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O DOMÍNIO DOS ESPAÇOS COLONIAIS E O EQUILÍBRIO POLÍTICO INTERNACIONAL

NOS SÉCULOS XVII E XVIII

Séc. XVI (até 1620) – supremacia do Império Espanhol, que será posta em causa pela
concorrência de Holandeses e Ingleses, tanto em termos navais (pirataria e corso), como
através do seu estabelecimento em territórios no Oriente e no Novo Mundo, anteriormente
considerados exclusivos dos reinos ibéricos.

- fim da doutrina do Mare Clausum


- afirmação do Mare Liberum (Hugo Grotius) – consagra o princípio da “liberdade dos mares” e
a ideia de “partilha do mundo”.
- aumento da concorrência e das rivalidades europeias que impulsionam a Holanda (ou
Províncias Unidas), a França e a Inglaterra para a expansão ultramarina, de modo a assegurar
a supremacia ou, pelo menos, um equilíbrio entre as potências.

Séc. XVII (1588 – 1650) – a Holanda ocupa um lugar cimeiro, com a concorrência da Inglaterra
e da França.

A concessão de crédito A burguesia era ativa e


a baixo custo financiou o experiente nos negócios.
comércio ultramarino. MOTIVOS DA
LIDERANÇA
A utilização de navios com grande
HOLANDESA
capacidade de carga e baixo custo
NO SÉC. XVII
dos fretes marítimos.
A existência de uma frota
mercante poderosa e
moderna. Implementação de políticas
económicas e técnicas
comerciais eficazes.

Dinâmica da Companhia Holandesa das Índias Orientais, criada em 1602, cujos capitais eram
negociados na Bolsa de Valores de Amesterdão. Dispunha de uma grande frota, de um exército
privado e de uma rede de postos comerciais (feitorias). Objetivo: eliminar a concorrência
europeia nas rotas comerciais asiáticas. Era a maior companhia comercial da época.

- os holandeses tornaram-se intermediários do comércio mundial, com mercadorias e fretes


pagos em moeda de prata e ouro, assegurando, por isso, o afluxo dos cobiçados metais
preciosos aos bancos holandeses.

- a partir de 1606, a França promoveu a colonização no Novo Mundo.

- a Inglaterra instalou os primeiros colonos na América do Norte (c. 1607).

- cada um destes Estados procurou garantir o êxito destas iniciativas, já que era indispensável
a mobilização de enormes recursos humanos e de avultados capitais para as guerras que
acompanham a expansão colonial e o domínio dos mares.

- a prosperidade holandesa e o seu domínio comercial despertaram a cobiça dos Estados


vizinhos, sobretudo a França e a Inglaterra, nos séculos XVII e XVIII.

*Estado formado em 1648, após guerra de independência contra a Espanha. República liderada pela elite burguesa
de mercadores e proprietários. Amesterdão substituiu Antuérpia como centro de negócios e porto comercial.
O CASO DA INGLATERRA

- Londres registou um crescimento acentuado desde finais do século XVI. Tornou-se um


importante centro comercial.
A criação de companhias
comerciais, como a Companhia
Beneficiou do desenvolvimento
das Índias Orientais, criada em
da construção naval e da frota
FATORES DO 1600, dinamizou toda a
mercante. DESENVOLVIMENTO atividade económica.
COMERCIAL DE
LONDRES

As ações da Coroa ou do A criação do Conselho de


Parlamento, mesmo antes da Comércio, em 1696, sediado
Revolução Gloriosa, foram no em Londres, impulsionou o
sentido de dinamizar a comércio interno e colonial.
atividade económica colonial,
marítima e comercial.
Era um porto dinamizador do
comércio.

- ao longo do século XVII, a Inglaterra envolveu-se em diversas guerras (guerras anglo-


holandesas, guerra da sucessão de Espanha), as quais contribuíram para a consolidação da
sua supremacia.

- a Grã-Bretanha afirmou-se no controlo dos mares e no domínio na América do Norte.

- em meados do séc. XVIII, a Inglaterra e a França voltaram a lutar pela hegemonia colonial.

O CASO DA FRANÇA

- o poderio holandês do século XVII também afetou os interesses comerciais da França,


atraindo os metais preciosos com que a França pagava as mercadorias, direta ou
indiretamente, negociadas pelos holandeses.

- a expansão francesa, ainda que se tenha iniciado no séc. XVI, recebeu um impulso decisivo
no séc. XVII com a criação de companhias comerciais monopolistas e de uma marinha de
guerra.

- a guerra da sucessão de Espanha ( foi um dos mais importantes conflitos do séc. XVIII e
responsável por elevadas perdas humanas e materiais, pelo aumento das despesas dos
Estados, e, no caso particular da França, apesar de lhe ter permitido ganhar influência no
continente europeu, contribuiu para o seu enfraquecimento enquanto potência colonial.

Em resumo:

EUROPA, SÉC. XVII – GUERRAS, CRISES DE SUBSISTÊNCIA E NOVO SURTO DE PESTE


NEGRA = CONJUNTURA DE CRISE
A Europa viveu, durante o século XVII, sobretudo a partir de 1620, uma carência de moeda,
devido a um conjunto de razões:

AS RAZÕES DA ESCASSEZ DE METAL PRECIOSO NA EUROPA

Redução da produção de
prata nas minas europeias
Diminuição das remessas de
metais preciosos – da prata
Necessidade de moeda para
da América espanhola
fazer face ao aumento dos
(México e Perú) – devido a
preços e às necessidades de
naufrágios, ao corso e ao
pagamento dos produtos, no
contrabando.
contexto da primeira
globalização.

Prática de acumulação de
Aumento da procura de moeda metal precioso, entendido
para as despesas dos Estados como um símbolo da
e das guerras. riqueza e de poder dos
Estados, o que favoreceu
uma “guerra de moedas”.

- este século ficou ainda associado a crises demográficas que resultaram de crises de
subprodução que marcaram ciclicamente o Antigo Regime.

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