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UNIDADE CURRICULAR: História dos Descobrimentos e Expansão

Portuguesas

CÓDIGO: 31058

DOCENTE: Profª Drª Ana Paula Menino Avelar

A preencher pelo estudante

NOME: Marco Joaquim da Silva Sousa

N.º DE ESTUDANTE: 1103432

CURSO: Licenciatura em História

DATA DE ENTREGA: 28 de novembro de 2023

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TRABALHO:

Já o período joanino é aquele em que o reino defende a sua independência,


fortalecendo-o face a Castela, e prosseguindo, numa segunda fase, a guerra
expansionista em Marrocos e o início da exploração atlântica.1

A analise do presente texto reporta-nos os passos que existiram para que Portugal
pudesse empreender uma nova fase da sua vida enquanto nação, e se lançasse na fase da
expansão e da exploração marítima. Assim, as condições internas seriam as primeiras a
ter em conta, e observamos que o facto de a dinastia de Avis se consolidar no poder,
passa a garantir a sua independência em relação a Castela, podendo agora o reino e as
suas estruturas voltarem-se para as questões a seguir. O caminho empreendido para a
expansão e exploração assentou em várias vertentes já existentes, como o de bacias
hidrográficas abundantes que condicionavam o transito comercial de produtos por esses
locais, como também através das ações diretas dos monarcas, concedendo privilégios,
fomentando povoados marítimos, promovendo a atividade agrícola nas suas imediações,
e atraindo técnicos e mercadores estrangeiros, que iriam se promover, organizar e
institucionalizar. Juntando ainda o seu envolvimento nas atividades de construção naval
e do trato, empenhados monarcas na criação de uma armada régia, voltada para o
comércio e para atividades militares, que culminaria na instituição da Companhia das
Naus, surgida da confluência de todas estas ações e privilégios, e fundada por D.
Fernando. Esta estrutura criada ao longo do tempo permitiu o surgimento de uma nova
burguesia mercantil, forte e capaz defender os seus interesses junto dos monarcas, de D.
Dinis a D. João I.

O até então cenário vivido na europa à época, no séc. XIV era uma realidade difícil,
com guerras intermináveis entre potencias que comercializavam com Portugal, guerras
essas que esgotariam os produtos disponíveis nos mercados, provocariam mortes e
deslocações de populações juntamente com o abandono progressivo dos campos, e a
aglomeração destas nas cidades, potenciaria o terreno para o que se seguiria com a
propagação de pestes por todo o continente. Todos estes acontecimentos provocaram
um esgotamento das reservas monetárias, e a escassez de materiais preciosos, e dos
produtos de luxo, que agora apenas chegavam através das rotas caravaneiros ou

1
AVELAR, Ana Paula, Veredas da Modernidade-Escrevendo o mundo no Portugal de
Quinhentos, Lisboa: Colibri, 2022, p.59

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marítimas, pelas mãos dos muçulmanos, mas também de alguns cristãos e judeus, dos
impérios da orla mediterrânica. A toda a problemática económica que afeta todos os
extratos sociais, aos quais os centros portugueses se encontram ligados, juntam-se
motivações da burguesia mercantil, da própria coroa, aos estratos mais humildes,
enredando nas suas malhas a nobreza, e mesmo o Clero, e ainda uma série de alguns
outros vetores, religiosos, conjunturais, familiares, económicos, diplomáticos e
militares, que no conjunto, tornaram as condições altamente favoráveis, para a partida
de Portugal para a expansão. O desejo da monarquia de armar os filhos cavaleiros, uma
característica usual à época, ou através de um plano mais profundo que combinava a
vontade de unir um ato de fé, através do combate ao islão e a sua expansão,… e um
lucro a obter através da conquista, ou até interferências de uma burguesia comercial
junto da coroa, que pretendia expandir o seu comercio ultramarino e ver aumentados os
seus lucros, existindo ainda a referencia de que esta precisava ser ocupada após anos de
paz com Castela, tentando assim expandir os seus domínios, seriam desígnios
fundamentais, juntamente com o desenvolvimento e o domínio científico, que
aprimorariam os conhecimentos náuticos e geográficos das técnicas de navegação,
como o leme de cadastre, bússola, astrolábio, quadrante, portulanos, mapas,
desenvolvimento de embarcações, naus e caravelas. Merecem, sem dúvida, ser
referenciadas as causas mais ou menos próximas desta saída de Portugal, e
ponderados fatores como a falta de ouro ou a necessidade de se ir em busca dos
mercados fornecedores desse metal. Importa, nesse sentido, considerar as quebras
monetárias e a necessidade de aquisição de novos senhorios, para além de se avaliar a
falta de cereais existente ao tempo no reino e os insuficientes meios de pagamento para
os adquirir.2 A "porta" de Ceuta em 1415 seria o começo da aventura da conquista, e
justificava a entrada de Portugal no norte de Africa, pois era de enorme importância
económica os recursos que ali afluíam e as suas rotas caravaneiros para comercio eram
de grande valor. O controlo desse local era importante para todas as estruturas do reino
que a ambicionavam. Ceuta era o local que interligava o marroquino mediterrânico
com o marroquino atlântico.3 A sua conquista, no entanto, não seria proveitosa, pois
após a sua queda, todo o comercio que ali afluía foi desviado a outras praças, resultando
num enorme sorvedouro de gentes e dinheiros para a coroa. Mas, teria um valor
fundamental na criação de uma base que serviria de apoio para a futura expansão pelo
2
AVELAR, Ana Paula - Representações de um “Mundo Novo” no Portugal de Quinhentos, 2011, p.32
3
OLIVEIRA, Aurélio de – História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa. Lisboa:
Universidade Aberta, 1999. P.91

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território marroquino. (…) como base marítima e terrestre, à navegação portuguesa e à
exploração geográfica que de imediato se principiou a fazer e a incentivar em toda a
zona confinante.4 No entanto verifica-se após este episodio, uma mudança da estratégia
da presença portuguesa no espaço marroquino, relacionado com um isolamento das
possessões em Marrocos, as razões económicas da sua presença, a crescente ameaça do
poderio do rei de Marrocos, a dificuldade crescente de conter a escalada do corso,
carências militares e financeiras e más condições de defesa de algumas praças, são as
razões apresentadas para a reformulação desta política. Entendo por isso que, é neste
momento de viragem, e provocado pela constante procura Portuguesa, que se deixa o
espaço marroquino e que se lança na exploração atlântica, terminando uma primeira
fase da expansão pelo Norte de Africa. Esta nova fase da expansão e exploração
atlântica levaria a disputas com Castela até 1480, pelo arquipélago das Canárias que
veria reconhecida a sua posso por Castela. A ilha da Madeira em 1420, e em 1427 a
descoberta dos açores por Diogo Silves. Na exploração da costa ocidental africana,
muito se queria alcançar o comércio do ouro. 5 Depois do Infante D. Henrique, Gil
Eanes dobra o cabo Bojador a 1434 alcançando as seguintes navegações, o golfo da
guiné. De 1468 a 1474 cabe a Fernão Gomes a descoberta e exploração da Costa do
Marfim, Costa do Ouro, e potenciando o comércio escravo, até que em 1488,
Bartolomeu Dias passa o cabo da Boa Esperança. A extensão atlântica das atividades
Portuguesas caracterizavam-se por entrepostos comercias estabelecidos nas paragens
distantes descobertas, perfeitamente adaptadas ás realidades individuais de cada
território, entrepostos, fortificações, e capitanias, que foram habilmente defendidas,
permitindo a proteção da atividade mercantil, dos militares e das populações que lá
enviavam. Já no reinado de D. João II, e após audazes viagens terrestres realizadas em
segredo, torna-se claro o objetivo Português de atingir a Asia, no qual este monarca
desempenharia um papel importante, seguido de D. Manuel I, que envia Vasco da
Gama, para a descoberta do caminho marítimo para a India em 1498. Neste espaço
acabaria por ser implementado também um sistema idêntico de fortalezas pelo vice-rei
D. Francisco de Almeida no Indico, concentrando” pontos chaves” para as navegações,
e com o apoio de uma poderosa esquadra.

4
OLIVEIRA, Aurélio de – História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa. Lisboa:
Universidade Aberta, 1999, p.156
5
RTP, RTP Ensina [em linha], Associação dos Professores de História/Sofia Condesso, 2021, Disponível
na Internet: URL: Formas de ocupação e exploração dos novos territórios

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Bibliografia e Webgrafia:

AVELAR, Ana Paula, Veredas da Modernidade-Escrevendo o mundo no Portugal de


Quinhentos, Lisboa: Colibri, 2022, p. 55-60

AVELAR, Ana Paula - Representações de um “Mundo Novo” no Portugal de


Quinhentos, Edições Cosmos, 2011, p.32

OLIVEIRA, Aurélio de – História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa. Lisboa:


Universidade Aberta, 1999, p.92-193

RTP, RTP Ensina [em linha], Associação dos Professores de História/Sofia


Condesso,2021. [2023/11/24]. Disponível na Internet: URL:Formas de ocupação e
exploração dos novos territórios - RTP Ensina 

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