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Escola João XXII

9a Classe - Curso Diurno


Turma: 91
Trabalho de Português
Tema:
Cânticos e danças tradicionais

Estudante:
Calton da Graça Tomas Mutangue
No: 23; Turma 91

Docente:
Lourenço Gonha

Beira, Setembro 2023


Índice

1. Introdução.................................................................................................................................1
2. Danças tradicionais em Moçambique.......................................................................................2
2.1. Dança Nhau.......................................................................................................................2
2.4. A dança Tahura.................................................................................................................4
2.5. Dança Lingundumbwe......................................................................................................5
2.6. Dança Tamadune...............................................................................................................6
2.7. Dança Tufo........................................................................................................................6
2.8. Dança Maulide..................................................................................................................8
3. Conclusão.................................................................................................................................9
4. Bibliografia.............................................................................................................................10
1. Introdução

As danças tradicionais são danças que representam as tradições e a cultura de uma determinada
região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do
quotidiano e brincadeiras (Alex, 2017). O surgimento das danças dança tradicional aconteceu
através dos rituais religiosos, em que as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o
sol e a chuva.

O presente trabalho pretende explorar a vida cultural tradicional de Moçambique, olha para
aquilo que são as danças e cânticos tradicionais.

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2. Danças tradicionais em Moçambique

Moçambique passou por muitas transformações políticas que reorganizaram e reestruturaram o


país social e culturalmente. Primeiramente Portugal transformou Moçambique em sua colônia.
Com o fim da colonização portuguesa, depois de uma guerra de libertação; com a configuração
de um Moçambique livre em 1975, passou por um regime socialista e chegou ao
pluripartidarismo (situação política atual).

Moçambique é dividido em onze províncias: Niassa; Cabo Delgado; Nampula; Zambézia; Tete;
Manica; Sofala; Inhambane; Gaza; e Maputo. Nas diferentes províncias os moçambicanos se
distribuem em distintos grupos étnicos: (Bi)Tonga, Chopi, Povos do baixo Zambeze, Maconde,
Macua, Tsonga, Xonakaranga, Nguni, Islamizados do litoral norte, Yao, Maravi. Cada povo
possui sua cultura, crenças, tradições e língua (embora a língua oficial do país seja o português).

Moçambique, com seus muitos povos e línguas também é repleto de danças tradicionais, tais
como:

2.1. Dança Nhau

A Dança Nyau foi certificada pela Organização das Nações Unida para Educação Ciência e
Cultura (UNESCO) em Novembro de 2005,como .uma obra-prima do património oral e
intangível da humanidade A dança Nhau, constitui a cultura dos habitantes da província de Tete,
que exige bastante agilidade do seu dançarino, duma máscara de madeira e a dança tabu de ritos
de iniciação.Como tradição dos habitantes desta província, usam certos símbolos de seus hábitos
e costumes, como símbolos de maniqueira, que representam matéria prima para fazer sumo,
doces, bebidas alcoólicas e alimentação , e o de cabrito que representa fonte de riqueza. Como
uma indumentária deste povo, para mulheres ” chithero”, capulana com blusa “bhaju” mesmo

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tecido e os homens ” ngonda” tecido branco denominado “tchiria” para os adultos. Os mitos,
Deus da chuva considerado “nsato”.

Relato de um espectador: “O nhau estava forte. A princípio chegara um homem alto, tão alto que
tocava com a cabeça as últimas folhas dos eucaliptos. Por detrás dele vinha uma jibóia. A seguir
veio um contingente de dançarinos. Todos traziam máscaras medonhas, de animais e aves.
Estavam nus. Os seus corpos eram pintados de um branco forte que lembrava a cal.
Empunhavam azagaias, chuços, catanas, machados. Alguns tinham os flancos cobertos com
pequenas esteiras de bambu, à primeira vista, poder-se-ia julgar que tinham os movimentos
presos. Mas a agilidade é a condição primária do nhau”.

Alguém do passado descreveu como era a antiga dança nhau na região do Zóbuè, em Tete.
Dança tabu, sobretudo o nhau chipeta, esta dança era também uma iniciação que exigia
sacrifício, virilidade e heroísmo

2.2. Dança Xigubo

É uma dança tradicional moçambicana e que representa a resistência colonial do país sobretudo
na região sul. Maioritariamente praticada nas regiões interiores de Gaza e Maputo, a dança tem
poucos praticantes ao nível das cidades.

2.3. Dança Mapiko

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É uma dança originária da comunidade makonde, e é sem dúvida, a dança mais conhecida e mais
divulgada em toda a província de Cabo Delgado e até mesmo em todo país. A sua difusão chega
a ultrapassar as fronteiras nacionais.

O mapiko, é uma das principais danças tradicionais makonde, é praticado nos ritos de iniciação e
cumpri a função lúgubre, em caso de morte de um membro do grupo ou da comunidade. Pratica-
se também em algumas cerimónias de investidura de chefes clânico-linhageiros (vahumu).

O elemento central do mapiko é o lipiko, dançarino principal, este deve estar, necessariamente,
envolto em panos e mascarado. A máscara, tanto pode representar figuras de animais (coelho,
leão, cão, leopardo, hiena), como também pode representar uma figura humana, que simboliza o
espírito de um defunto a ser invocado. Da cintura para cima todo corpo do dançarino fica coberto
de guizos.

A dança inicia com o tocar do batuque, likuti, e é acompanhada por um coro formado pela
assistência, que se dispõe de modo a formar um corredor por onde deve passar o lipiko. Na
extremidade, surge o dançarino que, à grande velocidade, entra no recinto de dança e se atira
contra o muro formado pela assistência, que recua assustada. O coro canta e dialoga, através de
gestos, com o lipiko.

2.4. A dança Tahura

Considerada muito antiga pelos habitantes de Nanhupu, em Montepuez. Em língua makhuwa,


tahura quer dizer “batuque grande”.

Participam na dança homens e mulheres adultos, que usam um pano preto cingido em forma de
saia, uma camisola interior, um lenço branco e um cinto. Nas pernas, os dançarinos amarram
chocalhos que, com o bater dos pés no chão, produzem um som. Dispõem-se em círculo,
empunhando objectos como machadinhos, enxadas ou paus. Esta dança é praticada à noite, em
cerimoniais fúnebres, ritos de iniciação e no período de colheitas.

Para assinalar este período, o chefe da aldeia organiza a recolhe de produtos para a confecção de
otheka, um tipo de cerveja de fabrico caseiro. Bebe-se e dança-se toda noite, como forma de

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expressar alegria pelas colheitas conseguidas. Esta é também uma forma de manifestar
agradecimento aos espíritos por terem proporcionado boas colheitas.

Os instrumentos são compostos por quatro tios de batuques: um tahura grande, um likuti, um
nikoni e um ntxuntxu. As canções retratam, essencialmente, o dia-a-dia da vida social e
económica da comunidade.

2.5. Dança Lingundumbwe

É uma versão feminina do mapiko, sendo a bailarina principal a mulher. Ela tanto pode ser adulta
como adolescente. Aliás, o habitual tem sido uma rapariga adolescente, capaz de executar os
movimentos com maior vigorosidade.

Para bailar no terreiro da aldeia, ou em qualquer outro recinto, ela é completamente coberta de
panos da cabeça aos pés. Estes panos cruzam o tronco, partindo das espáduas até a cintura. A
este nível é colocada uma capulana, localmente designada por inguvo ya magombe. Outras
capulanas são dobradas várias vezes e enroladas nos braços e nas pernas da dançarina. Na
execução da dança, essas capulanas abanam, acompanhando os movimentos rápidos, para trás e
para frente, da jovem dançarina.

Na encenação, a bailarina segura nas mãos um ou dois lenços e um pequeno machado ou enxada.
Na falta destes objectos, ela pode pegar na mão uma simples vara. Quando dança, o tronco da

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bailarina inclina-se ligeriramente para frente, dobrando sobre os rins, com os braços estendidos
para os lados e para a frente, levemente curvados. Nessa posição, move-se em pequenos passos,
abanando o tronco ao ritmo do batuque.

A dança tem lugar no lipanda, local onde decorrem as cerimónias de iniciação feminina.
Todavia, a prática do lingundumbwe tornou-se de tal modo livre que toda a gente pode conhecer
a mulher mascarada. Esta dança é a mis característica dos ritos emininos, constituindo o principal
divertimento das iniciadas, do primeiro ao último dia.

Os instrumentos do lingundumbwe compreendem um batuque principal (ntoji) e dois auxiliares,


sendo umligoma e o outro o likuti.

A orquestra instrumental da dança é assegurada por homens. A presença masculina, á


semelhança do que acontece com a maior parte das danças femininas, não só visa garantir o
manejo dos instrumentos, como também serve para assegurar a protecção dos instrumentos,
como também serve para assegurar a protecção dos respectivos agrupamentos, sobretudo em
caso de deslocações.

2.6. Dança Tamadune

É uma dança feminina. Os homens apenas participam como instrumentistas. A esta dança foi
atribuído o nome de tamadune em honra de uma mulher makhonde, co-fundadora do grupo
cultural, que era assim chamada.

É praticada por ocasião da recepção dos recém-iniciados, rapazes ou raparigas, e também em


dias festivos. Não possui nenhum traje específico e, para a sua execução, as dançarinas formam
um círculo, destacando-se duas a duas para o meio da roda.

Usa-se, como instrumentos, seis batuques: um ntodje, três makuti e dois três magoma. As
canções entoadas evocam alguns acontecimentos importantes da comunidade e factos ligados à
Luta de Libertação Nacional, como é o caso do Massacre de Mueda.

2.7. Dança Tufo

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É uma dança de origem árabe, ligada à religião muçulumana, que pode ser praticada em
cerimónias, festas e datas específicas do calendário islâmico. Ela tornou-se vulgar na região
nortenha do país, mais precisamente, no litoral das províncias de Cabo Delgado, Nampula e
Zambézia. É uma dança essencialmente feminina, na qual os homens apenas participam como
instrumentistas. Todavia, há casos em que os grupos são compostos só por mulheres.

Participam na dança principalmente mulheres adultas. No momento da actuação elas apresentam-


se, habitualmente, maquilhadas e com o rosto pintado de mussiro, um produto cosmético natural,
que trata a pele feminina e empresta as mulheres um ar singular. Entre as dançarinas do tufo é
estabelecida uma hierarquia, com a designação de uma rainha. Um dos critérios adoptados para a
sua escolha é a graciosidade e beleza das linhas do rosto e do corpo, assimtomadas para
simbolizar a feminidade da mulher makhuwa.

Na dança tufo, o rigor no traje e nos adornos são fundamentais. As mulheres e as raparigas usam
um uniforme formado por capulana, blusa e lenço, quase sempre de cores garridas. As capulanas
são amarradas à cintura, uma por cima da outra, cobrindo as pernas.

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Hoje é mais o nhau macanga que se dança com algumas misturas do outro, sem deixar de ser
espectacular. Nesta máscara algo medonha perpetua-se um rito, que uma cultura antiga esculpiu
de enigmas.

2.8. Dança Maulide

Uma dança em vias de desaparecer. É uma demonstração da fé apresentada só por homens que
dançam e cantam e com uma espécie de alfinete, navalhas, pregos grandes de aço ou ferro,
espetos de ferro ou outros instrumentos afiados que se dá o nome de “tupachi”, que penetram no
corpo, perfurando a carne e que tem como admiração do público esses dançarinos não sangram
nem os corpos ficam com marcas das perfurações. Segundo a informação que obtivemos, para se
preparar o corpo do dançarino para este ritual, eles ficam no mínimo 15 dias sem actividade
sexual e sem comer polvo nem peixe. Esta dança era antigamente muito praticada nos
casamentos islâmicos. Esta dança ainda pode ser encontrada na ilha de Moçambique, Angóche
e Pemba.

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3. Conclusão

A dança tradicional é acompanhada por cânticos tradicionais, que representa o conjunto de


canções tradicionais de um povo. As danças es canções expressam crenças religiosas ou políticas
de um povo ou descrevem sua história.

Dentre as diversidade podemos encontrar a dança mapiko. Que é uma dança originária da
comunidade makonde, e é sem dúvida, a dança mais conhecida e mais divulgada em toda a
província de Cabo Delgado e até mesmo em todo país.Tambem temos A Dança Nyau que foi
certificada pela Organização das Nações Unida para Educação Ciência e Cultura (UNESCO) em
Novembro de 2005,como .uma obra-prima do património oral e intangível da humanidade A
dança Nhau, constitui a cultura dos habitantes da província de Tete,

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4. Bibliografia

Alex, D. (2017). Obtido em 15 de 10 de 2023, de https://treinamento24.com:


https://treinamento24.com/library/lecture/read/453553-o-que-significa-danca-tradicional

DIAS, Jorge. Os Macondes de Moçambique III Vida Social e Ritual. Lisboa: Bertrand Irmãos, Lda,1964.

DUARTE, Ricardo Teixeira e GRAÇA, João Manuel Ferraz Machado. Máscaras. Porto: Comissário-
Geral de Moçambique na Exposição Universal de Servilha,1992. FERREIRA, Rita. Povos de
Moçambique: história e cultura. Porto: Afrontamento, 1975.

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