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Expansão Marítima

Fatores que levaram à Expansão Marítima

1 – A procura de especiarias: A Itália possuía duas cidades (Gênova e Veneza) que dominaram o
mercado de especiarias no Mediterrâneo Oriental. Eles revendiam esses produtos por preços absurdos,
visando apenas um grande lucro. A burguesia europeia, cansada desses preços, percebeu que era hora
de descobrir um novo caminho para as Índias, para quebrar o monopólio italiano sobre o comércio no
mar Mediterrâneo.
2 – A escassez de metais preciosos: As minas europeias já não conseguiam atender a demanda de
metais preciosos. A escassez foi consequência da grande quantidade de moedas usadas para o
pagamento das importações.
3 – Aliança entre o rei e a burguesia: Essa aliança buscava a valorização do comércio e a centralização
do poder. Funcionava desse modo: a burguesia fornecia capital e armas para o exército, em troca, os reis
promoviam melhorias no comércio para atenderem aos interesses da burguesia.
4 – A Catequese: A igreja católica desejava conquistar novos fiéis para compensar as perdas com
a Reforma Protestante (que havia “tomado” muitos de seus religiosos). A possibilidade de conversão dos
pagãos ao cristianismo animava os católicos.
5 – Avanços na Arte Náutica: Desejavam aprimorar seus conhecimentos geográficos, após o
desenvolvimento da cartografia. As tecnologias de navegação estavam em grande grau de avanço, logo,
invenções como a bússola, o astrolábio e a caravela tornaram as viagens bem mais seguras.

O ciclo lusitano: pelo Oriente

A formação da monarquia portuguesa:


Iniciou-se nas lutas pela expulsão dos árabes que, desde o século VIII, ocupavam a Península
Ibérica. Essas lutas ficaram conhecidas como Guerras de Reconquistas.
Afonso Henrique: proclamou-se rei de Portugal em 1139, rompendo os laços com Leão e
Castela. A capital passou a ser Lisboa.
Em 1383 com a morte do último rei da dinastia de Borgonha, é aclamado como rei, D. João, mestre
da cidade de Avis. O apoio financeiro da burguesia foi decisivo nesta vitória. Assim durante toda a
dinastia de Avis, os reis favoreceram e apoiaram as atividades burguesas.

Pioneirismo português:
 formação de uma monarquia nacional precoce;
 os portugueses já possuíam certa experiência em navegações – por causa da pesca de bacalhau,
por exemplo.
 poder político centralizado (união rei + burguesia);
 estabilidade política interna;
 apoio aos estudos náuticos,
 posição geográfica privilegiada (rota e escala mar Mediterrâneo-Atlântico-Norte).

Etapas das navegações e conquistas portuguesas:


 Conquista de Ceuta (1415);
 Arquipélago de Madeira (1419);
 Cabo Bojador (Gil Eanes – 1434);
 Arquipélago de Açores e Cabo Verde (Cadamosto – 1435/1456 – introdução da cana-de-açúcar,
pecuária, sistema de capitanias hereditárias e mão-de-obra escrava);
 Cabo das Palmas – Golfo da Guiné (1452/1471);
 Foz do Rio Congo – Angola (Diogo Cão – 1482/1485);
 Cabo das “Tormentas” - Boa Esperança (Bartolomeu Dias – 1488);
 Costa da Índia – Calicute e Goa (Vasco da Gama – 1498);
 Brasil – Índias (Pedro Álvares Cabral – 1500).
D. Afonso de Albuquerque: considerado o formador do Império Português nas Índias. Uso da
força (conquistas militares), relações comerciais pacíficas e ação missionária.
Manter o vasto Império Oriental implicou em gastos para Portugal. A partir da década de 1530, com
o declínio do comércio das especiarias, Portugal volta seu interesse para sua colônia do Atlântico.
O ciclo espanhol: pelo Ocidente

Formação da monarquia espanhola:


Também está ligada às Guerras de Reconquistas da Península Ibérica. Em 1469, o casamento de
Fernando (herdeiro do trono de Aragão) e Izabel (trono de Leão e Castela), uniu os três reinos. Era o
primeiro passo para a formação da Espanha. Em 1492, os exércitos de Fernando e Isabel expulsaram
definitivamente os árabes do Reino de Granada, consolidando a monarquia espanhola. No século XVI,
Com Carlos I, a monarquia espanhola fortaleceu-se ainda mais. A falta de unidade político-
administrativa justifica o atraso espanhol nas Grandes Navegações.
A descoberta da América: Os espanhóis buscavam chegar ao Oriente navegando em sentido
ocidental.
Cristóvão Colombo: navegador genovês a serviço da Espanha, parte com três caravelas –
Santa Maria, Pinta e Niña -, e em 12 de outubro de 1492, descobriu a América.

Rivalidade luso-espanhola
 1493 – Bula Inter Coetera: linha imaginária que passaria a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo
Verde. As terras a oeste deste meridiano caberiam à Espanha e as terras a leste a Portugal.
 1494 – Tratado de Tordesilhas: linha imaginária que passaria a 370 léguas a oeste das ilhas de
Cabo Verde. As terras a oeste deste meridiano caberiam à Espanha e as terras a leste a Portugal.

Consequências da expansão marítima:

 Deslocamento do eixo comercial europeu para o Atlântico.


 Colonização da América.
 Expansão do comércio europeu.
 Adoção de uma política econômica mercantilista.
 Acumulação primitiva de capital – capitalismo comercial.
 Fortalecimento da burguesia mercantil nos países atlânticos e consolidação dos Estados
Modernos.
 Europeização do mundo e expansão do catolicismo.
 A decadência das cidades italianas.

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