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A abertura do mundo

O pioneirismo de Portugal na expansão


No século XIV, a Europa atravessou tempos difíceis devido aos maus anos agrícolas, às
epidemias e às guerras, tendo vivido uma profunda crise económica, que levou à escassez
de ouro, de cereais e de mão de obra.

No início do século XV assistiu-se a um período de recuperação. O desenvolvimento da


produção agrícola possibilitou o aumento da população e um maior dinamismo comercial.
Venezianos e genoveses recuperaram os negócios. Contudo ainda havia falta de ouro e
prata para pagar mercadorias trazidas do Oriente e sentia-se necessidade de encontrar
novas rotas comerciais que permitissem o acesso direto a produtos como cereais, as
especiarias, as sedas e as porcelanas.

No início do século XV, Portugal reunia condições que lhe permitiam satisfazer estas
necessidades através da expansão da expansão marítima.
● Condições geográficas
Extensa costa marítima e muitos portos.
Proximidade do oceano atlântico, do norte de África e do acesso ao mediterrâneo.

● Tradição marítima
Atividades pescatorias.
Comércio marítimo (navegadores experientes que conheciam ventos e as correntes
do oceano Atlântico).

● Condições técnicas
herdaram de judeus e árabes conhecimentos e instrumentos de navegação
astronómica (a bússola, o astrolábio, a balestilha e o quadrante)

Desenvolvimento de Cartas de marear(fundamentais para a navegação mais longue


da costa).
A construção da caravela, embarcação com leme fixo à popa e com velas
triangulares, permitiu navegar à bolina ou seja manobrar contra os ventos e
correntes, em ziguezague.

● Condições científicas
Portugueses contactaram navegadores e mercadores experientes, como genoveses
e venezianos.

● Condições políticas
Após a crise de 1383-85, Portugal passou a viver um período de relativa
estabilidade, que permitiu a D.João I, com o apoio de todos os grupos sociais, a
iniciativa da Expansão.

O Arranque da expansão
O arranque da expansão marítima foi também resultado da combinação de várias
motivações, que implicaram o envolvimento de coroa e de todos os grupos sociais.

● Motivações políticas
A conquista de novos territórios e a inquisição de novas fontes aumentariam
o prestígio da nova dinastia de Avís, permitindo a D.João I, reforçar o seu
poder junto da nobreza e do clero e de outros monarcas europeus.

● Motivações económicas
A necessidade de ultrapassar a crise de meados do século XIV implicava
encontrar regiões ricas em cereais, metais preciosos, mão de obra, novos
mercados e produtos.

● Motivações sociais
clero- combater os mulçumanos “infiéis” e espalhar a fé cristã.
nobreza- possibilidade de retomar as suas funções militares e um meio para
obter terras, cargos e títulos.
burguesia- aceder a novas rotas comerciais e mercados muito lucrativos.
povo- melhorar as suas condições de vida

● Motivações religiosas
Combate ao “infiel”, ligado ao espírito de cruzada, através das conquistas no
norte de África.
A expansão do cristianismo e evangelização dos povos de terras
conquistadas.

A conquista de Ceuta
No início do século XV, a conquista de Ceuta no norte de África surgia como
solução para os problemas dos Portugueses.
A expansão portuguesa iniciou-se em 1415 com a conquista de Ceuta,
cidade muçulmana.
Apoiada por todos os grupos sociais milhares de homens, entre os quais os
filhos de D.João I , D.Henrique, D.Pedro e D.Duarte rumaram a Ceuta.
A cidade de Ceuta era na altura uma das cidades mais importantes (devido) :
● Estrategicamente localizada entre o Mediterrâneo e o Atlântico
● Permitia controlar a pirataria muçulmana no estreito Gibraltar
● Através das rotas caravaneiras provenientes do Sudão chegavam –
ouro e escravos
● Através das rotas do Mar Vermelho, Mediterrâneo e Norte de África
chegavam – especiarias e cereais
● Principal rota do comércio europeu
A expedição a Ceuta constituiu um êxito militar, mas um fracasso em termos
económicos porque:
● Os mulçumanos desviaram as rotas de ouro e dos produtos de luxo
● Os campos de cereais foram destruídos e abandonados, devido aos
sucessivos combates militares entre os Portugueses e Mulçumanos
● Ceuta permaneceu uma cidade isolada (rodeada de cidades
muçulmanas)
● grande esforço financeiro e militar por parte de Portugal

Rumos e principais etapas da expansão Henriquina


O fracasso de Ceuta colocou a coroa duas opções: prosseguir com as conquistas no Norte
de África ou realizar viagens ao longo da costa ocidental africana, alcançando diretamente
regiões fornecendo-lhes vários produtos nomeadamente ouro.
A primeira opção, embora defendida pela nobreza, acabaria por ser abandonada durante
este período.
A segunda opção defendida pela burguesia despertou o país para a descoberta e
exploração de novos territórios. D.João I atribuiu grande responsabilidade para as viagens
no Atlântico ao Infante D.Henrique. Iniciava-se um processo de expansão e descobertas
que levaria a formação de um império colonial.

O renascimento e a colonização dos arquipélagos atlânticos


.As primeiras viagens de exploração levaram à redescoberta dos arquipélagos da Madeira e
dos Açores que já sabia da sua existência mas nunca tinham sido explorados.

1418-reconhecimento da ilha de Porto Santo por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz
Teixeira.
No ano seguinte desembarcaram juntamente com Bartolomeu Perestrelo, na ilha da
Madeira.
1427-Diogo de Silves alcançou a ilha de Santa Maria, nos Açores
1452-Diogo de Teive chegou às ilhas das Flores e do Corvo
Depois das redescobertas era necessário povoar as diversas ilhas e promover o seu
desenvolvimento económico.
D.Henrique organizou a colonização dos arquipélagos segundo o sistema de capitanias, ou
seja, dividiu as ilhas em dois domínios amplos.

Madeira
sistema de administração:
Bartolomeu Perestrelo tornou-se capitão-donatário da ilha de Porto Santo, Tristão Vaz
Teixeira ficou com o território de Machico e João Gonçalves Zarco com o Funchal.
Povoamento:
pequena nobreza portuguesa
colonos portugueses
escravos
Exploração económica:
agricultura
cereais
açúcar
vinho

Açores
Sistema de administração:
Gonçalo Velho ficou com Santa Maria e S.Miguel
Povoamento:
pequena nobreza portuguesa
colonos portugueses e estrangeiros(sobretudo flamengos)
escravos
Exploração económica:
agricultura e pecuária
cereais
gado
plantas tintureiras(corantes naturais tingimento do tecido)

A Exploração da costa ocidental africana


A navegação astronômica, o desenvolvimento dos instrumentos de navegação e das
embarcações permitiram o avanço para o sul e dobrar o cabo bojador.
Em 1434 Gil Eanes dobrou o cabo bojador, abrindo-se assim o caminho para a exploração
marítima e geográfica da costa ocidental africana.
Em Arguim criou-se uma feitoria para estabelecer contactos e comércio com as populações
locais. A esta feitoria chegavam escravos, ouro, marfim e malagueta. Por concessão da
Coroa, o infante D.Henrique passou a deter o monopólio comercial a sul do cabo Bojador.
1460-morte de D.Henrique e chegada a Serra Leoa marcou o fim da expansão henriquina.

Conquista e descobertas no reinado de D.Afonso V


Com a morte do Infante D.Henrique e com D.Afonso V no poder, abrandou-se o ritmo das
viagens de exploração marítima e intensificaram-se as conquista no Norte de África, como
as de Alcácer Ceguer(1458), Arzila e Tânger(1471).
1469-o rei entregou a Ferrão Gomes a exploração marítima e o direito ao comércio, em
regime de arrendamento.

A rivalidade ibérica pela posse de colónias


1474-o príncipe D.João, futuro D.João II, assumiu o comando da exploração da costa
africana.
1482-D.João ordenou a construção da feitoria-fortaleza de S.Jorge da Mina , para uma
melhor forma de defesa e comércio.
A expansão marítima voltou a ser conduzida pela coroa em regime de monopólio comercial.
As ambições expansionistas da Coroa portuguesa ao longo do século XV despertaram a
rivalidade entre Portugal e Castela. Os dois reinos pretendiam o controlo sobre territórios
ricos em ouro e escravo, como os da Guiné e da Costa da Mina, no litoral africano e a
posse das Canárias.
A solução encontrada foi a assinatura do tratado de Alcáçovas-Toledo em 1479-1480.
Em 1488, Bartolomeu Dias passou o cabo das Tormentas, mais tarde designado cabo da
Boa Esperança. Estava assim aberto o caminho para a Índia.

O tratado de tordesilhas
1477- Cristóvão Colombo, mercado genovês, solicitou a João II o financiamento de um
projeto para alcançar a Índia. O rei negou o financiamento do projeto, por isso, Colombo
apresentou-o aos reis de Castela, D.Isabel e D.Fernando.
1492- Cristóvão Colombo, ao serviço de Castela, descobre a América (chegando as
Antilhas), surgindo um novo conflito entre os reinos ibéricos devido a D.João reclamar com
o direito a estas terras, alegando pertencerem a Portugal pelo Tratado de Alcáçovas-Toledo.
1494- Assinatura do Tratado de Tordesilhas devido a intensa ação diplomática, intervida
pelo Papa. Ficou então decidida a divisão do mundo em dois hemisférios a partir de um
meridiano por insistência de D.João II, passada a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde.
Portugal ficava com as terras descobertas e a descobrir a oriente dessa linha e Castela com
as que fossem descobertas a ocidente.
Com a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilha formalizou o
conceito de "mare clausum”, uma expressão latina que significa “mar fechado”.

A viagem de vasco da Gama


D.João II morreu sem ser concretizado o seu grande objetivo: chegar à Índia por mar. Com
a sua morte sucedeu-lhe D.Manuel I, seu primo, que herdou o trono e empenho de D.João II
pela expansão marítima.
1498- ligação marítima com a Índia, permitindo o acesso aos centros de comércio mais
importante do Oriente, através da rota do cabo.
Vasco da gama foi recebido pelo rei de Calecute. Estabeleceu contactos comerciais e
recolheu informações sobre o território.
O navegador apercebeu-se que o monarca e a população local eram muito diferentes do
que pensava eram muito desenvolvidos, com cidades ricas e densamente povoadas, e não
cristãos. vasco da gama apercebeu-se também das hospitalidades dos mercadores
mulçumanos que juntamente com os mercadores italianos controlavam o comércio das
especiarias.
Do ponto de vista político esta viagem constituiu um sucesso concretizando o projeito de
D.João mas contudo esperava-se mais especiarias que chegou a Lisboa em 1499.

Como se estabeleceu o monopólio português no Índico?


Por ação de D.Manuel são nomeados dois vice-reis, indivíduos de origem nobre que
assumiram o governo do território em nome do monarca, para garantir a administração e a
defesa dos territórios e o comércio na Índia.

Do ponto de vista militar, descartaram-se dois vice-reis na formação do império Oriental:


● D.Francisco de Almeida, cujo a sua ação passou pela construção de
feitorias-fortalezas, na costa indiana, com o apoio de forças armadas impediram o
comércio das forças armadas com outros povos. Deste modo, afirmaria presença
portuguesa no Oriente e mais tarde garantiria o monopólio comercial de especiarias.
● D.Afonso de Albuquerque implantou uma política baseada não só no controlo do
mar, mas também, na conquista das cidades como Goa (devido ao facíl acesso das
especiarias), Ormuz(porto de passagem das embarcações muçulmanas na rota do
Levante ) e Malaca (controle da circulação das mercadorias oriundas do Extremo
Oriente).
Construiu-se assim o império Português do Oriente, de base comercial e marítima, cujos
produtos - especiaria, sedas, porcelanas entre outros. Chegavam a Lisboa através da rotas
do cabo, passavam pela casa da Índia e eram vendidos nos mercados europeus.

A viagem de Pedro Álvares Cabral


Em 9 de março de 1500, Pedro Álvares Cabral, por ordem de D.Manuel I, comandou a
segunda viagem à Índia. Mas contudo durante a viagem as embarcações afastaram-se da
rota traçada e em 22 de abril de 1500 avistaram a terra chegando à costa da América do
Sul, o Brasil.

Colonização e exploração económica do Brasil


Quando os portugueses chegaram ao Brasil o território era habitado por indígenas, com um
modo de vida, fundamentalmente, recoletor.
1534- Coroa deu prioridade ao comércio com o Oriente entregando a exploração do novo
território a particulares. O pau-brasil foi um dos dos primeiros produtos comercializados para
a Europa.
Também a partir de 1534 a Coroa promoveu a colonização efetiva do Brasil. O território foi
dividido em 15 capitanias-donatarias, cada uma delas entregue a um capitão-donatário, que
tinha o dever de promover o seu povoamento e exploração económica.
A ausência de recursos( mão de obra e dinheiro), a rivalidade entre os capitães-donatários,
os ataques dos indígenas e de europeus mostram fragilidade destes sistemas de
colonização.
Os portugueses introduziram a cana de açúcar, uma cultura que se revelou muito produtiva
e lucrativa, mas exigia uma exploração de mão de obra abundante. Esta necessidade levou
à importação de escravos de África para trabalharem nas plantações e nos engenhos de
açúcar, mais tarde, na cultura do tabaco e na exploração das mina.

A conquista e a exploração da américa espanhola


Pouco depois da descoberta, navegadores espanhóis, aos serviço da Coroa, exploraram e
conquistaram territórios da América Central e do Sul. Encontraram civilizações muito
desenvolvidas, como os Astecas, os Maias e os Incas com organizações complexas.
Construíram palácios e templos, alguns deles em forma de pirâmides, em honra dos seus
deuses, o que mostrava um elevado grau de desenvolvimento técnico e de conhecimento
em áreas como a arquitetura e matemática.
Os espanhóis acabaram por conquistar a América com relativa facilidade apesar do notável
desenvolvimento destes povos, este sucesso do exército espanhol embora com um número
reduzido de homens deveu-se à superioridade do ponto de vista militar (combatiam com
armas de fogo, armaduras e cavalos, recursos que os indígenas desconheciam.
A apropriação de terras, a ambição das riquezas, como o ouro e a prata e o preconceito
religioso foram acompanhados pela servidão forçada dos indígenas, assumindo formas
violentas. Grande parte da população indígena foi exterminada devido á guerra, á fome e
aos trabalhos forçados. As cidades, os templos e as suas manifestações artísticas, como as
esculturas, foram destruídos para aproveitamento do ouro e prata. As doenças levadas
pelos colonizadores como a tuberculose e a varíola provocaram uma quebra demográfica
entre os indígenas.

O comércio à escala global


A expansão marítima ligou a Europa a outros continentes ao longo dos séculos XV e XVI. O
papel pioneiro de Portugal permitiu a abertura de rotas intercontinentais, ou seja, rotas
comerciais entre continentes proporcionando acesso a vários produtos e também o
conhecimento de povos e culturas.
O comércio desenvolveu-se á escala mundial num processo mais tarde designado por
globalização.
Durante o século XVI as principais rotas do comércio mundial eram:
● a rota do Cabo, fazia ligação entre a Europa e à Ásia, contornando a África; através
dela transportava-se especiarias e produtos orientais luxuosos;
● as rotas Atlânticas, ligava a Europa à África e à América central e do Sul, realizando
o comércio triangular;
● a rota da Manila, unia o México às Filipinas, atravessando o oceano Pacífico;
● as rotas do Extremo Oriente, permitia contacto entre várias regiões, como a Índia, a
China e o Japão.

Nestas rotas circulavam escravos de África e grande parte dos produtos mais ricos e
apreciados da época, como o açúcar e os metais preciosos americanos, as sedas, as
especiarias orientais e os produtos manufaturados europeus.

A importância de Lisboa e Sevilha


o império Português foi o primeiro poder global naval, pois a expansão permitiu ligar a
Europa, a África, a América e a Ásia.
Durante os séculos XV e XVI, a Casa da Índia em Lisboa era o centro do comércio colonial,
afirmando-se uma cidade próspera, Lisboa construía um ponto de passagem que fazia a
articulação com o norte da Europa.
No século XVI, Sevilha era o centro de comércio de Espanha. A Casa da Contratação,
criada pela Coroa espanhola, constituía o principal organismo que controla e administra o
comércio colonial.

Globalização: o encontro entre povos e culturas


As conquistas e descobertas portuguesas e espanholas, para além da exploração de
territórios e dos rendimentos económicos que proporcionaram, permitiram também o
encontro de culturas e promoveram a aculturação.
Os contatos entre europeus e não europeus não foi um processo pacífico, atingindo, em
alguns casos, relações de hostilidade.
Os europeus consideravam-se superiores aos povos recém-descobertos considerando-os
“selvagens”, no entanto também os Europeus foram vistos como “bárbaros” pelo japoneses.
A aculturação não se realizou de igual forma, uma vez que envolveu populações em
diferentes estados de desenvolvimento.
Portugueses e espanhóis impuseram o catolicismo de forma violenta. A presença de
missionários nesses territórios facilitou a missionação e a construção de igrejas e escolas
onde ensinavam a língua portuguesa e espanhola.
No oriente o desenvolvimento civilizacional destas populações levou a que os europeus
procurassem evitar o confronto .
Este desenvolvimento levou á miscigenação que é a fusão de diferentes etnias e povos,
originando comunidades mestiças consequentemente trocas culturais, visíveis na língua e
na gastronomia.
Esta globalização também teve influência na arte e na cultura como nas fortalezas, igrejas,
peças de mobiliário, a música e a dança, mas também na economia devido a alteração de
hábitos alimentares, introdução de novas técnicas e produtos agrícolas e a divulgação de
novos produtos em vários continentes.

EScravatura
O comércio de seres humanos não foi uma consequência da expansão mas porem o tráfico
de escravos intensificou-se nos séculos XVI e XVII período em que inúmeros homens,
mulheres e crianças africanas foram escravizados e enviados para as colónias da América.
Os escravos eram capturados em África como se de objetos se tratassem e eram
transportados em condições desumanas.
A prática generalizada da escravatura e a sua aceitação assentou na ideia da superioridade
cultural e religiosa dos europeus.

Renascimento e Reforma
A renovação cultural dos séculos Xv e XVI
A expansão contacto com novos povos, culturas, a descoberta de um mundo novo, de
novas plantas e animais.
Este conhecimento desenvolveu uma nova forma de pensamento que valorizava os ideais
da Antiguidade Clássica. No século XV teve início a um movimento designado
renascimento.

Foram vários os fatores que fizeram da Itália o berço do renascimento:


● a presença de numerosos vestígios materiais da cultura clássica;
● a prosperidade economica;
● monarcas, príncipes e burgueses abastados
● as cidades italianas, como Florença, Roma e Milão(rivalizavam entre si centros
culturais e artisticos)

Os valores do renascimento
A mentalidade renascentista colocou em causa o teocentrismo valorizando o
antropocentrismo teoria que fez do ser humano o centro do mundo.
O individualismo fez a afirmação pessoal de cada indivíduo e valorização das suas
realizações.
Humanistas intelectuais da que estudaram o ser humano e tudo o que lhe rodeava devido
ao seu espírito crítico.
Humanismo era um movimento intelectual do renascimento que valorizava o estudo das
línguas e das obras dos autores clássicos, as capacidades do ser humano e a natureza .
A observação da natureza, aliada ao espírito crítico e à valorização da experiência
contribuiu para que muitos humanistas desenvolvessem algumas ciências durante os
séculos XV e XVI.

Principais humanistas:
● Nicolau Copérnico (defendeu o heliocentrismo - a terra girava em torno do sol) -
astronomia
● Pedro Nunes - matemática
● André Vesálio - medicina
● Duarte Pacheco Pereira - geografia
● Garcia de Orta - botânica
● Luís de Camões - literatura

a difusão dos novos valores


O humanismo foi se espalhando por toda a Península Itálica e pelo resto da europa.
1450-1452 - Gutenberg imprimiu a versão da Bíblia em latim a partir de tipos de móveis de
metal.
Esta invenção permitiu progressivamente produzir livros em maior quantidade e a preços
mais acessíveis do que os livros manuscritos tornando-se um meio propício à divulgação de
novos valores humanistas e do conhecimento geral.
Os humanistas que se destacam por terem traduzido ou escrito obras da antiguidade
clássica são:
● Luís de camões(portugal) - Os Lusíadas
● Miguel de Cervantes(espanha) - D.Quixote de la Mancha
● Erasmo de Roterdão(países baixos) - O Elogio da Loucura
● William Shakespeare(inglaterra) - Romeu e Julieta
● Thomas More(inglaterra) - A Utopia
● Damião de Góis(portugal) - Crónica do Felicíssimo Rei D.Manuel

a arte do renascimento
A arte produzida naquele período designa-se como renascentista e desenvolveu-se em
Itália com destaque para Florença.
Uma das suas características é o classicismo, isto é a inspiração nas formas e nos temas
da arte da Antiguidade Clássica. Em articulação com o classicismo, os artistas
renascentistas aplicaram novas técnicas, regras e proporções na construção de edifícios e
na criação e esculturas.

a arquitetura
Os arquitetos do renascimento recuperaram vários elementos arquitetónicos da Antiguidade
Clássica, como as colunas, com os capitéis dóricos, jónicos e coríntios, o frontão triangular,
a cúpula, os entablamentos, a abóbada de berço e o arco de volta perfeita.
introdução da perspetiva, isto é um método matemático que permite alcançar a noção de
profundidade no interior dos edifícios.

A escultura e a pintura
A pintura e a escultura usaram as influências da Antiguidade clássica(classicismo) e para
além dessa herança os artistas do renascimento aperfeiçoaram as tecnicas.
Escultura:
● inspiração clássica - gosto pela representação do nu, da esttu equestre e uso so
contrapposto;
● naturalismo - representação da natureza e da figura humana
Exemplos: Pietà e David de Miguel Ângelo e Gattamelata de Donatello.

Pintura:
● inspiração clássica(naturalismo na representação anatómica da figura humana e da
natureza, gosto pelo retrato e autorretrato, uso contrapposto);
● perspetiva(representação de profundidade numa superfície plana);
● pintura de óleo(permitiu cores mais brilhantes e detalhes dos tecidos e cabelos);
● sfumato(gradação da cor e contornos esbatidos que conferem profundidade ao
quadro);
● esquema compositivo em pirâmide
Exemplos:Madonna del prado de Rafael, O Nascimento de Vênus de Sandro Botticelli e
Mona Lisa de leonardo da Vinci.

Em portugal a introdução de elementos renascentistas na arte afirmaram-se apenas no


reinado de D.João III

A arte em Portugal - o manuelino


O reinado de D.Manuel I foi um período de prosperidade, ligado à expansão, que
proporcionou recursos financeiros que contribuíram para o desenvolvimento da arte em
Portugal. Foi neste reinado que surgiu o estilo decorativo designado por manuelino.

Características deste estilo:


● elementos decorativos marítimos( utilizados na decoração de janelas, portais e
colunas) - cordas, redes, boias, âncoras / algas e corais
● elementos arquitetónicos(aplicados na construção de edifícios) - arcos/ Abóbadas
com nervuras
● elementos decorativos de tipo naturalista(utilizados nas decoração de janelas,
portais e colunas) - folhagens/ tronco de árvores/ raízes
● elementos decorativos com simbologia régia(ligados à imagem e poder de D.Manuel
I) - esfera armilar/ cruz de cristo/ escudo real
Existem edifícios manuelinos por todo o país mas destacam-se o Mosteiro dos Jerónimos e
a Torre de Belém, em Lisboa, o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo em Tomar, a Sé
do Funchal na Madeira e a Igreja de S.Sebastião nos Açores.

Reforma Protestante
Entre os finais do século XIV e do século XVI, a igreja católica viveu tempos difíceis.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa:
● o cisma do ocidente(1378-1417) - a existência de dois papas, um em Roma e outro
em Avinhão(França), dividiu a cristandade, abalando o prestígio da Igreja.
● a crise do século XIV - a peste negra, a fome e a guerra, como a guerra Cem Anos,
provocaram um clima de medo e de inquietação religiosa entre os europeus,
originando práticas de superstição para afastar a doença e a morte.
● o surgimento do humanismo - As críticas dos humanistas e de alguns eclesiásticos à
hierarquia religiosa e aos abusos da igreja propunham um retorno aos valores do
cristianismo original.
● a corrupção e os abusos do clero - acumulação de cargos e benefícios por parte do
alto clero e o luxo e ostentação do Papa e dos bispos exigiam uma reflexão sobre os
problemas da igreja católica.

1517 - o papa Leão X surgiu a venda de bula de indulgências com o objetivo de angariar
dinheiro para a construção da Basílica de S.Pedro.
1517- Martinho lutero pregando na catedral de Wittenberg , as 95 teses contra as
indulgências.

Lutero contestou a prática das indulgências, porque considerava que:


● era contrária à doutrina cristã;
● era apenas uma forma de a igreja obter dinheiro;
● não contribuía para obter a salvação, pois esta só se consegue através da graça de
deus e não pela construção de obras.

1521 - Martinho Lutero foi excomungado, ou seja, foi punido pelo papa que o expulsou da
igreija católica.

catolicismo e os protestantes
● catolicismo
autoridade religiosa - papa
salvação - pela fé e pelas boas obras
fontes de fé - bíblia e tradição
sacramentos - sete: batismo, confirmação, reconciliação, eucaristia, ordenação,
matrimónio, extrema-unção
culto - missa em latim / culto da virgem maria e dos santos
celibato - obrigatório para todos os sacerdotes

● protestantes
○ Luteranismo( difundido na Alemanha a partir de 1530 por martinho Lutero)
autoridade religiosa - rejeita a autoridade do papa
salvação - pela fé
fontes de fé - bíblia(traduzida para as línguas internacionais)
sacramentos - 2-batismo e eucaristia
culto - leitura da bíblia traduzida para as línguas internacionais / recusa do
culto da Virgem Maria e dos santos
celibato - não obrigatório

○ calvinismo(difundido a partir de Genebra em 1536 por João Calvino)


autoridade religiosa -rejeita a autoridade do papa
salvação - pela fé e pela predestinação
fontes de fé - bíblia(traduzida para as línguas internacionais)
sacramentos -2-batismo e eucaristia
culto - leitura da bíblia traduzida para as línguas internacionais / recusa do
culto da Virgem Maria e dos santos
celibato -não obrigatório

○ Anglicanismo(inglaterra a partir de 1534 por Henrique VIII)


autoridade religiosa -rejeita a autoridade do papa
salvação - pela fé
fontes de fé - bíblia(traduzida para as línguas internacionais)
sacramentos -2-batismo e eucaristia
culto - leitura da bíblia traduzida para as línguas internacionais / recusa do
culto da Virgem Maria e dos santos
celibato -não obrigatório

A reforma católica e a contrarreforma


Perante a expansão do protestantismo pela Europa, a Igreja respondeu através da
reafirmação dos dogmas, de uma reforma interna e de um combate ideológico(contra
reforma)
1545- o concílio de trento convocados pelo papa Paulo III desempenharam um papel
fundamental nesta resposta destacando as seguintes decisões:
● reafirmação dos 7 sacramentos e da importância das obras como caminho para a
salvação;
● reafirmação do latim como língua usada nas celebrações religiosas e na leitura da
Bíblia;
● reafirmação da autoridade do papa
● reafirmação aos culto dos santos e da Virgem Maria;
● manutenção do celibato dos sacerdotes;
● criação de seminários e dioceses para formação dos clérigos;
● obrigatoriedade de residência dos padres nas paróquias e dos bispos nas dioceses.

combate ideológico
Para combater o protestantismo a igreja católica adotou também medidas repressivas
(contrarreforma) através:
● inquisição - tribunal perseguia, julgava e condenava todos os suspeitos de
praticarem outras religiões ou que eram acusados de praticar bruxarias. Os
acusados eram submetidos muitas das vezes a turtura e aqueles considerados
culpados eram condenados a atos de fé, cerimónias públicas onde eram
sentenciados é fogueira.
● Index - lista de livros cuja leitura era proibida por conterem ideias contrárias à
doutrina da igreja católica.
● companhia de jesus - jesuítas tinham como missão promover a religião católica
assim como ensinar e evangelizar os povos do oriente e da América.

a intolerância religiosa
Durante o século XVI, na sequência da reforma e da contrarreforma, a intolerância religiosa
acabou por marcar a Europa, opondo católicos e protestantes.
As consequências da reforma católica na Península Ibérica traduziram-se na perseguição,
na limitação da liberdade de pensamento e no atraso cultural provocados pela ação da
inquisição e do Índex.

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