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ĺNDICE

INTRODUÇACÃO...............................................................................................................2

Origem....................................................................................................................................3

Situação Geografíca..............................................................................................................5

Organizaçao Administrativa e Pólitica...............................................................................7

Organização Social e Religiosa............................................................................................8

Declínio do Império.............................................................................................................11

Conclusão.............................................................................................................................12

Referência............................................................................................................................13
INTRODUÇACÃO

No coração da África Ocidental, entre os séculos XIII e XVI, florescia uma civilização rica
em cultura, prosperidade econômica e poder político: o Império do Mali. Com uma história
marcada por líderes visionários, como Mansa Musa, e cidades lendárias, como Timbuktu, o
Mali se destacou como um dos impérios mais influentes da África medieval. Este trabalho
busca explorar as fascinantes diferenças desse império, mergulhando em sua organização
econômica, contexto geográfico e contribuições para o panorama histórico africano. Ao
desvendar os feitos e legados do Império do Mali, somos convidados a reconhecer a
grandeza que floresceu nas terras férteis ao longo do rio Níger, lançando luz sobre uma
parte muitas vezes subestimada e mal compreendida da história mundial. Ao longo das
páginas que se seguem, embarquemos em uma jornada pela riqueza, sabedoria e esplendor
que definiram o Império do Mali. O Império do Mali (Mandinga: Nyeni ou Niani. Ou
também Manden Kurufaba ou historicamente Manden) foi um império pré-colonial
africano, da época da Idade Média, existente na região de Manden, nos atuais Mali, Serra
Leoa, Senegal, Gâmbia, Guiné e sul do Saara Ocidental.

Este Império foi um dos mais poderosos da historia da humanidade, sendo uma das maiores
potências da Idade Média, além de um dos mais ricos em ouro e pedras preciosas. O
Império é considerado o mais rico de toda a historia africana. Foi fundado por Sundiata
Queita, sendo o império mais poderoso do Saara Ocidental durante muitos anos,
expandindo a língua mandinga, as leis e costumes de seu povo.

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Origem

O Reino de Mali era, a princípio, uma região do Império de Gana habitada pelos
mandingas. Era composto por 12 reinos menores ligados entre si, e tinha como capital
Kangaba. Os mandingas chamavam seu território de Manden (= terra dos mandingas). O
império começou como um pequeno reino Mandinga na parte superior do rio Níger,
centrado em torno da cidade de Niani. Durante os séculos XI e XII, começou a se
desenvolver como um império após o declínio do Império do Gana ao norte. Durante esse
período, as rotas comerciais mudaram para o sul, para a savanna, estimulando o
crescimento de estados como o Estado de Bono.

Após anos de guerras entre os soninquês de Gana e os almorávidas (séc. XI), e depois das
guerras com os sossos (séc. XII), Mali conseguiu sua independência e adotou o islamismo.
E, apesar de passar por um período de crise política e econômica, conseguiu se restabelecer
e, em 1235, os mandingas de Mali conquistaram o território do antigo Império de Gana, sob
a liderança de Maghan Sundiata, que recebeu o título de Mansa, que na língua mandinga
significa "imperador".

Ao contrário do Império de Gana, que somente se preocupava em manter os povos


dominados, a fim de controlar o comércio regional, o Império de Mali se impôs de forma
centralista, estabelecendo fronteiras bem definidas e formulando leis por meio de uma
assembleia chamada Gbara, composta por diversos povos do império. A aplicação da
justiça era implacável, tanto que vários viajantes se referiam aos povos negros como "os
que mais odeiam as injustiças - e seu imperador não perdoa ninguém que seja acusado de
injusto". Acredita-se que o Império de Mali tivesse a extensão da Europa Ocidental. O

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Império de Mali se tornou herdeiro do Império de Gana, pois passou a controlar todo o
comércio local. O ouro extraído por Mali sustentava grande parte do comércio no
Mediterrâneo.

Sundiata Queita (em francês: Soundiata Keïta) foi o primeiro mansa e fundador
do Império do Mali, governando de 1235 até 1255. Nasceu por volta do final do século XII
no canto noroeste da atual Guiné. Sundiata era filho de um rei. De acordo com a tradição
oral, Sundiata Keita nasceu com um problema físico que o impedia de andar, e que superou
graças à sua determinação (e alguma feitiçaria).

Acredita-se também que Sundiata Keita tenha introduzido um sistema de governo central e
unificado dezenas de diferentes grupos étnicos que viviam dentro do império - o que
garantiu a futura unidade do Império do Mali e ajudou na sua prosperidade. Sundiata Keita
atribuiu terras, direitos e deveres a todos. Diz-se que proclamou, em Kurukan Fuga, a
"Carta do Mandinga", considerada uma das primeiras declarações de Direitos Humanos no
mundo (embora em forma oral).

Enquanto vivia no exílio (não se sabe por que razões), ele reuniu chefes de Mandingo para,
juntos, combaterem contra o cruel Rei do Sosso, outra tribo da África Ocidental que havia
conquistado muito território Mandingo Estabelece seu reino com a derrota de Sumangaru
Cante na Batalha de Quirina de 1235.

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Situação Geografíca

O Império do Mali estava localizado na região oeste da África, e sua extensão geográfica
variou ao longo de sua história. No auge de seu poder, o império ocupava uma grande
porção da região subsaariana, abrangendo partes dos modernos países de Mali, Senegal,
Mauritânia, Gâmbia, Guiné, Burkina Faso, Niger, Costa do Marfim e partes do norte do
Benin.

A capital do Império do Mali era a cidade de Niani, embora mais tarde Tenkodogo tenha se
tornado uma capital alternativa. A localização geográfica do império era marcada por
características distintas:

Cidades como Timbuktu, Gao e Djenné eram centros urbanos essenciais para o império.
Timbuktu, em particular, tornou-se um renomado centro cultural, comercial e intelectual na
época, atraindo estudiosos, comerciantes e viajantes de toda a região. O Império do Mali
estava estrategicamente posicionado ao longo das rotas transaarianas, que eram trilhas
comerciais que ligavam a região subsaariana ao norte da África. Essas rotas eram essenciais
para o comércio de ouro, sal e outros bens.

O Império do Mali estava centrado ao longo do rio Níger. Esse rio desempenhou um papel
crucial na sustentação da agricultura, no comércio interno e na comunicação dentro do
império. As terras férteis ao longo do Níger permitiram o cultivo de diversos produtos
agrícolas

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A localização geográfica favorável do Império do Mali contribuiu significativamente para
sua prosperidade econômica, baseada em atividades como agricultura, mineração e
comércio. A posição estratégica ao longo das rotas comerciais permitiu ao império
desempenhar um papel central no comércio transaariano e estabelecer-se como uma
potência econômica na África Ocidental medieval.

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Organizaçao Administrativa e Pólitica

O regime de governo era monárquico, exercido pelos mansas (espécie de imperador). Eles
eram assessorados por um conselho de anciãos, que era composto por militares, chefes
religiosos e civis). Esse conselho era consultado pelo imperador nas decisões importantes.O
rei era também a fonte suprema da justiça, apesar da utilização recorrente de conselheiros
legais. Além do mais, o rei era assessorado por uma variedade de ministros importantes
como o chefe do exército e o mestre dos celeiros (posteriormente do tesouro), assim como
outros oficiais como o mestre de cerimônias e o líder da orquestra real.

O império era dividido em estados e províncias. Em nível local, havia as vilas e cidades. As
províncias conquistadas pagavam impostos para o poder central do império. Assim, o
Mansa agia como monarca supremo, e monopolizava mercadorias importantes; por
exemplo, só a ele era permitido possuir pepitas de ouro, mercadores tinham que se
contentar com pó de ouro.

O rei tinha certas qualidades místicas atribuídas a si, os escravos eram leais somente a
ele.Tal era o culto à liderança e a extrema centralização do governo em uma única figura,
que a fortuna do império aumentava ou diminuía a depender da abundância ou da falta de
talento de um rei em particular.

Tais problemas de governança ainda viriam, entretanto, e Sundiata continuaria a expandir


seu território e anexar o antigos reinos de Gana, Walata, Tadmekka e Songai. Niani, que
agora não mas existe, porém se estima que fosse localizada em uma planície próxima ao
Rio Sankarani, navegável durante todo o ano, foi escolhida como a capital do império. Era
protegida por montanhas e era próxima a dois componentes importantes para o comércio:
florestas e hidrovias.

Tributos foram adquiridos de chefaturas conquistadas, embora muitos chefes locais tenham
sido permitidos a continuar governando seus povos tendo um governador de Mali
designado a auxiliá-los, frequentemente apoiado por uma guarnição. Garantias adicionais
de lealdade incluíam a captura de reféns da realeza para serem mantidos na capital. Essa

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federação prosperou, desenvolvendo-se ao longo dos séculos a se tornar um dos impérios
mais ricos de todos os tempos da África

Organização Social e Religiosa

O Império do Mali, que floresceu na Africa Ocidental entre os séculos XIII e XVI, foi uma
sociedade complexa e organizada. Sua estrutura social refletia a diversidade étnica, cultural
e econômica da região. Aqui estão alguns aspectos da organização social do Império do
Mali:
Monarquia:
O Mali era uma monarquia, com um sistema de governo liderado por um imperador,
conhecido como "Mansa". O mansa mais famoso foi Mansa Musa, que ficou conhecido por
sua riqueza e patrocínio das artes e da educação.

Classes Sociais:

A sociedade maliana era estratificada em diferentes classes sociais. Além da classe real,
havia a nobreza, composta por chefes militares e líderes locais. Abaixo deles estavam os
comerciantes,agricultores e outros estratos da população.

Sistema de Castas:

O Império do Mali tinha um sistema de castas, onde as pessoas eram divididas em


diferentes grupos com funções específicas na sociedade. Isso incluía agricultores, artesãos,
pescadores, caçadores, entre outros.

Quanto a Religião, o Islã era predominante no Império do Mali, introduzido por viajantes
árabes e comerciantes muçulmanos. Com Muça, acontece a islamização da região. Na volta
de sua peregrinação a Meca, o imperador traz com ele profissionais liberais e sábios para
ajudar na divulgação da religião islâmica e, ainda, determina a construção de escolas
islâmicas na capital do Império, já conhecida como grande centro comercial, e
transformada em grande centro de estudos religiosos também.

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Apesar da predominância do Islã, o Império do Mali era caracterizado por uma notável
tolerância religiosa. Crenças tradicionais africanas coexistiam com práticas islâmicas,
permitindo uma diversidade religiosa no império. A prática do Islã estava integrada à
vidacotidiana, mas também coexistia com práticas culturais e religiosas tradicionais.

Organização Econômica

A organização econômica do Império do Mali era fundamentada em várias atividades-


chaveː

Agriculturaː

A agricultura desempenhava um papel crucial na economia do Império do Mali. As terras


férteis ao longo do rio Níger permitiam o cultivo de uma variedade de produtos, como
milho, sorgo, arroz e outros cereais. Além disso, culturas comerciais, como o algodão, eram
cultivadas para fins de comércio.

Mineraçãoː

A região do Mali era rica em recursos minerais, especialmente ouro e sal. O ouro era
extraído de minas localizadas ao sul do Império e era uma importante fonte de riqueza. O
comércio de ouro era conduzido por meio das rotas transaarianas, ataindo comerciantes
árabes do norte.

Comércioː

O Império do Mali estava estrategicamente localizado no centro das rotas comerciais


transaarianas que conectavam o norte da África ao sul da região subsaariana. O comércio
de ouro, sal e outros produtos contribuiu significativamente para a prosperidade econômica
do império.

Sistema Monetárioː

O ouro desempenhava um papel fundamental como meio de troca e unidade de valor no


Império do Mali. A utilização de pepitas de ouro como forma de moeda facilitava as
transações comerciais. Mansa Musa, conhecido por sua riqueza, ficou famoso por sua

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peregrinação à Meca, durante a qual distribuiu grandes quantidades de ouro, destacando a
abundância desse recurso no império.

Sistema Tributárioː

O governo do Mali impunha impostos sobre o comércio e a produção agrícola para


financiar as atividades do Estado. Os impostos eram geralmente coletados em produtos,
como uma porcentagem da produção agrícola.

Centros Urbanosː

Cidades como Timbuktu e Gao eram importantes centros urbanos e comerciais. Timbuktu,
em particular, era famosa por suas universidades e bibliotecas, além de seu papel como
centro de comércio e cultura.

A organização econômica do Império do Mali era diversificada e baseada em uma


combinação de agricultura, mineração e comércio. O ouro desempenhava um papel crucial
na economia, e o império prosperou como um dos centros econômicos mais importantes da
África Ocidental medieval.

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Declínio do Império

Império de Mali estaria em declínio por volta do século XV EC. As leis mal definidas para
a sucessão real frequentemente levavam a guerras civis Após o reinado de Mansa Musa, o
império enfrentou instabilidade política devido a disputas internas pelo poder. Sucessões
contestadas e conflitos internos enfraqueceram a coesão política do Mali., quando irmãos e
tios lutavam entre si pelo trono.

Navios europeus, especialmente portugueses, agora estavam navegando sul, pela costa
oeste da África, apresentando forte concorrência às caravanas transaarianas como o meio de
transporte de cargas mais eficiente da África Ocidental para o Mediterrâneo. A perda de
controle sobre as rotas comerciais e a diminuição do comércio de ouro afetaram
significativamente a economia do Mali. A interrupção das rotas comerciais reduziu as
receitas do império, enfraquecendo sua base econômica.

Então, ao passo que novas rotas de comércio abriam em outros lugares, diversos reinos
rivais se desenvolviam no oeste, notadamente Songai. O surgimento e a ascensão do
Império Songhai, localizado a leste do Mali, representaram uma competição pelo controle
dos recursos e do comércio na região. O Songhai eventualmente superou o Mali em poder e
influência. Por volta de 1468 EC, o rei Sunni Ali do Império de Songai (r. 1464 - 1492 EC)
conquistou boa parte do Império de Mali que agora estava reduzido a controlar uma
pequena porção do que uma vez foi seu grande território. O que permaneceu do Império de
Mali foi absorvido pelo Império Marroquino em meados do século XVII EC.

Ao longo do tempo, o Império do Mali começou a se fragmentar em entidades menores e


mais descentralizadas. Essas entidades regionais ganharam autonomia, minando a unidade
do império. O declínio gradual do Império do Mali resultou de uma combinação de fatores
políticos, econômicos e ambientais. A influência islâmica e cultural do Mali, no entanto,
continuou a ecoar na região, e a história do império permanece como parte importante da
narrativa da África Ocidental.

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Conclusão

No entanto, como acontece com muitos impérios, o brilho do Mali não permaneceu
intocado pelo curso inexorável do tempo. Pressões externas, instabilidade política e
mudanças econômicas contribuíram para sua queda gradual. Mesmo assim, o legado do
Mali perdura não apenas nas páginas dos livros de história, mas na herança cultural e na
influência que exerceu sobre as sociedades subsequentes.
Ao estudar o Império do Mali, somos desafiados a repensar as narrativas convencionais
sobre a história africana e reconhecer as contribuições significativas que essas civilizações
fizeram para o desenvolvimento global. A resiliência do povo maliano, sua capacidade de
se adaptar às mudanças e a riqueza de sua herança cultural são aspectos que merecem ser
celebrados e compreendidos.

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Referência

https://www.infoescola.com
https://educacao.uol.com.br
https://worldhistory.or
https://primeirosnegros.com

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