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O Mali[6] ou Máli,[7][8] oficialmente República do Mali, é um país africano sem saída para o

mar na África Ocidental. O Mali é o sétimo maior país da África. Limita-se com sete países,
a norte pela Argélia, a leste pelo Níger, a oeste pela Mauritânia e Senegal e ao sul
pela Costa do Marfim, Guiné e Burquina Fasso. O Mali tem uma área de 1 240 000 km² e a
sua população é estimada em cerca de 19 milhões de habitantes. A capital do país
é Bamaco.
Formado por Oito regiões. o Mali tem fronteiras ao norte, no meio ao Deserto do Saara,
enquanto a região sul, onde vive a maioria de seus habitantes, está próximo aos
rios Níger e Senegal. Alguns dos recursos naturais no Mali são o ouro, o urânio e o sal.
O atual território do Mali foi sede de três impérios da África Ocidental,que controlava o
comércio transaariano: o Império do Gana, o Império do Mali (que deu o nome de Mali ao
país), e o Império Songai. No final do século XIX, o Mali ficou sob o controle da França,
tornando-se parte do Sudão Francês. Em 1960, conquistou a independência, juntamente
com o Senegal, tornando-se a Federação Mali. Um ano mais tarde, a Federação do Mali
se dividiu em dois países: Mali e Senegal. Depois de um tempo em que havia apenas um
partido político, um golpe em 1991 levou à escritura de uma nova Constituição e à criação
do Mali como uma nação democrática, com um sistema pluripartidário. Quase a metade de
sua população vive abaixo da linha de pobreza, com menos de 1 dólar por dia.
No dia 18 de agosto de 2020, Mali sofreu um golpe de Estado, liderado pelas forças
armadas da nação.[9] No dia 19 de agosto, o então presidente Ibrahim Boubacar
Keïta renunciou ao cargo.[10]

Etimologia
O nome Mali deriva do nome do Império do Mali. O nome significa "o lugar onde o rei
mora" e carrega uma conotação de força.[11][12]
O escritor guineense Djibril Niane sugere, em sua obra Sundiata: An Epic of Old
Mali (1965), que não é impossível que Mali tenha sido o nome dado a uma das capitais
dos imperadores. O viajante marroquino do século XIV, Ibn Battuta, relatou que a capital
do Império do Mali se chamava Mali.[13] Uma tradição Mandinka conta que o lendário
primeiro imperador Sundiata Keita se transformou em um hipopótamo após sua morte no
rio Sankaranie, sendo possível encontrar aldeias na área deste rio denominadas "velho
Mali", possuindo Mali em seus nomes. Um estudo de provérbios do Mali observou que, no
antigo Mali, havia uma aldeia chamada Malikoma, que significa "Novo Mali", e que Mali
poderia ter sido anteriormente o nome de uma cidade.[8]
Outra teoria sugere que Mali é uma pronúncia Fulani do nome dos povos Mande.[14][15] É
sugerido que uma mudança de som levou à alteração.[16]

História
O território do atual Mali foi sede de grandes impérios da África Ocidental, que controlavam
o comércio de sal, ouro, matérias prima, além de prata e bronze. Estes reinos careciam
tanto de fronteiras geopolíticas quanto de identidades étnicas. Um destes grandes
impérios foi o Império do Gana, fundada pelos soninquês, que falavam mandê.[17] O reino
se expandiu por toda África Ocidental desde o século VIII até 1078, quando foi
conquistado pelos almorávidas.[18]
A extensão do Império do Mali
O Império do Mali se formou na parte superior do Rio Níger e chegou à sua força máxima
em meados do século XIV. Sob o reinado do Império do Mali, as antigas cidades
de Djené e Tombuctu foram importantes centros de comércio e de aprendizagem islâmica.
O reino entrou em declínio e, posteriormente, foi resultado de conflitos internos, e até ser
substituído pelo Império Songai. O povo songai é originário do noroeste da atual Nigéria,
cujo império tinha sido há muito tempo uma potência na África Ocidental sob o controle do
Império de Mali.[18]
No final do século XIV, o Império Songai ganhou a independência do Império do Mali
gradualmente, abrangendo a extremidade oriental deste império. Sua queda foi resultado
de uma invasão berbere em 1591, marcando o fim do papel regional da encruzilhada
comercial. Após o estabelecimento de rotas marítimas pelas potências europeias, a rotas
comerciais transaarianas perderam sua importância.[18]
Na era colonial, Mali ficou sob o controle francês no fim do século XIX. Em 1905, toda a
sua área estava sob controle da França, fazendo parte do Sudão Francês. No início de
1959, o Mali e o Senegal se uniram, formando a Federação do Mali, que conquistou a sua
independência em 20 de agosto de 1960. A retirada da federação senegalesa permitiu que
a ex-república sudanesa formasse a nação independente do Mali em 22 de setembro de
1960. Modibo Keita, que foi primeiro-ministro da Federação do Mali até sua dissolução, foi
eleito o primeiro presidente. Keita estabeleceu o unipartidarismo, adotando, por sua vez,
uma orientação africana independente e socialista de fortes laços com a União Soviética e
realizou uma grande nacionalização dos recursos econômicos.[18]

Antiga cidade de Djenné, declarada Patrimônio da


Humanidade pela Unesco
Em 1968, como resultado de um crescente declínio econômico, o mandato de Keita foi
derrubado por um golpe militar liderado por Moussa Traoré. O regime militar subsequente,
de Traoré como presidente, teve a função de fazer reformas econômicas. Apesar disso,
seus esforços foram frustrados pela instabilidade política e uma devastadora seca que
ocorreu entre 1968 e 1974. O regime Traoré enfrentou distúrbios estudantis que
começaram no final dos anos 70, como também ocorreram três tentativas de golpe de
estado. No entanto, as divergências foram suprimidas até o final da década de 1980.[19]
O governo continuou a tentar implantar reformas econômicas, mas sua popularidade entre
a população diminuiu cada vez mais. Em resposta à crescente demanda por
uma democracia pluripartidária, Traoré consistiu uma liberalização política limitada, mas
negou a marcar o início de um pleno sistema democrático. Em 1990, começaram a surgir
novos movimentos de oposição coerentes, mas estes processos foram interrompidos pelo
aumento da violência étnica no norte do país, devido ao retorno de muitos tuaregues ao
país.[19]
Novos protestos contra o governo ocorreram em 1991 levaram a mais um golpe de estado,
seguido de um governo de transição e a realização de uma nova constituição.[19] Em
1992, Alpha Oumar Konaré venceu as primeiras eleições presidenciais democráticas.
Após sua reeleição em 1997, o presidente Konaré impulsionou reformas político-
econômicas e lutou em combater a corrupção.[20] Em 2002, foi substituído por Amadou
Toumani Touré, general que liderou um outro golpe de estado contra os militares e impôs
a democracia. O Mali vinha sendo um dos países mais estáveis de África no âmbito
político e social.[21] Entretanto, em 21 de março de 2012, um golpe militar derrubou o
governo do presidente Touré.

Geografia

Imagem de satélite de Mali


O Mali é um país sem saída para o mar, situado na África Ocidental, a sudoeste
da Argélia. Com uma área de 1 240 000 km2, é o 23.º maior país do mundo, com extensão
semelhante à da África do Sul e de Angola. Possui 7 243 km de fronteiras com os sete
países que limita. A maior parte do país integra o sul do Deserto do Saara, por isso o clima
é quente, sendo comuns tempestades de poeira que se formam durante secas. O território
do Mali é essencialmente plano, com algumas regiões montanhosas: o Adrar dos
Ifogas está localizado no nordeste, e as maiores altitudes são as Montanhas Hombori,
que ultrapassam a altitude de 1 000 metros a sudeste, e as Montanhas Bambuque a
sudoeste.
Os recursos naturais do país são
consideráveis: ouro, urânio, fosfato, caulim, sal e calcário são os recursos mais
explorados. O Mali está a enfrentar problemas ambientais, como a desertificação, o
desmatamento, a erosão do solo e a contaminação da água.

Clima
O clima varia de subtropical a sul ao árido no norte. A maior parte do país sofre de
problemas ambientais. A estação chuvosa vai do final de junho a dezembro. Durante este
período de tempo, é comum ocorrerem inundações do rio Níger em parte da região.

Demografia
Ver artigo principal: Demografia de Mali
Evolução da população entre 1961 e 2003
Conforme dados do Instituto Nacional de Estatística do Mali (INSTAT), a população do
país foi estimada em 19,3 milhões de habitantes em 2018.[3] A população é
predominantemente rural e entre 5% e 10% são nômades. Mais de 90% da população vive
no sul, especialmente em Bamaco, que tem mais de um milhão de habitantes.
Em 2007, aproximadamente 48% da população de Mali era inferior a 15 anos, 45% entre
15 e 64, e os restantes 3% 65 anos ou mais. A idade mediana foi de 15,9 anos. O taxa de
natalidade em 2007 foi de 49,6 nascimentos por 1 000 habitantes, e a taxa de fertilidade
de 7,4 nascimentos por mulher. O taxa bruta de mortalidade em 2007 foi de 16,5 mortes
por 1 000 habitantes. A expectativa de vida no nascimento é de 54,5 anos (52,1 para
os homens e 51,5 para as mulheres). Mali tem uma das taxas de mortalidade infantil mais
altas do mundo (128,5/mil nascidos vivos).

Uma menina bozo em Bamaco


A população do Mali abrange vários grupos étnicos subsaarianos. Os bambaras são de
longe o maior grupo étnico único, constituindo 36,5% da população.[134]
Coletivamente, os bambaras, soninquês, cassonquês e mandingas (também chamados
mandinca), todos parte do grupo mais amplo mandês, constituem 50% da população do
Mali.[5] Outros grupos significativos são os fulas (17%), voltaic (12%), songais (6%)
e tuaregues e mouros (10%).[5] No Mali, assim como no Níger, os mouros também são
conhecidos como árabes de Azawagh, em homenagem à região de Azawagh no Saara.
Eles falam principalmente o árabe hassani, que é uma das variedades regionais do
árabe.[22]
No extremo norte, há uma divisão entre as populações nômades tuaregues descendentes
de berberes e os bellas ou tamaxeques, de pele mais escura, devido à expansão histórica
da escravidão na região.
Estima-se que 800 mil pessoas no Mali são descendentes de escravos.[49] A escravidão
no Mali persistiu por séculos.[23] A população árabe manteve escravos até o século 20,
quando a escravidão foi suprimida pelas autoridades francesas em meados do século 20.
Ainda persistem certas relações de servidão hereditária,[24][25] e de acordo com algumas
estimativas, ainda hoje aproximadamente 200 mil malianos ainda são escravizados.[26]
Alguns descendentes mistos de europeus/africanos muçulmanos de
origem espanhola, francesa, irlandesa, italiana e portuguesa vivem no Mali, onde são
conhecidos como o povo arma (1% da população do país).[142]

Evolução do IDH entre 1975 e 2007

Ano 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007

IDH 0,252 0,279 0,292 0,312 0,346 0,386 0,380 0,391 0,371

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