HISTÓRIA • 8º Ano • Ensino Fundamental
Capítulo 10 – Imperialismo na África e na Ásia
Entre 1880 e 1914, as grandes potências capitalistas
dividiram entre si a maior parte das terras do planeta. Primeiro
Grã-Bretanha e França, depois Alemanha, Bélgica e Itália foram
protagonistas do processo de expansão colonial em terras da África
e da Ásia. Com isso foi inaugurada uma nova fase de
desenvolvimento capitalista, chamada imperialismo ou
neocolonialismo, ou seja, novo colonialismo, para diferenciá-lo da
expansão colonial iniciada no século XV, na época das grandes
navegações.
A expansão imperialista foi motivada por fatores
econômicos, políticos e culturais, que se interligação.
Fatores econômicos. O crescimento da produção industrial
provocou uma concorrência acentuada e a queda nos preços,
gerando a falência de muitas empresas. O resultado foi uma grave
crise econômica entre 1873 e 1896. A saída encontrada para a crise
foi a conquista dos mercados da África e da Ásia para os produtos
industrializados europeus. Além disso, a necessidade de novas
fontes de energia (carvão e petróleo, sobretudo) e matérias-primas
para novas indústrias levou os países industrializados a dominar
novos territórios.
Fatores políticos. Os governos europeus usaram a
campanha imperialista como propaganda política. A expansão do
poderio nacional serviu para despertar na população o orgulho
patriótico e obter o apoio dela aos governos dos países
imperialistas.
Fatores culturais. Em geral, a colonização se justificou
como uma missão civilizadora do homem branco, que levaria aos
povos tidos como atrasados as conquistas da ciência e da indústria,
ou seja, da civilização europeia.
Estratégias de colonização
O domínio colonial dos países europeus sobre as
populações locais era, na maior parte dos casos, extremamente
violento. A mão de obra nativa, sempre mais numerosa que a dos
colonizadores, era utilizada na agricultura, no extrativismo e na
Capítulo 15 – O Fim da Monarquia
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construção de obras que facilitassem o escoamento dos produtos
até o litoral, para serem embarcados para a Europa.
 Neocolonialismo:
 Cenário econômico no final do século XIX na Europa
 Segunda Revolução Industrial
 Busca de mercados e matéria-prima fora da Europa
 Conquista de novos territórios com a justificativa de civilizá-
los: Neocolonialismo
 África.
 Conferência de Berlim (1884-1885): regras de partilha da
África entre os europeus.
 Resistência ao neocolonialismo: boicotes, fugas, protestos e
revoltas.
 Resistência armada: sul da África.
 Índia.
 Opressão política e exploração econômica: Revolta dos
Cipaios (1857).
 Produção de algodão para a Inglaterra.
 Em 1876 foi incorporada ao Império Britânico.
 China.
 Resistência: Guerra dos Boxers (1899-1901).
 Guerra do Ópio: oposição dos chineses à venda da
droga (pelos ingleses) em seu território.
 Guerra contra o Japão: japoneses buscavam expansão
de territórios.
 Consequências para os povos dominados.
 Exploração violenta do trabalho.
 Desorganização dos laços de identidade desses povos.
 Opressão política.
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 ATIVIDADES 3. Podemos dizer que o neocolonialismo, no continente
africano, produziu efeitos como:
1. Leia o texto e em seguida responda a questão. A o confronto entre os reinos de Songhai e Mali.
“...Nós conquistamos a África pelas armas...temos direito
de nos glorificarmos, pois após ter destruído a pirataria no
B o alto desenvolvimento tecnológico de regiões como
Mediterrâneo, cuja existência no século XIX é uma vergonha para a
o Zaire, ou Congo Belga.
Europa inteira, agora temos outra missão não menos meritória, de C a exportação do modo de vida africano para a Europa.
fazer penetrar a civilização num continente que ficou para trás...” D as Guerras dos Bôeres.
“Da influência civilizadora das ciências aplicadas às artes e
às indústrias”. Revue Scientifique, 1889.
E a divisão territorial africana de acordo com cada tribo
e etnia existente.

A partir da citação acima e de seus conhecimentos acerca 4. Como forma de justificar a dominação dos continentes
do tema, examine as afirmativas abaixo. africano e asiático, as potências europeias valeram-se de
I. A ideia de levar a civilização aos povos considerados teses científicas da época que pregavam a superioridade da
bárbaros estava presente no discurso dos que civilização europeia com relação às demais. Essas teses
defendiam a política imperialista. foram difundidas pela doutrina do(a):
II. Aquela não era a primeira vez que o continente A Liberalismo
africano era alvo dos interesses europeus. B Mercantilismo
III. Uma das preocupações dos países, como a França, que C Estamento Burocrático
participavam da expansão imperialista, era justificar a D Sociobiologia
ocupação dos territórios apresentando os
melhoramentos materiais que beneficiariam as E Darwinismo Social
populações nativas.
IV. Para os editores da Revue Scientifique (Revista
Científica), civilizar consistia em retirar o continente O movimento abolicionista, que levou à libertação dos
africano da condição de atraso em relação à Europa. escravos pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888, foi a primeira
campanha de dimensões nacionais com participação popular.
Nunca antes tantos brasileiros se haviam mobilizado de forma tão
Assinale a alternativa correta: intensa por uma causa comum, nem mesmo durante a Guerra do
A Somente a afirmativa IV está correta. Paraguai. Envolvendo todas as regiões e classes sociais, carregou
multidões a comícios e manifestações públicas e mudou de forma
B Somente as afirmativas II e IV estão corretas. dramática as relações políticas e sociais que até então vigoravam
C Somente as afirmativas I e III estão corretas. no país.
GOMES, L. 1889. São Paulo: Globo, 2013. (Adaptado.)
D Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
5. O movimento social citado teve como seu principal
E Todas as afirmativas estão corretas. veículo de propagação o(a)
A imprensa escrita
2. Leia o texto a seguir: B oficialato militar
Por mais que retrocedamos na História, acharemos que a C corte palaciana
África está sempre fechada no contato com o resto do mundo, é D clero católico
um país criança envolvido na escuridão da noite, aquém da luz da E câmara dos representantes
história consciente. O negro representa o homem natural em toda
a sua barbárie e violência; para compreendê-lo devemos esquecer
todas as representações europeias. Devemos esquecer Deus e as 6. Sobre a participação dos militares na Proclamação da
leis morais.
HEGEL, Georg W. F. Filosofia de la historia universal. Apud HERNANDEZ, Leila M.G. A África
República, é correto afirmar que:
na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 20-21. [Adaptado]
A o Partido Republicano foi influenciado pelos
imigrantes anarquistas a desenvolver a consciência
O fragmento é um indicador da forma predominante como
política no seio do exército.
os europeus observavam o continente africano no século
XIX. Essa observação relacionava-se a uma definição sobre B a proibição de debates políticos e militares pela
a cultura, que se identificava com a ideia de: imprensa, a influência das ideias de Augusto Comte e
o descaso do Imperador para com o exército
A progresso social, materializado pelas realizações favoreceram a derrubada do Império.
humanas como forma de se opor à natureza.
C o descaso de membros do Partido Republicano, como
B tolerância cívica, verificada no respeito ao contato Sena Madureira e Cunha Matos, em relação ao
com o outro, com vistas a manter seus hábitos.
exército, expresso por meio da imprensa, levou os
C autonomia política, expressa na escolha do homem “casacas” a proclamarem a República.
negro por uma vida apartada da comunidade. d)
D o Gabinete do Visconde de Ouro Preto formalizou
liberdade religiosa, manifesta na relativização dos
uma aliança pró-republicana com os militares
padrões éticos europeus.
positivistas no Baile da Ilha Fiscal.
D respeito às tradições, associado ao reconhecimento E a aliança dos militares com a Igreja acirrou as
do valor do passado para as comunidades locais.
divergências entre militares e republicanos,
culminando na Questão Militar.

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7. Sobre o principal personagem da Proclamação da D priorizava a negociação em torno das
República, o marechal Deodoro da Fonseca, é correto dizer indenizações aos senhores.
que: E antecipava a libertação paternalista dos cativos.
A a) nunca havia se envolvido em assuntos políticos
até o dia 15 de novembro de 1889.
B não era monarquista, haja vista que se recusou a 10. Durante o século XIX, no Brasil, desenvolveu-se uma
lutar na Guerra do Paraguai. campanha em favor da abolição da escravidão negra. A
culminância dessa campanha deu-se com a Lei Áurea, em
C não era republicano, mas era contrário ao gabinete 1888. Ao ser extinta a escravidão, os libertos:
imperial da época.
A permaneceram nas mesmas condições de vida,
D sempre teve convicções republicanas. dada a inexistência de uma política governamental
E tinha também o plano de assassinar a família real. que os integrasse à sociedade.
B iniciaram negócios próprios, inserindo-se no
mercado capitalista, graças a subsídios do
8. Leia o trecho e, em seguida, assinale a alternativa
governo.
correta.
“Aconteceu, porém, que era difícil viver D. Pedro II a vida
C ocuparam postos no mercado de trabalho
dupla que parece ter pretendido levar, indo piedosamente à missa capitalista, em razão da política governamental de
no Brasil e fazendo o pelo sinal aos olhos das multidões brasileiras educação formal.
e, na Europa, ostentando espírito voltairiano; de modo que o D foram alvo de atitudes segregacionistas da
Pedro II de feitio europeu – que talvez fosse dos dois o mais sociedade branca, dificultando-lhes a ascensão
autêntico – terminou superando, dentro do próprio Brasil, o de social em razão das disposições previstas nas leis
algum modo antieuropeu e antiprogressista. Daí em crises como a abolicionistas.
dos bispos e a militar ter se comportado exatamente como
qualquer político ou liberal, ou republicano e até anticlerical –
empenhado em fazer valer o princípio da autoridade legítima sobre
o da insubordinação.”
(FREYRE, Gilberto. Ordem e Progresso. São Paulo: Global, 2004. p. 217.)

No trecho acima, é correto dizer que Gilberto Freyre:

A nega que D. Pedro II tenha tido qualquer tipo de
responsabilidade na crise que levou o Império ao
seu fim.
B deixa claro que não era de bom tom o Imperador
mostrar sua postura religiosa aos brasileiros.
C ressalta que a ambiguidade política de D. Pedro II
acabou por colocá-lo em litígio com algumas
camadas da sociedade.
D afirma que Dom Pedro II sempre gostou mais da
Europa do que do Brasil.
E afirma que Dom Pedro II não tinha habilidade
política nem como conservador e nem como
progressista.

9.
A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma
guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais.
Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos
Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma
revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra
exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas
ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que GABARITO
se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. 1. E
NABUCO, J. O abolicionismo (1883). Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 2. A
(adaptado).
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político 3. D
4. E
sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil,
5. A
no qual: 6. B
A copiava o modelo haitiano de emancipação negra. 7. C
B incentivava a conquista de alforrias por meio de 8. C
9. C
ações judiciais.
10. A
C optava pela via legalista de libertação.

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