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NIGÉRIA

1. Dados Gerais
- Nome oficial: República Federal da Nigéria
- Localização: Localizada na África Ocidental, no Golfo da Guiné.
- Expansão Territorial: 923.768 km² e uma linha costeira total de 853
km.

1.1. Geografia:
Altitude média relativamente baixa de 380 metros acima do nível
do mar. O pico mais alto da montanha (Chappal Waddi) está a 2.419
metros acima do nível do mar. O país inclui cerca de 20 ilhas. Existem
fronteiras nacionais diretas com os 4 estados vizinhos de Benin,
Camarões, Chade e Níger.

1.2. Horário Oficial:


O Horário da África Ocidental (WAT) aplica-se em todo o país, que
atualmente está 4 horas à frente de São Paulo. Como em muitos países,
não há horário de verão na Nigéria.

1.3. Clima:
Tropical (predominante), Semiárido e Equatorial.
A duração do dia dificilmente varia e as diferenças de
temperatura entre o verão e o inverno também são menores.
Dependendo da estação do ano, as temperaturas médias máximas
diárias variam de 30 e 37 graus. Em algumas partes do país, os valores
atingem até 42 graus durante o dia. Nos meses mais frios, a
temperatura cai para uma média mensal de 19°C à noite, dependendo
da região.

1.4. Idiomas:
Inglês (oficial); Línguas Regionais: Hausa, Iorubá, Igbo, Fula,
Fulfulde, Ibibio, Kanuri e Tiv.
1.5. População:
- Habitantes: 226 milhões (estimativa Janeiro 2024)
- População por km²: 246
- Concentração: 54.6% vivem nos centros urbanos; 45.4% vivem nas
áreas rurais.
- Idade Média da População: 17,4 anos
- Esperança de vida homens: 52,3 anos
- Expectativa de vida mulheres: 53,1 anos
- Taxa de nascimento: 37,1%
- Taxa de mortalidade: 13,1%
- Homens/Mulheres: 50,6%; 49,4%

1.6. Economia:
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,539 (baixo)
- Moeda: Naira (NGN)
- Produto Interno Bruto (PIB): US$ 1,38 trilhão (2022 - estimativa)
- PIB per capita: US$ 6.900,00 (estimativa 2022)
- Força de trabalho: 63,5 milhões de trabalhadores (estimativa 2022)
- Relações exteriores:
o União Africana (UA)
o Organização das Nações Unidas (ONU)
o Organização Mundial do Comércio (OMC)
o Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
o Banco Mundial
o Fundo Monetário Internacional (FMI)
- Principais setores econômicos: exploração de petróleo, agricultura,
serviços financeiros e indústria de transformação.

1.7. Governo:
- Regime Governamental: Presidencialista
- Estrutura de Governo: Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
- Presidente atual (Poder Executivo): Bola Tinubu (eleito em 2023)
- Divisão Administrativa: 36 estados e 1 Distrito Federal (Abuja)
1.7.1. Processo Eleitoral:
Realizadas regularmente para eleger o presidente, membros do
parlamento e governadores estaduais, bem como legisladores estaduais
e locais, o Processo Eleitoral é supervisionado pela Comissão Eleitoral
Independente Nacional (Independent National Electoral Commission -
INEC) para garantir a transparência e a justiça nas eleições.
1.7.2. Desafios e questões enfrentadas:
A Nigéria enfrenta desafios significativos, incluindo corrupção,
instabilidade política, insurgências militantes, desigualdades
socioeconômicas e questões étnicas e religiosas. A governança eficaz e a
resolução desses problemas são questões-chave para o desenvolvimento
sustentável e o progresso do país.

1.8. Capital:
- Abuja (Capital Federal) desde 12 de Dezembro de 1991.
Planejada como a nova capital da Nigéria em substituição à
cidade de Lagos, que se tornou superpovoada e enfrentou desafios de
infraestrutura. O plano para a construção de Abuja foi concebido na
década de 1970, durante o regime militar do General Yakubu Gowon. O
local para a nova capital foi escolhido por sua localização central no
país.
1.8.1. Desenvolvimento:
A construção de Abuja começou oficialmente em 1976. A área era
inicialmente pouco povoada e o projeto envolveu a criação de
infraestrutura básica, como estradas, edifícios governamentais, redes de
água e eletricidade, e bairros residenciais. O objetivo era desenvolver
uma capital moderna e funcional para o país.
1.8.2. Inauguração:
Em 12 de Dezembro de 1991, foi oficialmente declarada a nova
capital da Nigéria, substituindo Lagos. A mudança da capital para
Abuja foi uma das maiores operações de realocação de governo já
realizadas na história, envolvendo a transferência de agências
governamentais, embaixadas, diplomatas e funcionários públicos.

2. História
- Pré-História e Antiguidade: A região que hoje é conhecida como Nigéria
tem uma história rica que remonta a milhares de anos. A evidência
arqueológica sugere que a área foi habitada por povos desde a pré-
história, com algumas das civilizações mais antigas incluindo os povos
Nok e Ife, conhecidos por sua habilidade em cerâmica e escultura.
- Era Pré-Colonial: A região testemunhou o florescimento de vários
reinos e impérios ao longo dos séculos. Destacam-se o Império de
Songhai, o Reino de Benim, o Império Kanem-Bornu e o Império Oyo,
entre outros. Esses impérios prosperaram no comércio, agricultura e
desenvolvimento cultural.
- Colonização Britânica: No final do século XIX, a Nigéria foi colonizada
pelos britânicos. O processo de colonização começou com o
estabelecimento de postos comerciais e a assinatura de tratados
desiguais com governantes locais. Posteriormente, os britânicos
consolidaram seu controle sobre a região por meio de guerras e
tratados, culminando na criação do Protetorado Britânico da Nigéria em
1901.
- Independência e Pós-Colonialismo: A Nigéria conquistou sua
independência do domínio britânico em 1960, tornando-se uma
república federal. No entanto, o período pós-independência foi marcado
por instabilidade política, golpes militares e conflitos étnicos. Em 1967,
a região sudeste declarou independência como República de Biafra,
desencadeando uma guerra civil que durou até 1970, resultando em
milhões de mortes.
- Governo Militar e Retorno à Democracia: Após vários golpes militares,
a Nigéria foi governada por regimes militares por grande parte do
período pós-independência. Somente em 1999 o país retornou à
democracia, com a eleição de Olusegun Obasanjo como presidente em
eleições consideradas historicamente livres e justas. Desde então, o país
tem realizado eleições regulares, alternando entre os principais partidos
políticos.
- Desafios Contemporâneos: A Nigéria enfrenta uma série de desafios,
incluindo corrupção, instabilidade política, insurgências militantes,
desigualdades socioeconômicas e tensões étnicas e religiosas. No
entanto, o país também possui uma economia em crescimento,
impulsionada principalmente pela indústria do petróleo, e é reconhecido
como um importante ator regional e global.

2.1. Linha do Tempo (fatos importantes):


Cerca de 800 AC - A região do Planalto de Jos é povoada pelo povo Nok
- uma civilização do período neolítico e da Idade do Ferro.
Século 11 em diante - Formação de cidades-Estado, reinos e impérios,
incluindo os reinos Hausa e a dinastia Borno, no norte, e os reinos Oyo
e Benin no sul.
1472 - Navegadores portugueses chegam à costa nigeriana - a presença
portuguesa daria origem ao nome daquela que se tornaria a maior
cidade do país, Lagos.
Séculos 16 a 18 - O comércio de escravos resulta no transporte forçado
de nigerianos para as Américas para trabalharem em plantações.
Anos 1850 - O Reino Unido estabelece presença e consolida sua
autoridade sobre a região, que transforma na Colônia e Protetorado da
Nigéria. Em 1922, parte da ex-colônia alemã Camarões é adicionada ao
protetorado britânico como parte do mandado da Liga das Nações.
1960 - Independência da Nigéria. O primeiro-ministro Sir Abubakar
Tafawa Balewa lidera um governo de coalizão, mas seis anos depois é
morto num golpe de Estado.
1967 - Três Estados nigerianos do sudeste separam-se do país como a
República de Biafra, sob a liderança do coronel Odumegwu Emeka
Ojukwu. Ao final de uma sangrenta guerra civil de três anos, em que
mais de 1 milhão de civis morreram devido ao bloqueio imposto à
região, Ojukwu foge do país, e a região é mantida como parte da Nigéria.
1975 - O general Gowon é deposto pelo brigadeiro Murtala Ramat
Mohammed, que inicia o processo de transferir a capital federal de
Lagos para Abuja.
1976 - O general Mohammed é assassinado numa fracassada tentativa
de golpe. É substituído por seu vice, o tenente-general Olusegun
Obasanjo, que colabora na adoção de uma Constituição presidencial, ao
estilo dos Estados Unidos.
1983 - General Muhammadu Buhari toma o poder num golpe sem
confronto armado. Segue-se um período de instabilidade, encerrado
com as eleições de 1999.
1999 - Eleições parlamentares e presidenciais. Olusegun Obasanjo
assume a Presidência.
2000 - Adoção da sharia, a lei islâmica, por vários Estados nigerianos
do norte, medida criticada pelos cristãos. A tensão em torno da medida
leva à morte de centenas de pessoas em confrontos entre cristãos e
muçulmanos.
2001 - Guerra tribal no Estado de Benue, no centro-leste da Nigéria,
força a fuga de milhares de pessoas. Tropas enviadas para colocar um
fim ao conflito matam mais de 200 civis desarmados, aparentemente em
retaliação ao sequestro e morte de 19 soldados.
2009 - Jihadistas do grupo islamista Boko Haram lançam uma
campanha de violência que se espalha por países vizinhos.
2013 - O governo declara estado de emergência em três Estados do
norte - Yobe, Borno e Adamawa - e envia tropas para combater o Boko
Haram.
2014 - Abril - O Boko Haram sequestra mais de 200 meninas de uma
escola na cidade de Chibok, num incidente que desperta indignação
dentro da Nigéria e na comunidade internacional. Uma grande
campanha em redes sociais, envolvendo até celebridades e a então
primeira-dama americana, Michelle Obama, exige a libertação das
jovens estudantes.
2014 - Novembro - O Boko Haram lança uma série de ataques no
nordeste da Nigéria, capturando várias cidades perto do Lago Chade e
realizando operações nos vizinhos Chade e Camarões no início de 2015.
Em 2015, o grupo abandona seu compromisso com a rede Al-Qaeda e
jura lealdade à organização Estado Islâmico.
2015 - Fevereiro-março - Nigéria, Chade, Camarões e Níger formam
uma colizão militar e expulsam o Boko Haram das cidades, para dentro
da floresta de Sambisa. Muhammadu Buhari é eleito presidente - o
primeiro candidato de oposição a vencer uma eleição presidencial na
Nigéria.
2019 - Buhari é reeleito presidente nigeriano.
2023 - Bola Tinubu também do partido governista APC consegue
surpreendente vitória nas eleições presidenciais.

3. Cultura
A diversidade cultural nigeriana está intimamente relacionada
com a sua composição populacional, formada por diferentes grupos
étnicos que possuem as suas tradições e costumes internos próprios.
Extremamente rica e diversificada, sua cultura reflete essa variedade de
grupos étnicos, línguas, tradições e costumes que coexistem dentro do
país.

3.1. Diversidade Étnica e Linguística:


A Nigéria é o lar de mais de 250 grupos étnicos, cada um com
sua própria língua, costumes e tradições culturais.
- Os principais grupos étnicos: Hausa, Yoruba, Igbo, Fulani, Edo,
Ibibio, Kanuri e muitos outros.

3.2. Arte e Entretenimento:


3.2.1. Arte e Artesanato:
A arte nigeriana é diversificada, incluindo esculturas, máscaras,
pinturas, tecidos e cerâmica. As esculturas tradicionais muitas vezes
representam figuras religiosas, ancestrais e símbolos culturais.
3.2.2. Música:
A música desempenha um papel significativo na vida nigeriana, a
Nigéria é um dos principais produtores de música na África, com uma
indústria musical vibrante e diversificada.
Gêneros musicais como afrobeat, afropop, highlife, juju, fuji e
hip-hop nigeriano (conhecido como Naija hip-hop) ganharam
popularidade não apenas na Nigéria, mas em todo o continente africano
e além.
Artistas nigerianos, como Fela Kuti, King Sunny Ade, Femi Kuti,
Burna Boy, Wizkid, Davido e Tiwa Savage, alcançaram sucesso
internacional e contribuíram para a disseminação da música nigeriana
globalmente.
3.2.3. Mídia:
A indústria de entretenimento na Nigéria, frequentemente referida
como "Nollywood" (uma combinação de "Nigéria" e "Hollywood"), é uma
das mais vibrantes e proeminentes do continente africano.
Nollywood é conhecida por produzir uma grande quantidade de
filmes a cada ano, superando até mesmo Hollywood em termos de
volume de produção. Os filmes nigerianos geralmente são feitos com
orçamentos modestos, mas têm uma audiência vasta e devota, tanto
dentro quanto fora do país.
Os filmes nigerianos abordam uma variedade de temas, incluindo
drama, comédia, romance, ação e suspense. Muitos filmes refletem
questões sociais, culturais e políticas relevantes para o público
nigeriano.
Alguns filmes notáveis incluem "Living in Bondage", "Osoufia in
London", "The Wedding Party" e "King of Boys".
3.2.4. Literatura:
A Nigéria tem uma rica tradição literária, com uma longa lista de
autores reconhecidos internacionalmente, como Chinua Achebe, Wole
Soyinka e Chimamanda Ngozi Adichie.
A literatura nigeriana aborda uma ampla gama de temas, desde
as tradições culturais africanas até questões sociais contemporâneas.
3.3. Moda:
A moda e a vestimenta na Nigéria são uma expressão vibrante da
identidade cultural do país, combinando tradição, inovação e
influências globais para criar um estilo único e distinto. Elas refletem a
rica diversidade cultural do país, com uma mistura de influências
tradicionais e contemporâneas.
A moda nigeriana também desempenha um papel significativo na
indústria de entretenimento, com estilistas locais ganhando destaque
tanto no cenário nacional quanto internacional.
Lagos Fashion Week e outros eventos de moda na Nigéria são
plataformas importantes para os designers locais mostrarem suas
criações ao mundo.
3.3.1. Vestimenta Tradicional:
A vestimenta tradicional na Nigéria varia de acordo com a região e o
grupo étnico. Cada grupo étnico tem suas próprias roupas distintas,
muitas vezes feitas de tecidos coloridos e estampados, como o ankara,
adire, e aso-oke. Alguns exemplos de roupas tradicionais incluem:
- Agbada: Uma vestimenta larga e solta, geralmente usada por homens,
composta por uma túnica, calças e um chapéu chamado fila.
- Gele: Um envoltório de cabeça usado por mulheres, muitas vezes feito
de tecido e amarrado de maneiras elaboradas e criativas.
- Iro e Buba: Um conjunto de saia (iro) e blusa (buba) usado por
mulheres, frequentemente feito de tecidos coloridos e adornados com
bordados ou contas.
3.3.2. Moda Contemporânea:
A moda nigeriana contemporânea incorpora elementos
tradicionais em designs modernos e inovadores. Estilistas nigerianos
têm ganhado destaque tanto local quanto internacionalmente,
contribuindo para a cena da moda global.
Lagos, a maior cidade da Nigéria, é considerada um centro de
moda na África, com uma cena vibrante de designers, lojas de roupas,
desfiles de moda e eventos.
3.3.3. Eventos e Ocasiões Especiais:
A vestimenta na Nigéria muitas vezes varia de acordo com a
ocasião. Em eventos especiais como casamentos, festivais e cerimônias
religiosas, as pessoas tendem a vestir roupas mais elaboradas e
tradicionais.
Em eventos formais, como jantares de gala e eventos corporativos,
as pessoas podem optar por roupas ocidentais elegantes, como ternos e
vestidos de noite.
3.3.4. Acessórios e Adornos:
Acessórios desempenham um papel importante na moda
nigeriana, com uma variedade de joias, bolsas, sapatos e lenços usados
para complementar os trajes.
Beleza e adornos também são valorizados, com maquiagem,
penteados elaborados e tatuagens corporais sendo comuns em algumas
comunidades.
3.3.5. Influência Global:
A moda nigeriana está se tornando cada vez mais reconhecida e
influente em nível global, com estilistas nigerianos sendo apresentados
em grandes eventos de moda internacionais e celebridades usando
roupas e acessórios nigerianos em tapetes vermelhos ao redor do
mundo.

3.4. Gastronomia:
A gastronomia do país é rica em sabores, ingredientes locais e
técnicas de preparo que refletem a diversidade cultural e a história
única da Nigéria. Os condimentos e temperos desempenham um papel
crucial na culinária nigeriana, adicionando sabores vibrantes e picantes
aos pratos. Alguns dos ingredientes comuns incluem pimenta, cebola,
alho, gengibre, pimentões e uma variedade de ervas e especiarias locais.
3.4.1. Base Alimentar:
A base da alimentação nigeriana inclui carboidratos como arroz,
inhame, mandioca, milho e batata-doce, que muitas vezes são
acompanhados por uma variedade de molhos, sopas e ensopados.
3.4.2. Pratos Típicos:
Jollof Rice: Um prato popular em toda a África Ocidental, o arroz jollof
é preparado com arroz cozido em um molho de tomate rico em
especiarias, com adição de vegetais, carne ou peixe.
Egusi Soup: Uma sopa espessa feita de sementes de melão trituradas,
cozidas em um molho de óleo vermelho, com vegetais, carne e/ou peixe.
É frequentemente servido com fufu, uma massa feita de farinha de
mandioca, milho ou inhame.
Suya: Um popular espetinho de carne grelhada temperada com uma
mistura de especiarias, geralmente servido com cebola e pimentões
fatiados.
Fufu: Uma massa feita de farinha de mandioca, milho ou inhame,
cozida e amassada até ficar macia e elástica. É frequentemente servida
com sopas, ensopados ou molhos.
Pepper Soup: Uma sopa picante feita com uma variedade de carnes
(como peixe, frango ou carne de cabra), cozida em um caldo de
especiarias como pimenta, cebola e ervas aromáticas.
3.4.3. Sobremesas:
As sobremesas na Nigéria variam, mas muitas vezes incluem
frutas frescas, como manga, abacaxi e banana. Guloseimas doces
também são populares, como o chin-chin (biscoitos fritos) e o puff-puff
(bolinhos de massa fritos).

4. Religião
A religião na Nigéria é diversificada, com uma mistura de crenças
tradicionais africanas, islamismo e cristianismo sendo as principais
religiões praticadas no país.

4.1. Islamismo:
O Islã é uma das principais religiões na Nigéria, especialmente
predominante no norte do país.
A maioria dos muçulmanos nigerianos segue a tradição sunita.
- Estima-se que cerca de 53,5% da população nigeriana seja
muçulmana (de acordo com a agência USCIRF – United States
Commission on International Religious Freedom, em 2023).

4.2. Cristianismo:
O cristianismo é a segunda maior religião na Nigéria,
principalmente praticada no sul do país.
As principais denominações cristãs incluem o Cristianismo
Protestante (como Anglicanos, Pentecostais e Batistas) e o Cristianismo
Católico.
- Estima-se que cerca de 45,9% da população nigeriana seja cristã (de
acordo com a agência USCIRF – United States Commission on
International Religious Freedom, em 2023).

4.3. Crenças Tradicionais Africanas:


Antes da chegada do Islã e do Cristianismo, as crenças
tradicionais africanas eram amplamente praticadas em toda a Nigéria.
Essas crenças muitas vezes variam de acordo com a região e o
grupo étnico, e incluem a adoração de deidades, espíritos ancestrais e
práticas rituais.
Apesar da influência das religiões abraâmicas, muitos nigerianos
ainda incorporam elementos das crenças tradicionais em suas práticas
religiosas.
- Estima-se que 0,6% da população se identifica com outras religiões
como as tradicionais, porém tal porcentagem também inclui o ateísmo
(de acordo com a agência USCIRF – United States Commission on
International Religious Freedom, em 2023).

4.4. Conflitos Religiosos:


A Constituição da Nigéria garante a liberdade de religião e proíbe
a discriminação com base na religião. No entanto, o governo nigeriano
tem enfrentado desafios para fazer cumprir essas leis e conter os
conflitos religiosos no país.
o Ataques de Boko Haram: O grupo extremista islâmico Boko
Haram tem perpetrado uma série de ataques contra civis,
incluindo cristãos, muçulmanos e pessoas de outras religiões, em
sua luta para estabelecer um estado islâmico na região nordeste
da Nigéria.
4.4.1. Conflitos entre Cristãos e Muçulmanos:
Os confrontos entre comunidades cristãs e muçulmanas são
frequentes, especialmente em áreas onde as populações dessas duas
religiões se sobrepõem, como o Cinturão Médio da Nigéria. Esses
conflitos muitas vezes envolvem ataques a aldeias, igrejas, mesquitas e
outras instituições religiosas, resultando em perda de vidas, ferimentos
e deslocamentos de comunidades.
o Conflitos em Jos: A cidade de Jos, no centro da Nigéria, tem sido
palco de confrontos entre cristãos e muçulmanos, resultando em
mortes e deslocamentos em massa. Muitos desses conflitos têm
sido associados a disputas por terras, recursos e poder político.
o Conflitos em Kaduna: A região de Kaduna, no norte da Nigéria,
também tem sido afetada por conflitos religiosos, com episódios
de violência entre comunidades cristãs e muçulmanas.
o Conflitos em Plateau: A região de Plateau, onde fica a cidade de
Jos, tem sido palco de confrontos entre comunidades cristãs e
muçulmanas, muitos dos quais estão ligados a disputas por terra
e pastoreio.

4.4.2. Perseguição de Cristãos:


Tem havido relatos de perseguição de cristãos na Nigéria, especialmente
em áreas onde há tensões étnicas, religiosas e socioeconômicas. Desta
forma, algumas das principais formas de perseguição que os cristãos
enfrentam na Nigéria são:
4.4.2.1. Ataques de Grupos Extremistas:
O grupo extremista islâmico Boko Haram, além de outras facções
militantes, tem realizado ataques violentos contra comunidades cristãs,
igrejas e líderes religiosos.
Esses ataques muitas vezes resultam em mortes, sequestros,
destruição de propriedades e deslocamento forçado de comunidades
cristãs.
4.4.2.2. Violência de Pastores Nômades:
Conflitos entre pastores nômades muçulmanos e fazendeiros
cristãos em algumas regiões da Nigéria também resultaram em
perseguição de cristãos.
Disputas por terra e recursos naturais muitas vezes levam a
confrontos violentos, nos quais cristãos são frequentemente alvo de
ataques.
4.4.2.3. Discriminação e Marginalização:
Além da violência física, cristãos na Nigéria também podem
enfrentar discriminação e marginalização em vários aspectos da vida
cotidiana, incluindo acesso a empregos, educação e serviços
governamentais.
Em algumas áreas, as leis e políticas locais podem favorecer uma
religião sobre a outra, levando à discriminação institucionalizada.
Embora o governo nigeriano tenha tomado medidas para
combater a violência e proteger as comunidades religiosas, os desafios
persistem e a perseguição de cristãos na Nigéria continua sendo uma
preocupação séria. Organizações internacionais de direitos humanos e
grupos religiosos têm instado o governo a fazer mais para proteger os
direitos e a segurança das comunidades cristãs e promover a
coexistência pacífica entre os diversos grupos religiosos do país.
4.4.3. Conflitos Étnico-Religiosos:
Além dos confrontos entre cristãos e muçulmanos, a Nigéria
também testemunha conflitos étnicos-religiosos, envolvendo diferentes
grupos étnicos que professam diferentes religiões.
Esses conflitos muitas vezes têm sido desencadeados por
disputas territoriais, recursos naturais, políticas e questões culturais.

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