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ATOS 5.

29-32
29 Então Pedro e os outros apóstolos responderam:
— Nós devemos obedecer a Deus e não às pessoas.
30 Os senhores crucificaram Jesus, mas o Deus dos nossos antepassados o ressuscitou.
31 E Deus o colocou à sua direita como Líder e Salvador, para dar ao povo de Israel
oportunidade de se arrepender e receber o perdão dos seus pecados.
32 Nós somos testemunhas de tudo isso — nós e o Espírito Santo, que Deus dá aos que lhe
obedecem.
33 Quando os membros do Conselho ouviram isso, ficaram com tanta raiva, que resolveram
matar os apóstolos.

EXPLICAÇÃO

Os APÓSTOLOS: a verdade é afirmada Os apóstolos não mudaram suas convicções (At


4:19, 20). Obedeceram a Deus e confiaram que ele cuidaria das consequências. Não
poderiam servir a dois senhores e já haviam declarado de que lado estavam.
Se tivessem agido como diplomatas em vez de embaixadores (2 Co 5:20), poderiam ter
agradado a todos e escapado do açoite. Mas permaneceram firmes diante do Senhor, e ele
honrou sua coragem e fé.
Também não mudaram sua mensagem (At 5:30-32). Pedro acusou os líderes de terem
assassinado Jesus (ver At 3:13, 14; 4:10) e, mais uma vez, afirmou com toda ousadia que
Jesus havia ressuscitado dentre os mortos. Não apenas havia ressuscitado, como também
Deus o havia exaltado para o céu. A obra do Espírito Santo, nos últimos dias, era evidência
de que Jesus voltara para o céu e enviara seu Espírito, conforme havia prometido. Os
saduceus, por certo, não gostaram de ouvir os apóstolos falando sobre ressurreição. A
posição de Jesus Cristo à direita do Pai é um dos temas-ehave das Escrituras. A direita é,
evidentemente, um lugar de honra, poder e autoridade. O Salmo 110:1 é a profecia básica,
mas há muitas outras referências: Mateus 22:44; Marcos 14:62; 16:19; Atos 2:33, 34; 5:31;
Romanos 8:34; Efésios 1:20; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3; 8:1; 10:12; 12:2 e 1 Pedro 3:22.
Em breve, Estêvão veria Jesus à direita de Deus (At 7:55). Em seu segundo sermão, Pedro
chamara Jesus de "Autor da vida" (At 3:15); aqui se refere ao Senhor como "Príncipe e
Salvador". O termo Príncipe pode significar "um desbravador, o que vai à frente, que dá
origem". O sinédrio não estava interessado em desbravar coisa alguma; tudo que seus
membros desejavam era proteger os direitos adquiridos e manter as coisas exatamente
como estavam (ver [o 11 :47-52). Como "Autor da vida", Jesus nos salva e nos oferece
experiências empolgantes ao caminharmos em "novidade de vida" (Rm 6:4). Há sempre
novas trilhas a desbravar. Hebreus 2:10 o chama de "Autor da salvação", e o termo traduzido
por "Autor" também pode significar "capitão", pois nossa salvação não é estática. A vida
cristã não é um estacionamento, mas sim uma plataforma de lançamento! Não basta nascer
de novo; é preciso crescer espiritualmente (2 Pe 3:18) e progredir na caminhada. Em
Hebreus 12:2, Jesus é chamado de "Autor e Consumador da fé", expressão que sugere que
ele nos conduz a novas experiências que provam nossa fé e que promovem seu
crescimento. Um dos temas centrais de Hebreus é "deixemo-nos levar para o que é perfeito"
(Hb 6:1), e não podemos ser aperfeiçoados se não seguirmos a Cristo nem desbravarmos
novas áreas da fé e do ministério. O título Salvador não era novidade para os membros do
conselho, pois era usado para médicos (que salvam a vida das pessoas), filósofos (que
resolvem problemas das pessoas) e estadistas (que livram as pessoas do perigo e da
guerra). Aplicava-se até mesmo ao Imperador. Mas somente Jesus Cristo é o verdadeiro
Salvador que livra todos os que nele crêem do pecado, da morte e do julgamento. Pedro
voltou a chamar a nação ao arrependimento (At 2:36; 3:19-26; 4:10-12) e prometeu que a
dádiva do Espírito Santo seria concedida aos que obedecessem a Deus. Isso não significa
que a dádiva do Espírito seja uma recompensa pela obediência, pois uma dádiva só pode
ser recebida pela fé. A frase "lhe obedecem" é a mesma "obedeciam à fé", em Atos 6:7, e
significa "obedecer ao chamado de Deus e crer no Filhode Deus", Deus não sugere que os
pecadores se arrependam e creiam; ele ordena que o façam (At 17:30). Os apóstolos
testemunharam com intrepidez diante do supremo tribunal judeu. O Espírito de Deus
capacitou-os e não tiveram medo. Afinal, Jesus havia prometido estar com eles e, por meio
de seu Espírito Santo, dar-lhes poder para testemunhar e servir. Eram as testemunhas de
sua ressurreição (At 1:22; 2:24, 32; 3:15, 26; 4:10), e ele os levaria até o fim.

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