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Esperar é uma palavra difícil para aqueles que precisam para imediato.

Entretanto, será que é tão imediato assim que não possa aguardar? Para nós,
que vivemos na era do imediato, a espera sempre é muito difícil, visto que
presenciamos no nosso dia a dia o simultâneo; seja através de mensagens,
através da alimentação, das relações e da rapidez com que as coisas fluem na
nossa sociedade. Todos nós tememos por aguardar, pois, na maioria das vezes,
se torna algo difícil e penoso para nós, limitados. Este estudo tem como
finalidade revelar, através do texto de Atos, os benefícios para aqueles que
esperam no Senhor, dentre os quais gostaria de citar três: Poder, Coragem e
Paz. Ademais, confortar os corações daqueles que esperam uma resposta, um
agir da parte de nosso Deus.

E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. (At 1:4)

Os apóstolos, sendo instruídos num período de quarenta dias pelo próprio Jesus
ressurreto, receberam uma ordem explícita: Esperar em Jerusalém o
cumprimento da promessa do Pai (v.4), que era a descida do Espírito Santo para
os batizar e revestir de poder. O cumprimento veio logo em seguida e é narrado
em Atos 2:1-4 com o batismo do Espírito Santo sobre aqueles 120 homens. Mais
adiante vemos Pedro cheio de autoridade do Espírito pregando com ousadia
para aqueles homens o cumprimento da promessa que fora feita em Joel 2:28-
32 e quase três mil almas foram convertidas. Não para por aí! A palavra de Deus
vai relatar no capítulo 3 de Atos o primeiro milagre dos Apóstolos narrado na
bíblia. Pedro e João sobem à hora nona para orar no templo e através do
poderoso nome de Jesus, Pedro ordena que o coxo se levante e ande (Atos 3:6-
7) e, de imediato, o milagre acontece e o coxo salta de alegria (Atos 3:8). Os
apóstolos que esperaram a promessa desfrutaram de um dos benefícios: o
Poder. É interessante perceber que o crente que espera no Senhor, obtém poder
dos céus para a obra que o Espírito Santo nos guia a fazer ou no caminho que
estamos a trilhar. Desde Atos 2, o poder está dispensado para todos aqueles
que esperam no Senhor com alegria e perseverança (Is 40:31). Ademais, o
poder proveniente da espera gerou outros benefícios dentre os quais (1) O poder
da coragem para falar com autoridade no nome de Jesus (At 3:17-19); (2)
O poder da sinceridade, diante da situação de não negar que o milagre foi
feito no nome de Jesus (At 3:16) (3) O dom do Espírito Santo, como poder,
para curar através do nome de Jesus (At 3:16).
E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do
Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus (At 4:31)

O Espírito Santo através de seu revestimento de poder aos apóstolos, também


concedeu coragem. Em Atos 4, nos é narrada a história da justificativa que Pedro
e João tiveram que dar ao Sinédrio por ter feito o milagre ao coxo, com o seguinte
questionamento: “com que poder ou em nome de quem fizestes isso?” (At 4:7).
Logo que imediatamente, Pedro cheio do Espírito Santo, falou que no nome de
Jesus, a quem aqueles homens haviam crucificado, eles operaram aquele
milagre; Os religiosos ficaram impressionados com a coragem de Pedro (At
4:13), porém, blasfemando contra o Espírito Santo e o sinal que eles haviam
feito, tentaram censurar os apóstolos de fazer tais ações (At 4:16-18). Como
resposta a isso, Pedro com coragem disse àqueles homens que eles não podiam
deixar de falar e anunciar o que tinham visto e ouvido (At 4:19-20) e aqueles
homens os dispensaram ameaçando-os que não falassem mais no nome de
Jesus, porém, os primeiros crentes muito se alegraram disso exaltaram a Deus
e a Seu Filho, Jesus Cristo, PEDIRAM CORAGEM (At 4:29) e foram cheios do
Espírito Santo para continuar anunciando com ousadia a palavra de Deus. Um
tempo depois, Lucas vai relatar que muitos sinais e maravilhas eram feitos
entre o povo pelas mãos dos Apóstolos (At 5:12) de sorte que a multidão dos
que criam cresciam cada vez mais e transportavam enfermos para serem
curados pela sombra de Pedro à medida que ele passasse por aqueles locais.
(At 5:14-16). O Sumo sacerdote e os homens do sinédrio cheios de inveja
prenderam os apóstolos, mas de noite, um anjo da parte do Senhor libertou os
apóstolos e ordenou que anunciassem o que havia acontecido (At 5:17-21). Sem
entender, o sumo sacerdote e os servidores descobriram que os apóstolos não
se encontravam mais no cárcere, mas no templo ensinando ao povo, e, sem
violência, os conduziram para os principais dos sacerdotes para mais
esclarecimentos (At 5:21-27). Mais uma vez aqueles homens questionam a
Pedro e os outros apóstolos o porquê de eles continuarem anunciando o nome
de Jesus e Pedro responde com toda autoridade e coragem dizendo que “Mais
importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29). Aqueles homens se
enfureceram e queriam matá-los, mas Deus usa até quem está contra nós para
nos ajudar em tempo oportuno e Gamaliel, mestre da lei, se levantou e deu um
conselho para os despedir e deixar ver se aquela obra era realmente de Deus
ou de homens. Por fim, os sacerdotes ordenaram que Pedro e os outros
apóstolos fossem açoitados, esperando que eles parassem de anunciar o nome
de Jesus (At 5:40), mas o efeito foi o contrário, quanto mais bateram, mais
vontade aquele homens tinham de anunciar o evangelho e muito se alegraram
por terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus (At 5:41-
42). Charles Spurgeon em determinado momento disse que “os Cristãos
estão em perigo não quando estão sendo perseguidos pelo mundo, mas
quando estão sendo admirados”, para corroborar com o que Jesus falou em
João 15:18-19. A bíblia nos incentiva a buscar a coragem que o Espírito Santo
tem para nos dar se anunciarmos o nome de Jesus, com toda autoridade vinda
da parte d’Ele. Para enfrentarmos as aflições (Jo 16:27), dificuldades (Fp 4:11-
12) e levantes de Satanás, coragem para sofrer as aflições como bons soldados
de Jesus Cristo (2 Tm 2:3), de quem não temos do que nos envergonhamos. O
Crente que Espera no Senhor, recebe coragem para lutar as lutas e para vencer
no nome de Jesus diante de Satanás e dos homens.

E quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite, estava Pedro
dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta
guardavam a prisão (At 12:6)

O Espírito Santo tem muitas bençãos para conceder àqueles que esperam no
Senhor; como vemos, na vida de Pedro e dos apóstolos, Ele concedeu poder,
coragem, mas também a paz. No capítulo 12 de Atos, relata a história de Pedro
que foi aprisionado a mando do rei Herodes, que estendeu as mãos para
maltratar alguns da igreja (At 12:1) na época dos pães asmos. Pedro estava
esperando para ser feito de “prêmio” e “troféu” por aquele rei mau, que o queria
matar assim que passasse a festa da páscoa. Tiago, uma das colunas da igreja,
foi morto antes disso e sobrou apenas Pedro que estava com data marcada para
morte. O interessante nessa história são duas coisas, (1) a igreja fazia contínuas
orações por Pedro, e há poder na oração dos justos (Tg 5:16) e obteve resposta
logo adiante; (2) Pedro sabendo de seu destino iminente, conseguiu descansar
entre dois soldados na prisão (At 12:6), nos mostrando a paz que excede todo
entendimento (Fp 4:6) nos faz descansar mesmo em meio às tempestades. (3)
Pedro foi livrado por um anjo da parte do Senhor, como se estivesse em um
sonho, nos mostrando que a paz nos faz alcançar livramento (At 12:7-11). O
crente deve aprender a descansar mesmo em meio a uma situação adversa; o
próprio Jesus descansava no meio de uma tempestade, Pedro descansou na
prisão, Paulo e Silas cantavam e oravam, descansando no Senhor. O Salmista
no Salmos 37:7 incentiva o crente a descansar no Senhor e esperar nele. O
descanso é justamente ter paz em meio às circunstâncias. O próprio Jesus nos
dispensou sua paz (Jo 14:27), não uma paz qualquer, mas uma paz para ser
usada em meio às dificuldades, para que o nosso coração não se turbe e nem
se atemorize pelo que virá. O amanhã pertence a Ele. O crente que espera no
Senhor, alcança a paz, pois não anda por vista, mas por fé (2 Co 5:7).

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