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RESUMO

Matérias:
Expansão e mudança nos séculos XV e XVI
O expansionismo europeu
O pioneirismo português na Expansão europeia
Os processos de expansão dos impérios peninsulares
A multiculturalidade nos séculos XV e XVI
O comércio à escala mundial

Condições e motivações da expansão portuguesa

Condições:
Técnico-científicas--> bússola, astrolábio, quadrante, balestilha, portulanos e cartas de
marear, caravela e técnica de bolinar.

Geográficas--> extensa costa atlântica e portos naturais

Motivações:
Políticas--> necessidade de reconhecimento internacional da nova dinastia.

Sociais--> procura de terras, cargos e títulos (nobreza); desejo de espalhar a fé cristã


(clero); procura de novos mercados e produtos (burguesia) e melhoria das condições
de vida (povo)

Religiosas--> difusão da fé cristã

Económicas--> procura de metais preciosos, cereais, mão de obra e, de novos


produtos, como especiarias, açúcar e plantas tintureiras.

Ceuta
D.João I avançou com o processo da conquista de Ceuta em 1415 depois das
tentativas falhadas de conquista das Canárias.

Interesses--> chegava produtos que eram trazidos das cidades italianas


boa localização estratégica
proximidades de sítios onde havia produção de cereais

Efeitos--> Ceuta ficou isolada e passou a ser uma cidade cristã no meio de uma região
muçulmana.
Os muçulmanos faziam ataques a Ceuta para tentarem reconquistá-la.
Os ataques muçulmanos destruíram os campos de cereais e as outras
riquezas da cidade.
Os muçulmanos desviaram as rotas comerciais e os portugueses não
tiveram acesso ao ouro.
Madeira
Depois da conquista de Ceuta, os portugueses prosseguiram com a exploração do
Atlântico.
Algumas destas terras já estavam presentes nos mapas de outros navegadores,
portanto não podemos chamar descobrimentos.
Em 1419, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira desembarcaram pela primeira
vez na ilha de Porto Santo, mas só no ano seguinte com a companhia de Bartolomeu
Perestrelo é que atingiram a ilha da Madeira.
Os recursos naturais foram os primeiros a serem explorados como por exemplo a
madeira e o peixe, algum tempo depois começaram a cultivar culturas como por
exemplo cereais, vinha, plantas tintureiras e o açúcar.

Açores
As ilhas de Santa Maria e de São Miguel foram as primeiras a ser localizadas em 1427
por Diogo Silves.
As culturas que foram desenvolvidas foram cereais, plantas tintureiras (pastel e
urzela) e a criação de gado e os seus derivados.

Colonização e Capitão donatário


Foi o Infante D. Henrique, filho de D. João I, o principal responsável pela colonização
que era o sistema de povoamento e exploração económica, dos arquipélagos
atlânticos, pois estes foram encontrados desabitados.
Para promover o povoamento das terras e a sua agricultura, estas formas divididas
em capitanias ou donatarias e cada uma delas tinha o seu capitão donatário que era
um nobre que possuía poderes administrativos, judiciais e militares.

As civilizações africanas, ameríndias e asiáticas


África era habitada por povos com graus de desenvolvimento diferentes, grande
parte era constítuida por caçadores nómadas ou comunidades agrícolas, pastoris e
mineiras.
Ásia era constítuida por civilizações urbanas antigas, mas eram bastante
desenvolvidas, era o continente com mais população e mais desenvolvimento técnico
permitindo assim o desenvolvimento nas atividades de artesanato.
No continente da América a populações que tinham o nome Ameríndias eram
aquelas que eram constituídas por nómadas que viviam da caça e da recoleção,
existiam também outras populações que possuíam civilizações avançadas que eram
por exemplo os Maias, Astecas e Incas.

Rumos da expansão portuguesa em África


A sociedade dividiu-se em duas posições diferentes em relação aos descobrimentos,
estas eram:
-A nobreza que defendia a continuação das conquistas de praças marroquinas,
obtendo assim novos domínios, rendas e títulos.
-A burguesia que preferia as viagens de descoberta para sul, conseguindo assim os
melhores produtos da época.
As viagens de descoberta para sul acabaram por ganhar devido à ação de Infante D.
Henrique, que foi a figura principal dos Descobrimentos.
Enquanto os navegadores portugueses tentavam descobrir a costa ocidental africana,
Gil Eanes foi o primeiro europeu a passar o Cabo Bojador em 1434.
Sabia-se que os territórios tinham sido descobertos pelos portugueses devido a um
marco de pedra com as armas portuguesas que eles colocavam lá, este chamava-se
padrão.

Exploração da costa ocidental africana


Depois de Gil Eanes ter passado o Cabo Bojador, a descoberta da costa ocidental
africana continuou na seguinte ordem: Rio do Ouro (Afonso Baldaia, em 1436), Cabo
Branco (Nuno Tristão, em 1441), Arguim (em 1443) e o arquipélago de Cabo Verde
(em 1455-156).
A primeira feitoria portuguesa (entreposto comercial, junto a um porto usado para a
prática de comércio com os povos ou mercadores da região ou que aí se deslocavam)
foi contruída em Arguim.
Os principais produtos da costa africana eram escravos, marfim, ouro e a malagueta.
Esta etapa da Expansão acaba com a descoberta de Serra Leoa por Pedro de Sintra,
em 1460 que foi também o ano da morte de Infante D. Henrique.

A política de D. Afonso V
Influenciado pela nobreza, este decidiu conquistar novas praças no Norte de África:
Alcácer Ceguer (em 1458), Arzila e Tânger (em 1471).
As viagens de descoberta voltaram no reino de Afonso V devido a Fernão Gomes que
era um mercador rico de Lisboa, em 1469 o rei arrendou-lhe o comércio da costa
africana por um período de 5 anos e em troca, ele comprometeu-se a entregar uma
renda e a descobrir 100 léguas de costa para sul, todos os anos.
E assim toda a região do golfo da Guiné até ao Cabo de Santa Catarina foi descoberta,
criando uma feitoria em S. Jorge da Mina, onde se obteve uma grande quantia de
ouro.

A política expansionista de D. João II


D.João II, em 1481 torna-se rei de Portugal. Ele tinha um grande objetivo que era
chegar à Índia por mar.
A coroa queria recuperar o controlo da exploração e do comércio colonial, portanto
foram feitas as seguintes viagens:
-Foz do rio Zaire em 1482 e Serra Parda em 1488 por Diogo Cão.
-Em 1487, Pero da Covilhã e Afonso de Paiva, partiram pelo Mar Mediterrâneo e
Vermelho para conseguirem informações sobre o comércio no Índico e a existência do
reino de Preste João.
-Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o Cabo das Tormentas, abrindo
hipótese para se descobrir a Índia por mar, D. João II chamou a este cabo o cabo da
Boa Esperança e o seu objetivo só se concretizou no reinado de D. Manuel II.

A rivalidade luso-castelhana
Portugal e Espanha sempre foram muito rivais, mas com a descoberta da América
pelo Cristóvão Colombo no reinado de D. João II agravou-se.
Cristóvão Colombo era um navegador genovês que tinha muitos sonhos como por
exemplo atingir a índia pelo Ocidente, D. João II recusa, mas o navegador não desiste
e propôs ao rei de Espanha e este aceita-a.
Em 1942, Cristóvão acaba por descobrir o continente América a pensar por princípio
que era a Índia.
É D. João que reclama as terras descobertas por Cristóvão Colombo, pois era o que
tinha sido estabelecido no Tratado de Alcáçovas, que concedia a Portugal todas as
terras descobertas a sul do arquipélago das Canárias.
Depois da mediação do Papa Alexandre VI o conflito das terras acaba ou seja 1494,
quando se assina o Tratado de Tordesilhas.

Tratado de Tordesilhas
Determina uma divisão do mundo em 2 partes, ou seja, uma castelhana e uma
portuguesa a partir de um meridiano imaginário que passava a 370 léguas do
ocidente do arquipélago de Cabo Verde e as terras que fossem descobertas ou a
descobrir no Oriente passavam a pertencer a Portugal e as terras que já fossem
descobertas ou a descobrir no Ocidente passavam a pertencer a Castela.
Ficou instituído o Mare Clausum que é um mar fechado, ou seja, uma doutrina que
estabeleceu duas grandes áreas de exploração geográfica e económica, exclusiva
apenas de Portugal e Castela, deixando o resto dos países sem acesso às mesmas.

A descoberta do caminho marítimo para a Índia


Depois da viagem de Bartolomeu Dias, em 1488, o rei D. João II iniciou uma
expedição para conseguir chegar à Índia por mar, embora só no reinado de D. Manuel
II é que foi possível.
Foi necessária uma armada de 4 navios e cerca de 150 homens, comandada por
Vasco da Gama que saiu de Lisboa em julho de 1497 para atingir a cidade indiana de
Calecute em maio de 1498.
Quando chegaram à Índia, os portugueses foram muito bem recebidos pelo Samorim
de Calecute mas estes sentiram uma grande dificuldade em penetrar o Oriente, devido
à resistência dos chefes hindus e à concorrência comercial dos muçulmanos.
Devido a esta viagem foi criada uma ligação por mar entre a Europa e a Ásia, através
da Rota do Cabo, desenvolvendo assim um intenso comércio de especiarias e outros
produtos de luxo tais como perfumes e sedas orientais.

A conquista e a exploração portuguesa do Oriente


Foram nomeados 2 vice-reis, o primeiro foi Francisco de Almeida que desenvolveu
uma política de domínio do mar, exigindo licenças para navegar no Índico, o segundo
vice-rei que foi Afonso de Albuquerque já teve uma atitude diferente optando pela
conquista de portos e cidades e mandou construir feitorias e fortalezas em sítios
estratégicos.
A casa da índia foi criada por D. Manuel II para armazenar as mercadorias orientais e
assim vendê-las à Europa.
Os portugueses quiseram formar um império colonial, que era uma grande área
territorial dominada por um reino que a dirige para seu próprio benefício.
A expansão portuguesa foi estendida para China e o território de Macau foi oferecido
a Portugal, por este terem ajudado nos ataques de pirata.

Reconhecimento oficial do Brasil


Foi no ano de 1500 que uma armada de 13 caravelas comandada por Pedro Álvares
Cabral que ia no caminho para a Índia foi desviada para sudoeste, alcançando as terras
de Vera Cruz que foram mudadas para o nome Brasil.
Pensa-se que os portugueses já tinham descoberto o Brasil em viagens anteriores,
mas tivessem mantido segredo devido à política de sigilo de D. João II.

A administração do Brasil
Em 1534, D. João III, implantou o sistema de capitanias semelhante às ilhas atlânticas.
Houve muitas dificuldades de resposta aos ataques dos Franceses, às revoltas dos
índios contra a escravização e o domínio colonial e as constantes disputas territoriais
entre os capitães-donatários, levaram D. João III a unificar a administração no
território, colocando em prática o governo-geral, em 1459.
Tomé de Sousa foi o primeiro governador geral do Brasil no ano de 1549.

A exploração do Brasil
As condições climáticas eram bastantes favoráveis, a principal atividade dos
portugueses no Brasil era a cultivação da cana-de-açúcar, as instalações onde se fazia
a produção de açúcar eram os engenhos.
A principal mão de obra era indígena, que não se adaptou muito bem então foi
substituída pelos escravos africanos, desenvolvendo-se um grande tráfico de escravos
da África para a América.

A submissão violenta de povos


A escravatura e a tortura eram muito comuns naquela época, estas generalizaram-se
devido à falta de mão de obra, a população indígena diminui bastante principalmente
no continente americano devido às grandes doenças contagiosas.
Os povos ameríndios foram obrigados pelos padres jesuítas a converterem-se ao
cristianismo.
Os genocídios, os saques, o desaparecimento quase integral de culturas e a
escravatura deixaram grandes marcas no mundo atual.

Os fenómenos de intercâmbio, aculturação e assimilação


Enquanto os espanhóis e os portugueses descobriram o mundo, estes também
descobriram o encontro de cultura que é basicamente o processo do contacto entre
diferentes culturas, isto pode também ter o nome de aculturação.
Desenvolveu-se também a missionação que é a conversão de não cristãos ao
Cristianismo.
Este contacto entre culturas permitiu existir comunidades mestiças.

O comércio à escala mundial


A globalização (processo de aproximação entre culturas diferentes no mundo
económico, social, cultural e político) inicia-se devido à mundialização das trocas.
Criaram-se várias rotas para ajudar no comércio intercontinental:
-Rota do Cabo (Europa à Ásia), Rota do Extremo Oriente (Índia a todo o Oriente),
Rotas Atlânticas (Lisboa à África e ao Brasil e Sevilha à América Central) e Rota da
Manila (Manila até ao Oriente).

Os grandes centros do comércio intercontinental


Lisboa e Sevilha tornaram-se os grandes centros do comércio intercontinental, para
facilitar as trocas os portugueses criaram uma feitoria na cidade de Antuérpia.
Outros centros do comércio intercontinental eram também Veneza, Génova,
Florença, Alemanha, Inglaterra e França.

O desenvolvimento da burguesia europeia


A burguesia cresce em toda a Europa, mas em Portugal esta não conseguiu o mesmo
desenvolvimento devido ao monopólio régio.
No entanto houve um grande aumento da circulação monetária.

Alterações no consumo e hábitos dos Europeus


Todas as alimentações mudaram, pois, houve a circulação de produtos originários
de diversos continentes.
A alimentação europeia baseou-se nos alimentos de África que era por exemplo a
malagueta, da Ásia vieram várias especiarias e chá e da América veio o milho, o
ananás, o cacau e o tabaco.
Os grupos sociais priviligiados começaram também a viver com o uso de porcelanas,
mobiliário requintado, vestuário em tecidos de luxo e sedas, perfumes, etc...

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