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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA COM HABILITAÇÕES EM


DOCUMENTAÇÃO

AWADIN AMISSE MAGAISSA


EUNISSE REIS MONTEIRO
INOQUE FENIASSE ALFINETE
XARIFO ASSANE OSSIFO

A GLOBALIZAÇÃO EM ÁFRICA
O FIM DA HISTÓRIA E O ÚLTIMO HOMEM

Quelimane

2023
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AWADIN AMISSE MAGAISSA


EUNISSE REIS MONTEIRO
INOQUE FENIASSE ALFINETE
XARIFO ASSANE OSSIFO

A GLOBALIZAÇÃO EM ÁFRICA
O FIM DA HISTÓRIA E O ÚLTIMO HOMEM

Trabalho da cadeira de Estudos Contemporâneos, a


ser entregue no departamento de Faculdade de
Educação, Curso de Licenciatura em Ensino de
História com Habilitações em Documentação, para
efeitos de avaliação, leccionado por:

PHD. Cassimo Jamal

Quelimane

2023
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Índic

1. Introdução........................................................................................................................................- 3 -
2.Objectivos:........................................................................................................................................- 3 -
2.1.Geral...............................................................................................................................................- 3 -
2.2.Específicos.....................................................................................................................................- 3 -
3.Metodologia......................................................................................................................................- 3 -
4.Contextualização...............................................................................................................................- 4 -
5.A globalização em África.................................................................................................................- 5 -
5.1.Origem...........................................................................................................................................- 5 -
5.2.A globalização em África na Contemporaneidade........................................................................- 5 -
6.Características da Globalização........................................................................................................- 6 -
6.1.Características Económicas...........................................................................................................- 7 -
6.2.Características políticas.................................................................................................................- 7 -
6.3.Características de comunicação.....................................................................................................- 7 -
7.Contributo da Globalização para África...........................................................................................- 7 -
7.1.Efeitos da Globalização.................................................................................................................- 9 -
8.O Fim da História e o Último Homem..............................................................................................- 9 -
9. Conclusão.......................................................................................................................................- 13 -
10. Referências Bibliográficas...........................................................................................................- 14 -
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1. Introdução

O presente trabalho de História de África tem como tema a Globalização em África, e ainda
falaremos sobre o fim da História e o ultimo homem Sabe-se que a globalização é um
processo de integração política, económica e cultural mundial, marcado pelos avanços nos
meios de transporte e comunicação. O processo de globalização, em seus moldes atuais vem
sendo duramente criticado por alguns intelectuais e grupos sociais organizados. Porem o
nosso foco é analisar de que forma é vista em África.

2.Objectivos:

2.1.Geral

 Compreender o impacto da Globalização para a África

2.2.Específicos

 Analisar a contribuição da Globalização para a África

 Explicar a teoria do Fukuyama em relação ao fim da história e o ultimo homem

3.Metodologia

Para a realização do presente trabalho, no que concerne a metodologia de Pesquisa focamo-


nos em fazer pesquisas bibliográficas assim como algumas consultas na Internet.
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4.Contextualização

Para Fukuyama (1990) Uma leitura científica da sociedade actual exige uma crítica das
evidências e uma reanálise da história recente contada e propagandeada pelos vencedores.

A globalização, fase recente da mundialização do capitalismo imperialista, caracteriza-se


diferencialmente, entre outros aspectos, pelo aumento da importância dos mercados
financeiros, assente no capital fictício. Globalização é agravamento das desigualdades
económico-sociais à escala mundial e importância crescente da economia subterrânea na
reprodução do sistema.

A história da economia mundial ao longo dos séculos e o aparecimento das problemáticas do


desenvolvimento mostram que estamos perante uma dinâmica que predominantemente
associa os interesses dos países desenvolvidos com a realidade de uma intensa prática
diplomática, económica e de «cooperação» cujos resultados efectivos são fracos, nulos ou até
contraproducentes.

A síntese da globalização e das práticas de desenvolvimento conduz a um dos períodos mais


dramáticos para os povos dos países subdesenvolvidos, nomeadamente de África.

Este continente é um espaço geográfico-social em que os impactos da globalização e as


práticas do desenvolvimento mostram convincentemente quanto as agendas político-
económicas e os actuais modelos económicos e sociais podem ser prejudiciais para a vivência
e a sobrevivência dos povos.

Com base na informação estatística disponível e nos modelos teóricos esboçados


procuraremos destrinçar a realidade das miragens, traçar algumas pistas de investigação e de
política para mudar alguns aspectos desta situação.
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5.A globalização em África

5.1.Origem

A origem da globalização remonta ao período mercantilista durante o século XV. Vários


países europeus iniciaram longas viagens marítimas com o objetivo de conquistar territórios e
riquezas. No século XVIII, houve um aumento no fluxo de força de trabalho entre diferentes
países e continentes, particularmente nas novas colónias europeias na Ásia e na África.

Nessa fase, os europeus entraram em contacto com povos de outros continentes,


estabelecendo relações comerciais e culturais em níveis ainda não imaginados. Invenções
como a eletricidade, ferrovias e navios a vapor permitiram, no século XIX, diminuir as
distâncias de maneira que os produtos pudessem chegar a lugares mais ermos.

5.2.A globalização em África na Contemporaneidade

Na fase contemporânea da história, o interesse europeu volta-se para a expansão capitalista na


forma de um neocolonialismo que submeterá o continente aos interesses exploratórios de
recursos naturais e de mercado.

Quando o colonialismo termina, a independência pouco altera a situação da população, uma


vez que a maior parte dos Estados Nacionais é opressora e perdulária, dominada seja por
civis, seja por militares. Além disso, os constantes conflitos étnicos colaboram para agravar a
situação, gerando gastos e instabilidade política que retardam ainda mais o desenvolvimento.
Os efeitos de quase cinco séculos de exploração e estagnação justificam o isolamento
africano. A desfasagem de seu desenvolvimento social e económico é imensa, inviabilizando
sua inserção no processo de globalização.

Acredita-se que a situação actual da África seja resultado da maneira em que foi colonizado
pelos Europeus. Por meio de colónia de exploração de recursos mineiras, separação dos
territórios tribais de maneira desrespeitosa e um certo afastamento da população de origem
africana em relação as funções da colónia.

Em um mundo globalizado, a África é vista como um país de guerras civis, pobreza, Aids,
exclusão social, económica e tecnológica. Trata-se de um continente que foi fraccionado por
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grandes colónias europeias como: Inglaterra, Bélgica e Alemanha, em um período de


imperialismo.

A África passou pelo processo de descolonização no período da guerra fria, assim sofrendo
com diversos conflitos resultantes da competição das duas grandes potências “socialista e
capitalista”. Devido a tal situação, onde a dominação e a exploração foram características
marcantes dos colonizadores da África, e a população africana em transferência para América
durante os séculos XVI e XVII, encontramos o continente africano como o mais pobre da
esfera global.

A África possui duas porções diferentes, sendo separadas pelo deserto do Saara, em África
Subsaariana e África do norte. Na África Subsaariana encontramos os países que estão ao sul
do deserto do Saara, ou conhecida por porção meridional.

A África sofre também com problemas de enchentes que arrasam países como Moçambique,
grandes períodos de secas aumentando o número de pessoas com fome na Etiópia e Eritreia.
Outro factor que castiga tal porção do continente é sua grande área desértica ou coberta por
floresta pluviais. Porém ficou marcado por ser um continente de grandes riquezas minerais,
como o ouro, diamante, urânio, cobre e petróleo, riquezas essas que não foram aproveitadas
pelos africanos (FUKUYAMA, 1990).

Os países africanos fornecem produtos primários com valores baixos no mercado mundial,
sendo assim esses países estão fora da DIT da globalização. Acredita-se que a independência
política não foi um bom negócio para os países da áfrica subsaariana, que muitas vezes passou
a ser governada por ditaduras com grandes problemas. (esquema de corrupção).

6.Características da Globalização

O processo de globalização que hoje domina o cenário da economia internacional caracteriza-


se pelo investimento dos grandes capitais em países de economia emergente, onde a
possibilidade de lucro mostra-se maior. No entanto, nem todas as economias nacionais são
alvo de interesse por parte dos principais investidores.

Nesse contexto, encaixa-se a maior parte dos países africanos, que está à margem desse
processo. Actualmente, o capital disponível para investimento tem como preferência a
América Latina, os países do Leste Europeu e asiáticos.
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Isso é um problema para a África, pois, sem esse capital, dificilmente se desenvolverá, devido
à precariedade estrutural em que se encontra. Do ponto de vista histórico, a vinculação
africana ao mercado internacional foi desastrosa e desorganizadora da economia tribal, já que
a relação dos países economicamente hegemónicos com o continente sempre foi exploradora
e predatória. Durante o mercantilismo, o principal papel desempenhado pela África em
relação ao mercado mundial foi o de fornecedor de mão-de-obra para o sistema escravocrata.

6.1.Características Económicas

A característica principal é a união do mercado mundial por meio de blocos económicos e a


eliminação das fronteiras comerciais entre os seus membros. Isso faz com que haja o aumento
da concorrência económica, o que leva a um nível elevado de competição que, por sua vez, se
reflecte na consequente exploração da mão-de-obra.

Há um paradoxo no mundo globalizado, pois ao mesmo tempo em que se valoriza a


qualificação, também se reduzem os direitos trabalhistas. Dessa forma, muitos profissionais se
vêem “empurrados” para o mercado informal.

6.2.Características políticas

Boa parte das decisões políticas e económicas que impactam o mundo é tomada em fóruns e
organismos internacionais. Os blocos económicos tentam através de parlamentos dar
participação política aos cidadãos.

6.3.Características de comunicação

A difusão da internet e dos smartphones contribuiu para ampliar o efeito da globalização. As


informações são transmitidas instantaneamente.

7.Contributo da Globalização para África

Desde que a primeira revolução industrial originou um aumento no comércio internacional,


África permaneceu em grande parte à margem da economia global. Os principais
beneficiários da globalização inicial foram as actuais economias avançadas, onde emergiram
as tecnologias industriais. Isto, por sua vez, levou à “grande divergência” dos níveis de
rendimento entre o Norte e o Sul Globais.

Mais recentemente, o advento de novas tecnologias de informação e comunicação na década


de 1990 diminuiu drasticamente os custos associados à distância e conduziu a mais uma vaga
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de globalização, caracterizada pela emergência de cadeias globais de valor (CGV) complexas.


Estas CGV contribuíram para a “grande convergência” das últimas décadas, ao
impulsionarem a produção industrial em países como a China, a Índia, a Indonésia, a Polónia,
a Coreia do Sul, Taiwan e Singapura, permitindo-lhes encurtar a distância que os separava das
economias avançadas.

Porém, os países africanos permaneceram excluídos deste processo. A quota-parte do


continente no comércio global de mercadorias estagnou perto dos 3%, um valor semelhante à
sua quota-parte na produção industrial mundial.

Na verdade, a globalização trouxe benefícios a África. A subida dos rendimentos noutras


regiões do mundo aumentou a procura pelas mercadorias e recursos naturais africanos, o que
impulsionou as economias nacionais. A globalização também apoiou a transferência de
conhecimento, permitindo aos países africanos melhorarem os níveis de vida através da
adopção de novas tecnologias.

Mas estes benefícios foram contrabalançados por uma miríade de desafios. Por um lado, a
globalização contribuiu para a desindustrialização prematura. Como as economias avançadas
conseguem produzir agora mercadorias mais baratas, os países africanos têm dificuldades em
criar indústrias locais que criem empregos. Além disso, algumas das corporações
multinacionais que exercem actividade na região evadem-se aos impostos através de
mecanismos contabilísticos sofisticados (e legais), como a transferência de lucros, privando os
governos de recursos indispensáveis ao desenvolvimento económico.

A globalização também está a contribuir para as alterações climáticas, que têm um efeito
desproporcional em África, apesar da limitada contribuição do continente para o problema. Os
ciclones Idai e Kenneth, que devastaram recentemente o Malawi, Moçambique e o Zimbabwe,
são um exemplo trágico do que se espera no futuro.

Não surpreende, portanto, que as desigualdades económicas entre África e os países mais
ricos tenham aumentado nas últimas décadas, com a proporção dos rendimentos africanos
relativamente aos das economias avançadas a cair dos 12% no início da década de 1980 para
os 8% actuais. Para reverter esta tendência e permitir que África beneficie mais com a
globalização, os legisladores da região devem acelerar os seus esforços em três áreas..
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7.1.Efeitos da Globalização

Quando a União Soviética deixou de existir, o mundo deixou de se caracterizar pela


bipolaridade política. Isso quer dizer que não há mais apenas dois países com significativo
poder internacional. Hoje em dia, países como Alemanha, Inglaterra e China possuem poder
político em escala global.

Um dos efeitos da multipolaridade, advinda com a globalização, foi a necessidade de elaborar


políticas reguladoras para tornar as trocas comerciais mais fáceis, solucionando eventuais
conflitos de interesse.

As nações buscaram por meio de instituições internacionais maneiras de delimitar regras


comuns para essas trocas. Grupos como o G-8 e o G-20 são exemplos dessa busca por
regulação, pois objectivam discutir os melhores caminhos para relações comerciais entre
diferentes países (FUKUYAMA-1992).

8.O Fim da História e o Último Homem

Francis Fukuyama e o Fim da História O Fim da História é uma teoria iniciada no Séc. XIX
por Georg Wilhelm Friedrich Hegel e posteriormente retomada no último quartel do Séc. XX
no contexto da crise da historiografia e das Ciências Sociais no geral. Essa teoria sustenta,
como o nome sugere, o fim dos processos históricos caracterizados como processos de
mudança. Para Hegel isso iria acontecer no momento em que a humanidade atingisse o
equilíbrio, representado, de acordo com ele, pela ascensão do liberalismo e da igualdade
jurídica, mas com prazo indeterminado para ocorrer.

Francis Fukuyama escreveu o “Fim da História e o Último Homem” no começo da década de


1990, época em que o mundo atravessava uma séria crise ideológica. Depois de
aproximadamente 70 anos de avanços, o socialismo começa a perder espaço político para a
democracia e o capitalismo. A URSS está se despedaçando, a Alemanha inicia um processo
de unificação, os demais países socialistas do Leste Europeu também se democratizam e se
aliam ao capitalismo internacional. O modelo capitalista, a democracia e o liberalismo
económico aparecem como a melhor alternativa de sobrevivência para os países recém
democratizados.
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Retomada ao final do Séc. XX, essa teoria já adquire carácter de situação ocorrida pois, de
acordo com os seus pensadores, a História terminou no episódio da Queda do Muro de
Berlim. Naquele momento, os antagonistas teriam terminado pelo facto de, a partir de então,
haver apenas uma única potência – os EUA – e, consequentemente, uma total estabilidade.

A ideia ressurgiu em um artigo, publicado em fins de 1989 com o título “O Fim da História”
e, posteriormente, em 1992, com a obra “O Fim da História e o Último Homem”, ambos do
americano Francis Fukuyama.

Fukuyama desenvolveu uma linha de abordagem da História desde Platão, passando por Kant
e pelo próprio Hegel, a fim de revigorar a teoria de que o capitalismo e a democracia burguesa
constituem o coroamento da história da humanidade (HEGEL 2008).

Na sua óptica, após a “destruição” do fascismo e do socialismo, a humanidade, à época, teria


atingido o ponto “culminante” de sua “evolução” com o triunfo da “democracia” liberal
“ocidental” sobre todas os demais sistemas e ideologias concorrentes.

A partir da crise do socialismo, que provocou o avanço do capitalismo no mundo, o autor faz
uma análise histórica e económica do homem mostrando o modelo económico liberal como o
melhor caminho para os países civilizados, o último estágio de avanço económico mundial.
Para defender suas ideias, o autor cita argumentos de filósofos importantes tais como Locke,
Kant, Marx, Rosseau e Hegel. O autor sustenta que o liberalismo económico seria o ápice da
evolução económica da sociedade contemporânea.

Esta viria acompanhada da democracia e da igualdade de oportunidade. Todos seriam livres e


capazes de conquistar os seus objectivos. A democracia apenas seria possível para os países
desenvolvidos economicamente com um processo de industrialização já consolidado. Os
demais países, pobres e “atrasados”, estariam vulneráveis aos regimes totalitários, ao
socialismo, ou ainda, aos regimes democráticos dependentes dos países desenvolvidos.

Em oposição à proposta capitalista liberal, restavam apenas os vestígios de nacionalismos


(sem possibilidade de significarem um projecto” para a “humanidade”, justamente porque
refutam o dogma de que deve existir um só caminho para todos e, portanto, cada grupo é dono
de seu próprio destino) e o fundamentalismo islâmico (antes restrito ao Oriente e a países
periféricos, mas que avança em centros importantes tais como Paris.
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Deste modo, diante da derrocada do socialismo, o autor concluiu que a “democracia” liberal
“ocidental” se firmou como a “solução” final do governo humano, significando, nesse sentido,
o “fim da história” da humanidade, gerando um antagonismo jamais visto antes na história do
mundo muito mais dinâmica antes com seus povos vivendo do seu modo original.

O “fim da História”, último estágio de avanço económico, não significaria o fim da história
social ou fim dos acontecimentos naturais como vida ou morte, mas sim, uma sociedade
tecnológica que pudesse suprir todas as necessidades humanas. Atingindo este estágio,
ocorreria o fim do desenvolvimento dos princípios e das instituições básicas, pois todas as
questões realmente importantes estariam resolvidas. Para Fukuyama, esta previsão também
foi feita pelos filósofos Hegel e Marx (FUKUYAMA, 1992, p. 12).

Segundo Fukuyama (1992, p. 12), “a democracia liberal continuaria como a única aspiração
política corrente que constitui o ponto de união entre regiões e cultura diversas do mundo
todo”. Não haveria precedente para os níveis de desenvolvimento proporcionados, tanto para
os países industrializados quanto para os países pobres. Estes últimos receberiam uma série de
investimentos sociais visando uma igualdade de oportunidades a todos os cidadãos do mundo.

O que difere o homem dos outros animais, para o autor, é a necessidade de reconhecimento,
de mostrar que é diferente ou mais forte que os demais de sua espécie. Seria, então, esta
vontade de reconhecimento o que faria o homem evoluir social e tecnologicamente. Como
afirmou Hegel, o homem luta por prestígio para poder se destacar entre os demais homens.
Hegel associaria o “fim da história” com a Revolução Francesa.

A luta pelo reconhecimento, neste caso, estaria satisfeita em uma sociedade caracterizada pelo
reconhecimento universal e recíproco. Não haveria mais ajustes nas instituições sociais
humanas capazes de satisfazer esta aspiração. Portanto, não seria mais possível nenhuma
outra mudança histórica progressiva.

Afirma ainda Fukuyama (1992, p. 45) que “o estado totalitário pretendia refazer o próprio
homem [...], mudando a estrutura de suas crenças e valores por meio do controle da imprensa,
da educação e da propaganda.” Desta forma, o principal objectivo era forçar a crença em seus
cidadãos que estes viviam no melhor regime do mundo, e sendo assim, deveriam desprezar e
temer outras formas de governo.
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O autor cita como exemplo a URSS, onde os cidadãos aceitavam seu governo pelo desejo de
segurança, ordem e autoridade, além de benefícios extras que o regime soviético conseguiu
através de sua grandeza imperial e status de superpotência.

A democracia liberal que deveria, segundo Fukuyama, ser uma vontade legítima de todos os
povos é imposta a força para os governos que ousam desafiá-la. O homem do liberalismo
acredita que seu trabalho vai lhe proporcionar bem-estar, respeito junto a sua comunidade,
dignidade e alto padrão de consumo.

A tão proclamada liberdade do cidadão americano resume-se ao acesso aos bens de consumo.
No entanto, esta liberdade não existe quando se opta por questionar a atuação do governo e
das instituições oficiais. Todos os jornalistas que se posicionaram contra a política externa
americana foram acusados sumariamente de serem antipatriotas.

O mesmo ocorreu com a BBC londrina, que foi alvo de fortes protestos quando ousou
questionar a participação da Inglaterra na invasão do Iraque. A globalização tem criado uma
ideia de um mundo sem fronteiras e apresenta a democracia liberal como o melhor modelo de
governo, visto que as nações que obtiveram sucesso económico adoptaram o mesmo. O maior
desafio do século XXI talvez seja conviver e respeitar as diferenças dos povos. A miséria e a
opressão devem ser combatidas independente das posturas políticas, crenças e etnias. A
tecnologia pós-moderna deve ser utilizada em benefício de toda a humanidade e não contra
ela.
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9. Conclusão

Para Fukuyama (1992, p. 70), “o direito de participar do poder político pode ser considerado
como outro direito liberal, na verdade, o mais importante, e é por isto que o liberalismo tem
sido historicamente associado à democracia”. Portanto, é bastante provável que paises como a
China, a Correia do Norte ou, ainda, as teocracias islâmicas, não resistam por muito tempo. O
mundo caminha através da globalização para uma economia liberal.

Esta transformação pode ocorrer de forma pacifica ou por imposição dos países ricos, que
precisam de países pobres liberais, democráticos e globalizados para manter suas economias e
seu nível de desenvolvimento. Dos diferentes tipos de regimes surgidos no curso da história
da humanidade, desde monarquias e aristocracias até as teocracias religiosas e as ditaduras
fascistas e comunistas deste século, a única forma de governo que sobreviveu intacta até o fim
do século XX foi a democracia liberal. (FUKUYAMA, 1992, p. 80).
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10. Referências Bibliográficas

FUKUYAMA, F. O fim da História e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

HEGEL, Georg W. Friedrich. A Filosofia da História. Brasilia : Editora Universidade de


Brasilia, 2008

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