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A Nigéria, oficialmente República Federal da Nigéria (em inglês: Federal Republic of

Nigeria), é uma república constitucional federal que compreende 36 estados e o Território


da Capital Federal. O país está localizado na África Ocidental e compartilha fronteiras
terrestres com a República do Benim a oeste; com Chade e Camarões a leste e com
o Níger ao norte. Sua costa encontra-se ao sul, no Golfo da Guiné, no Oceano Atlântico.
Por muito tempo a sede de inúmeros reinos e impérios, o Estado moderno da Nigéria tem
suas origens na colonização britânica da região durante final do século XIX a início do XX,
surgindo a partir da combinação de dois protetorados britânicos vizinhos: o Protetorado
Sul e o Protetorado Norte da Nigéria. Os britânicos criaram estruturas administrativas e
legais, mantendo as chefias tradicionais. O país tornou-se independente em 1960, mas
mergulhou em uma guerra civil, vários anos depois. Desde então, alternaram-se no
comando da nação governos civis democraticamente eleitos e ditaduras militares, sendo
que apenas as eleições presidenciais de 2011 foram consideradas as primeiras a serem
realizadas de maneira razoavelmente livre e justa.[6]
A Nigéria é muitas vezes referida como "o gigante da África", devido à sua grande
população e economia.[7] Com cerca de 210 milhões de habitantes, é o país mais populoso
do continente e o sexto país mais populoso do mundo.[8] A nação africana é habitada por
mais de 500 grupos étnicos, dos quais os três maiores são os hauçás, os ibos e
os iorubás. O país é dividido ao meio entre cristãos, que em sua maioria vivem no sul e
nas regiões centrais, e muçulmanos, concentrados principalmente no norte. Uma minoria
da população pratica religiões tradicionais e locais, tais como as religiões ibo e iorubá.
O país tem sido identificado como uma potência regional no continente africano, com
particular hegemonia sobre a África Ocidental.[9][10][11] Em 2013, o seu produto interno
bruto (PIB) se tornou o maior da África, com mais de 500 bilhões de dólares,
ultrapassando a economia da África do Sul e chegando ao posto de 26ª maior economia
do mundo.[12][13] Além disso, a dívida do país em relação ao PIB é de apenas 11%, 8%
abaixo da taxa de 2012,[14] e estima-se que a Nigéria irá se tornar uma das 20 maiores
economias do mundo por volta de 2050.[9] As reservas de petróleo nigerianas têm
desempenhado um papel importante na crescente riqueza e influência do país. A Nigéria é
considerada um mercado emergente pelo Banco Mundial[15] e está listado entre as
economias chamadas de "Próximos Onze". A maior parte da população nigeriana, no
entanto, ainda vive na pobreza absoluta.[16] O país é membro da Commonwealth, da União
Africana, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e das Nações
Unidas.

Etimologia
O nome "Nigéria" foi criado mediante a fusão das palavras Niger (referente ao Rio Níger)
e area (termo inglês para "área"), em contraste com o vizinho Níger, de colonização
francesa. Esse nome foi cunhado no final do século XIX, por Flora Shaw, que viria a ser a
esposa do Barão Lugard, uma administradora colonial britânica.[17]

História
Ver artigo principal: História da Nigéria

Pré-colonização
Máscara de marfim da realeza do Império do Benim.
Os Impérios de Canem e Bornu, próximo ao Lago Chade, dominaram a parte norte da
Nigéria por séculos, prosperando como rota de comércio entre os povos norte-africanos e
o povo da floresta.
No começo do século XIX, Usmã dã Fodio reuniu a maior parte das áreas do norte sob o
controle de um império islâmico tendo como centro Socoto. Ambos os reinos de Oió, no
sudoeste, e Benim, no sudeste, desenvolveram sistemas elaborados de organização
política nos séculos XV, XVI e XVII.

Colonização europeia
Até 1471, navios portugueses haviam descido o litoral africano até o delta do Rio Níger.
Em 1481 emissários do rei de Portugal visitaram a corte do oba de Benim, com o qual
mantiveram por um tempo laços estreitos, usufruindo de monopólio comercial até o fim
do século XVI.[18]
Entre os séculos XVII e XIX, comerciantes europeus estabeleceram portos costeiros para
o aumento do tráfico de escravos (prisioneiros de guerra das tribos africanas mais fortes e
dominadoras regionais) para as Américas, concorrendo fortemente com os árabes neste
comércio. O comércio de comódites substituiu o de escravos no século XIX.
A Companhia Real do Níger foi criada pelo governo britânico em 1886 e, em 1900, criou
os protetorados britânicos do Norte da Nigéria e do Sul da Nigéria. Estes protetorados
foram fundidos em 1914, para formar a colônia da Nigéria.

República
Em resposta ao crescimento do nacionalismo nigeriano ao final da Segunda Guerra
Mundial, o governo britânico iniciou um processo de transição da colônia para um governo
próprio com base federal, concedendo independência total em 1960, tornando-se a Nigéria
uma federação de três regiões, cada uma contendo uma parcela de autonomia
(Norte, Leste e Oeste).

Soldados nigerianos membros


da UNAMID em Darfur, no Sudão, preparando-se para embarcar em um C-
130 da Força Aérea dos Estados Unidos em outubro de 2004.
Em 1966, dois golpes sucessivos por diferentes grupos militares deixaram o país sob uma
ditadura militar. Os líderes do segundo golpe tentaram aumentar o poder do governo
federal, e substituíram os governos regionais por doze governos estaduais. Os ibos, grupo
dominante etnicamente na região leste, declararam independência como a República
de Biafra em 1967, iniciando uma sangrenta guerra civil que terminou com sua derrota.
Em 1975, um golpe pacífico levou Murtala Ramat Mohammed ao poder, que prometeu um
retorno ao estado civil. Entretanto, ele foi morto em seguida, tendo como sucessor
Olusegun Obasanjo. Uma nova constituição foi promulgada em 1977 e eleições foram
realizadas em 1979, sendo ganhas por Shehu Shagari.
A Nigéria retornou ao governo militar em 1983, através de um golpe que estabeleceu o
Supremo Conselho Militar como o novo órgão regulamentador do país. Depois das
eleições de 1993, que foram canceladas pelo governo militar, o general Sani Abacha subiu
ao poder. Quando ele morreu subitamente em 1998, Abdulsalami Abubakar tornou-se o
líder do conselho, agora conhecido como o Conselho Provisório de Regulamentação. Ele
anulou a suspensão da constituição de 1979 e, em 1999, a Nigéria elegeu Olusegun
Obasanjo como presidente nas suas primeiras eleições em dezesseis anos. Obasanjo e
seu partido também ganharam as turbulentas eleições de 2003.

Juntas militares (1970–1999)


Durante o boom do petróleo na década de 1970, a Nigéria entrou para a Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a enorme receita gerada tornou a economia
mais forte. Apesar de enormes receitas provenientes da produção e venda de petróleo, o
governo militar fez pouco para melhorar o padrão de vida da população, ajudar as
pequenas e médias empresas ou investir em infraestrutura. Como as receitas do petróleo
alimentaram a ascensão de subvenções federais para os estados, o governo federal
tornou-se o centro da luta política e do limiar de poder no país. Como a produção de
petróleo e receita subiu, o governo nigeriano se tornou cada vez mais dependente das
receitas do petróleo, não desenvolvendo outras fontes de recursos para a estabilidade
econômica da Nigéria.[19]
Em 1979, o país participou de um breve retorno à democracia, quando Olusegun
Obasanjo transferiu o poder ao regime civil de Shehu Shagari. O governo de Shagari
passou a ser visto como corrupto e incompetente por virtualmente todos os setores da
sociedade nigeriana. O golpe militar de Muhammadu Buhari, logo após fraudulenta
reeleição do regime, em 1984, era geralmente visto como um desenvolvimento
positivo.[20] Buhari prometeu reformas importantes, mas seu governo se saiu um pouco
melhor que o do seu antecessor. Seu regime foi derrubado por um golpe militar em
1985.[21]

Geografia

Imagem de satélite da Nigéria.


A Nigéria situa-se no Golfo da Guiné. As suas maiores cidades localizam-se nas terras
baixas do sul. A parte central do país é composta por colinas e planaltos. A leste, na divisa
com Camarões, encontra-se parte do planalto ou maciço de Adamawa (conhecidas como
Montanhas Gotel, atingindo 2 419 m em Chappal Waddi, o ponto mais elevado do país). O
norte consiste de terras baixas áridas. Os países limítrofes são o Benim, o Níger,
o Chade e Camarões. Em tamanho, o país é um pouco maior que o estado brasileiro
do Mato Grosso.
A floresta e os bosques ocorrem principalmente no terço sul do país, que é afetado por
chuvas sazonais vindas do oceano Atlântico entre Junho e Setembro. À medida que se
segue para norte, o país vai-se tornando mais seco e a vegetação mais semelhante à
da savana. O terço norte do país inclui-se na região semiárida do Sahel, que marca o
limite sul do deserto do Saara.
A Nigéria é dividida em três pelos rios Níger e Benue, que chegam ao país vindos de
nordeste e noroeste e se vão juntar mais ou menos no centro, perto da nova capital, Abuja.
Daí, o rio Níger acrescentado com água do Benue flui para sul até desaguar no mar num
grande delta.

Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Nigéria

Densidade populacional da Nigéria.


A Nigéria é o país mais populoso da África, representando aproximadamente um quarto da
população do oeste africano. Embora menos de pouco mais da metade dos nigerianos
viva em zonas urbanas, pelo menos 24 cidades têm uma população de mais de 100 000
habitantes. A variedade dos costumes, línguas, tradições entre 389 grupos étnicos do país,
oferece uma rica diversidade. É impossível indicar os montantes demográficos sobre a
Nigéria, autoritariamente, pois os resultados dos censos nacionais foram contestados.
As Nações Unidas estimam que a população em 2005 era de 141 milhões, e previu que
iria atingir os 289 milhões em 2050. A Nigéria tem uma grande taxa de fecundidade e um
grande crescimento populacional. O Departamento de Recenseamento dos Estados
Unidos estima que a população da Nigéria irá atingir 356 milhões em 2050 e 602 milhões
em 2100, ultrapassando os próprios Estados Unidos como o terceiro país mais populoso
do mundo.
A Nigéria é composta por mais de 250 grupos étnicos; as seguintes são as mais populosas
e, politicamente, mais influentes: hauçá-fulas com 29%, iorubás com 20%, ibos com
20%, ijaus com 6,5%, canúris com 4%, ibibios com 3,5%, anangues com 2,5%, tives com
2,5%, efiques com 2%. Estas percentagens são estimativas, com base no número de
colonatos, incluindo o número de cidades, vilas e aldeias, com as informações fornecidas
pelo serviço postal da Nigéria. Na ausência de um censo até à data, outros números da
população não seguem procedimentos científicos. Só estes são cientificamente apoiados
por liquidação de números fornecidos pelo governo. A língua oficial é o inglês.

Cidades mais populosas


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Cidades mais populosas da Nigéria
[22][23]

Posição Localidade Província Pop.


21 000
1 Lagos Lagos
000
2 Cano Cano 3 626 068
Território da Capital
3 Abuja 3 000 000
Federal
Lagos
4 Ibadã Oió 3 565 108
5 Kaduna Kaduna 1 582 102
6 Porto Harcourt Rios 1 148 665
Cidade do
7 Edo 1 125 058
Benim
8 Maiduguri Borno 1 112 449
Cano 9 Zaria Kaduna 975 153
10 Aba Abia 897 560

Religiões
Ver artigo principal: Religião na Nigéria
Ver também: Conflitos religiosos na Nigéria e Igreja Católica na Nigéria
Religiões na Nigéria (est. 2012)[24][25][26]
Religions Percent
Cristianismo 49,3%
Islamismo 48,8%
Outros 1,9%

A Nigéria é o lar de diversas religiões que tendem a concentrar-se regionalmente. Esta


situação acentua diferenças regionais e étnicas e tem sido muitas vezes vista como uma
fonte de conflito sectário entre a população.[27] Embora o país seja dividido igualmente
entre seguidores do islamismo e do cristianismo (que predominam no norte e no sul,
respectivamente), por toda a Nigéria há uma crença generalizada, embora suprimida por
razões políticas, em práticas religiosas tradicionais locais.

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