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MERCANTILISMO E A EXPANSÃO MARÍTIMA HISTÓRIA I


IBÉRICA:O ESTADO MODERNO BUSCANDO
SEU FORTALECIMENTO

O MERCANTILISMO – As manufaturas têxteis e os cercamentos dos campos surgem


no período mercantilista e posteriormente obtém importância
A INTERVENÇÃO ESTATAL NA primordial no século XVIII com o advento da Revolução Industrial
na Inglaterra.
ECONOMIA O Mercantilismo foi, portanto, a prática econômica de maior
O Mercantilismo pode ser qualificado como a característica destaque na Europa Moderna (XV – XVIII). Alguns historiadores
econômica primordial da Idade Moderna. Ele existia em função ainda o denominaram como “capitalismo comercial” ou “período
do Estado Nacional Absolutista. Perry Anderson, na obra já pré-capitalista”, pois, através de um fenômeno descrito por Karl
mencionada no capítulo anterior, Linhagens do Estado Absolutista, Marx como “acumulação primitiva de capital”, prepararia a Europa
buscando sintetizar o que foi a prática econômica da Idade Moderna para uma de suas revoluções mais importantes do século XVIII: a
europeia, cita a feliz frase de Hecksher: “o Estado era o sujeito e o já citada Revolução Industrial inglesa.
objeto da política econômica mercantilista. O agente econômico do Na Idade Moderna europeia, o Estado Nacional Absolutista
Mercantilismo era o próprio Estado Nacional, que para se fortalecer legitimado por direito divino, constituído por uma sociedade
praticava um forte intervencionismo sobre a economia.” estamental de privilégios aristocráticos e com mobilidade social
As relações econômicas eram encaradas como uma restrita, somado à prática econômica mercantil eram elementos
prerrogativa real e a participação da iniciativa privada, isto é, formadores de um conjunto denominado de Sociedade de Ancién
burgueses e Companhias de Comércio de capitais privados, eram Regime, isto é, Antigo Regime
permitidas somente com a autorização do Estado, que cobrava
tributos pela concessão. Apesar disso, a associação entre o Estado
e a burguesia nas aventuras coloniais, oriundas da expansão AS FORMAÇÕES DOS ESTADOS
marítima e comercial atlântica, foram comuns.
As práticas mercantilistas eram as mais variadas possíveis.
NACIONAIS MODERNOS
Inicialmente poderíamos destacar a utilização de tarifas
alfandegárias, ou protecionismo alfandegário, como forma de obter O PIONEIRISMO DOS ESTADOS IBÉRICOS
uma balança comercial favorável. A lógica deste sistema residia na No século VIII, durante a expansão islâmica pelo solo europeu,
concepção de que a criação de impostos de importação tornaria os determinadas regiões da Península Ibérica foram conquistadas por
produtos estrangeiros mais caros. A vantagem consistia em recolher, muçulmanos (denominados nestas áreas de mouros). No entanto,
através dos impostos, rendas para o erário real, além de proteger a os cristãos mantiveram os reinos das Astúrias (futuro reino de
nascente manufatura nacional, obtendo desta maneira um ganho de Leão), e destes locais partiram posteriormente para a Reconquista
divisas consubstanciadas no superávit da balança comercial. - que ganha força somente a partir do século XI, com a formação
O Mercantilismo adquiriu características próprias nos diversos dos reinos cristãos de Leão, Navarra, Castela e Aragão
Estados Nacionais Absolutistas europeus: o colonialismo, as Com a luta contra os mouros, o Rei Afonso IV (1069 – 1109),
práticas do Pacto Colonial, metalismo e tráfico negreiro. Os rei de Leão e Castela, em 1102, casou suas filhas com os nobres
holandeses estimularam a criação de Companhias de Comércio, e irmãos franceses Raimundo e Henrique de Borgonha, que se
casas bancárias e, sobremaneira, a organização de uma poderosa destacaram na luta contra os muçulmanos. Como recompensa
marinha mercante que praticava o frete marítimo. Os franceses à suas ações, receberam, além do casamento com as filhas de
encontraram nos produtos de consumo aristocrático seu grande Afonso, terras como dotes. Com isso, Henrique de Borgonha ficou
nicho. Até hoje este país é famoso pela produção de perfumes, com o condado de Portucalense e iniciou a história de formação do
produtos de estética, vinhos, champanhes e comestíveis finos. país. Em 1139, Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha,
Os perfumes tinham uma importante função social para uma libertou-se de Leão e se proclamou Rei de Portugal. Entretanto, o
aristocracia pouco feita aos banhos regulares, assim como os patês reino de Leão só reconheceu o fato em 1143. Em 1249, contra os
para uma sociedade em que até mesmo os nobres ostentavam mouros, Portugal conquistou Algarves no sul, com isso formando
uma péssima saúde bucal. territorialmente o mapa atual do país.
No ponto de vista econômico, o período se notabilizou pelo
Os ingleses incentivaram comércio marítimo oriundo das rotas do mediterrâneo e fortalecido
a pirataria contra outros no século XIII pela região de Flandres, que faziam de Portugal
Estados, sobretudo contra os um importante porto comercial para o norte europeu. Outro
preciosos galeões espanhóis elemento de destaque foram as práticas agrícolas. No entanto,
com suas cargas de ouro no século XIV, uma forte crise assolou o continente europeu. A
e prata provenientes da Peste Negra – infecção bacteriana transmitida pela pulga do rato,
América. Francis Drake foi responsável pela morte de 1/3 da Europa – também atingiu o
um dos piratas mais famosos nascente Estado Português. Os efeitos desta crise são diretamente
a receber da monarquia sentidos no quantitativo de trabalhadores, aumentando o custo
inglesa uma carta de corso, pela sua utilização. Este fato levou ao Rei Afonso IV (1325-1357)
isto é, uma autorização a aplicabilidade de medidas favorecendo a nobreza. Entretanto,
real para atacar navios de posteriormente já com a morte do Rei Fernando I (1367 – 1383)
outras nacionalidades em esta crise é agravada, uma vez que o postulante ao trono era o rei
nome do Estado inglês. de Castela, D. Pedro I – casado com Beatriz (filha de Fernando I).

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Esta possível união entre as Coroas de Portugal e Castela não


agradou a burguesia comercial-marítima do país. Liderada por
Álvaro Pais, apoiou D. João de Avis – irmão bastardo de Fernando I
– iniciando a Revolução de Avis, que teve em seu desfecho a vitória
burguesa com a Batalha Aljubarrota em 1385. Desta maneira, D.
João permitiu saques e apropriações da nobreza, que apoiou
Castela, além de fundar a Dinastia de Avis.
A economia portuguesa durante esta dinastia era baseada no
Mercantilismo, que consistiu no controle estatal sobre a economia
pelo rei, isto é, na intervenção do Estado na economia. Com o
tempo e o comércio como fonte de renda, Portugal passou a ter
uma nova necessidade econômica para romper com o monopólio
italiano de especiarias no Mar Mediterrâneo. Sendo assim, Portugal
foi pioneiro no processo de Expansão Marítima e na mudança da
rota comercial do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. O
pioneirismo se deu pela precoce centralização política (desde 1385,
Portugal era o único Estado centralizado e ausente de guerras), pela
Fonte: Google Imagens
posição territorial favorável, pelo conhecimento marítimo oriundo
dos árabes (além da Escola de Sagres), pelo apoio da burguesia, Em 1493, por intermédio do Papa Alexandre VI – espanhol –
nobreza e clero. houve a formulação da Bula Inter Caetera (1493), que visava dividir
A primeira conquista de Portugal foi Ceuta em 21/8/1415 este ‘Novo Mundo’ (atual América) entre Portugal e Espanha. A bula
no norte da África. Para sua dominação foi formado um exército dizia que as terras que ficam a 100 léguas ao oeste de Cabo Verde
cruzadista – para combater os árabes em Ceuta – que marcou a seriam da Espanha e ao leste seria de Portugal. Entretanto, esta
presença de D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique e D. Fernando (filhos de resolução deixa Portugal com grande insatisfação, já que almejava
D. João I) e suas ordenações como cavaleiros. A região conquistada mais possessões territoriais para afirmar seu MARE CLAUSUM
era um entreposto comercial muçulmano (ouro, escravos e marfim) (monopólio das navegações no Atlântico Sul). Sendo assim, é
e importante ponto de ataque dos árabes. As outras conquistas formulado o Tratado de Tordesilhas em 1494, aumentando o
foram as Ilhas do Atlântico, onde foram estabelecidas Capitanias domínio português para 370 léguas ao oeste de Cabo Verde.
Hereditárias (Madeira, entre 1419 e 1425; Açores, em 1439; Cabo
Verde, em 1456).
Em 1415, o conhecimento do litoral africano se dava até o Cabo
Bojador, que só foi ultrapassado em 1434 por Gil Eanes – motivado
em avançar pela África Subsaariana em busca do ouro desviado de EXERCÍCIOS
Ceuta. A exploração da costa africana foi bastante lucrativa pela
presença de ouro em pó, escravos e marfim trocados por cavalos,
PROPOSTOS
tecidos e trigos, atraindo desta forma interesse de comerciantes e
amadores. Com o avançar da conquista do litoral africano, houve 01. (ENEM) No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu
as instalações de feitorias (entrepostos comerciais e fortificados) foi centro de um comércio internacional onde tudo era negociado —
para consolidar o domínio luso. Em 1488, no reinado de D. João II, sal, escravos, marfim etc. Havia também um grande comércio de
Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas, tornando possível livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de
o sonho de chegar às Índias e romper com o monopólio italiano. grande concentração de estudantes. A importância cultural de
Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “O
A conquista das Índias se deu em 1498 pela chegada de Vasco sal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os
da Gama a Calicute. Sendo assim, Portugal consolidou uma forte tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”.
hegemonia econômica na primeira parte do século XVII através da
ASSUMPÇÃO, J. E. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, J. R. (Org.).
rota do Périplo Africano (África e Ásia). Entretanto, com a chegada Desvendando a história da África. Porto Alegre: UFRGS, 2008 (adaptado).
dos portugueses a América – atual Brasil – em 1500 e seu avanço
pela Ásia, foram ampliadas as suas possibilidades. Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua importância
Em 1492, ocorreu a expulsão dos mouros de Granada histórica no período mencionado era o(a)
e, consequentemente, a unificação do reino espanhol com o a) isolamento geográfico do Saara ocidental.
casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Sendo b) exploração intensiva de recursos naturais.
assim, a consolidação política espanhola possibilitou a retomada
de seu projeto expansionista, que havia sido iniciado em 1479 c) posição relativa nas redes de circulação.
com o domínio das Ilhas Canárias (Tratado de Alcaçovas-Toledo d) tráfico transatlântico de mão de obra servil.
oficializou sua conquista). Por isto, em 1492, o navegador genovês e) competição econômica dos reinos da região.
Cristóvão Colombo chegou, a serviço dos espanhóis na América.
Colombo acreditava na teoria circunavegação para chegar às
02. (ENEM) A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra
Índias, mas, acidentalmente, acabou encontrando o continente
de pirataria contra a Espanha papista quando roubou as tropas
americano e a presença de metais preciosos na região. Entre 1519
de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à
e 1522, Fernão de Magalhães liderou a circunavegação, embora a
cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas
viagem tenha gerado um grande fracasso comercial.
do Chile e do Peru antes de regressar pelo Oceano Pacífico, e depois
pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um sultão
revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto
inglês ultramarino.
FERRO, M. História das colonizações. Das colonizações às independências. Séculos XIII
a XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

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A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no 06. (FUVEST)
texto, foi o meio encontrado para
a) restabelecer o crescimento da economia mercantil.
b) conquistar as riquezas dos territórios americanos.
c) legalizar a ocupação de possessões ibéricas.
d) ganhar a adesão das potências europeias.
e) fortalecer as rotas do comércio marítimo.

03. (ENEM)
TEXTO I
A centralização econômica, o protecionismo e a expansão
ultramarina engrandeceram o Estado, embora beneficias sem a
burguesia incipiente.
ANDERSON, P. In: DEYON, P. O mercantilismo. Lisboa: Gradiva, 1989 (adaptado). Alexander Anievas e Kerem Nisancioglu, How the West Came to Rule.The Geopolitical
Origins of Capitalism. Londres: PlutoPress, 2015. Adaptado.
TEXTO II
Encontram-se assinaladas no mapa, sobre as fronteiras dos
As interferências da legislação e das práticas exclusivistas
países atuais, as rotas eurasianas de comércio a longa distância
restringem a operação benéfica da lei natural na esfera das
que, no início da Idade Moderna, cruzavam o Império Otomano,
relações econômicas.
demarcado pelo quadro. A respeito dessas rotas, das regiões que
SMITH, A. A riqueza das Nações. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).
elas atravessavam e das relações de poder que elas envolviam, é
Entre os séculos XVI e XIX, diferentes concepções sobre as relações correto afirmar que
entre Estado e economia foram formuladas. Tais concepções, a) A China, com baixo grau de desenvolvimento político e
associadas a cada um dos textos, confrontam-se, respectivamente, econômico, era exportadora de produtos primários para a
na oposição entre as práticas de Europa.
a) valorização do pacto colonial — combate à livre-iniciativa. b) A Índia era uma economia fracamente vinculada ao comércio a
b) defesa dos monopólios régios — apoio à livre concorrência. longa distância, em vista da pouca demanda por seus produtos.

c) formação do sistema metropolitano — crítica à livre navegação. c) A Europa, a despeito do poder otomano, exercia domínio
incontestável sobre o conjunto das atividades comerciais
d) abandono da acumulação metalista — estímulo ao livre- eurasianas.
comércio.
d) A África Ocidental se encontrava em posição subordinada ao
e) eliminação das tarifas alfandegárias — incentivo ao livre- poderio otomano, funcionando como sua principal fonte de
cambismo. escravos.
e) O Império Otomano, ao intermediar as trocas a longa distância,
04. (FUVEST) "Antigamente a Lusitânia e a Andaluzia eram o fim
forçou os europeus a buscar rotas alternativas de acesso ao
do mundo, mas agora, com a descoberta das Índias, tornaram-se
Oriente.
o centro dele". Essa frase, de Tomás de Mercado, escritor espanhol
do século 16, referia-se:
07. (FUVEST) “Da armada dependem as colônias, das colônias
a) ao poderio das monarquias francesa e inglesa, que se tornaram depende o comércio, do comércio, a capacidade de um Estado
centrais desde então. manter exércitos numerosos, aumentar a sua população e tornar
b) à alteração do centro de gravidade econômica da Europa e à possíveis as mais gloriosas e úteis empresas."
importância crescente dos novos mercados. Essa afirmação do duque de Choiseul (1719-1785) expressa bem a
c) ao papel que os portos de Lisboa e Sevilha assumiram no natureza e o caráter do
comércio com os marajás indianos. a) Liberalismo. c) Mercantilismo. e) Corporativismo.
d) ao fato de a América ter passado a absorver, desde então, todo b) Feudalismo. d) Escravismo.
o comércio europeu.
e) ao desenvolvimento da navegação a vapor, que encurtava 08. (FUVEST) “Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e
distâncias. Espanha procuram situar estas costas e ilhas da maneira mais
conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais
05. (FUVEST) Durante muito tempo, sustentou-se equivocadamente para o Oriente, de forma a parecer que pertencem ao Imperador
que a utilização de especiarias na Europa da Idade Média era (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o
determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos Ocidente, pois deste modo entrariam em sua jurisdição.”
apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso garantiria a conservação Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.
das carnes.
A utilização de especiarias no período medieval O texto remete diretamente
a) Permite identificar a existência de circuitos mercantis entre a a) À competição entre os países europeus retardatários na corrida
Europa, a Ásia e o continente africano. pelos descobrimentos.
b) Demonstra o rigor religioso, caracterizado pela condenação da b) Aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as
gastronomia e do requinte à mesa. novas descobertas.
c) Revela a matriz judaica da gastronomia medieval europeia. c) Ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo
mercantil e corsária.
d) Oferece a comprovação da crise econômica vivida na Europa a
partir do ano mil. d) Às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de
Tordesilhas.
e) Explicita o importante papel dos camponeses dedicados a sua
produção e comercialização. e) À aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima.

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09. (FUVEST) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de ANOTAÇÕES


junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava
a) Demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo
como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão
comercial marítima.
b) Estimular a consolidação do reino português, por meio da
exploração das especiarias africanas e da formação do
exército nacional.
c) Impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação
de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas
coloniais.
d) Reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do
Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco
da Gama às índias.
e) Reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração
colonial, após a destruição da Invencível Armada de Filipe II,
da Espanha.

10. (UNESP) Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia
no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém
na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da
ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma
das primeiras etapas da globalização. A aventura das ilhas foi
exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa,
pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias
outras regiões do continente americano: caos e esbanjamento,
incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias.
A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que
tentou praticar no resto de suas possessões americanas uma
política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos:
a instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos
autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa
densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição
da catástrofe antilhana.
Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização,
1999. Adaptado.

A afirmação de que os primeiros traços da presença europeia


na América foram “o prelúdio da ocidentalização” e “uma das
primeiras etapas da globalização” é correta porque a conquista do
continente americano representou
a) a definição da superioridade militar e religiosa do Ocidente
cristão e o início da perseguição sistemática a judeus e
muçulmanos.
b) a demonstração da teoria de Cristóvão Colombo sobre a
esfericidade da Terra e o fracasso dos novos instrumentos de
navegação.
c) o encerramento das relações comerciais da Europa com
o Oriente e o imediato declínio da venda das especiarias
produzidas na Índia.
d) o encontro e o choque entre culturas e o gradual deslocamento
do eixo do comércio mundial para o Oceano Atlântico.
e) o avanço da monetarização da economia e o lançamento de
projetos de regulação e controle centralizado do comércio
internacional.

GABARITO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. C 03. B 05. A 07. C 09. A
02. B 04. B 06. E 08. D 10. D

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