A Formação das Monarquias Absolutistas: A organização
Isso se
política da Europa sofreu mudanças depois da crise do século
XIV. Nesse período os senhores feudais tinham total controle
sobre os camponeses e os reis tinham um poder mais limitado,
pois não possuíam recursos para organizar exércitos para
enfrentar os nobres. Com a crise do sistema feudal as revoltas
camponesas começaram a surgir com força e se espalhavam por
diferentes os exércitos dos nobres não eram capazes de conter
essas manifestações daí surgiu a necessidade de criar um
exercito mais forte e coeso comandado pelo rei. Com isso, os
reis passaram a ter um papel político mais importante
controlando as ações dos nobres que passaram a ser obrigados
a aceitar as leis impostas pelos reis. Foram criados cargos
públicos para administração pública e os nobres passaram a
compor ministérios, outros ocuparam cargos de conselheiros ou
juízes. A burguesia passou a ser grande parceira da monarquia
por estar ligada a atividade bancária e comercial. Muitos
banqueiros emprestaram dinheiro para o rei organizar seu
exército. No sistema feudal cada senhor podia cobrar imposto e
de definir um sistema de pesos e medidas próprio. Cada feudo
também tinha uma moeda própria. Isso dificultava a ação
comercial. Com a centralização política temos a unificação de
pesos e medidas e um aumento do controle sobre a atividade
comercial, o que beneficiou a burguesia. Fica claro então
que o movimento de centralização política e a formação das
monarquias absolutistas foi um processo que atendeu tanto aos
nobres quanto aos burgueses.
Por que o rei deve mandar? Pensadores da época criaram
teorias para justificar o poder centralizado nas mãos do rei.
Vejamos:
Teoria do Direito Divino: Jacques Bossuet dizia que o poder dos
reis era de origem divina.
“Os fins Justificam os meios”: essa frase escrita por Maquiavel
esta ligada a necessidade de os reis conduzirem o Estado ao
enriquecimento para isso não se mediriam esforços agindo
politicamente.
O Contrato social: para Thomas Hobbes haveria um contrato
entre os homens onde há a aceitação da autoridade central para
se protegerem dos conflitos inerentes aos seres humanos.
Mercantilismo: O mercantilismo é um conjunto de práticas e
medidas adotadas por diversos estados absolutistas. O principal
objetivo era enriquecer o país e para isso a orientação era a
intervenção Estado na economia. Cada reino tinha uma
condição particular e suas praticas eram diferenciadas, vejamos:
Espanha: fluxo de metais preciosos vindo da América.
França: Exportação de artigos e manufaturas de luxo.
Portugal: economia da cana-de-açúcar.
Inglaterra e Holanda: controle e distribuição dos produtos no
comércio mundial.
Características Gerais do Mercantilismo:
 Balança de Comércio Favorável; Protecionismo; Metalismo;
Colonialismo
A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL PORTUGUESA:
“O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos de esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte –
Os beijos merecidos da verdade.”
FERNANDO PESSOA.
A Expansão Marítima e Comercial foi um movimento
desencadeado pela crise europeia do século XIV quando não
havia mais terras para expandir as plantações e houve uma
epidemia, a Peste Negra que dizimou um terço da população
europeia. Além disso, crise do monopólio da venda de
especiarias (produtos extremamente valorizados na Europa:
cravo, canela, gengibre, pimenta, noz moscada, cânfora e
outros...) exercido pelas cidades italianas Genova e Veneza que
serviam de entrepostos comercias entre o Oriente e a Europa. As
especiarias eram importantes, pois serviam para conservar o
sabor dos alimentos, a pimenta era um produto muito importante
nesse sentido. Tornava-se assim necessária a busca de uma rota
direta entre Europa e Oriente para assim baratear os preços
desses produtos. Essa nova rota, não poderia ser por terra, pois
o caminho até o oriente era extremamente caro devido aos
impostos e ao número excessivo de intermediários que
encareciam ainda mais os preços dos produtos, além disso, essa
rota estava cheia de assaltantes e, portanto era extremamente
perigosa. Em busca de uma nova rota para as especiarias
Portugal foi o primeiro país europeu a se lançar ao mar.
deve à centralização política, a existência de uma burguesia
forte, a importante localização geográfica na Península Ibérica e
a experiência na prática da navegação. A burguesia teve um
grande interesse nas Grandes navegações, pois era responsável
pelo comércio e teria assim grandes lucros com as especiarias. O
Estado Absolutista apoiou as navegações, pois possuía interesse
junto à nobreza e ao clero em expandir a influência do
cristianismo pelo mundo. Portugal tinha conhecimentos de
navegação graças à prática pesqueira (bacalhau). As técnicas de
navegação se aperfeiçoaram muito graças a criação da Escola
de Sagres, um grupo de pesquisadores mantidos pelo Estado
onde se obteve um importante progresso técnico. Mas para se
aventurar pelo mar Portugal necessitava de um Estado forte,
unificado. Foi a partir da Revolução de Avis que Portugal
expulsou os mouros (muçulmanos) de seu território através de
uma guerra onde a burguesia e populares participaram. A
Península Ibérica era tradicionalmente ocupada por grupos
distintos. Judeus, católicos e muçulmanos compuseram esse
território e o movimento de Unificação de Portugal e Espanha
tem caráter político-religioso. O rei D. João I foi coroado monarca
absolutista. Assim, com o Estado unificado, Portugal estava
pronto para a expansão marítima. Já a Espanha demorou um
pouco mais para se Unificar. O processo que ficou conhecido
como Guerra de Reconquista que só terminou em fins do
século XV. A partir daí Espanha se lança na Expansão Marítima.
A primeira conquista de Portugal foi em 1415, quando chega a
Ceuta no norte da África. Aos poucos foram conhecendo o litoral
africano e construindo feitorias (fortificações) a partir de alianças
e negociações com os reinos africanos. Portugal passou a
explorar as terras africanas: pimenta, ouro, marfim e escravos
que eram utilizados nas ilhas atlânticas no cultivo da cana-de-
açúcar. Vasco da Gama finalmente contorna a África e chega às
Índias obtendo 6000% de lucro com a viagem. Uma nova
expedição foi organizada. Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil
em 22 de abril de 1500. Na verdade os portugueses já tinham
idéia da existência de terras a oeste, isso se comprova pelo fato
de Portugal não ter aceitado a Bula Inter Coetera que dividia as
terras conquistadas a oeste para a Espanha e a leste para
Portugal só ficando sossegado quando foi assinado o Tratado de
Tordesilhas que arrastava a linha mais para oeste.
Exercícios:
01. (MACKENZE) A expansão marítima européia dos séculos XV
e XVI permitiu:
a) A formação de domínios coloniais que dinamizaram o
comércio europeu.
b) O crescimento do comércio de especiarias pelas rotas do
Mediterrâneo.
c) A implantação de impérios coloniais na Ásia, para extração de
metais preciosos.
d) O fortalecimento do feudalismo e da servidão na Europa
Ocidental.
e) A colonização do tipo mercantilista, sem a interferência do
Estado e da Igreja.
02. (PUC-MG)  o fator que contribui para a grande expansão
marítima.
a) A estabilidade econômica da Idade Média.
b) A organização das corporações de ofício.
c) O advento das monarquias nacionais.
d) O desenvolvimento do comércio continental europeu.
e) O enriquecimento da nobreza feudal.
03. (PUC – MG) São fatores que contribuíram para o pioneirismo
português na época das grandes navegações no século XV,
EXCETO:
a) centralização administrativa durante a dinastia de Avis,
permitindo a aliança entre monarquia e burguesia.
b) ausência de guerras, ao contrário da Espanha ainda lutando
pela expulsão dos mouros da península.
c) adoção do mercantilismo pelo Estado Absolutista conciliando
interesses burgueses e fortalecendo o Estado.
d) política portuguesa de cooperação com as potências
européias, neutralizando a disputa colonialista.
e) posição geográfica de Portugal, banhado em toda a costa
oeste pelo Oceano Atlântico.
04. (EsSA-1992) Estabelecer contatos comerciais com Calicute e
lá fundar uma feitoria era um dos objetivos de Cabral. Esta
cidade fica na:
A) Ásia B) África C) Europa
D) América Central E) Oceania