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CAPITULO 3

POBREZA E DESIGUALDADE NA AFRICA


A pobreza do continente, pode ser menor do que as atuais estimativas, embora
o número de pessoas que vivem em extrema pobreza tenha aumentado
substancialmente desde 1990, segundo o mais recente relatório da pobreza em
África.
Os conflitos armados, as epidemias, o agravamento da miséria, o apartheid,
tudo contribui para a degradação do continente. Depois da descolonização, as
guerras civis tornaram-se constantes, cerca de 20 nações africanas entraram
em guerra. O continente africano é rico em minerais, ouro, diamantes, petróleo
e outros recursos naturais que deviam potenciar o desenvolvimento, só que
são aproveitados por outras potências mundiais, o que provoca conflitos e não
contribui para o desenvolvimento do continente.
Vencer a pobreza e a desigualdade social é um grande desafio para toda a
sociedade, para que isso aconteça, é preciso da ajuda de todos, porque
acabando com a pobreza pode-se acabar com uma serie de problemas que
existem no mundo.

3.1 Por que a África não é desenvolvida economicamente?


O continente sofreu com o colonialismo no século 19, com o tráfico de
humanos e com a divisão geográfica injusta das fronteiras entre os países

Colonialismo

As origens da pobreza africana estão relacionadas no colonialismo europeu,


que começou no século 15 e se intensificou no fim do século 19. Nessa época,
aconteceu a Conferência de Berlim, uma reunião que dividiu a posse do
continente entre países europeus. Onde extraiu e retirou do continente riquezas
naturais, além de atrasar o desenvolvimento estrutural e a organização política.
A maior parte dos países do continente só conquistou sua independência na
segunda metade do século 20.

Tráfico de humanos

O comércio de escravos no Atlântico, entre os séculos 15 e 19, retirou à força


10 milhões de africanos e os levou para as colônias europeias no continente
americano. Nathan Nunn, professor de economia da Universidade Harvard
(EUA), escreveu que o comércio escravocrata prejudicou a economia africana
ao impedir a formação de grupos étnicos maiores, além de ter enfraquecido e
evitado o desenvolvimento de estruturas políticas. Os países de onde mais
escravos foram retirados são os mais pobres hoje.

Divisão geográfica injusta

A já citada Conferência de Berlim dividiu o território africano sem considerar as


divisões culturais e sociais dos povos locais, já estabelecidas há séculos. Isso
resultou em povos divididos ou agrupados à força

Impacto da divisão de territórios africanos

A apropriação definitiva dos europeus no continente africano serviu para


provocar imensas mudanças nos costumes, na língua, na religião e no dia a dia
em geral dos grupos étnicos que ali viviam. As fronteiras criadas
desencadearam tragédias militares e humanitárias, de perdas irreparáveis e um
extremo caos populacional. Entre métodos armados e palavras mal
interpretadas, os europeus enganaram aos africanos e conquistaram suas
terras pela trapaça, fazendo-se de desentendidos diante de diversas
promessas feitas com os mesmos na época de conquistas.

Conflitos internos

As guerras locais foram determinantes para o subdesenvolvimento do


continente. Após a 2ª Guerra Mundial, quando as potências europeias estavam
enfraquecidas para manter seus domínios na África, eclodiram por ali diversos
movimentos de independência. Depois disso, a evasão dos colonizadores e a
desordem nas fronteiras favoreceram o surgimento de guerras civis em
disputas de grupos rivais pelo poder. Exemplos são a Guerra Civil Nigeriana
nos anos 60, a luta armada do Exército de Resistência do Senhor contra o
governo de Uganda, que rola desde os anos 80, e a Guerra Civil da Somália,
que acontece desde 1991, entre muitos outros

Apartheid

Outra herança colonial foi o Apartheid na África do Sul. No século 20, o


governo do país implementou leis que institucionalizaram o racismo,
principalmente a partir de 1948, quando o Partido Nacional entrou no poder. Os
direitos dos negros foram diminuídos e eles tinham menos oportunidades que
os brancos. O Apartheid só foi abolido em 1991 e a economia não saiu ilesa: o
país formou pouca mão de obra especializada, gastou demais combatendo
opositores e sofreu com sanções da ONU
Renascimento

Apesar de todos esses revezes históricos, a situação tem mudado. Em 2017,


cinco das 20 economias que mais cresceram no mundo estavam na África. Isso
se deve a uma onda emigracional desde a segunda metade do século 20, o
que aumentou o envio de remessas de imigrantes ao continente. Além disso, o
Ato de Oportunidade e Crescimento Africano, aprovado pelo Congresso dos
EUA em 2000, eliminou tarifas em milhares de produtos subsaarianos, e a
China estreitou os laços com a África: o mercado de importação aumentou 17
vezes desde 2000. Por fim, a força de trabalho africana será a maior do mundo
até 2035

3.2 Se a África é rica, por que metade da sua população é


pobre?
o continente africano, no qual se encontram alguns dos países mais pobres do
mundo, é atualmente cenário recorrente de fomes, guerras e catástrofes;
problemas do Magreb (Mauritânia, Marrocos e Tunísia), a fome no Sahel
(Senegal, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade) e no Chifre da África (Etiópia,
Sudão, Sudão do Sul, Eritreia, Somália, Quênia e Djibouti), as guerras do
centro do continente (Congo-Brazzaville, República Democrática do Congo,
República Centro-Africana, Uganda, Ruanda e Burundi) e África Austral
(Moçambique e Angola).

dados mostrados, explica-se que 50% dos africanos vive abaixo da linha da
pobreza e mais de 200 milhões de africanos (um terço da população) sofre de
insegurança alimentar.

os progressos e disparidades se complementam; na educação, aumenta a


escolarização, mas não se garante a qualidade; o acesso à água continua
sendo impossível para muitos e as desigualdades de gênero continuam sendo
enormes, porque o fato de ser mulher, nascer em uma família pobre, rural e em
uma área de conflito supõe viver uma vida indigna para a mulher africana.

Com relação à situação política, os governos democráticos “ainda estão longe


de serem alcançados, nas 14 votações importantes feitas no último ano, houve
denúncias de corrupção e vários conflitos violentos ligados a processos
eleitorais (Costa do Marfim), ruptura de acordos (Sudão e Sudão do Sul) ou
violência sectária e étnica (Nigéria e Somália)”.
Outros dos conflitos que preocupam são os vinculados ao controle dos
recursos naturais (República Democrática do Congo, Etiópia, Nigéria, Guiné), o
crime organizado e o fundamentalismo religioso (Argélia, Somália, Quênia,
Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria).
A África é um continente com grandes riquezas, mas a população não se
beneficia delas.

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