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Independência
Em 1958, a antiga colônia foi elevada à categoria de república autônoma. Um
ano depois, sob o patrocínio da metrópole, fez a sua adesão ao Sudão
Francês (atualmente Mali). O Senegal aderiu ao Sudão Francês para se unir à
formação da Federação do Mali. A Federação do Mali proclamou a sua
independência em junho de 1960.[24] Em agosto do mesmo ano, a ligação do
Senegal com a federação foi cortada. Na mesma altura, a proclamação da
independência do Senegal ocorreu e foi eleito como primeiro presidente o
senhor Léopold Sédar Senghor.[20]
O primeiro presidente do Senegal foi um político moderado e intelectual muito
prestigiado. Era conhecido no mundo interior como um dos maiores expoentes
da poesia africana,[15] Senghor foi o presidente do país durante vinte anos até
1981. Em 1981, declarou a renúncia por ser muito velho. Entregou o cargo de
presidente a seu primeiro-ministro, Abdou Diouf.[15] Naquele ano, um golpe de
estado na vizinha Gâmbia foi a razão do facto das tropas senegalesas
intervirem. Em 1º de fevereiro de 1982 se constituiu a Confederação
da Senegâmbia.[25] A Confederação da Senegâmbia foi acordo que os dois
países assinaram em questões militares, económicas e de política exterior. Em
conformidade com esse acordo, prometeram não prejudicar as suas próprias
soberanias e respectivas instituições internas.[15]
Relevo e hidrografia
A distância do litoral do Senegal é da ordem de 500 km de extensão. O litoral
do Senegal tem as menores altitudes do país e se estende em linha reta. As
cercanias dunares da foz do rio Senegal até a Península de Cabo
Verde formam o litoral do Senegal. A Península do Cabo Verde é um
antiga ilha que faz a união ao continente por um cinturão feito de areia. É na
península de Cabo Verde que é encontrada a capital, Dacar. Dacar se localiza
na extremidade ocidental da África. Desde o local onde deságua o rio Salum, o
litoral é formado por recortes e pântanos. Nessa parte do Senegal
existem manguezais em grande quantidade.[27]
Uma planície dotada de sedimentos forma o território do Senegal em sua
maioria. Apenas na região sudeste ocorre o aparecimento de uma plataforma
de origem pré-cambriana. No maciço de Futa Jalom as elevações são
superiores a 500 metros. O maciço de Futa Jalom se localiza na fronteira do
Senegal com a Guiné. As temperaturas são dotadas de elevação. Há escassez
de precipitações na quase totalidade do território. Em relação às escassas
precipitações é registrada anualmente um estação úmida dotada de
encurtamento. Isso dá a determinação à fraqueza de
uma vegetação de savana seca. Essa formação vegetal se localiza no deserto
de Ferio. Já o deserto de Ferio, por sua vez, está localizado no norte do
Senegal. No sul, mais precisamente no vale do rio Casamansa há queda de
chuvas de grande abundância. As chuvas do rio Casamansa dão
favorecimento ao fato de existir um bosque tropical. [27]
O rio Senegal nomeia o país. O rio Senegal, propriamente dito, é próprio para
a navegação na época da enchente. Esse fenômeno natural permite navegar
de Saint-Louis, na foz, até Caies, no Mali. O Falemé é um afluente do Senegal.
O rio Falemé delimita o Senegal e o Mali na maioria do caminho que percorre.
Os demais rios que têm foz no Oceano Atlântico ao sul de Dacar são o Siné e
o Salum. O desaparecimento dos rios Siné e Salum ocorre durante a estação
seca. Já, o Gâmbia e o Casamansa têm grande extensão e navegabilidade nas
imediações da foz.[27]
Clima e vegetação
O clima do Senegal muda de árido para tropical. Existem duas estações de
maior importância. São elas: a seca e a úmida. A variação de precipitação
pluviométrica vai de 350 mm ao norte até 1 500 mm ao sul. Durante a estação
chuvosa, há frequência de tornados. Em Dacar, a oscilação de temperatura vai
de 18 °C até 27 °C em janeiro. Já, em agosto a variação de temperatura de
25 °C até 33 °C. De janeiro até maio, o harmatã se move com soprada no
sentido leste-nordeste. O harmatã é um vento.[27]
A fauna do Senegal tem mamíferos dotados de grandeza,
como elefantes, antílopes, leões, panteras e hienas. A distribuição geográfica
desses mamíferos reside no interior do país. Enquanto isso, nos vales dos rios
Gâmbia e Casamansa vivem uma grande quantidade de espécies de macacos.
Com igual abundância vivem os répteis, especialmente pítons, cobras e
demais serpentes dotadas
de veneno. Crocodilos, hipopótamos e tartarugas são habitantes dos rios. As
águas dos rios também têm grande quantidade de peixes e crustáceos.[27]
Grupos étnicos
O Senegal possui uma população de cerca de 15,4 milhões, cerca de 42% dos
quais vivem em áreas rurais.[28] A densidade demográfica nessas áreas varia
de cerca de 77 habitantes por km² na região centro-oeste a 2 habitantes por
km² na parte leste árida.
O Senegal tem uma grande variedade de grupos étnicos e, como na maioria
dos países da África Ocidental, vários idiomas são amplamente falados.
Os uolofes são o maior grupo étnico único no Senegal, com 43%; os fulas e
os toucouleurs (também conhecido como Halpulaar'en, literalmente "falantes
de pulaar") (24%) são o segundo maior grupo, seguido
pelos serers (14,7%), jolas (4%), mandingas (3%), junto a outras pequenas
comunidades.
Cerca de 50 mil europeus (principalmente franceses) e libaneses,[29] bem como
um menor número de mauritanos e marroquinos, residem no Senegal,
principalmente nas cidades e alguns aposentados que residem nas cidades-
resort ao redor de Mbour. A maioria dos libaneses trabalha no comércio. O país
experimentou uma onda de imigração francesa nas décadas entre a Segunda
Guerra Mundial e a independência do Senegal; a maioria desses franceses
comprou casas em Dakar ou em outros grandes centros urbanos. [30] Também
localizadas principalmente em ambientes urbanos estão pequenas
comunidades vietnamitas, bem como um número crescente de comerciantes
de imigrantes chineses, cada uma com algumas centenas de pessoas.[31][32] Há
também dezenas de milhares de refugiados mauritanos no Senegal,
principalmente no norte do país.[33]
De acordo com o World Refugee Survey 2008, publicado pelo Comitê dos
Estados Unidos para Refugiados e Imigrantes, o Senegal tem uma população
de refugiados e requerentes de asilo de aproximadamente 23 800 em 2007. A
maioria desta população (20 200) é oriunda da Mauritânia. Os refugiados vivem
em N'dioum, Dodel e pequenos assentamentos ao longo do vale do rio
Senegal.[34]
Religião
e Igreja Católica no Senegal
O Senegal é um estado laico.[35] O islamismo é a religião predominante no país,
praticada por aproximadamente 92% da população do país; a
comunidade cristã, com 7% da população, é maioritariamente católica romana,
mas ainda existem diversas denominações protestantes. Um por cento tem
crenças animistas, particularmente na região sudeste do país. Algumas
pessoas da etnia Serer ainda seguem as crenças tradicionais serers. [36][37] O
Senegal é reconhecido por sua tolerância religiosa. Não é incomum encontrar
membros da mesma família pertencentes a diferentes religiões. Casamentos
inter-religiosos são numerosos. As festas cristãs também são celebradas e
respeitadas pelas diferentes irmandades muçulmanas e outras comunidades.
[carece de fontes]
Línguas
Política
O Senegal é uma república semipresidencialista. O presidente é eleito desde
2000, opresidente é eleito para um mandato de cinco anos (anteriormente de
sete anos) por eleitores adultos. O primeiro presidente do país, Léopold Sédar
Senghor, foi um poeta e escritor, tendo sido o primeiro africano a ser eleito para
a Academia Francesa. O segundo presidente do Senegal, Abdou Diouf, foi
depois secretário-geral da Francofonia. O terceiro presidente foi Abdoulaye
Wade, um advogado. O atual presidente é Macky Sall, eleito em março de
Atualmente, o Senegal tem uma cultura política quase democrática e uma das
transições democráticas pós-coloniais mais bem-sucedidas na África.
Relações exteriores
O Senegal tem um alto perfil em muitas organizações internacionais e foi
membro não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas entre
1988–1989 e 2015–2016. O país também foi eleito para a Comissão das
Nações Unidas para os Direitos Humanos em 1997. O país possui boas
relações com a França e com os Estados Unidos, além de ser um defensor
vigoroso de maior assistência dos países desenvolvidos para o Terceiro
Mundo.
O Senegal goza principalmente de relações cordiais com seus vizinhos. Apesar
dos progressos evidentes em outras frentes com a Mauritânia (segurança das
fronteiras, gestão de recursos, integração econômica, etc.), estima-se que 35
mil refugiados mauritanos (dos cerca de 40 mil que foram expulsos do seu país
natal em 1989) permanecem no Senegal.[50]
O Senegal faz parte da Comunidade Econômica dos Estados da África
Ocidental. Integrado com os principais órgãos da comunidade internacional, o
Senegal é também membro da União Africana e da Comunidade dos Estados
do Sahel-Saara.
Forças armadas
As forças armadas senegalesas consistem em cerca de 19 mil pessoas no
exército, na força aérea, na marinha e na gendarmaria. A força militar
senegalesa recebe a maior parte de seu treinamento, equipamento e apoio da
França e dos Estados Unidos. A Alemanha também fornece apoio, mas em
menor escala.
A não interferência militar nos assuntos políticos contribuiu para a estabilidade
do Senegal desde a independência. O Senegal participou em muitas missões
internacionais e regionais de manutenção da paz. Em 2000, o Senegal enviou
tropas para missões de paz na República Democrática do Congo e em Serra
Leoa. Em 2015, o Senegal participou da intervenção militar liderada pela Arábia
Saudita no Iêmen contra os xiitas houthis.
Direitos Humanos
O Senegal tem estado sob grande pressão internacional para parar os abusos contra
os talibés, crianças que são enviadas pelas suas famílias, muitas vezes a milhares de
quilómetros de casa, para terem uma educação nas escolas islâmicas.[51][52]
Dezenas de milhares de crianças no Senegal ainda são forçadas a pedir nas ruas para
poderem comer por professores abusadores de muitas dessas escolas corânicas. O
governo senegalês decidiu combater esta prática, mas o facto é que se mantém, segundo
um relatório de 2017 da organização Human Rights Watch (HRW).[53] O relatório revelou
que muitas das crianças talibés detetadas nas ruas pelas autoridades foram depois
devolvidas aos professores que os tinham forçado à mendicidade. [51]
Em 2010, HRW estimava que 50 mil crianças talibés esmolavam nas ruas do Senegal, e
um relatório do governo senegalês em 2014 indicava que esse número ainda podia ser
maior.[51]
Subdivisões
O Senegal está dividido em 14 regiões (em francês régions),[54] cada uma
administrada por um Conselho Regional (Conseil Régional) eleito pelo peso da
população ao nível do Arrondissement. O país é ainda subdividido por 45
departamentos, 113 arrondissements (nenhum dos quais tem função
administrativa) e pelas Coletividades Locais (Collectivités Locales), que elegem
oficiais administrativos.[55]
As capitais regionais têm o mesmo nome de suas respectivas regiões:
Dacar
Diourbel
Fatick
Kaffrine
Kedougou
Kaolack
Kolda
Louga
Matam
Saint-Louis
Sedhiou
Tambacounda
Thiès
Ziguinchor
Economia
A pesca é o setor líder das exportações do Senegal. Suas receitas atingiram
US$ 239 milhões em 2000. As operações de industrialização pesqueira lutam
contra os altos custos, e o atum senegalês tem perdido o mercado francês para
os competidores asiáticos, mais eficientes. As exportações de fosfato, o
segundo produto da economia, têm permanecido estáveis, em torno de US$ 95
milhões anuais.
Cultura
O Senegal é conhecido em toda a África por sua herança musical, devido à
popularidade do Mbalax, que originou-se a partir da tradição percussiva,
especialmente o Njuup, sendo popularizado por Youssou N'Dour e outros
músicos. O Sabar é uma bateria especialmente popular, sendo usado
principalmente em celebrações especiais como casamentos e outras
cerimônias. Outro instrumento, o Tambor falante, é utilizado na cultura de
vários grupos étnicos presentes no país. Artistas e bandas musicais
senegaleses de renome internacional incluem Ismael Lô, Cheikh Lô, Orchestra
Baobab, Baba Maal, Akon, Thione Seck, Viviane, Titi e Pape Diouf.
Senegal é bem conhecida pela tradição do Oeste Africano de contar histórias,
que é feito por griots, que têm mantido a história do Oeste Africano viva por
milhares de anos através de palavras e música. A profissão griot é transmitida
de geração em geração e requer anos de treinamento e aprendizado na
genealogia, história e música.[56]
O Monumento da Renascença Africana, construído em 2010 em Dacar, é
a estátua mais alta na África.