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Índice
1.Introdução................................................................................................................................2
1.1.3 Metodologias......................................................................................................................2
3.As incursões militares de Mulay Ismael para reconquistar as cidades marroquinas habitadas
pelos europeus.............................................................................................................................3
6. Mulay Ismael nomeia seus filhos vice-reis nas diferentes regiões do Marrocos....................7
8. Considerações Finais..............................................................................................................9
9. Referencias Bibliográficas....................................................................................................10
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1.Introdução
Este trabalho tem o intuito de abordar o assunto: Reinado de Mulay Ismael tema inserido na
linha de pesquisa na Disciplina: História África Do Norte, Século XVI-XVIII, na área de
estudo em ensino de História
1.1.3 Metodologias
O procedimento metodológico adoptado foi a pesquisa bibliográfica. Importa antecipar que
devido à falta de obras que tratam do Reinado de Mulay Isamel especificamente, tanto frances
como em português, optamos por consultar alguns artigos eletrônicos de língua Inglesa, no
sentido traduzido isso para trazermos os aspectos ligado a reinado de Mulay Ismael no
Marrocos.
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Todavia, foi ele quem cuidou para a lei muçulmana fosse ensinada em todas as terras do
Marrocos, a fim de assegurar tanto a unidade política quanto religiosa do país. Ele tinha
enorme interesse nas questões relativas a religião muçulmana e seu proselitismo dirigia-se
também aos reis da Europa tais como Luís XIV e James II da Inglaterra, aos quais ele
escrevia, convidando-os a abraçar o Islã.
Ainda para OGOT (2010, p.265), ele observava estritamente os preceitos da lei muçulmana e
levava uma vida austera, não tendo em toda sua vida tomado bebidas inebriante. Alguns
historiadores chegam a descreve-lo como cruel, violento, despótico, e podendo enfurecer-se
sem outro pretexto a não ser o prazer de ver derramar sangue acusações falsas, pois foram
baseadas na imagem contra ela forjada pelos cativos europeus. Com efeito, cada um desses
prisioneiros, depois de liberto e de volta a sua pátria, punha-se a relatar, com exagero, as
provas que suportara, o que difundiu no imaginário dos europeus a ideia da violência e da
crueldade de Mulay Ismael
Todavia, Larache permaneceu sob o domínio espanhol durante mais de oitenta anos, até o
advento de Mulay Ismael. Esse grande rei atacou essa cidade com um grande exército,
sitiando-a e impedindo os espanhóis de saírem dela durante cinco meses. Violentos combates
ocorreram entre sitiantes e sitiados, coroados pela retumbante vitória dos marroquinos.
aumentado, Mulay Ismael dividiu- os em dois grupos. O primeiro foi enviado a Fez e o
segundo ficou no Riyad, em Meknés.
Conforme AGOT (2010), Mulay Ismael reflectia muito sobre as causas que tornavam as
nações fortes, estáveis e temidas. Ele acabou por entender que isso resultava de seu poderio
militar. Mas entendeu também que sua decadência decorria do excesso de autoridade
adquirido pelos militares e seus chefes, decidiu então criar uma milícia composta de escravos.
Essas pessoas são naturalmente dadas a obediência, condição essencial da disciplina e, como
ficam a mercê de seus mestres, são naturalmente dadas a obedece-lo. Mulay Ismael pensou
nisso quando organizou a milícia dos wadaya, assim como dissemos anteriormente. Um dos
secretários do Makhzen, Muhammad ibn al-Kasim‘Alilish1, cujo pai era igualmente
secretário de al-Mansur, o saadiano, disse- lhe um dia: “O rei tinha uma milícia de escravos e
eu possuo o livro no qual meu pai os inscrevera”.
Ele mandou mostrar esse Registro e lhe disse que havia ainda, na região de Marrakesh, um
grande número desses escravos, que lhe era possível juntar e inscrever novamente num
registro especial para faze-los trabalhar no exército. Mulay Ismael confiou-lhe essa tarefa e
ordenou por escrito aos chefes das tribos da região a ajudá-lo e assisti-lo. ‘Alilish se pôs então
a procurar esses escravos e conseguiu reuni-los todos (AGOT, 2010).
Para voltar a Mulay Ismael, devo formular essa observação geral a seu respeito. Se, como
alegam os europeus, ele era realmente agressivo, cruel e despótico, nem o mais simples sábio,
tendo apenas a força da fé e do direito, o teria contrariado. Mas Mulay Ismael, que temia a
Deus e respeitava suas leis, estava convicto de que agia de acordo com a lei muçulmana nesse
caso que ele considerava ser o maior bem realizado em favor do Marrocos e do Islã.
6. Mulay Ismael nomeia seus filhos vice-reis nas diferentes regiões do Marrocos
Segundo AGOT (2010), Mulay tinha um enorme número de filhos cuja cifra, na época de sua
morte, chegava a 500 meninos e outras tantas meninas. Ele não podia, então, satisfazer a
todos. Também teria sido melhor para ele aplicar, desde o início, a solução a qual chegou
finalmente após amargas experiencias.
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Em 1699-1700, ele dividiu as províncias marroquinas entre seus filhos: Mulay Ahmad
(famigerado al-Dhahabi) foi enviado a Tadla com 3000 soldados negros; Mulay Abd al-
Malik foi enviado a Dara diante de 1000 cavaleiros; Muhammad al- Alem para o Suz, com
3000 cavaleiros; Mulay al-Mamun al-Kabir para Sidjilmasa. Esse último se estabeleceu em
Tizimi com 500 cavaleiros, mas morreu dois anos mais tarde (VAGNI, 2008).
Os filhos mais velhos de Mulay Ismael que não obtiveram nenhum vice-reinado sentiram-se
lesados. Pior, alguns tentaram ocupar províncias a força, como Mulay Abu Nasr, que atacou
seu irmão Mulay Abd al-Malik, venceu-o e tomou Dara. O príncipe vencido fugiu. O sultão
enviou seu filho Mulay Sharif para retomar de Abu Nasr a província de Dará, sendo-lhe dada
esta em substituição a Abd al-Malik por ter-se mostrado incapaz de se defender (SELLIER,
2005)
Conforme VAGNI (2008), em1717-1718, ele destituiu todos os seus filhos, excepto Mulay
Ahmad al-Dhahabi, governador do Tadla, pois tivera sucesso em sua tarefa, por não ter
havido em sua província nenhuma sublevação, nem dirigida contra ele, nem por ele
fomentada contra seu pai. Depois dessa medida, o país teve paz e tranquilidade e a obra de
edificação de Mulay Ismael durante os dez últimos anos de sua vida tornou- se manifesta. Os
marroquinos voltaram-se para o comércio e a agricultura e contribuíram para o
desenvolvimento das riquezas do país, encorajados por uma segurança total.
Tendo visto as consequências desastrosas dessa experiencia, as brigas provocadas entre seus
filhos com ele ainda vivo, alguns chegando até a reivindicar o trono, Mulay Ismael pôs-se a
enviar para Tafilalet todos os seus filhos ao atingirem a puberdade. Ele mandava instalar cada
um numa casa, na maioria das vezes com sua mãe, dava- lhes um lote de palmeiras e uma
terra para cultivar bem como um certo número de escravos para ajudá-los em seus trabalhos.
Mulay Ismael permanecera cinquenta e sete anos no trono. Nenhum rei do Marrocos, nem
mesmo de todo Islã, anterior ou posterior, reinou durante um tão longo período, excepto
al-Mustansir al-Ubaydi, que foi proclamado rei a idade de sete anos e reinou até a idade de
sessenta e sete anos. Mulay Ismael morreu no sábado 21 de Março de 1727 (VAGNI, 2008).
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Segundo VISENTINI (2010), O papel da milícia dos Bawakhir, criada para manter a ordem e
fazer reinar a tranquilidade, foi desastroso. Instituições idênticas nas dinastias muçulmanas
desde os abássidas de Bagdá até os otomanos com seus janissários foram uma calamidade
para essas dinastias e para os povos que sofriam com isso. Por volta do fim do século XVIII,
um grande rei, Sidi Muhammad ibn Abdallah, ou Muhammad III, subiu ao trono do
Marrocos. Ele restabeleceu a ordem, reforçou o poder real e fez do Marrocos um país
respeitado por todas as nações
Ele se interessou em primeiro lugar pelo impulso do comércio e, para tanto, começou a
modernizar os portos, particularmente o de Mogador, chamado desde então de Eassauíra (a
pequena muralha ou, de acordo com uma outra etimologia, o pequeno mapa, porque o mapa
da construção desse porto circulava entre os operários). Ele fechou acordos comerciais com
certos Estados europeus, em particular, em 1757, com a Dinamarca, sobre relações
privilegiadas com o porto de Safi.
Ainda para VISENTINI (2010), do ponto de vista religioso, ele era partidário da pureza
original do Islã, excluindo o que se chama de marabutismo, ou seja, o culto dos santos e o fato
de pedir-lhes que intercedam junto a Deus em favor dos homens.
8. Considerações Finais
Para concluir, podemos dizer que Mulay Ismael foi um soberano que concluiu, de fato, a obra
começada por seus dois irmãos que consistia em unificar o Marrocos colocando-o sob
domínio de um único trono, como no tempo de seu poder e grandeza passados. Foi igualmente
ele quem firmou as bases do Estado fundado por seus dois irmãos e lançou as premissas do
Estado marroquino que salvaguardou até o presente o património do Marrocos.
Podemos dizer também que o reinado de Mulay Ismael foi o factor essencial da estabilidade
do Estado e do poder da dinastia marroquino. Seu amor pela paz o fez recorrer a guerra
somente para a libertação de marroquino, enquanto todas as questões internas ou externas
eram resolvidas pela negociação e pelo diálogo. De uma forma geral, essa política sábia e
realista teve resultados favoráveis para o povo marroquino que pode gozar, durante essa
segunda metade do século XVIII, de uma prosperidade geral e de uma segurança total.
Portanto a milícia Bawakir, em seu início, contribuiu em grande medida para manter a paz e a
segurança no país unificado. Mulay Ismael mandara, de fato, construir fortalezas e cidadelas
em todas as regiões do Marrocos, fronteiras argelio-marroquinas até os confins meridionais do
Saara. Guarniçoes foram enviadas para essas fortalezas e os filhos desses soldados, vindos
com a família, recebiam uma formação especial, o que é importante ser mencionado aqui.
Graças a essa poderosa milícia, Mulay Ismael conseguiu devolver ao Marrocos sua força e seu
prestígio aos olhos das grandes nações da época, que começaram então a teme-lo. Essa milícia
permitiu igualmente, assim como dissemos mais acima, fazer reinar a segurança no Marrocos
e devolver a seus habitantes confiança e tranquilidade de espírito
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9. Referencias Bibliográficas
NODINOT, Jean-François. 21 États pour une Nation Arabe. Paris: Maisonneuve & Larose,
1992.
OGOT, Bethwell Allan. História Geral de África V. África do Século XVII ao XVIII,
UNESCO, Brasília, 2010.
VAGNI, Juan José. Marruecos: uma puerta al mundo árabe y africano. Córdoba: Centro
de Estúdios Avanzados de la UNC, 2008.