigado pela informacao


Responder

Respostas

1.

Unknownsáb. nov. 03, 06:31:00 AM

aprendi bastante obrigada


Responder

2.

Anônimoqua. set. 25, 02:26:00 PM


Continue assim...!
Muito Obrigado
Responder

3.

Unknownqui. set. 26, 01:09:00 AM

Salas junior estas de parabens gostei muito do assunto abordado por ti,
continui assim a mostrar a cultura dos Mocambicanos...
Responder

4.

Alfredo Ernesto Nhampimbedom. abr. 13, 01:05:00 AM

bom dia, o assunto que nos tras aqui e muito interessante, trazes
aquilo que e acultura mocambicana
Responder

5.

Unknownqua. jul. 23, 11:14:00 AM

Sera que seria bom oficializar esse tipo de Educacao?


Responder

6.

Unknownqua. jul. 23, 11:19:00 AM

acho que talves teriamos uns jovens " peritos" no sexo! isto ia virar
memo um Moz que nunca imaginamos...talves o nr de dvorcios ia
diminuir, pk a cada dia um certo casal ia exibir ao seu parceiro os
dotes...ahh seria uma coisa fantastico....
Responder

7.

Unknownqua. set. 10, 06:48:00 AM

Os ritos deviam abrangir quase todo moz, pois todos rapazes e


raparigas teriam acesso a uma preparação para a vida futura que lhes
espera.
Responder

8.

Unknownsex. mar. 27, 01:29:00 AM

obrigado pela informacao


Responder

9.

Horacio de Matosseg. abr. 27, 05:03:00 AM

interessante esse assunto.


Responder

10.

Mapenganesáb. mai. 16, 01:43:00 AM

o assunto foi de muito interence.mocambicanos precisam mas sem


exagero.
Responder

11.

Mapenganesáb. mai. 16, 01:49:00 AM

o assunto foi de muito interence.mocambicanos precisam mas sem


exagero.
Responder

12.

Unknowndom. ago. 16, 06:06:00 AM

Muito obrigado meu irmao, Deus abencoe te sempre....


Responder

Respostas

1.

Unknownsex. mar. 04, 11:06:00 AM

Que ilumine o sei caminho


Responder

13.

Unknownter. set. 01, 08:11:00 AM

grande informe para a vivencia da comunidade Mz.


grato
Responder

14.
Grupo 7 de TICSsex. set. 18, 01:31:00 AM

Gostei Salato. Foste prudente na sua explicacao


Responder

15.

Anônimoseg. nov. 02, 10:38:00 PM

Muito bom, foi positivo...


Responder

16.

Unknownter. nov. 03, 12:53:00 AM

esse aspecto de ritos de iniciao deixa muitas opnioes porque ela vem
com os seus pontos fortes mais tambem os seus pontos fraco.pois por
esses aspectos mencionado e abstractos deixa como que a relatividade
d opniao seja dominate.
Responder

17.

Unknownseg. nov. 16, 06:17:00 AM

continue assim meu irmão e um algo veritico


Responder

18.

Unknownseg. nov. 16, 06:18:00 AM

continue assim meu irmão e um algo veritico


Responder

19.

Unknownsex. dez. 11, 12:51:00 AM

Foi um tema muito interessante, ajudou-me muito a conhecer a minha


tradição makonde
Responder

20.

Unknownqui. mar. 24, 02:05:00 PM

Avanta ecom isso , educa muito pra o nosso bem no futuro!!!! Triste
que aqui no sul nao se faz muito esses abitos, de lamentar imenso!
Responder

21.

Sanonewsqui. abr. 14, 03:32:00 AM

Obrigado por ter publicado esse assunto ajudou-me no WT de english.


Responder

22.

Unknownseg. mai. 30, 09:19:00 AM

Muito bom, foi positivo.

Abraços
Abel Chemane
Responder

23.

Unknownqua. ago. 24, 11:03:00 PM

Um belo trabalho
Responder

24.

Sualeia Muamede Sualeiaqui. set. 01, 12:23:00 AM

uma pessoa que passou nos rito, sempre fica com um algo de
eduacacao tradicional
Responder

25.

Unknowndom. set. 25, 12:25:00 AM

The passage on the top gather us to remain and purrify our culture
considering about all the traditional bahaviours taken in our lives till
now and transpassing them to the new generations coming soon...
Responder

26.

Milange Realseg. out. 10, 10:43:00 AM

Si e momento de festa aqui falar para os jovens os valores da educação


no seu dia-a-dia para sua formação nos ritos no nos pais
Responder
27.

Milange Realseg. out. 10, 10:43:00 AM

Si e momento de festa aqui falar para os jovens os valores da educação


no seu dia-a-dia para sua formação nos ritos no nos pais
Responder

28.

Milange Realseg. out. 10, 10:43:00 AM

Si e momento de festa aqui falar para os jovens os valores da educação


no seu dia-a-dia para sua formação nos ritos no nos pais
Responder

29.

Unknownter. mar. 14, 10:30:00 AM

Estes ritos de iniciação são muito frequentemente na região norte e


centro do país.
Responder

30.

Unknownter. mar. 14, 10:30:00 AM

Estes ritos de iniciação são muito frequentemente na região norte e


centro do país.
Responder

31.

Unknownqua. mai. 03, 05:52:00 AM

Estes ritos de iniciação são importantes porque ensina-o algo


Responder

32.

Unknownqua. mai. 24, 05:06:00 AM

Agora precebo oque poso fazer eu como masculino. Obrigado por tudo.
Responder

33.

Unknownqua. mai. 24, 05:06:00 AM


Agora precebo oque poso fazer eu como masculino. Obrigado por tudo.
Responder

34.

Anônimodom. jun. 04, 11:11:00 AM

gostei de saber
Responder

35.

Alberto Bembelequa. ago. 30, 01:11:00 PM

Wau! Os ritos de iniciação não são um tipo de actividade e crença que


vêm por acaso. Há uma lógica por trás disso, e as comunidades que as
praticam têm interesses, na sua óptica, positivos para, em primeira
instância, os jovens envolvidos e depois para o equilíbrio da
comunidade.
Os ritos de iniciação são negativos sob ponto de vista externo, isto é,
sendo os observadores-analistas externos àquela cultura, pois esses já
carregam uma concepção própria imputida no contexto natural e, ao
contrário de ver como um facto em si, avaliam segundo o cânone que
já têm inraizado em si.

Os moçambicanos e alguns africanos estão trocando seus valores em


detrimento dos importados do Ocidente. O mal disso é abandonarem
formas de educação que são adequados ao nosso contexto e que,
eventualmente, os identificam, vivendo e respirando os «modelos de
vida» estranhos a nós e, por consequência disso acompanham-se os
mais variados casos de vergonha e desordem socio-cultural,
justificando e alimentando a ideia de Globalização.

Creio que os que participam dos ritos de iniciação estão mais


preparados para a vida, de acordo com a sua lógica.
Responder

36.

Alberto Bembelequa. ago. 30, 01:12:00 PM

Wau! Os ritos de iniciação não são um tipo de actividade e crença que


vêm por acaso. Há uma lógica por trás disso, e as comunidades que as
praticam têm interesses, na sua óptica, positivos para, em primeira
instância, os jovens envolvidos e depois para o equilíbrio da
comunidade.
Os ritos de iniciação são negativos sob ponto de vista externo, isto é,
sendo os observadores-analistas externos àquela cultura, pois esses já
carregam uma concepção própria imputida no contexto natural e, ao
contrário de ver como um facto em si, avaliam segundo o cânone que
já têm inraizado em si.

Os moçambicanos e alguns africanos estão trocando seus valores em


detrimento dos importados do Ocidente. O mal disso é abandonarem
formas de educação que são adequados ao nosso contexto e que,
eventualmente, os identificam, vivendo e respirando os «modelos de
vida» estranhos a nós e, por consequência disso acompanham-se os
mais variados casos de vergonha e desordem socio-cultural,
justificando e alimentando a ideia de Globalização.

Creio que os que participam dos ritos de iniciação estão mais


preparados para a vida, de acordo com a sua lógica.
Responder

37.

Alberto Bembelequa. ago. 30, 01:12:00 PM

Wau! Os ritos de iniciação não são um tipo de actividade e crença que


vêm por acaso. Há uma lógica por trás disso, e as comunidades que as
praticam têm interesses, na sua óptica, positivos para, em primeira
instância, os jovens envolvidos e depois para o equilíbrio da
comunidade.
Os ritos de iniciação são negativos sob ponto de vista externo, isto é,
sendo os observadores-analistas externos àquela cultura, pois esses já
carregam uma concepção própria imputida no contexto natural e, ao
contrário de ver como um facto em si, avaliam segundo o cânone que
já têm inraizado em si.

Os moçambicanos e alguns africanos estão trocando seus valores em


detrimento dos importados do Ocidente. O mal disso é abandonarem
formas de educação que são adequados ao nosso contexto e que,
eventualmente, os identificam, vivendo e respirando os «modelos de
vida» estranhos a nós e, por consequência disso acompanham-se os
mais variados casos de vergonha e desordem socio-cultural,
justificando e alimentando a ideia de Globalização.

Creio que os que participam dos ritos de iniciação estão mais


preparados para a vida, de acordo com a sua lógica.
Responder

38.

Unknownqui. dez. 14, 05:20:00 AM

De facto, parabenizar a formalidade e proficiencia da apresentaçcao


deste trabalho crucial no seio dos ser -vivos.
Responder

39.

bentosáb. mai. 05, 05:12:00 AM

obrigado
ajudou muito
Responder

40.

Unknownsáb. out. 20, 08:21:00 AM

Boa tarde, gostaria de saber o impacto econonico na sociedade?


Responder

41.

Unknownseg. abr. 01, 02:10:00 PM

Obrigado
Responder

42.

camilocaminhodom. mai. 05, 09:22:00 AM

estou bem felizardo por ver isso, pois tens milhoes de parabens por ter
se preocupdado com a sua patria.

Responder

43.

Clesio Samuelsex. jul. 19, 05:42:00 AM

ha muito da realidade Africana em extincao, os meus parabems pela


forma sabia de salvaguardar a nossa historia.
Responder

44.

Unknownqui. ago. 01, 11:34:00 AM

Eu sou estudante da ADPP de nacala_porto, venho de manica eu queria


um resumo de ritos de iniciação porque venho duma sociedade que não
acontece os ritos de iniciação. Gostaria de detalhe
Responder

45.

JULIA FRANLINseg. set. 16, 02:03:00 PM

Portanto, é possível que a doença do HIV possa ser curada porque fui
enganada tantas vezes até que me deparei com esse grande homem,
Dr. Akhigbe, que me ajudou a princípio, nunca acreditei em todo esse
comentário e postei sobre ele e fiquei muito doente porque sofri
estiver infectado com HIV / AIDS nos últimos dois anos, apenas nos
últimos dois meses eu continuo lendo o testemunho sobre esse homem
chamado Dr. Akhigbe, eles disseram que o homem é tão poderoso que
ele curou diferentes tipos de doenças, eu continuo monitorando seu
post de algumas pessoas sobre esse homem e eu descobri que ele era
real, então decidi fazer um teste. Entrei em contato com ele para
pedir ajuda e ele disse que me ajudaria a obter minha cura. Tudo o
que eu precisava era enviar dinheiro para ele se preparar o
medicamento após o qual ele será enviado a mim através dos serviços
de entrega da DHL, o que eu fiz para minha maior surpresa, ele me
deu instruções para seguir como beber, depois de três semanas eu
deveria fazer um check-up, depois de tomar o medicamento e seguir
Como ele foi instruído após três semanas, voltei ao hospital para outro
teste; no começo, fiquei chocado quando o médico me disse que eu
era negativo; peço ao médico que verifique novamente e o resultado
ainda era o mesmo negativo que era como do VÍRUS DO HIV, após o
choque, eu decidi vir e compartilhar meu próprio testemunho com
você para aqueles que pensam que não há cura para o VÍRUS HIV, a
cura, como finalmente sair, pare de duvidar e entre em contato com o
Dr. Akhigbe via e-mail drrealakhigbe@gmail.com Ele também é
perfeito para curar DIABÉTICOS, HERPES, HIV / AIDS, ALS, CÂNCER,
HEPATITE AEB, ASMA, DOENÇA CARDÍACA, DOENÇA CRÔNICA. Náusea,
vômito ou diarréia, doença renal, picada de aranha, lúpus, infecção
externa, resfriado comum, dor nas articulações, epilepsia, acidente
vascular cerebral, doença de estômago. ECZEMA, COMENDO O
TRANSTORNO etc, acredite em mim que a doença mortal não é mais
uma sentença mortal porque o dr akhigbe tem a cura. O padrinho da
raiz das ervas.
email: drrealakhigbe@gmail.com número whatsapp. 2348142454860
site: https://drrealakhigbe.weebly.com
Responder

46.

Custodio Quessarter. out. 01, 01:41:00 PM

gostei da explicacao salatinho, muito forte mesmo uma coisa que eu


quero saber e que zona do nosso pais que e praticado este ritos de
iniciacao?
Responder

47.

Unknownseg. jul. 06, 11:53:00 PM

gostei bastante por me ajudar a saber aquilo que estava em falta na


minha tradição. macua.
Responder

48.

Unknownqui. mar. 24, 01:40:00 AM

Sou estudante da ADPP-EPF-NACALA, primeiramente vos agradecer por


vosso tetrabal e dizer que gosto muito da vossa página, ela traz a
informação necessária com base o aasassu tratado... Gostei muito e
espero que continue assim.
Responder

49.

Unknownqui. mar. 24, 01:44:00 AM

Sou estudante da ADPP-EPF-NACALA primeiramente quero agradecer


por vosso trabalho,e dizer que gosto muito da vossa pagipa, pós ela
trás a informação necessária com base o assunto tratado... Gostei
muito e espero que continue assim.
Responder

50.

Anônimodom. mar. 12, 05:39:00 AM

Ola Salatinho gostei,Muito bom cont


Responder



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Quem sou eu

SALATINHO
Quelimane, Zambézia, Mozambique
Sou um estudante universitário da cidade de Quelimane. Interesso-me
bastante por literatura e gosto muito de discutir assuntos políticos.
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