Você está na página 1de 13

Rogerio Moises Ferrao Silva

Historiografia africana
(Licenciatura em Ensino de Historia)

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância


2023

Rogerio Moises Ferrao Silva


Historiografia africana

(Licenciatura em Ensino de Historia)

Trabalho da cadeira de Evolução ao


Pensamento Histórico, a ser entregue no
departamento de Letras e Ciências Socias,
curso de Historia, para fins avaliativos, sob
orientação do Msc.

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

2023
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................4

1.1. Objectivos:.......................................................................................................................4

1.1.1. Geral.................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos.......................................................................................................................4

1.2. Metodologia..........................................................................................................................4

2. Historiografia africana.......................................................................................................5

2.1. Eurocentrismo.................................................................................................................5

2.2. historiográficas do período em análise.........................................................................8

Conclusao..................................................................................................................................12

Bibliografia................................................................................................................................13
1. Introdução

O presente trabalho que tem como tema Historiografia africana, com este trabalho pretende se
trazer todos pontos ligado ao tema, tais como: Eurocentrismo e historiográficas do período em
análise. Entretanto A difusão de uma História mais crítica, no século XX, e o surgimento da
História disciplinar nos países do “Terceiro Mundo” alteraram, sem dúvida, o quadro
marcadamente eurocêntrico do pensamento social anterior. No que tange ao saber sobre a
África, este avanço da historiografia é inegável. Entretanto, após duas gerações de
historiadores formados no tema, desde a 2º Grande Guerra, a crítica ao eurocentrismo segue
sendo uma questão central para os autores contemporâneos que tratam do assunto. Na
tipificação dessas expressões destacamos as descrições definidas, as nominalizações, as
associações, e as argumentativas. Além das Filosofias da História, teorias sociais do século
XIX, como o evolucionismo de Spencer e o positivismo de Comte, podem ser considerados
casos extremos deste provincialismo europeu, auto-declarado como universalista.

1.1. Objectivos:

1.1.1. Geral
Conhecer a Historiografia africana

1.1.2. Específicos
Explicitar as concepções historiográficas do período em análise.
Identificar o tipo de historiografia deste período, feita à luz de influências
eurocêntricas.
Descrever Eurocentrismo

1.2. Metodologia

Para elaboração deste trabalho recorreu se aos métodos bibliográficos que consistiu na
consulta de obras bibliográfica e internet, método descritivo que consistiu na descrição de
informações recolhidas nas diferentes obras onde cada autor esta devidamente referenciado no
final de trabalho.
2. Historiografia africana

África é considerada atualmente como o “berço da Humanidade” devido ao fato de estudos


arqueológicos comprovarem que foi no continente que surgiu o primeiro hominídeo, o Homo
Sapiens, o qual, a partir daí, se expandiu por todo o globo. A partir deste inegável fato
cientifico, podemos conjecturar que, portanto, o continente também é responsável, em parte,
pelo nascimento do gênero História, entendido aqui, como a tentativa de registro das ações
humanas ao longo do tempo. Como afirma J. D. Fage, “os primeiros trabalhos sobre a História
da África são tão antigos quanto o início da história escrita”, e os historiadores do velho
mundo mediterrâneo e da civilização islâmica medieval tomavam como parte integrante do
quadro de referência do conjunto do mundo conhecido uma grande parte da África ao norte do
deserto do Saara. Essa região integrava o campo de interesses desses historiadores tal qual a
história da Europa ou do Oriente Próximo.

A África ao sul do Saara, mais conhecida como África tropical, também fazia parte do
horizonte de interesses desses historiadores clássicos, contudo havia certo limite nessa
preocupação, devido à dificuldade e escassez de contatos que podiam se estabelecer com essa
parte do continente seja através do Saara, seja ao longo da costa do mar Vermelho e do
Oceano Indico.
A difusão de uma História mais crítica, no século XX, e o surgimento da História disciplinar
nos países do “Terceiro Mundo” alteraram, sem dúvida, o quadro marcadamente eurocêntrico
do pensamento social anterior. No que tange ao saber sobre a África, este avanço da
historiografia é inegável. Entretanto, após duas gerações de historiadores formados no tema,
desde a 2º Grande Guerra, a crítica ao eurocentrismo segue sendo uma questão central para os
autores contemporâneos que tratam do assunto.

2.1. Eurocentrismo
De acordo com Samir Amin (1994), define o eurocentrismo como a crença generalizada de
que o modelo de desenvolvimento europeu-ocidental seja uma fatalidade (desejável) para
todas as sociedades e nações. Segundo este autor, uma ideologia, cuja genealogia deveria ser
buscada no Renascimento, remontando à gênese do capitalismo como sistema mundial, ou, em
suas palavras, como modo de produção realmente existente.

Partindo desta definição de Amin, mas nem sempre em concordância com ela, outros autores,
como Anibal Quijano (2000), tem preferido conceituar o eurocentrismo como um paradigma.
Isso porque sua característica singular seria a de se reproduzir como uma estrutura mental,
consciente ou não, que serve para classificar o mundo. E, portanto, poder abordá-lo.

este eurocentrismo esteve presente nos textos clássicos que fundaram a historiografia moderna
no Iluminismo, deturpando a visão dos europeus acerca dos demais povos do mundo. Estes
eram vistos, então, na melhor das hipóteses, como crianças a serem educadas pelas luzes da
Razão. Existe uma literatura recente que analisa esta visão em autores clássicos como
Descartes (Quijano, 2000), Kant (Eze, 1997), Hegel (Dussel, 1993) e outros.
O mesmo olhar pode ser identificado no pensamento social europeu dos novecentos, de forma
mais diversificada. Existe uma tendência eurocêntrica recorrente, por exemplo, nas Filosofias
da História dos séculos XVIII e XIX, a partir de autores clássicos como Voltaire, Vico,
Condorcet, Hegel, Marx e Engels. É certo que existe uma heterogeneidade evidente no
pensamento de tais autores. Todavia, o que os une – enquanto principais fundadores da Teoria
da História, são suas tentativas de, a partir da Filosofia, construir interpretações evolutivas das
sociedades humanas, baseadas no progresso da história européia-ocidental.

Além das Filosofias da História, teorias sociais do século XIX, como o evolucionismo de
Spencer e o positivismo de Comte, podem ser considerados casos extremos deste
provincialismo europeu, auto-declarado como universalista. Nestas perspectivas francamente
eurocêntricas, as sociedades e os povos “pré-modernos” ou “arcaicos” deveriam ser estudados
como estágios de um caminho civilizacional único, cujo ápice seria a Europa Ocidental.
Assim, pois, o passado destas sociedades deveria ser um exemplo inicial deste processo
evolutivo.
Em todos os casos citados, se reproduz, portanto, a crença na excepcionalidade européia,
definida de diversas formas. Desde uma compreensão econômico–social (o capitalismo);
culturalista (modernidade, cultura greco-romana); religiosa (judaico-cristã); racial (“branca”),
etc. Trata-se, pois, em ultima instância, de um problema ontológico recorrente, ainda não
examinado como merece.
Esta visão eurocêntrica de mundo condiciona o nascimento disciplinar da Historia como pode-
se observar, por exemplo, em obras de dois “pais” da disciplina: Michelet e Ranke. Cada um a
seu modo, tais autores buscaram reconstruir a história de sua nação como representante
máxima da “especificidade” européia; seja por sua face moderna,
contratualista (Michelet); seja por sua face romântica, de origem místico-religiosa (Ranke)
(Fontana, 1998). Refaz-se, assim, na História, a associação entre os nascentes Estados- Nação
da Europa Ocidental e a institucionalização das ciências humanas, levando a uma reorientação
da ideologia eurocêntrica em categorias como “povo” e “nação”, marcando, inclusive,
distinções entre os próprios pensadores europeus. Mas o que ocorre ao historiador, ou filósofo
social, quando, olhando para o passado de outros povos e civilizações, não se pudesse
encontrar neles a genealogia da modernidade européia-ocidental? Trata-se de uma questão
pertinente. Hegel, por exemplo, foi peremptório neste ponto ao falar sobre o passado da
África, que aqui interessa ressaltar. Dizia o filósofo alemão que, ao se analisar a história da
África, não se poderia ali encontrar progressos e movimentos históricos. Sua conhecida
conclusão, pois, considerou que a África não faria parte da “história do mundo”.

Neste sentido, parte do trabalho de autores atuais como Thornton, Lovejoy e Vansina, provém
do questionamento de supostos pressupostos da herança crítica anterior, da primeira geração
da historiografia sobre a África, tidos como igualmente reprodutores de uma visão de mundo
eurocêntrica, tal qual a historiografia colonialista. Vansina (1994), por exemplo, questionou os
afro-centristas por não desmistificarem o mito da excepcionalidade grega, em vez de
procurarem as origens africanas desta. Thornton (2004) se refere ao suposto eurocentrismo
contido nas obras que trabalham com a teoria do sistema-mundial de Immanuel Wallerstein;
visto que, ali, a Europa continuaria surgindo
como o único sujeito histórico da modernidade.
De um modo geral, pode-se observar, nestes e outros autores contemporâneos, - assim como
em filósofos africanos atuais, como Appiah e Mudimbe, uma tendência a compreender os
males africanos, voltando suas críticas às próprias elites daquele continente. Trata-se de uma
caracterização que se coloca, na visão destes, como oposta àquela de gerações anteriores, pois,
estas, supostamente, estariam se entendendo os males africanos como epifenômeno da
dominação européia-ocidental. Fosse ela representada pelo tráfico escravista, pela Era
Colonial, pelo Imperialismo ou pelo Neo-colonialismo. agenda eurocêntrica das ciências
sociais. Como observa Edgardo Lander (2000: 9), trata-se, hoje, de um movimento amplo e
transdisciplinar nas ciências humanas, que visa desconstruir a tradição eurocêntrica em um
ponto central: na literatura auto-legitimadora da
“modernidade ocidental”.

Buscando qualificar tais críticas contemporâneas ao eurocentrismo, Walter Mignolo (2003:


76) assinala algo pertinente a este ensaio. Diz o autor que, para além da sua aparente
heterogeneidade, existiria uma essência comum a tais críticas, a saber, suas tentativas de
construir visões renovadoras das ciências humanas, desde um viés pós-eurocentrico. Para o
autor, esta seria uma premissa necessária para o desvelamento dos saberes subalternizados
pela “diferença colonial”. Em outros termos, dos saberes dos povos submetidos à expansão
dos colonialismos internos e externos, engendrados pela ocidentalização do mundo.

2.2. historiográficas do período em análise.

Durante a antiguidade, escritos de viajantes, historiadores, ou geógrafos, como Heródoto de


Helicarso (séc. V a.c) e Cláudio Ptolomeu (séc. II), denominavam África de Etiópia e os
africanos de etíopes. Já para os muçulmanos eram “o Sudão e para os viajantes dos séculos
XV e XVII eram a Guiné e seus estranhos moradores”. Mas o importante desses nomes para a
presente análise, esta no fato dos mesmos possuírem como denominador comum, a menção a
uma característica física da população africana: a cor negra da pele. E a própria forma de
denominar a África na antiguidade - Etiópia - utilizada principalmente por gregos e romanos,
levava em consideração esse importante elemento de estranhamento anteriormente citado, já
que o termo grego Aethiops, significa terra dos homens de pele negra10. Assim, a pele negra,
o cabelo crespo e as feições físicas foram os aspectos que, antes de quaisquer outros
elementos, em um primeiro contato, mais chamaram a atenção dos que passaram pelo
continente. E desta maneira, as terras africanas, foram caracterizadas como o habitat de
homens negros inferiores, sendo que a diferença, a crença na superioridade e a dificuldade de
entender o outro representam os significados implícitos impressos nos referidos termos.
Identificar o tipo de historiografia deste período, feita à luz de influências eurocêntricas.

Heródoto, em História, obra reconhecida como mãe da história11, deixou registrado sua
impressão sobre os africanos, em um misto de estranhamento, admiração e desqualificação,
através das várias referencias a Etiópia e aos etíopes. Dentro da sua lógica descritiva1
afirmava que “os homens daquelas regiões são negros por causa do calor” e que os “etíopes da
Líbia” eram “entre todos os homens os de cabelo mais
crespo” .
A relação estabelecida por Heródoto entre o clima e a cor são reveladores do impacto que as
diferenças de fenótipos, entre europeus e africanos, causavam ao estrangeiro. Além disso, o
historiador grego, também afirmava que a Etiópia seria “a mais remota das regiões
habitadas”14, e que, se comparados aos outros povos, os etíopes seriam inferiores, bárbaros e
sem civilização. Fica, pois, então evidente, que as referências e categorias culturais de
Heródoto condicionam sua leitura da realidade, fazendo-o demarcar os aspectos físicos tão
distantes dos gregos e sua pretensa superioridade.

As características geográficas da Etiópia também serviram nos séculos seguintes como balisas
de fronteiras entre o mundo europeu e a África, além de serem utilizadas, muitas vezes, como
elementos explicativos das diferenças físicas e culturais entre europeus e africanos15. Ainda
na antiguidade o geógrafo alexandrino Cláudio Ptolomeu, baseado em estudos anteriores,
inclusive os de Heródoto, reuniu em sua obra Geografia a evolução máxima dos
conhecimentos relativos aos contornos da África16. Nesta, a África não passaria da região do
Equador e o clima abaixo dele seria insuportável e responsável pelas deformações e
incapacidades físicas dos povos que ali viviam.

No período medieval, as imagens dos africanos foram completamente fixadas pelo imaginário
da cristandade européia, o que fez com que, mais uma vez, o desprestigio recaísse sobre as
terras africanas. A teoria camita18, associada à fusão da cartografia de Ptolomeu com a
cosmologia cristã acabou por posicionar África e os africanos nas piores regiões da terra19. E
foi na cartografia medieval que as impressões pejorativas sobre os africanos ficaram mais
explicitas. Conjugando os olhares da Antiguidade com as crenças sobre a distribuição da
humanidade na terra, relatadas pela a Bíblia, os mapas da época reproduziam um padrão no
qual, segundo Isabel Noronha.

Já no período moderno o intensificar dos contatos não resultou, como se poderia imaginar, na
alteração dessas leituras influenciadas pela crença de que a Europa era uma civilização
infinitamente mais desenvolvida. Antes, apenas operaram uma alternância das abordagens
preconceituosas. Como exemplo, no século XV, duas encíclicas papais deram plenos poderes
ao soberano português de se apoderar das terras e escravizar eternamente os povos islâmicos,
pagãos e os negros em geral22. E essa condição de cativo dos povos negros, veio a contribuir
e potencializar os preconceitos e imagens negativas dos africanos. Sendo que a maioria dos
relatos elaborados nos decorrer dos séculos XVI, XVII e XVIII, seguiam as abordagens de
povos inferiores, mesmo, a despeitos destes, se elevarem a um posição chave nas relações
econômicas estabelecidas pelos europeus com o Mundo Atlântico23. E isso se verifica
facilmente com a análise dos diários, memórias e crônicas dos viajantes ou nos relatórios
oficiais elaborados por diversos marinheiros, enviados diplomáticos, comerciantes, militares,
missionários e exploradores que percorreram o interior e a costa do continente entre os séculos
XV e XVIII.

Ao contrário do que se possa imaginar, o privilégio do explicitado imaginário de inferioridade


sobre África não foi exclusivo da civilização cristã européia. Nos inúmeros relatos de viajantes
árabes e mulçumanos, é possível encontrar concepções e idéias semelhantes às européias.
quente o país, os corpos celestes exercem sua influência e atraem os humores para as partes
superiores do corpo. Daí os lábios pendentes, o nariz achatado e grosso a ausência de
inteligência” 25.
Quanto à historiografia colonial dos séculos XVIII e XIX teve por paradigma a teoria do “vaso
vazio” que considerava a História Africana como um simples prolongamento das atividades
europeias em África. Fundada sobre preconceitos eurocentristas que durante muito tempo
consideraram o continente africano a periferia da história, um continente sem dinâmica própria
cujo essência das realizações seria creditada a fatores externos. Isso teve por consequência a
falsificação da História do continente e a eclosão de alguns mitos preconceituosos e racistas.
Assim se estabeleceu uma escola de pensamento agrupando teóricos cujo mais notável foi
Hegel; sua obra teria amplamente determinado as ações imperiais que afetaram o continente
africano, desde a segunda metade do século XIX. Esses teóricos alimentaram uma
historiografia que operava na base de uma verdade estratégia de alienação e domesticação dos
povos para os quais precisavam negar toda historicidade.

A historiografia colonial caracterizou-se pela negação de valores africanos e realizações


endógenas desses povos. São, portanto, narrativas de ações militares de conquista e
pacificação da África ocidental e central que a despeito das destruições e da violência
descomunal que eles causaram, oficiais europeus tais como Borgrie des Bordes, Dodds,
Gallièni, Largeau, entre outros, foram qualificados como heróis libertadores e virtuosos, ao
passo que os resistentes à conquista e à dominação aparecem, na historiografia colonial, como
pequenos reis escravagistas e sanguinários. Foi assim com Lat Dior Diop, no Senegal, Samory
Turè, em país Manding, Bokar Biro, Futa djallon, Bèhanzin no antigo Dhaomey, Rabha em
torno lago Tchad, El hadj Omar, no Sudão Ocidentam, Martim Samba no sul do Camarões.
(KI-ZERBO, 2010).
A historiografia colonial caracterizou-se, no plano metodológico, pelo culto do documento
escrito, muitas vezes produzido, por viajantes europeus, única fonte considerada segura.
Cabem, aqui, duas observações: primeiro, a negação das fontes orais, arqueológicas,
etnográficas e artísticas como importantes documentos para a reconstrução do passado da
África; segundo, as publicações, anteriores a 1945, expressam uma visão fragmentada da
história africana. Além disso, os estudos desenvolvidos tinham como objeto blocos de países,
refletindo a partilha proposta na Conferência de Berlim (KI-ZERBO, 2010).
Com efeito, durante muito tempo na historiografia africana faltou uma visão de conjunto, Isso,
segundo Mudimbe (2013), na maioria das universidades, acarretou na oferta de disciplinas
sobre a História da África, que se limitavam ao avanço colonial de uma única nação europeia.
Conclusao
Chegado a este ponto conclui-se que Durante a antiguidade, escritos de viajantes,
historiadores, ou geógrafos, como Heródoto de Helicarso (séc. V a.c) e Cláudio Ptolomeu (séc.
II), denominavam África de Etiópia e os africanos de etíopes. Já para os muçulmanos eram “o
Sudão e para os viajantes dos séculos XV e XVII eram a Guiné e seus estranhos moradores”.
Mas o importante desses nomes para a presente análise, esta no fato dos mesmos possuírem
como denominador comum, a menção a uma característica física da população africana: a cor
negra da pele. E a própria forma de denominar a África na antiguidade - Etiópia - utilizada
principalmente por gregos e romanos, levava em consideração esse importante elemento de
estranhamento anteriormente citado, já que o termo grego Aethiops, significa terra dos homens
de pele negra10. Assim, a pele negra, o cabelo crespo e as feições físicas foram os aspectos
que, antes de quaisquer outros elementos, em um primeiro contato, mais chamaram a atenção
dos que passaram pelo continente. Quanto ao eurocentrismo define se como a crença
generalizada de que o modelo de desenvolvimento europeu-ocidental seja uma fatalidade
(desejável) para todas as sociedades e nações. Segundo este autor, uma ideologia, cuja
genealogia deveria ser buscada no Renascimento, remontando à gênese do capitalismo como
sistema mundial, ou, em suas palavras, como modo de produção realmente existente.
Bibliografia

ALAGOA, E. J. The use of oral literacy data for history. JAF, 81 (7), 1968. _____________.
Oral tradition and archaeology: the case of Onyoma. OM, 1 (1), 1973. AKINJOGBIN I. A. et
al. Concepto del poder en África. Barcelona: Serbal, 1981. AMIN, Samir. Eurocentrismo:
crítica de uma ideologia. Lisboa: Dinossauro, 1994. ___________. O desenvolvimento
desigual: ensaio sobre as formações sociais do capitalismo periférico. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1975. APPIAH, Kwame. Na casa de meu pai: a África na
filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. BÂ, Amadou H. Aspects de la
civilizacion africaine. Paris. Presénce Africaine (8), 1972.
___________. A tradição viva. In: KI-ZERBO, J. (coord.). Metodologia e pré-história da
África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982.
BARBOSA, Wilson N. Cultura negra e dominação. Coleção Aldus, no. 9. São Leopoldo, RS,
Brasil: Editora UNISINOS, 2002.
BARRY, Boubacar. Senegâmbia: o desafio da História Regional. Rio de Janeiro:
SEPHIS/CEAA

Você também pode gostar