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F

Escola secundária de Tembwe


=Chimoio=

Trabalho de História

Turma: 3
9ªClasse
Tema:
Revolta no Sudoeste Africano- Namíbia (1904-1907)

Discentes:
Arcénio Alberto nº 7
Edson Valentim nº 26
Fernando Eugénio nº 40
Filipe John nº 41
Francisco de Assis nº 43
Joaquim Castigo nº 57
Maxwel Paulino nº
Marcelo Albertino nº 70
Messias Rosário nº 75
Nelson Titos nº 78
Orlando Manuel nº 82

Docente: Célia Manuel

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Chimoio, Setembro de 2023
Índice
INTRODUÇÃO.............................................................................................................1

REVOLTA NO SUDOESTE AFRICANO- NAMÍBIA (1904-1907)..........................2

REAÇÃO VIOLENTA..................................................................................................2

"ORDEM DE EXTERMÍNIO".....................................................................................3

SOB OS AUSPÍCIOS SUL-AFRICANOS...................................................................3

PRINCIPAIS CAUSAS.................................................................................................4

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS:...............................................................................5

IMPORTÂNCIA DA REVOLTA NO SUDOESTE AFRICANO.................................6

LIDERANÇA:...............................................................................................................7

MASSACRES:...............................................................................................................7

SOBREVIVENTES:......................................................................................................7

CONCLUSÃO...............................................................................................................8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................9

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INTRODUÇÃO

No presente trabalho vamos falar sobre o Sudoeste Africano (Namíbia) foi, desde 1880
dominado pela Alemanha e desde logo os povos locais tentaram opor-se à ocupação. As
maiores acções de resistência na região foram levadas a cabo pelas tribos nama,
lideradas por Witbooi e Morenga e pela tribo herero liderada por Samuel Maherero. A
resistência dos nama e dos herero decorreu entre 1904 e 1907. Tendo, no início,
registado relativo sucesso a resistência no Sudoeste Africano foi dominada pelos
alemães.
A Revolta no Sudoeste Africano, que também é conhecida como a Revolta Herero e
Nama, ocorreu entre 1904 e 1907 na atual Namíbia, que era uma colônia alemã na
época. Essa revolta é uma das primeiras e mais significativas insurreições africanas
contra o domínio colonial europeu. Aqui estão algumas das características mais
importantes da Revolta no Sudoeste Africano-Namíbia (1904-1907): Causas:
Exploração colonial: Os colonizadores alemães estavam envolvidos na exploração
econômica da região, incluindo a extração de recursos naturais, como diamantes e
minerais, e a expropriação de terras dos povos nativos. Condições desumanas: Os povos
indígenas, principalmente os Herero e Nama, enfrentavam abusos, escravidão, trabalho
forçado, deslocamento e discriminação por parte dos colonizadores alemães. Pressão
demográfica: O aumento da população europeia na região exacerbou a competição por
recursos, levando a conflitos entre colonizadores e indígenas.

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REVOLTA NO SUDOESTE AFRICANO- NAMÍBIA (1904-1907)

A Revolta no Sudoeste Africano, que também é conhecida como a Revolta Herero e


Nama, ocorreu na então colônia alemã do Sudoeste Africano, que hoje é a Namíbia,
entre 1904 e 1907. Foi um dos primeiros e mais notórios exemplos de genocídio no
século XX, cometido por uma potência colonial europeia contra populações indígenas.

Em 2 de Janeiro de 1904 estourou uma revolta do povo banto dos hereros contra os
colonizadores alemães no então Sudoeste Africano Alemão, a atual Namíbia. A resposta
de Berlim foi o genocídio.

A revolta surpreendeu os alemães no Sudoeste Africano Alemão. Durante 20 anos, eles


tinham expandido o seu domínio na atual Namíbia usando a tática de alimentar
rivalidades entre os povos inimigos dos nama e herero. Mas, desta vez, eles próprios
foram as vítimas. Os revoltosos, liderados pelo cacique Samuel Maharero, matavam
todo alemão que pudesse portar uma arma.

Os hereros viviam basicamente da pecuária. Passo a passo, o orgulhoso povo de


pastores perdeu seus campos para os colonizadores alemães. Às vezes na base de
negociações, mas frequentemente também por meio de falcatruas e violência.

A situação chegou a um ponto em que o cacique dos hereros, Samuel Maharero,


conclamou seu povo e outras tribos a resistirem à dominação alemã. Numa carta ao líder
nama Hendrik Witbooi, ele escreveu: "Toda a nossa subserviência e paciência em
relação aos alemães não nos trouxe vantagens. Por isso, faço um apelo, meu irmão, para
que participes da nossa revolta, de modo a toda a África levantar suas armas contra os
alemães".

REAÇÃO VIOLENTA

Porém, esse desejo de Maharero não se tornou realidade. Os nama ficaram na


expectativa, enquanto o Império Alemão reagiu com extrema brutalidade. O imperador
Guilherme 2º mandou tropas comandadas pelo general Lothar von Trotha ao Sudoeste
Africano Alemão.

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Em carta ao governador da colônia, Theodor von Leutwein, ele anunciou uma violenta
repressão: "Conheço muitas tribos africanas. Terror, violência brutal: essa é a minha
política", escreveu.

Em 11 de agosto, Von Trotha cercou os hereros na decisiva batalha de Waterberg, cerca


de 400 quilômetros ao norte de Windhoek. O general alemão organizou suas tropas de
forma a que os hereros só podiam romper o cerco num determinado ponto, para fugir
rumo ao deserto de Omaheke. Ainda assim foram perseguidos pelos alemães, segundo
relatou o comando do Exército imperial.

"ORDEM DE EXTERMÍNIO"

Somente alguns poucos fugitivos conseguiram escapar para o território britânico de


Betshuana. Outros tentaram romper a barreira militar alemã e voltar aos seus povoados
de origem. Mas Von Trotha foi implacável. Em 2 de outubro de 1904, ele baixou uma
proclamação que entraria para a história como uma "ordem de extermínio".

Esse ato de barbárie foi demais até para o governo alemão em Berlim. O chanceler
imperial Bernhard von Bülow interveio junto ao imperador, argumentando que os
hereros eram mão de obra indispensável para as fazendas e minas do Sudoeste Africano
Alemão e, por isso, deveriam ser poupados. Guilherme 2º ainda hesitou quase duas
semanas até revogar a ordem de extermínio e exigir que Von Trotha aceitasse a
capitulação dos hereros.

Para a maioria dos rebeldes, porém, essa decisão veio tarde demais. Apenas cerca 15
mil de um total de 80 mil hereros escaparam do genocídio. O domínio alemão ainda
persistiu por mais uma década.

SOB OS AUSPÍCIOS SUL-AFRICANOS

Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, a atual Namíbia foi ocupada pela África
do Sul, na época colônia britânica. Em 1920, a Liga das Nações deu à África do Sul um
mandato para administrar o território, situação que perdurou até o final da década de
1980.

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A luta pela libertação eclodiu em 1966, com o início das guerrilhas praticadas pela
Organização dos Povos do Sudoeste da África (Swapo), de linha marxista. A Namíbia,
no entanto, só se tornaria um país independente em 21 de março de 1990.

A Revolta no Sudoeste Africano, que ocorreu entre 1904 e 1907, também conhecida
como a Revolta Herero e Nama, foi um conflito significativo que ocorreu na então
colônia alemã do Sudoeste Africano, hoje conhecida como Namíbia. As causas da
revolta foram multifacetadas e incluíram factores econômicos, políticos, culturais e
territoriais.

PRINCIPAIS CAUSAS

1. Colonização alemã: A Namíbia era uma colônia alemã no início do século XX.
Os colonizadores alemães estabeleceram o domínio sobre a terra e exploraram
seus recursos naturais, incluindo terras e pastagens tradicionalmente usadas
pelos povos locais Herero e Nama.
2. Disputas territoriais: Conforme os colonos alemães expandiam suas fazendas e
assentamentos, ocorriam frequentes disputas territoriais com os povos Herero e
Nama. Isso levou a tensões crescentes sobre a posse da terra e o acesso a
recursos naturais, como água e pastagens.
3. Exploração econômica: Os colonizadores alemães exploraram intensivamente os
recursos naturais da Namíbia, incluindo mineração de diamantes e pecuária.
Essas atividades frequentemente desalojavam as comunidades locais e reduziam
suas fontes tradicionais de subsistência.
4. Abuso e opressão: Os povos Herero e Nama sofreram abusos e opressão
sistemáticos por parte dos colonos alemães. Isso incluía trabalhos forçados,
expropriação de terras, restrições à liberdade de movimento e discriminação
racial.
5. Condições de vida precárias: As condições de vida para os povos Herero e Nama
sob o domínio colonial alemão eram extremamente precárias. Eles enfrentavam
a fome, a pobreza e a falta de acesso a serviços básicos de saúde e educação.
6. Resistência cultural: A resistência cultural e a preservação de suas identidades
étnicas desempenharam um papel importante nas tensões crescentes. Os Herero
e Nama estavam determinados a preservar suas tradições e culturas, o que

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muitas vezes entrava em conflito com os objetivos dos colonos alemães de
assimilação cultural.
7. Líderes carismáticos: Líderes carismáticos emergiram entre os Herero e Nama,
como Samuel Maharero e Hendrik Witbooi, que lideraram os esforços de
resistência e mobilizaram suas comunidades contra os colonos alemães.

Essas várias causas se combinaram para criar um clima de tensão insustentável que
finalmente se transformou em revolta em 1904, quando os Herero, seguidos pelos
Nama, se revoltaram contra o domínio colonial alemão. O conflito que se seguiu foi
brutal e resultou na morte de muitos membros das comunidades Herero e Nama, tanto
em combate quanto devido a condições extremamente difíceis. É importante notar que
essa revolta é amplamente vista como um dos primeiros genocídios do século XX,
devido à brutalidade das ações alemãs contra esses grupos étnicos.

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS:

1. Repressão alemã: A revolta foi brutalmente reprimida pelas forças coloniais


alemãs sob o comando do general Lothar von Trotha. O general emitiu a famosa
"Ordem de Extermínio", que buscava eliminar os hereros por completo,
resultando em massacres em massa, campos de concentração e deportações.
Muitos hereros e namas foram mortos durante o conflito.
2. Redução da população herero e nama: Como resultado da repressão alemã, a
população herero e nama sofreu uma redução dramática. Estima-se que até 80%
dos hereros e uma porcentagem significativa dos namas foram mortos durante o
conflito ou morreram de fome e doenças subsequentes.
3. Deslocamento e perda de terras: Além das mortes em massa, os hereros e namas
também foram deslocados de suas terras tradicionais, que foram confiscadas
pelos colonizadores alemães e distribuídas a fazendeiros alemães. Isso teve um
impacto duradouro nas comunidades herero e nama, que perderam suas terras e
modos de subsistência tradicionais.
4. Consequências políticas e sociais: A revolta teve implicações políticas
significativas, levando ao aumento do descontentamento com o domínio colonial
alemão na região. Embora a revolta tenha sido esmagada, as tensões persistiram

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e ajudaram a criar uma base para futuros movimentos de resistência e
nacionalismo na Namíbia.
5. Legado histórico: A Revolta no Sudoeste Africano é frequentemente vista como
um dos primeiros exemplos de genocídio no século XX. O tratamento brutal dos
hereros e namas pelas autoridades alemãs é amplamente condenado e é
considerado um evento vergonhoso na história da colonização europeia na
África. O reconhecimento oficial e o pedido de desculpas por parte do governo
alemão só ocorreram muitos anos depois, em 2004.
6. Nacionalismo namibiano: A revolta e a subsequente colonização sul-africana
após a Primeira Guerra Mundial ajudaram a consolidar o sentimento nacionalista
entre os diferentes grupos étnicos da Namíbia, preparando o terreno para futuras
lutas pela independência. A Namíbia finalmente conquistou a independência da
África do Sul em 1990.

A Revolta no Sudoeste Africano teve consequências devastadoras para as populações


herero e nama, moldou a história política e social da Namíbia e deixou um legado de
trauma e injustiça que persiste até hoje.
A Revolta no Sudoeste Africano, que ocorreu na atual Namíbia entre 1904 e 1907.

IMPORTÂNCIA DA REVOLTA NO SUDOESTE AFRICANO

1. Resistência Herero e Nama: A revolta foi liderada pelas etnias Herero e Nama
contra o domínio colonial alemão na região. Isso demonstrou a resistência das
populações indígenas contra a exploração e a opressão colonial, representando
um exemplo de luta pela autodeterminação e liberdade.
2. Genocídio Herero e Nama: O período de revolta também testemunhou um dos
primeiros genocídios do século XX, perpetrado pelas forças coloniais alemãs.
Milhares de Herero e Nama foram mortos, e muitos outros foram submetidos a
tratamentos brutais, escravidão e desapropriação de terras. Isso tornou-se um
importante caso de estudo e um exemplo de genocídio colonial.
3. Impacto no Direito Internacional: O genocídio Herero e Nama foi um dos
eventos que contribuíram para o desenvolvimento do direito internacional
humanitário. As atrocidades cometidas pelas forças coloniais alemãs
influenciaram o estabelecimento das leis de guerra e a Convenção de Genebra

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sobre o tratamento de prisioneiros de guerra. Além disso, a Revolta na Namíbia
contribuiu para a formação do sistema de mandatos da Liga das Nações após a
Primeira Guerra Mundial, que supervisionou a administração de territórios
coloniais.
4. Legado na Namíbia: A Revolta teve um impacto duradouro na Namíbia. A
memória do genocídio e da resistência Herero e Nama desempenhou um papel
significativo na construção da identidade nacional namibiana. O evento também
é lembrado como um símbolo da luta contra o imperialismo e a opressão
colonial.
5. Conscientização Internacional: A Revolta na Namíbia atraiu a atenção
internacional para os abusos cometidos durante o período colonial na África,
ajudando a sensibilizar a comunidade internacional para as questões de direitos
humanos e injustiças coloniais.

A Revolta no Sudoeste Africano (Namíbia) entre 1904 e 1907 é importante não apenas
como um episódio significativo na história da Namíbia, mas também como um evento
que teve repercussões no direito internacional, na memória coletiva da Namíbia e na
conscientização global sobre os abusos coloniais.

LIDERANÇA:
 Os líderes hereros, como Samuel Maharero, e os líderes nama, como Hendrik
Witbooi, desempenharam papéis importantes na liderança da revolta.
 Eles buscaram unificar as várias comunidades Herero e Nama contra os alemães
em uma frente comum.
MASSACRES:
 Os alemães retaliaram brutalmente contra os rebeldes. O general alemão Lothar
von Trotha emitiu a Ordem de Extermínio, que autorizava o extermínio dos
Herero por completo. Isso resultou em massacres em massa, perseguições e
deslocamentos forçados.
 Milhares de Herero e Nama foram mortos e muitos mais foram submetidos a
condições desumanas em campos de concentração.

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SOBREVIVENTES:
 Alguns Herero e Nama conseguiram escapar da repressão alemã, buscando
refúgio em regiões remotas, onde resistiram de maneira mais prolongada.
CONCLUSÃO

No presente concluímos que entre 1880 e 1900, a África Tropical apresentava uma
situação paradoxal, em que o processo de conquista e ocupação era, ao mesmo tempo,
irreversível e altamente resistível. Irreversível por causa da Revolução Industrial, que
permitiu aos europeus uma vantagem decisiva em armas e facilidades nas comunicações
no interior de África e entre África e Europa graças às ferrovias, telegrafia e ao navio a
vapor. Resistível devido força dos africanos e por devido à os europeus não terem
aplicado na batalha recursos humanos e tecnológicos abundantes.

A implementação da estratégia de penetração foi muito desordenada e inábil, pelo que


os europeus enfrentaram inúmeros movimentos de resistência que eles próprios
provocaram ou inventaram por ignorância e medo. Face a esta realidade, os europeus
tinham de «obter a vitória final», mas depois era importante procurar pôr em ordem o
conturbado processo. Para tentar justificar a partilha, os europeus começaram a escrever
livros sobre a chamada «pacificação». A literatura colonial sustentou, durante muito
tempo, que Africa era uma espécie de vazio político, onde dominavam a anarquia, a
selvajaria, a escravidão, a ignorância e a miséria. Os europeus eram assim tidos como
cavaleiros da civilização e do progresso. Também procuravam dar a entender a ideia de
ausência total do sentimento nacional entre os africanos, que teriam, salvo algumas
excepções, aceite passivamente a ocupação europeia. Mas é irrefutável que a vitória dos
europeus não foi reflexo da insignificância da resistência africana. Desde o início da
penetração europeia, o nacionalismo africano manifestou-se de várias formas, umas
desajeitadas, outras ambíguas, até reconquista da independência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Agostinho, S., & Muchanga, V. N. (2004). História 9ª classe, Ministério da


Educação. Maputo.
 Coquery-Vidrovitch, C. (org.) (2004). A descoberta da África. Lisboa: edições
70, 2.ª edição.
 Cumbe, G. et al. (2009). História – 9ª Classe. Maputo: Longman.
 Efimov, G., & Zubok (1974). História de Moderna: as Revoluções burguesas.
Lisboa: Editoral Estampa.
 Nhampule, T., & Fernando, L. (1998). História-9ª Classe. Maputo: Diname.
 Recama, D. C., & Bonde, R. A. (2013). História- 9ª Classe, Maputo: Plural
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 Recama, D. C. (2006). História de Moçambique, de África e Universal: manual
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 Sumbane, S. A. (2010). História 9ª classe. Maputo. Texto Editores.
 Torres, F. (s.d). História Universal (Idade Média- Idade Moderna). Porto:
Edições Asa.

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