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No início do século XV, Portugal reunia condições que lhe permitiam satisfazer estas
necessidades através da expansão da expansão marítima.
● Condições geográficas
Extensa costa marítima e muitos portos.
Proximidade do oceano atlântico, do norte de África e do acesso ao mediterrâneo.
● Tradição marítima
Atividades pescatorias.
Comércio marítimo (navegadores experientes que conheciam ventos e as correntes
do oceano Atlântico).
● Condições técnicas
herdaram de judeus e árabes conhecimentos e instrumentos de navegação
astronómica (a bússola, o astrolábio, a balestilha e o quadrante)
● Condições científicas
Portugueses contactaram navegadores e mercadores experientes, como genoveses
e venezianos.
● Condições políticas
Após a crise de 1383-85, Portugal passou a viver um período de relativa
estabilidade, que permitiu a D.João I, com o apoio de todos os grupos sociais, a
iniciativa da Expansão.
O Arranque da expansão
O arranque da expansão marítima foi também resultado da combinação de várias
motivações, que implicaram o envolvimento de coroa e de todos os grupos sociais.
● Motivações políticas
A conquista de novos territórios e a inquisição de novas fontes aumentariam
o prestígio da nova dinastia de Avís, permitindo a D.João I, reforçar o seu
poder junto da nobreza e do clero e de outros monarcas europeus.
● Motivações económicas
A necessidade de ultrapassar a crise de meados do século XIV implicava
encontrar regiões ricas em cereais, metais preciosos, mão de obra, novos
mercados e produtos.
● Motivações sociais
clero- combater os mulçumanos “infiéis” e espalhar a fé cristã.
nobreza- possibilidade de retomar as suas funções militares e um meio para
obter terras, cargos e títulos.
burguesia- aceder a novas rotas comerciais e mercados muito lucrativos.
povo- melhorar as suas condições de vida
● Motivações religiosas
Combate ao “infiel”, ligado ao espírito de cruzada, através das conquistas no
norte de África.
A expansão do cristianismo e evangelização dos povos de terras
conquistadas.
A conquista de Ceuta
No início do século XV, a conquista de Ceuta no norte de África surgia como
solução para os problemas dos Portugueses.
A expansão portuguesa iniciou-se em 1415 com a conquista de Ceuta,
cidade muçulmana.
Apoiada por todos os grupos sociais milhares de homens, entre os quais os
filhos de D.João I , D.Henrique, D.Pedro e D.Duarte rumaram a Ceuta.
A cidade de Ceuta era na altura uma das cidades mais importantes (devido) :
● Estrategicamente localizada entre o Mediterrâneo e o Atlântico
● Permitia controlar a pirataria muçulmana no estreito Gibraltar
● Através das rotas caravaneiras provenientes do Sudão chegavam –
ouro e escravos
● Através das rotas do Mar Vermelho, Mediterrâneo e Norte de África
chegavam – especiarias e cereais
● Principal rota do comércio europeu
A expedição a Ceuta constituiu um êxito militar, mas um fracasso em termos
económicos porque:
● Os mulçumanos desviaram as rotas de ouro e dos produtos de luxo
● Os campos de cereais foram destruídos e abandonados, devido aos
sucessivos combates militares entre os Portugueses e Mulçumanos
● Ceuta permaneceu uma cidade isolada (rodeada de cidades
muçulmanas)
● grande esforço financeiro e militar por parte de Portugal
1418-reconhecimento da ilha de Porto Santo por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz
Teixeira.
No ano seguinte desembarcaram juntamente com Bartolomeu Perestrelo, na ilha da
Madeira.
1427-Diogo de Silves alcançou a ilha de Santa Maria, nos Açores
1452-Diogo de Teive chegou às ilhas das Flores e do Corvo
Depois das redescobertas era necessário povoar as diversas ilhas e promover o seu
desenvolvimento económico.
D.Henrique organizou a colonização dos arquipélagos segundo o sistema de capitanias, ou
seja, dividiu as ilhas em dois domínios amplos.
Madeira
sistema de administração:
Bartolomeu Perestrelo tornou-se capitão-donatário da ilha de Porto Santo, Tristão Vaz
Teixeira ficou com o território de Machico e João Gonçalves Zarco com o Funchal.
Povoamento:
pequena nobreza portuguesa
colonos portugueses
escravos
Exploração económica:
agricultura
cereais
açúcar
vinho
Açores
Sistema de administração:
Gonçalo Velho ficou com Santa Maria e S.Miguel
Povoamento:
pequena nobreza portuguesa
colonos portugueses e estrangeiros(sobretudo flamengos)
escravos
Exploração económica:
agricultura e pecuária
cereais
gado
plantas tintureiras(corantes naturais tingimento do tecido)
O tratado de tordesilhas
1477- Cristóvão Colombo, mercado genovês, solicitou a João II o financiamento de um
projeto para alcançar a Índia. O rei negou o financiamento do projeto, por isso, Colombo
apresentou-o aos reis de Castela, D.Isabel e D.Fernando.
1492- Cristóvão Colombo, ao serviço de Castela, descobre a América (chegando as
Antilhas), surgindo um novo conflito entre os reinos ibéricos devido a D.João reclamar com
o direito a estas terras, alegando pertencerem a Portugal pelo Tratado de Alcáçovas-Toledo.
1494- Assinatura do Tratado de Tordesilhas devido a intensa ação diplomática, intervida
pelo Papa. Ficou então decidida a divisão do mundo em dois hemisférios a partir de um
meridiano por insistência de D.João II, passada a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde.
Portugal ficava com as terras descobertas e a descobrir a oriente dessa linha e Castela com
as que fossem descobertas a ocidente.
Com a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilha formalizou o
conceito de "mare clausum”, uma expressão latina que significa “mar fechado”.
Nestas rotas circulavam escravos de África e grande parte dos produtos mais ricos e
apreciados da época, como o açúcar e os metais preciosos americanos, as sedas, as
especiarias orientais e os produtos manufaturados europeus.
EScravatura
O comércio de seres humanos não foi uma consequência da expansão mas porem o tráfico
de escravos intensificou-se nos séculos XVI e XVII período em que inúmeros homens,
mulheres e crianças africanas foram escravizados e enviados para as colónias da América.
Os escravos eram capturados em África como se de objetos se tratassem e eram
transportados em condições desumanas.
A prática generalizada da escravatura e a sua aceitação assentou na ideia da superioridade
cultural e religiosa dos europeus.
Renascimento e Reforma
A renovação cultural dos séculos Xv e XVI
A expansão contacto com novos povos, culturas, a descoberta de um mundo novo, de
novas plantas e animais.
Este conhecimento desenvolveu uma nova forma de pensamento que valorizava os ideais
da Antiguidade Clássica. No século XV teve início a um movimento designado
renascimento.
Os valores do renascimento
A mentalidade renascentista colocou em causa o teocentrismo valorizando o
antropocentrismo teoria que fez do ser humano o centro do mundo.
O individualismo fez a afirmação pessoal de cada indivíduo e valorização das suas
realizações.
Humanistas intelectuais da que estudaram o ser humano e tudo o que lhe rodeava devido
ao seu espírito crítico.
Humanismo era um movimento intelectual do renascimento que valorizava o estudo das
línguas e das obras dos autores clássicos, as capacidades do ser humano e a natureza .
A observação da natureza, aliada ao espírito crítico e à valorização da experiência
contribuiu para que muitos humanistas desenvolvessem algumas ciências durante os
séculos XV e XVI.
Principais humanistas:
● Nicolau Copérnico (defendeu o heliocentrismo - a terra girava em torno do sol) -
astronomia
● Pedro Nunes - matemática
● André Vesálio - medicina
● Duarte Pacheco Pereira - geografia
● Garcia de Orta - botânica
● Luís de Camões - literatura
a arte do renascimento
A arte produzida naquele período designa-se como renascentista e desenvolveu-se em
Itália com destaque para Florença.
Uma das suas características é o classicismo, isto é a inspiração nas formas e nos temas
da arte da Antiguidade Clássica. Em articulação com o classicismo, os artistas
renascentistas aplicaram novas técnicas, regras e proporções na construção de edifícios e
na criação e esculturas.
a arquitetura
Os arquitetos do renascimento recuperaram vários elementos arquitetónicos da Antiguidade
Clássica, como as colunas, com os capitéis dóricos, jónicos e coríntios, o frontão triangular,
a cúpula, os entablamentos, a abóbada de berço e o arco de volta perfeita.
introdução da perspetiva, isto é um método matemático que permite alcançar a noção de
profundidade no interior dos edifícios.
A escultura e a pintura
A pintura e a escultura usaram as influências da Antiguidade clássica(classicismo) e para
além dessa herança os artistas do renascimento aperfeiçoaram as tecnicas.
Escultura:
● inspiração clássica - gosto pela representação do nu, da esttu equestre e uso so
contrapposto;
● naturalismo - representação da natureza e da figura humana
Exemplos: Pietà e David de Miguel Ângelo e Gattamelata de Donatello.
Pintura:
● inspiração clássica(naturalismo na representação anatómica da figura humana e da
natureza, gosto pelo retrato e autorretrato, uso contrapposto);
● perspetiva(representação de profundidade numa superfície plana);
● pintura de óleo(permitiu cores mais brilhantes e detalhes dos tecidos e cabelos);
● sfumato(gradação da cor e contornos esbatidos que conferem profundidade ao
quadro);
● esquema compositivo em pirâmide
Exemplos:Madonna del prado de Rafael, O Nascimento de Vênus de Sandro Botticelli e
Mona Lisa de leonardo da Vinci.
Reforma Protestante
Entre os finais do século XIV e do século XVI, a igreja católica viveu tempos difíceis.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa:
● o cisma do ocidente(1378-1417) - a existência de dois papas, um em Roma e outro
em Avinhão(França), dividiu a cristandade, abalando o prestígio da Igreja.
● a crise do século XIV - a peste negra, a fome e a guerra, como a guerra Cem Anos,
provocaram um clima de medo e de inquietação religiosa entre os europeus,
originando práticas de superstição para afastar a doença e a morte.
● o surgimento do humanismo - As críticas dos humanistas e de alguns eclesiásticos à
hierarquia religiosa e aos abusos da igreja propunham um retorno aos valores do
cristianismo original.
● a corrupção e os abusos do clero - acumulação de cargos e benefícios por parte do
alto clero e o luxo e ostentação do Papa e dos bispos exigiam uma reflexão sobre os
problemas da igreja católica.
1517 - o papa Leão X surgiu a venda de bula de indulgências com o objetivo de angariar
dinheiro para a construção da Basílica de S.Pedro.
1517- Martinho lutero pregando na catedral de Wittenberg , as 95 teses contra as
indulgências.
1521 - Martinho Lutero foi excomungado, ou seja, foi punido pelo papa que o expulsou da
igreija católica.
catolicismo e os protestantes
● catolicismo
autoridade religiosa - papa
salvação - pela fé e pelas boas obras
fontes de fé - bíblia e tradição
sacramentos - sete: batismo, confirmação, reconciliação, eucaristia, ordenação,
matrimónio, extrema-unção
culto - missa em latim / culto da virgem maria e dos santos
celibato - obrigatório para todos os sacerdotes
● protestantes
○ Luteranismo( difundido na Alemanha a partir de 1530 por martinho Lutero)
autoridade religiosa - rejeita a autoridade do papa
salvação - pela fé
fontes de fé - bíblia(traduzida para as línguas internacionais)
sacramentos - 2-batismo e eucaristia
culto - leitura da bíblia traduzida para as línguas internacionais / recusa do
culto da Virgem Maria e dos santos
celibato - não obrigatório
combate ideológico
Para combater o protestantismo a igreja católica adotou também medidas repressivas
(contrarreforma) através:
● inquisição - tribunal perseguia, julgava e condenava todos os suspeitos de
praticarem outras religiões ou que eram acusados de praticar bruxarias. Os
acusados eram submetidos muitas das vezes a turtura e aqueles considerados
culpados eram condenados a atos de fé, cerimónias públicas onde eram
sentenciados é fogueira.
● Index - lista de livros cuja leitura era proibida por conterem ideias contrárias à
doutrina da igreja católica.
● companhia de jesus - jesuítas tinham como missão promover a religião católica
assim como ensinar e evangelizar os povos do oriente e da América.
a intolerância religiosa
Durante o século XVI, na sequência da reforma e da contrarreforma, a intolerância religiosa
acabou por marcar a Europa, opondo católicos e protestantes.
As consequências da reforma católica na Península Ibérica traduziram-se na perseguição,
na limitação da liberdade de pensamento e no atraso cultural provocados pela ação da
inquisição e do Índex.