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1
Ver mais em § 4.5.
2
Ver mais em § 40.2.
3
Ver mais em § 52.1.
4
Ver mais em § 1.7.
Entre os séculos XV e XVIII o mundo vive a época da chamada primeira
expansão europeia5, que leva os europeus à África, Ásia e América. Nesse contexto
iniciou-se o contacto dos europeus com a costa ocidental africana e,
consequentemente, surgiram alguns escritos sobre a costa da Guiné e outras regiões
de África produzidos, especialmente, por missionários europeus envolvidos na referida
expansão.
Entretanto, os materiais assim produzidos e que fornecem testemunhos directos
e datados, bem como compilações de relatos, são essencialmente descrições sobre a
situação da época e não propriamente História. Relata-se essencialmente aspectos
ligados à estadia, aos locais, ao comércio e outros de interesse dos autores desses
escritos.
A terceira fase de evolução da historiografia africana é a que vai desde os finais
do século XVIII até princípios do século XX. A industrialização da Europa contribuiu
para mudar a atitude dos europeus em relação ao continente africano. Nessa altura
regista-se um certo interesse dos autores europeus pelas questões africanas. Os livros
europeus começam a contemplar a África um número considerável de páginas.
Meu caro revoltado, é importante reparar que a referência à África na literatura
europeia foi sempre feita sob um ponto de vista eurocentrista. Tendo em vista legitimar
a expansão europeia à África.
Nesse contexto a história dos outros, em especial a História africana, não tinha
nenhuma importância. Hegel foi muito claro a esse respeito ao afirmar que: “A África
não é um continente histórico. Ela não demonstra nem mudança nem
desenvolvimento.”
Esse ponto de vista vigorou no século XIX e tinha ainda alguns poucos adeptos
em pleno século XX. A partir de princípios do século XX e sobretudo depois da Primeira
Guerra Mundial6 espalhou-se um pensamento que pretendia minimizar e até negar a
influência da presença europeia em África, apresentando-a como um acontecimento de
ínfimo impacto na evolução Histórica de África. É o afrocentrismo, pensamento que
constituiu também uma tendência importante na evolução da historiografia africana.
5
Ver mais em § 11.5. e 12.5.
6
Ver mais em § 29.
A última fase da historiografia africana inicia nos meados do século XX com a
emergência de uma nova História de África, produto de historiadores profissionais que
fizeram dela o objecto do seu ensino e dos seus escritos. Esse período corresponde ao
período da África independente7 e que começa a evoluir em termos de escolarização,
com um notável aumento da rede escolar e de graduados a todos os níveis. Um pouco
por toda a África há cada vez mais quadros africanos formados que irão dar corpo a
uma nova tendência historiográfica.
Nesse período, intelectuais africanos começam a definir a sua própria
concepção em relação ao passado africano, buscando nele as fontes de uma
identidade cultural negada pelo colonialismo. Tenta-se já uma História livre de mitos e
de preconceitos subjectivos. Procura-se dar à produção histórica um novo impulso,
elevando-a ao nível da História de qualquer outra parte do mundo.
Essa nova tendência historiográfica assume-se como intermédia entre o
eurocentrismo e o afrocentrismo, pois tenta fazer uma abordagem isenta de
preconceitos, debruçando-se objectivamente sobre a evolução do continente antes,
durante e após a dominação colonial. Alguns chamam a esta corrente progressista e
outros africanista.
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Ver mais em § 37.
1.3. Tarefas e métodos da historiografia africana