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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA E DESEMPENHO OPERACIONAL NA ACTIVIDADE

DE CORTE FLORESTAL SEMI-MECANIZADA DA ESPECIE Pterocarpus angolensis


DC, NO POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANJAVIRA, DISTRITO DE MOCUBA.
ESTUDO DE CASO: CONCESSÃO SOTOMANE, LDA.

UILSSONE LUÍS DE ALMEIDA MALANGO


FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA E DESEMPENHO OPERACIONAL SEMI-


MECANIZADA NA ACTIVIDADE DE CORTE FLORESTAL DA ESPECIE Pterocarpus
angolensis DC, NO POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANJAVIRA, DISTRITO DE
MOCUBA. ESTUDO DE CASO: CONCESSÃO SOTOMANE, LDA.

UILSSONE LUÍS DE ALMEIDA MALANGO

MOCUBA

2017
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA E DESEMPENHO OPERACIONAL SEMI-


MECANIZADA NA ACTIVIDADE DE CORTE FLORESTAL DA ESPECIE Pterocarpus
angolensis DC, NO POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANJAVIRA, DISTRITO DE
MOCUBA. ESTUDO DE CASO: CONCESSÃO SOTOMANE, LDA.

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango


Supervisor: Eng°. Paulo Mabica Muchoio Búndua

Monografia submetida à Faculdade de Engenharia


Agronómica e Florestal, Departamento de Engenharia
Florestal, Universidade Zambeze, Mocuba, em parcial
cumprimento dos requisitos para a obtenção do nível de
Licenciatura em Engenharia Florestal.

MOCUBA

2017
DECLARAÇÃO DO AUTOR

Eu, Uilssone Luís De Almeida Malango, declaro por minha honra, que esta monografia é o
resultado do meu empenho e sacrifício, e está a ser submetida para a obtenção do nível de
Licenciatura na Universidade Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para obtenção de
nenhum nível ou para avaliação em nenhuma outra Universidade.

______________________________________________
/ Uilssone Luís De Almeida Malango/

Mocuba, __ de __________ de 2017


DEDICATÓRIA

Aos meus pais Almeida Malango e Maria Luís dedico este trabalho;

A minha querida esposa Edma Hedrissa e meus filhos Chelsi, Pricila e Shely

Uilsson, ofereço
AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida, pela saúde, pela bênção e protecção que sempre
me dá.

A toda família Malango, em especial aos meus pais Almeida Malango e Maria Luís, meus
irmãos Elsa, Ligia, Geraldo, Helena e Fernando Malango que de forma incansável deram-me
todo o apoio necessária e suficiente durante a caminha académica.

Ao meu supervisor Eng°. Paulo Mabica Muchoio Búndua, pela orientação, força, amizade e
ensinamentos passados durante a realização do trabalho.

Aos meus amigos Momade Danif, Miguel Costa, Nito Valia, Wilson, Marchante Assura, Clinton
Madeira, Filomena Valia e dr. Virgílio Mutepa.

A Universidade Zambeze, particularmente a Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal


(FEAF - Mocuba), pela oportunidade concedida para a minha formação

E por fim, os meus agradecimentos vão para todos docentes, colegas e funcionários da Faculdade
de Engenharia Agronómica e Florestal que directa ou indirectamente apoiaram no processo da
minha formação

Para todos, o meu muito obrigado!


EPÍGRAFE

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,

enfrentando as consequências.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas

de você muito depressa (...) por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos

com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.

William Shakespeare
Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

Índice

RESUMO ....................................................................................................................................... iii


ABSTRACT ................................................................................................................................... iv
LISTA DE ANEXOS ...................................................................................................................... v
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................... v
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................... v
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................................................... vi
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
1.1. Generalidades ........................................................................................................................... 1
1.2. Problema e justificativa do estudo ........................................................................................... 2
1.3. Objectivos ................................................................................................................................ 3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 4
2.1. Descrição da espécie Pterocarpus angolensis ......................................................................... 4
2.1.1. Ecologia e ocorrência ............................................................................................................ 4
2.2. Exploração Florestal ................................................................................................................ 5
2.2.1. Exploração florestal semi-mecanizada ................................................................................. 6
2.2.2. Factores que afectam a produtividade das máquinas florestais durante o processo de
colheita ............................................................................................................................................ 7
2.2.3. Sistemas de exploração florestal ........................................................................................... 8
2.2.4. Principais equipamentos da exploração florestal .................................................................. 9
2.2.4.1. Motosserras ........................................................................................................................ 9
2.2.4.2. Skidders............................................................................................................................ 11
2.2.4.3. Feller-Buncher ................................................................................................................. 11
2.3. Sector florestal em Moçambique ........................................................................................... 11
III. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 13
3.1. Descrição da área de estudo ................................................................................................... 13
3.1.1. Condições climáticas .......................................................................................................... 13
3.1.2. Vegetação e a fauna ............................................................................................................ 14
3.2. Descrição da motosserra ........................................................................................................ 14
3.3. Amostragem ........................................................................................................................... 15

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango i


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

3.4. Descrição das actividades de corte florestal semi-mecanizada.............................................. 16


3.5. Parâmetros a avaliar ............................................................................................................... 17
3.5.1. Hora programada e efectiva de trabalho ............................................................................. 17
3.5.2. Produtividade tecnológica ................................................................................................... 19
3.5.3. Factores que influenciam na produtividade operacional da exploração florestal semi-
mecanizada .................................................................................................................................... 20
3.6. Processamento e análise de dados.......................................................................................... 20
IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................................... 21
4.1. Tempo gasto e o rendimento da motosserra em actividade de corte florestal ....................... 21
4.2. Desempenho operacional da motosserra na actividade de corte florestal .............................. 22
4.3. Produtividade tecnológica de motosserra no processo de abate e tracagem de toros ............ 26
4.4. Os factores que influenciam na produtividade operacional da exploração semi mecanizada.
....................................................................................................................................................... 27
4.4.1. Factores profissionais.......................................................................................................... 28
4.4.2. Uso dos Equipamentos de Protecção Individual – EPI’s .................................................... 28
4.4.3. Ocorrência de acidentes entre os operadores ...................................................................... 29
V. CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 31
VI. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................. 32
VII. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 33
VIII. ANEXOS ............................................................................................................................. 37

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango ii


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

RESUMO

O presente trabalho teve como o objectivo geral avaliar a eficiência e desempenho operacional
em actividade de corte florestal semi-mecanizada da espécie Pterocarpus angolensis DC. O
trabalho foi realizado na Concessão Sotomane, Lda. Posto Administrativo de Namanjavira,
distrito de Mocuba. Para tal, a metodologia usada foi a entrevista semi-estruturada preliminar e a
selecção dos entrevistados foi com base na amostragem não probabilística por conveniência,
onde foi possível apurar os principais factores que influenciam na produtividade operacional de
exploração florestal. Para as actividades de corte florestal, utilizou-se a motosserra modelo
MS362C-M, potência 3,5kw na operação de corte ou abate das árvores e traçamento de toros
através do método de corte semi-mecanizado. E para o efeito, foi determinado o tempo gasto,
rendimento da motosserra e a produtividade tecnológica adoptados para avaliar o desempenho e
a eficiência da motosserra. Quanto a análise e processamento dos dados foram entrevistados 68
indivíduos, e as respostas dos entrevistados foram codificadas e analisadas através da IBM SPSS
Statistics 21TM com o auxílio do Microsoft Excel 2016TM. Os dados obtidos revelaram para a
distribuição dos tempos totais em minutos dos elementos da actividade de corte florestal 3,18 no
abastecimento de combustível para a motosserra, 3,00 no processo de abate, 3,57 para o
traçamento, 5,08 de tempo de manutenção, 2,73 na mudança de árvores e 4,03 que corresponde a
19% de tempo de interrupção ou improdutivo em minutos. Dos factores que influenciam na
produtividade operacional da exploração semi-mecanizada destacou-se o pessoal, profissional, o
uso dos equipamentos de protecção Individual e a ocorrência de acidentes entre os operadores.
Portanto, a eficiência operacional da motosserra verificada na exploração semi-mecanizada na
concessão Sotomane, Lda, foi considerada média (58,30%) sendo abaixo do recomendado
(superior a 70%).

Palavras-chave: Corte florestal, motosserra, semi-mecanizada, desempenho e eficiência.

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango iii


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

ABSTRACT
The present work had as general objective to assess the efficiency and operational performance
in forest cutting activity or semi-mechanised green-crop species Pterocarpus angolensis DC. The
work was performed in Granting Sotomane, Lda. administrative post of Namanjavira, district of
Mocuba. To this end, the methodology used was the semi-structured interview and the selection
of interviewees was based on non-probability sampling for convenience, where it was possible to
determine the main factors which influence the operational productivity of exploration forestry.
Forest cutting activities, we used the chain saw model MS362C-M, 3, 5kw power in cutting
operation or slaughter of trees and bucking of logs through the cutting method semi-mechanised.
And to that end, it was determined the time spent, income of the chainsaw and technological
productivity adopted to assess the performance and efficiency of the chainsaw. As the analysis
and processing of the data were interviewed 68 individuals, and the answers of the interviewees
were codified and analyzed through the IBM SPSS Statistics 21TM with the aid of Microsoft Excel
2016TM. The data obtained showed for the distribution of the total time in minutes of the
elements of the activity of forest cutting fuel supplies to 3.18 the chainsaw, 3.00 in the slaughter
process, 3.57 to the bucking, 5.08 of maintenance time, 2.73 in change of trees and 4.03 which
corresponds to 19% interrupt time or unproductive in minutes. The factors that influence the
operational productivity or semi-mechanised green-crop exploitation was the personal,
professional, the use of personal protective equipment and the occurrence of accidents among the
operators. Therefore, the operational efficiency of the chainsaw in exploration or semi-
mechanised green-crop in granting Sotomane, Lda, was considered average (58.30%) being
below the recommended (over 70%).

Key-words: Forest cutting, chainsaw, or semi-mechanised green-crop, performance and


efficiency.

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango iv


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

LISTA DE ANEXOS
Anexos 1: Ficha de campo ............................................................................................................ 37
Anexos 2: Questionário................................................................................................................. 38

LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Motosserra ..................................................................................................................... 10
Figura 2: Descrição da área de estudo .......................................................................................... 13
Figura 3: Percentagem de tempo consumida em cada elemento do ciclo ..................................... 21
Figura 4: Percentagem de tempo gasto com interrupções operacionais e não-operacionais ........ 23
Figura 5: Variação da produtividade operacional da motosserra em função do tempo do ciclo
operacional .................................................................................................................................... 27
Figura 6: Distribuição de frequência observada por classe de DAP para os indivíduos de
Pterocarpus angolensis DC. amostrados na área de estudo, posto administrativo de Namanjavira,
Mocuba, província da Zambézia. .................................................................................................. 30

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados de amostragem referente aos ciclos de trabalho na exploração florestal ........... 15
Tabela 2: Elementos considerados de um ciclo com o tempo médio de cada um, em minutos ... 23
Tabela 3: Valores das medidas estatísticas referentes aos ciclos observados. Os dados históricos
médios da produção, da disponibilidade mecânica e da eficiência da motosserra ou equipamento
florestal analisado ......................................................................................................................... 25

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango v


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS


FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations

h Hora

Km2 Quilómetros quadrado

m Metro

MAE Ministério de Administração Estatal

mm Milímetro

PEDDM Plano Estratégico de Desenvolvimento do Distrito de Mocuba

st/h Estere por hora

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango vi


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

I. INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades
A exploração florestal é uma actividade de empreendimento que exige especial
atenção, em virtude de elevados custos para sua execução e do tempo definido
para as suas operações. Entretanto, é necessário a racionalização das
actividades, de modo a garantir a maximização da produtividade e a minimização
dos custos dentro de um planeamento pré-estabelecido (GONÇALVES, 2011).

No corte semi-mecanizado utiliza-se a motosserra como principal máquina de trabalho.


Geralmente nesse tipo de método de corte, o operador de motosserra trabalha com o sistema de
toros curtos, onde a árvore é processada no local do derrube, sendo extraída para a margem da
estrada ou pátio temporário, em forma de pequenos toros com até seis (6) metros de
comprimento (MALINOVSKI et al., 2002).

Segundo MIALHE (1974), o estudo de tempos e movimentos é o método mais importante de


pesquisa em operações florestais, pois o tempo consumido em cada ciclo de trabalho está
associado ao método. Para Souza (1978), o estudo de tempos e movimentos é uma importante
técnica utilizada na racionalização de trabalhos de exploração e transporte florestal.

A medição e o controle do desempenho operacional na exploração florestal é fundamental para


controlar e auxiliar na tomada de decisões, do nível estratégico ao operacional (PELOIA e
MILAN, 2010). A realização de estudos que visam conhecer a capacidade produtiva e as
possíveis variáveis que interferem no rendimento de máquinas e equipamentos da exploração
florestal, tornou-se uma preocupação crescente das empresas florestais, visando ao
desenvolvimento de técnicas que melhorem o desempenho operacional e a eficiência das
máquinas, maximizando a produtividade e reduzindo os custos de produção (SILVA et al.,
2003).

A eficiência de um sistema de exploração florestal depende basicamente do ambiente do


trabalhado. Entretanto, para a sua efectividade, são considerados factores como o clima, o

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 1


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

terreno, a espécie vegetal, a infra-estrutura, o nível de desenvolvimento, a tradição do sistema


utilizado e a estrutura da indústria (LINHARES et al., 2012).

Para CECHIN (2000) os principais factores que influenciam no desempenho operacional das
máquinas, em relação ao operador, são consideradas as horas de alimentação (lanches e água),
descanso e higiene pessoal, o tempo de experiência e o estado de ansiedade do trabalhador,
obstáculos presentes no percurso das máquinas, velocidade de deslocamento da máquina e
tempos de paragens técnicas para manutenção e reparos.

A relevância do estudo da eficiência e desempenho da actividade de corte florestal nesse


trabalho, poderá de certa forma auxiliar na determinação dos parâmetros técnicos como o tempo
e a produtividade que um técnico qualificado, devidamente treinado e com experiência, gasta
para executar uma tarefa trabalhando normalmente. Estes parâmetros poderão ser utilizados no
planeamento e programação para estimativa da eficiência das operações do corte florestal usando
a motosserra.

Neste contexto o trabalho visa avaliar o desempenho operacional e a eficiência da motossera,


utilizada na exploração florestal, na concessão Sotomane, distrito de Mocuba, na província da
Zambézia.

1.2. Problema e justificativa do estudo


O caminho para o atendimento das necessidades crescentes de produtos florestais segundo
MACHADO (2002), se dá por meio de uma produção mais intensa, que, por sua vez, está
associada a uma ampla mecanização, que é o principal meio para elevar a produtividade do
trabalho florestal. A mesma fonte avança que os equipamentos altamente mecanizados são
frequentemente utilizados nas empresas que possuem empreendimentos de grande porte.

Não obstante ao cenário actual, o distrito de Mocuba segundo o SPFFBZ (2015), apresenta um
total de 15 indústrias (pequeno porte) processadoras de madeira, das quais 6 possuem concessões
florestais. A irracionalização nas actividades de exploração florestal aliada a negligência
operacional do sistema de exploração semi-mecanizado, além da falta de informações sobre a

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 2


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

eficiência e desempenho operacional desta actividade, reduz a capacidade produtiva dos


equipamentos de exploração florestal o que ocasiona a baixa produtividade.

A necessidade de uma empresa racionalizar as suas actividades florestais, principalmente


nas fases de corte e extracção de madeira é necessária devido a estas serem itens de
maiores custos na exploração florestal (CECHIN, 2000).

Entretanto, para o efeito, é necessário que se aposte em pessoal experiente e altamente


qualificada no manejamento da motosserra associada um bom ambiente de trabalho como são
exigidas pela ciência da ergonomia, que por sua vez o seu cumprimento irá garantir o aumento
da produção e consequentemente o rendimento da empresa. Por outro lado, a necessidade de
formação constante dos operadores florestais nesse âmbito de trabalho que irá contribuir de sobre
maneira no planeamento das actividades, tendo em conta os parâmetros tempo e produtividade.

1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo geral

Avaliar a eficiência e desempenho operacional em actividade de corte florestal semi-


mecanizada da espécie Pterocarpus angolensis DC. na concessão Sotomane, Lda, Posto
Administrativo de Namanjavira, distrito de Mocuba.

1.3.2. Objectivos específicos

Estimar o tempo gasto e o rendimento da motosserra em actividade de corte florestal;


Determinar a produtividade tecnológica de motosserra no processo de abate e traçagem
de toros;
Analisar o desempenho operacional da motosserra na actividade de corte florestal; e
Identificar os factores que influenciam na produtividade operacional da exploraçao semi-
mecanizada.

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 3


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Descrição da espécie Pterocarpus angolensis


Pterocarpus angolensis DC. é uma árvore leguminosa nativa do continente africano oriental. Sua
distribuição corresponde bem com a das florestas de miombo, que é um cinturão de vegetação
que cobre grandes partes do centro, sul e leste da África. P. angolensis é amplamente utilizado
para vários fins, seja na escultura, carpintaria e medicina tradicional (THUNSTRÖM, 2012).

É uma árvore de médio a grande porte, decídua que pode crescer 30 m de altura. Sua casca em
galhos novos e lisa, cinza e coberto com pelos, e nos ramos mais velhos e hastes é cinza escuro e
áspero. As folhas de Pterocarpus angolensis são compostas com 9 a 25 pares de folhetos. O fruto
é uma vagem circular muito distintiva, grande (até 150 mm de diâmetro), semente central
indeiscente, fina e ondulada. A espécie prefere solos bem drenados, é sensível à geada e reputado
ser resistente ao fogo. Dentro da área de distribuição natural é encontrada em 0-1650 m de
altitude e precipitação anual de 700-1500 mm (JOKER et al., 2000).

2.1.1. Ecologia e ocorrência


Pterocarpus angolensis cresce no sul e leste da África em uma ampla gama de localidades onde
há uma estação seca contrastando com uma estação húmida. Cresce melhor onde é quente e livre
de geadas. O tipo de solo deve ser solo arenoso profundo ou encostas rochosas bem drenadas
onde a precipitação é superior a 500 mm por ano. Cresce bem em áreas de bosques abertos,
como o planalto de Mashonaland no Zimbábue e a região norte de Kwazulu-Natal da África do
Sul, onde assume uma ampla coroa com ramos pesados e é uma espécie pioneira nas margens da
floresta e da floresta. Os melhores espécimes crescem na floresta sazonal fechada do centro de
Moçambique e partes do Malawi, onde às vezes formam suportes puros (SANFILIPPO, 2014).

Pterocarpus angolensis cresce nas áreas quentes e sem geadas no nordeste do país, estendendo-
se para o Zimbabwe, o norte do Botswana, Moçambique e Namíbia e para o norte em outras
partes da África. Cresce em áreas de floresta e bosques, onde a precipitação é superior a 500 mm
por ano, e favorece declives rochosos ou solo bem drenado, profundo e arenoso
(BRANDLOVERS, 2006).

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 4


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

2.2. Exploração Florestal

A colheita ou exploração florestal pode ser definida como um conjunto de operações efetuadas
no maciço florestal, que visa preparar e extrair a madeira até o local de transporte, utilizando-se
de técnicas e padrões estabelecidos a fim de transformá-la em produto final (MACHADO, 2002).

A exploração florestal é a actividade florestal com maior representatividade na formação de


custos da madeira serrada de florestas nativas ou plantadas (OLIVEIRA et al., 1999). Estes
custos em alguns casos representam mais de 50% do total dos custos finais da madeira posta na
indústria (MACHADO, 2002), deixando cada vez mais evidente a necessidade de realizar
estudos que minimizem esses custos e aumentem a produtividade.

Porém, para se chegar a essas informações é preciso entender todas as fases que envolvem essa
actividade e um dos procedimentos adoptados é o estudo de tempo, que segundo Barnes (1997),
é utilizado na determinação do tempo necessário para que uma pessoa qualificada e treinada,
trabalhando em ritmo normal, possa executar uma tarefa específica. O tempo consumido por
determinado método de trabalho pode influenciar a produtividade e a remuneração do ser
humano (MINETTE, 1996).

No entanto, pode ser descrita como um sistema composto por sub-etapas de aproveitamento de
madeira. Entende-se por sistema um conjunto de operações que podem ser realizadas num só
local, ou em locais distintos, devendo estar perfeitamente integradas e organizadas entre si. Esta
integração deve permitir o fluxo constante de madeira, de modo a evitar pontos de
estrangulamento e que os equipamentos alcancem sua máxima utilização (SALMERON, 1981).
Sendo considerada uma das fases mais importantes do maneio florestal, tanto por sua alta
participação no custo final do produto quanto aos riscos de desperdício de matéria-prima
(JACOVINE et al., 1997).

A racionalização desta actividade torna-se cada vez mais necessária, assim como o
beneficiamento, com a utilização de técnicas que visem o máximo aproveitamento da madeira
(JACOVINE et al., 2001). Para obter resultados positivos nesta operação é imprescindível um
planeamento rigoroso que possua detalhamento de todas etapas envolvidas, pois desta maneira

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 5


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

existe condições de haver um maior controle sobre o desperdício, danos a floresta,


aproveitamento dos equipamentos e redução de custos (MINETTE et al., 1991).

Nas florestas nativas o sistema de exploração mais usado é o semi-mecanizado com a utilização
de motosserra para derrubar, desgalhar e traçar. Possuindo como uma das maiores vantagens o
baixo custo de aquisição e a possibilidade de actuação em qualquer tipo de terreno; e
desvantagens como a sua alta periculosidade e seu baixo rendimento individual, em comparação
com os métodos mecanizados (SANT’ANNA, 2002). Para se fazer um planeamento consistente
é necessário saber o tempo gasto em cada etapa dessa operação, os custos envolvidos e a relação
homem-máquina.

A exploração florestal pode ser definida como um conjunto de operações efectuadas no


povoamento florestal, que envolvem desde a preparação e a extracção da madeira até o local de
transporte, mediante uso de técnicas e de padrões estabelecidos, com a finalidade de transformá-
la em produto final. A exploração destaca-se como a fase mais importante do ponto de vista
técnico-económico e inclui as etapas de corte (derrubada, processamento e pré-extracção e de
descascamento em alguns casos) de extracção, empilhamento e carregamento (MACHADO,
2008).

Existem vários métodos e sistemas de exploração e processamento de madeira no


campo, segundo a espécie florestal, idade do povoamento, finalidade a que se
destina o produto, condições gerais da área de exploração. Portanto, o sistema de
exploração e processamento a ser utilizado será uma função de um conjunto de
factores condicionantes. Para cada grupo de condições específicas certamente
existe um método e um sistema de exploração mais indicado, a serem seleccionados para que se
proceda a exploração e o beneficiamento da madeira (SILVA et al., 2003).

2.2.1. Exploração florestal semi-mecanizada


A exploração florestal pode ser descrita como um sistema composto por sub-etapas de
aproveitamento de madeira. Entende-se por sistema um conjunto de operações que podem ser
realizadas num só local, ou em locais distintos, devendo estar perfeitamente integradas e

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 6


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

organizadas entre si. Esta integração deve permitir o fluxo constante de madeira, de modo a
evitar pontos de estrangulamento e que os equipamentos alcancem sua máxima utilização
(SALMERON, 1981).

A exploração de madeira é considerada uma das fases mais importantes do maneio florestal,
tanto por sua alta participação no custo final do produto quanto aos riscos de desperdício de
matéria-prima (JACOVINE et al., 1997). De acordo com Machado (1989), a exploração e o
transporte representam 50%, ou mais, do total dos custos finais da madeira posta na indústria. A
racionalização desta actividade torna-se cada vez mais necessária, assim como o beneficiamento,
com a utilização de técnicas que visem o máximo aproveitamento da madeira (JACOVINE et al.,
2001).

Para obter resultados positivos nesta operação é imprescindível um planeamento rigoroso que
possua detalhamento de todas etapas envolvidas, pois desta maneira existe condições de haver
um maior controle sobre o desperdício, danos a floresta, aproveitamento dos equipamentos e
redução de custos (MINETTE et al., 1991). Ainda são poucos os trabalhos sobre custos e os
existentes são caracterizados pela discrepância em seus resultados, às vezes, até mesmo
conflituantes (OLIVEIRA, 1999).

2.2.2. Factores que afectam a produtividade das máquinas florestais durante o processo de
colheita
A produtividade das máquinas florestais pode ser influenciada tanto por factores externos
referentes às operações florestais como também devido ao maquinário utilizado. Com relação às
variáveis sujeitas de mensuração e que podem interferir na produtividade das máquinas pode-se
considerar, segundo MALINOVSKI, (2011), a declividade do terreno, a espécie a ser utilizada, o
diâmetro da base e dos galhos, a altura e volume individual das árvores, o volume por hectare, o
espaçamento adoptado, o tipo de intervenção que irá ocorrer, tipo de rebrota, a necessidade de
sortimento, a concentração de madeira, a qualidade da actividade anterior, a densidade e
qualidade da malha viária.

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 7


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Pterocarpus angolensis

2.2.3. Sistemas de exploração florestal


O sistema de colheita florestal pode ser definido como um conjunto de actividades, integradas
entre si, que permitem o fluxo constante de matéria-prima, ou seja, da madeira, evitando os
pontos de estrangulamento e exigindo dos equipamentos o máximo empenho de sua capacidade
de utilização (MALINOVSKI e MALINOVSKI, 2000).

Os sistemas de colheita podem variar de acordo com diversos factores, dentre eles a topografia
do terreno, o rendimento volumétrico do povoamento, tipo de floresta, uso final de madeira,
máquinas, equipamentos e recursos disponíveis, volume a ser produzido entre outros
(MACHADO, 2008).

Segundo NOVAIS (2006), a escolha do tipo de sistema mecanizado a ser utilizado deve contar
com algumas variáveis que se não forem levadas em consideração podem resultar em problemas
operacionais e ineficiência, tais como, a experiência e a habilidade da mão-de-obra disponível, as
características morfológicas da espécie florestal para adaptação da máquina àquelas
características, o produto primário, a distância de arraste e transporte, a eficiência da máquina, o
capital requerido e as características do terreno de acordo com tipo de solo e topografia.

De acordo com a classificação FAO, os sistemas de colheita podem ser classificados quanto à
forma da madeira na fase de extracção, ao local onde é realizado o processamento final e ao grau
de mecanização. Em muitos trabalhos adoptam-se critérios quanto à forma da madeira na fase de
extracção: sistemas de toras curtas, compridas e árvores inteiras. Quanto à forma da madeira na
fase de extracção tem-se segundo MACHADO (2008): Sistema de Toras Curtas (Cut-to-length);
Sistema Fustes (Tree-length); Sistema de árvores inteiras (Full-tree); Sistemas de árvores
completas (Whole-tree); Sistema de Cavaqueamento (Chipping).

Sistema de toros curtos (cut-to-length): a árvore é processada no local da derrubada, sendo


extraída e transportada para a margem da estrada ou para o pátio temporário em forma de
pequenas toras podendo medir até seis metros de comprimento. Sistema largamente empregado
por requerer menor grau de mecanização e pela facilidade de deslocamento a pequenas
distâncias, baixa agressão ao meio ambiente e pela possibilidade de ser utilizada em desbastes
(ZAGONEL, 2005).

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 8


Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

Sistema de toros longos ou fuste (tree-length) - é efetuado o desgalhamento e destopamento da


árvore no local do corte e levada para a margem da estrada ou para o pátio temporário em forma
de fuste, com mais de seis metros de comprimento (NOVAIS, 2006).

Sistema de árvores completas (whole-tree) - consiste em arrancar a árvore com seu sistema
radicular, ou parte dele e levá-la para a margem da estrada ou para o pátio temporário, onde será
processada. Porém esse sistema só demanda maior interesse nos casos em que as raízes sejam de
valor comercial, que é o caso das árvores com alta concentração de resina nos potenciais tocos
ou quando são árvores consideradas medicinais (BERTIN, 2010).

Sistema de colheita de árvores inteiras ou full tree caracteriza-se a partir de árvores que são
cortadas e extraídas inteiras até a beira da estrada. Esta técnica pode ser adoptada onde as
condições de relevo e topografia são mais acidentadas e as árvores possuem grandes volumes
individuais (ALVES et al., 2014).

2.2.4. Principais equipamentos da exploração florestal

2.2.4.1. Motosserras
As motosserras tiveram importante participação no processo de mecanização, pois, substituíram
o machado nas operações de corte. Seu corte permite um baixo investimento inicial,
produtividade individual elevada e pode alcançar lugares de difícil acesso às máquinas
especializadas. O surgimento das motosserras livrou o trabalhador do corte manual, considerada
actividade bastante rudimentar (SANTANNA, 2002).

a) Uso e manutenção da motosserra


A motosserra (ver a figura 1) é equipada com um sistema automático de freio da corrente,
diminuindo bastante o risco de algum provável acidente ocasionado por um possível rebote. O
freio é automaticamente accionado devido a força da inércia que atua sobre o peso colocado na
parte dianteira da motosserra. O freio também pode ser accionado manualmente posicionando-o
na direcção do sabre (SIMÕES, 2008).

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Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
Pterocarpus angolensis

Figura 1: Motosserra
Fonte: SOLO (2008)

b) Regras básicas do uso e corte com motosserra


Pare-se com suas pernas separadas, um pé para diante firmemente sobre o chão e assegure-se de
que não vá escorregar; O polegar esquerdo deve rodear a manga anterior para sujeitar
firmemente a motosserra; Mantenha a motosserra perto de seu corpo e trate de suportar seu peso
sobre suas coxas. Mantenha uma distância de pelo menos 2 metros de outras pessoas quando a
motosserra esteja funcionando. O motor da motosserra foi projectado para trabalhar com uma
mistura de óleo gasolina, que contém combustível altamente inflamável (SOLO, 2008).

c) Manutenção
Utilizando correctamente a motosserra e efectuando as devidas manutenções você terá uma
excelente motosserra para facilitar seu trabalho, de forma rápida e eficaz. Sempre certifique-se
de desligar o equipamento antes de efectuar a manutenção e a verificação de sua motosserra.
Nunca estoque combustível ou encha o tanque da motosserra perto de locais que contenham
chama, faísca (eléctrica ou de solda), ou qualquer outra fonte de calor ou fogo que podem
inflamar o combustível (SIMÕES, 2008).

Segundo CECHIN (2000), a motosserra constitui-se essencialmente de duas partes:


o conjunto do motor que é formado por um motor de dois tempos, sendo este alimentado
por um carburador de membranas que transmite sua força através de uma embreagem de
pesos centrífugos;
o conjunto de corte que é composto pelo pinhão, sabre e corrente, a qual corre sobre este
e é lubrificada através de uma bomba de óleo automática.

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Pterocarpus angolensis

2.2.4.2. Skidders
Os Skidders são tractores florestais articulados que realizam o arraste das árvores da área de
corte até a margem da estrada ou pátio intermediário, podendo o material rodante ser de pneus,
semi-esteiras ou esteiras. ALVES et al. (2014), citaram os principais problemas relacionados à
operação de arraste de madeira, como a compactação do solo, passagem da máquina sobre as
pilhas de árvores e arraste de material para a margem do talhão, bem como a perda de
rendimento em função das condições do solo, do povoamento e do clima. Choker Skidders ou
Skidders de cabo tem a actuação em declividades que chegam a ser superiores a 60% ou 31°.

2.2.4.3. Feller-Buncher
Feller- Buncher esta máquina faz o corte das árvores, numa única linha, acumulando algumas
nas garras, através de um “abraço hidráulico”, antes do tombamento. Trabalha no sistema Full –
tree (árvores inteiras) e apresenta um rendimento 80 st/h, cortando de 100 a 200 árvores por hora
(FERNANDES, 2006).

2.3. Sector florestal em Moçambique


A floresta Moçambicana é predominantemente de savana arbórea, de baixa produtividade e
crescimento lento e, as técnicas de repovoamento florestal são pouco conhecidas!
Consequentemente a sua utilização deve ser estritamente sustentável, devendo-se em cada lugar
de exploração florestal retirar o volume anual permissível baseado no crescimento natural do
stock de biomassa (CHITARA, 2003).

Mais de 70% da população de Moçambique está concentrada em áreas rurais e uma porção mais
ampla depende da agricultura para a sua sobrevivência. As florestas, jogam um papel importante
no desenvolvimento económico e além disso satisfazem as necessidades básicas (comida,
combustível, abrigo, medicamento e subsistência) da população rural. Como potencial, as
florestas podem fornecer produtos, que oferecem oportunidades de emprego, e podem gerar
receitas a curto prazo, contribuindo assim, para o desenvolvimento do país (IPEX, 2003).

A exploração florestal é a segunda maior cadeia de valor na produção de madeiras e seus


derivados. São duas modalidades de exploração florestal em uso: (i) a licença simples; (ii)
concessão florestal. Existem cerca de 201 operadores de exploração florestal, sendo 89

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Pterocarpus angolensis

organizados de forma empresarial e 112 madeireiros individuais (licença simples) que possuem
uma capacidade instalada de um pouco mais 200.000 m3 de madeira em toros por ano
(CHITARA, 2003).

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Pterocarpus angolensis

III. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Descrição da área de estudo


O Distrito de Mocuba tem de superfície 9.062 Km2, representando cerca de 8% do território da
Província da Zambézia e fica situado na parte central da Província entre os paralelos 16º 17’ e
17º 32’ Sul e entre os meridianos de 35º 12’ e 37º 35’ Este. Geograficamente (ver a figura 2) o
Distrito de Mocuba é limitado a Norte, pelo rio Nampevo que separa-o do Distrito de Ile e pelo
rio Licungo que separa-o do Distrito de Lugela; a Sul, pelo Distrito de Namacurra; a Este com os
Distritos de Maganja da Costa e Ile; e a Oeste com os Distritos de Milange e Morrumbala,
através dos rios Liciro e Liaze (PEDDM, 2014).

Figura 2: Descrição da área de estudo

3.1.1. Condições climáticas


O clima do distrito, segundo a classificação climática de Thorntwaite, é do tipo sub-húmido (sub-
tropical), sendo influenciado pela Zona de convergência inter-tropical, determinando o padrão de
precipitação, com a estação chuvosa de Dezembro a Fevereiro, associado a outras depressões que
condicionam o estado do tempo nas duas estações, chuvosa e seca. Resulta de Novembro a

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Pterocarpus angolensis

Fevereiro um tempo quente e húmido e de Marco a Outubro um tempo seco e fresco, por vezes
com precipitações irregulares. A precipitação média anual varia de 850 mm na estação de
Chingoma, a 1.300 mm na estação de Malei, a sul da Cidade de Mocuba, e cerca de 1.175 mm na
estação climática de Mocuba (MAE, 2005).

3.1.2. Vegetação e a fauna


A cobertura vegetal do distrito de Mocuba é constituída fundamentalmente por savana tropical
arbustiva com surgimento de algumas zonas com componentes arbóreas de grande valor
económico e exótico, sendo as mais destacadas: Pterocarpus angolensis, Afzelia quanzensis,
Berchemia zeyheri, Millettia stuhlmannii, Dalbergia melanoxlon, Khaya nyassica, Combretum
imberbe, mukarala, nakhwata e murotho (PEDDM, 2014).

A vegetação da área do estudo segundo PEREIRA (2006), é composta por Floresta de Miombo
Semiaberta em estágio de sucessão primária com fisionomia predominante. Essa fisionomia
forma um mosaico na cobertura vegetal da área de estudo relacionado as variações ambientais
(humidade e fertilidade de solo), microclima e até mesmo a ocorrência de fogo (FROST, 1996).
As espécies dominantes, pertencem aos géneros Brachystegia, Julbernardia e Isoberlina, sendo a
Brachystegia spiciformis Benth., Julbernardia globiflora (Benth.) Troupin e Isoberlina sp,
conjuntamente com á espécie Combretum imberbe Wawra, Pteleopsis myrtifolia Engl. & Diels
da família Combretaceae, entre outras (CAMPBELL, et al., 1996).

3.2. Descrição da motosserra


Na Empresa ou Concessão Florestal Sotomane, Lda a motosserra utilizada é da marca STIHL,
modelo MS362C-M, potência 3,5kw, 59cm3 de cilindrada, conjunto de corte 3/8’’ 1,6mm, um
peso de 5,8kg, filtro de ar HD2, Motor 2-MIX, sistema anti-vibratório e um tanque translucido,
utilizada tanto para a corte (derrube) como para o traçagem (desgalhamento e seccionamento). A
equipe era constituída por um motosserrista e um ajudante (1 + 1), que desempenham uma ou
outra actividade, conforme a necessidade e instruções do encarregado.

A equipe trabalha em turno único de 8 horas diárias de jornada teórica, com uma hora de
intervalo para o almoço e realizando pausas para descanso, conforme a necessidade, ao longo da
jornada de trabalho.

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3.3. Amostragem
A amostragem para o presente trabalho foi a Amostragem Aleatória Simples e utilizou-se a
metodologia de Conaw (1977), por meio de um estudo piloto, para inferir estatisticamente sobre
as operações. Foi definido o número mínimo de observações necessárias no ciclo operacional em
cada fase do ciclo de trabalho para proporcionar um erro de amostragem máximo de 10%,
(fórmula 1)


2 2

n  t CV 2
(1)
E
Sendo: n = número mínimo de ciclos necessários; t = valor de t para o nível de probabilidade
desejado (n-1) grau de liberdade; CV = coeficiente de variação, em percentagem e; E = erro
admissível, em percentagem (10%).

No estudo preliminar observou-se o ciclo de trabalho e as actividades parciais que as compõe. A


partir deste, foram elaborados formulários específicos para colecta de dados em fases do ciclo.
Os dados referentes ao estudo são apresentados na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1: Dados de amostragem referente aos ciclos de trabalho na exploração florestal


Ciclos N S n

Abate 100 5,85 29

Medição e traçamento 100 8,23 45

Sendo: N = população amostrada; n = número mínimo amostras necessárias. S = desvio-padrão da amostra. Fonte:
Gonçalves (2011).
Após a realização do estudo preliminar (piloto) foram confeccionadas planilhas de colecta de
dados com todas as fases de cada operação definidas, realizando a colecta de dados marcando-se
o tempo de cada fase. Com os tempos definidos, foram possível obter a partir de cálculos, a hora
efectiva de trabalho e a produtividade, contabilizando-se os percentuais de tempo de cada
operação e tempos improdutivos. As informações necessárias relativo ao uso da motosserra
foram colhidas através do questionário aos proprietários da concessão.

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Pterocarpus angolensis

3.4. Descrição das actividades de corte florestal semi-mecanizada


a) Operação de corte ou abate das árvores

A operação de corte consistiu no abate e no traçamento dos toros, em que foi necessário
identificar o número de operadores directamente ligada ao uso da motosserra (Motosserristas
e/ou Ajudantes). Nesta operação de corte ou abate utilizando a motosserra, foram avaliadas
preferencialmente três variáveis a destacar: (i) o tempo; (ii) o rendimento; (iii) produtividade
tecnológica e a (iv) eficiência.

b) Actividades parciais no abate

Actividades efectivas da motosserra – de modo a analisar o desempenho operacional e as


actividades directamente relacionadas ao trabalho que a empresa efectua regularmente. Foram
observadas as operações de derrube, desgalhamento, traçamento, preparo da madeira para o
arraste e o empilhamento. De forma geral no presente trabalho as actividades preliminares que
foram analisadas nesse estudo foram as seguintes:
Limpeza: esta actividade consistiu no acto de cortar ou serrar transversalmente os toros
em árvore derrubada, a fim de facilitar o posterior manuseio da madeira. Segundo
CECHIN (2000), esta actividade quase sempre vem associada ao traçamento, sendo
poucos os sistemas de colheitas que desvinculam estas duas tarefas.
Derrubada: a equipe realiza cortes ao redor da árvore, de modo a levá-la a cair;
Traçamento: já com a árvore caída, a equipe realiza corte no tronco de modo a separar o
toro comercial da copa da árvore.
Actividades gerais (não directamente ligadas ao objecto de trabalho e ocorrem de modo
irregular) foram:
Tempo causal: interrupção do decurso do trabalho devido a uma perturbação (danos
técnicos na motosserra, abastecer com gasolina e óleo a motosserra);
Pessoal: interrupção do decurso do trabalho devido a satisfação de uma necessidade do
trabalhador (descanso, fumar, beber água).

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c) Descrição do método de exploração semi-mecanizada utilizado


O sistema adoptado foi o de toros curtos e o método de corte foi semi-mecanizado com o uso de
motosserra. A jornada de trabalho das equipes de exploração florestal era de 8h diárias. Sendo
que a actividade do corte florestal semi-mecanizado foi executada por uma equipe no sistema
(1+1), ou seja, um operador de motosserra com um ajudante. Essa actividade apresentava um
turno de 5h diárias de trabalho, com uma (1) hora de pausa para o almoço. O mesmo tinha início
às 08h00min e termino às 13h00min, sendo que das 10h00min às 11h00min era considerada para
tempo do almoço.

Essa actividade engloba as operações de derrube, deslocamento, medição, traçamento e as


interrupções para abastecimento, afiação da corrente, descanso e pausa (almoço). Os toros
possuíam comprimentos variáveis, devido a qualidade da árvore e a pretensão da indústria
florestal (serração florestal) para posterior tombamento, empilhamento e carregamento manual.

A extracção da madeira no interior da área era feita por dois (2) trabalhadores por
meio do tombamento manual. Essa actividade era executada na mesma área com o mesmo turno
de trabalho de 5 horas como o corte florestal. As operações que compõem essa actividade é o
enleiramento dos galhos, tombamento manual (citado anteriormente) e as interrupções para
descanso e pausa (almoço). Na margem da estrada o empilhamento dos toros (2,20m) era feito de
forma manual e reuniam todos os 4 trabalhadores (operador + 3 ajudantes). Essa actividade era
durante turno da tarde, iniciando às 13h00min e encerrando às 16h00min.

3.5. Parâmetros a avaliar

3.5.1. Hora programada e efectiva de trabalho


A hora efectiva de trabalho foi determinado através da soma do tempo gasto para a realização
das operações de derrube, medição e traçamento dentro da actividade de corte (todas essas
actividades dentro do processo de exploração semi-mecanizada). Utilizou-se valores relativos ao
número de horas programadas e efectivas de trabalho da motosserra e motivos de paragens,
obtidos de arquivos históricos, de 2016. Com base nestes dados, calculou-se as horas totais de
trabalho, eficiência operacional e disponibilidade mecânica da motosserra.

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Pterocarpus angolensis

Os dados foram retirados dos relatórios mensais referentes às actividades florestais da empresa.
Nestes, constavam o número de horas programadas para o trabalho das máquinas (horas da
jornada de trabalho teórica diária multiplicada pelo número de dias programados para as
máquinas trabalharem por mês. As horas de trabalho e a eficiência das máquinas foram obtidos a
partir fórmula (2), bem como as horas totais das mesmas pela fórmula (3), ambas fórmulas
proposta por CECHIN (2000).

PA  (DE  MD  RE  MA  TR  OU) (2)


Onde:
PA = horas em que a máquina esteve parada;

DE = tempo de deslocamento das máquinas;

MD = tempo de mudança das máquinas;

RE = reparos;

MA = manutenção;

TR = trocas e

OU = outros.

i. As horas totais de trabalho (fórmula 3):

HT  HE  PA (3)
Onde:
HT = horas totais de trabalho das máquinas no mês;

HE = horas de trabalho efectivo das máquinas no mês e

PA = horas em que a máquina esteve parada.

ii. Eficiência Operacional

A eficiência operacional foi determinada pela fórmula proposta por BIRRO (2002), que é a
percentagem do tempo efectivo do trabalhado em relação ao tempo total programado para o
trabalho, conforme ilustra a fórmula (4):

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 HE 
E(%)    * 100 (4)
 HE  PA 

Onde: E (%) = percentagem de eficiência das máquinas; HE = horas de trabalho efectivo das máquinas
no mês e PR = horas programadas para as máquinas trabalharem no mês.

O desempenho operacional da motosserra determinou-se por meio da análise das horas de


trabalho da motosserra (horas programadas, efectivas e paradas) e da disponibilidade mecânica,
que, segundo Simões e FENNER (2010), é definida como o percentual do tempo de trabalho
delineado à máquina mecanicamente apta a desenvolver suas operações, o qual consiste em se
desconsiderar o tempo despendido para efectuar reparos ou manutenção, conforme a fórmula (5).

Dm(%) 
HE  HM  * 100 (5)
HE

Onde: Dm = grau de disponibilidade mecânica (%) e HM = tempo de interrupção para efectuar reparos
ou manutenção (horas).

A capacidade produtiva da motosserra analisada obteu-se através da determinação das horas


efectivas de trabalho realizado pela motosserra, da eficiência e do rendimento das mesmas. Os
dados relativos à jornada de trabalho teórica da motosserra, número de dias úteis do mês e
rendimento das máquinas obtidos através de informações fornecidas pela empresa. Determinou-
se as horas programadas por mês pelo trabalho da máquina (fórmula 6):

PR  JT * ND (6)

Onde: PR= horas programadas para as máquinas trabalharem no mês; JT = jornada de trabalho
teórico diário e ND = número de dias úteis do mês.

3.5.2. Produtividade tecnológica


A determinação da produtividade (m³.h-1) foi com base na metodologia de Burla (2001),
utilizando o volume de madeira, o número de árvores abatidas por hora efectiva de trabalho.
Assim foi contado o número de árvores em um determinado intervalo de tempo, chegando-se ao
volume (m³) médio cortado por hora efectiva.

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O tempo total obteve-se através do somatório dos tempos parciais de trabalho efectivo. Para o
cálculo da produtividade da operação de corte, utilizou-se a seguinte expressão (formula 8).

Vol
Prod  (8)
T

Onde: Prod. = Produtividade da operação (m³.h-1); Vol. = volume de madeira na operação (m³); e ΣT =
somatório dos tempos parciais de trabalho efectivo (horas).

3.5.3. Factores que influenciam na produtividade operacional da exploração florestal semi-


mecanizada
Para o levantamento dos factores que influenciam na produtividade do corte florestal com o uso da
motosserra na concessão florestal Sotomane, Lda, foi realizada uma entrevista semi estruturada a empresa
e aos potenciais operadores florestais.

Para a empresa as principais informações levantadas foram: (i) método de planificação usado; (ii)
oportunidade de treinamento aos operadores; (iv) método de corte; (v) remuneração; (vi) fornecimento de
lanche; e (vii) ambiente de trabalho.

Para o operador florestal as principais informações levantadas foram: (i) idade; (ii) escolaridade; (iii)
origem; (iv) experiencia profissional; (v) horário de trabalho e (vi) Equipamentos de Protecção Individual
(EPI’s).

3.6. Processamento e análise de dados


O processamento de dados foi com base em informações do questionário, fichas técnicas
fornecidas e dados colectados no terreno, e procedeu-se da seguinte maneira: as respostas dos
entrevistados foram codificadas para facilitar o processamento de dados. No entanto, as respostas
codificadas foram introduzidas na planilha do Microsoft Excel 2016TM para posterior análise
estatística na IBM SPSS Statistics 21TM. Após a colecta dos dados, estes foram compilados,
distribuídos e organizados na folha do Microsoft Excel 2010TM. Em seguida, submetidos ao teste
estatístico para cálculo dos valores máximos, mínimos, médios, desvio padrão e coeficientes de
variação (%) para cada variável.

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Tempo gasto e o rendimento da motosserra em actividade de corte florestal


A distribuição dos tempos totais dos elementos da actividade de corte florestal semi-mecanizado
é apresentada na figura 3.

Figura 3: Percentagem de tempo consumida em cada elemento do ciclo

Estes valores correspondem ao tempo consumido em percentagem em cada fase do ciclo


operacional na jornada de trabalho diário na actividade de corte florestal
semi-mecanizado, obtendo-se 30% de hora efectiva de trabalho para uma jornada
de 8 horas. GONÇALVES (2011) em seu estudo sobre análise técnica das actividades de colheita
semi-mecanizada em áreas declivosas no sul do espírito santo, obteve 58% de hora efectiva de
trabalho para uma jornada de 5 horas. Esta discrepância deve-se aos altos valores de tempo de
manutenção e tempo improdutivo (pausas), verificadas durante a jornada de trabalho na
concessão Sotomane, e por outro lado, pelo facto do equipamento no momento de estudo não se
apresentar em perfeitas condições.

A operação de medição e traçamento foi a que consumiu o maior percentual de tempo em relação
ao tempo de corte, 16% do tempo total, em geral essa operação é a mais desgastante da
actividade de corte semi-mecanizado devido ao longo tempo despendido para sua execução. Para

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as interrupções mecânicas, as paradas destinadas a afiação da corrente foi de 23% do total da


actividade, consumindo maior parte do tempo. O abastecimento da motosserra consumiu 15% de
tempo total. Ambas as interrupções são essenciais para realizar o manuseio adequado da
máquina, além de apresentar bom desempenho de corte. As pausas (19%) representaram um
tempo maior do que as operações de derrube e deslocamento.

Os aspectos acima mencionados, se deve ao facto de que a exploração semi-mecanizada em área


declivosa ser uma actividade desgastante, pois, envolve elevado esforço físico e está sujeita aos
factores adversos do meio (radiação, calor, precipitação). Assim o trabalhador necessita de mais
tempo para pausas.

4.2. Desempenho operacional da motosserra na actividade de corte florestal


Na figura 5 estão apresentadas às interrupções operacionais e não-operacionais com suas
respectivas percentagens de tempo. As interrupções operacionais consumiram pouco mais de
58% do tempo perdido com interrupções, as mais frequentes foram: uso cunha, desprendimento
da corrente, problemas com engate do sabre, corte de correcção e corte de aproveitamento. Corte
de correcção consiste na retirada de restos de sapopema que ficam na base da árvore, com o
intuito de facilitar o engate da corrente na actividade de pré-arraste.

O corte de aproveitamento é realizado quando no momento da queda da árvore ocorre rachadura


da base até um determinado ponto ou quando existe a presença de oco até uma determinada
altura, então esta parte é descartada. As interrupções não-operacionais ficaram com 42% do total
do tempo (figura 4), destacando-se descanso pela fadiga dos trabalhadores, limpeza do suor, não
se efectivando as horas programadas por trabalharem com metas diárias.

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Figura 4: Percentagem de tempo gasto com interrupções operacionais e não-operacionais

Na tabela 2 encontram-se os elementos do ciclo com o tempo médio gasto em cada um deles,
onde a tempo de manutenção foi de 5,08 min, sendo a actividade que mais tempo consumiu,
seguida do tempo improdutivo (pausas) com 4,04 min. Parte do tempo gasto na manutenção
deveu-se a avarias da motossera. BATISTA (2008), obteve maior tempo na limpeza para o corte
foi de 2,76 min, sendo a actividade que mais tempo consumiu, seguida pela actividade de
mudança de árvore (2,69 min). Parte do tempo gasto na limpeza deveu-se a necessidade de
retirada de cipós, muitas vezes com diâmetro superior a 10 cm e parte do tempo gasto na
mudança de árvore ocorreu pela quantidade de árvores ocas encontradas (24% do total).

Tabela 2: Elementos considerados de um ciclo com o tempo médio de cada um, em minutos

Elementos do ciclo Tempo (min)


Abastecimento 3,18
Abate (corte) 3,00
Traçagem 3,57
Tempo de manutenção 5,08
Mudança de árvore 2,73
Tempo improdutivo 4,03
Tempo médio 21,59

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As medidas estatísticas (Tabela 3) encontradas referentes aos ciclos observados mostram que o
tempo máximo encontrado foi de 36,62 min, o mínimo de 3,30 min, apresentando tempo médio
de 11,52 min, com intervalo de confiança (95%) de 1,53 minutos, para o corte de uma árvore
com DAP médio de 50,02 cm e altura comercial média de 7,33 m.

O desvio padrão foi de 6,31 min com um erro admissível de 1,96 min. BATISTA (2008), no
estudo similar na Amazónia central, Manaus - Brasil observou o tempo máximo encontrado foi
de 49,03 min, o mínimo de 4,67 min, apresentando tempo médio de 14,85 min, com intervalo de
confiança (95%) de 0,84 min, para o corte de uma árvore com DAP médio de 70,73 cm e altura
comercial média de 16,96 m. O desvio padrão foi de 6,39 min e a incerteza dos dados foi 5,71%.
Houve uma ligeira diferença devido as espécies serem diferentes, em relação a suas densidades,
durabilidade, resistência e crescimento (DAP e altura).

Considerando o intervalo de confiança encontrado, tem-se que o tempo médio de corte ficou
entre 9,99 e 13,48 min. O trabalho realizado por UHL et al. (1991), na região da Tailândia (PA)
encontrou o tempo de 14,00 min, ou seja, dentro deste intervalo de confiança.

Os trabalhos realizados por OLIVEIRA FILHO (1997) que na mesma região encontrou 15,93
min; por KRÄMER et al. (1993) em seu estudo sobre a viabilidade do maneio florestal
sustentável, realizado em Monte Dourado/Jarí, Pará (16,30 min) e por HIGUCHI et al. (1993)
que trabalhando em área de várzea no Estado do Amazonas encontraram um tempo médio de
21,65 min, para árvores com diâmetro médio de 110 cm, estão acima do intervalo de confiança
encontrado. Sendo que este último foi o maior valor encontrado dentre estes estudos.

Os estudos realizados por MINETTE et al. (1991), na Estação Experimental de Silvicultura


Tropical, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazónia encontraram 12,95 min. As diferenças
entre estes tempos em relação a média encontrada podem estar relacionadas com o diâmetro
médio das árvores cortadas. Pois, é possível verificar nestes trabalhos que os diâmetros menores
consumiram menos tempo. Já o maior diâmetro, encontrado por HIGUCHI et al. (1993), foi o
que mais tempo consumiu.

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Pterocarpus angolensis

Tabela 3: Valores das medidas estatísticas referentes aos ciclos observados. Os dados históricos médios da
produção, da disponibilidade mecânica e da eficiência da motosserra ou equipamento florestal analisado

Medidas Estatísticas HT PA HE E (%) Dm (%) PR Prod.


Máximo 36,62 21,25 26,62 100,00 100,00 176,00 23,57
Mínimo 3,30 0,00 1,60 15,03 50,22 176,00 3,02
Média 11,52 5,05 6,47 58,30 75,11 176,00 11,29
Desvio Padrão 6,31 3,76 3,92 17,42 90,88 - 5,42
CV(%) 54,76 74,44 60,66 29,88 50,81 - 48,02
Erro padrão 1,96 - - - - - -
IC (95%) 1,53 0,91 0,95 4,22 22,00 - 1,31
Onde: PA = horas em que a máquina esteve parada (min); HT = horas totais de trabalho das máquinas (min); HE:
horas efectivas de trabalho das maquinas (min); E(%) = percentagem de eficiência das máquinas; Dm(%) = grau de
-1
disponibilidade mecânica; PR = horas programadas para as máquinas trabalharem (h. mes ); e Prod. =
produtividade da operação (m3. h-1).

Durante o período do estudo, verificou-se que a disponibilidade mecânica da motossera, que se


refere à aptidão da máquina para se encontrar em perfeitas condições de trabalho (CANTO,
2003), foi de 75,11%, estando abaixo do valor encontrado por SILVA et al. (2010), que foi em
média de 90,3%, por Simões e FENNER (2010a), que foi em média de 90,4%, e OLIVEIRA
(2013), no estudo sobre análise operacional e custos de sistemas de colheita de madeira em
povoamentos de Eucalipto, do tractor florestal Harvester, no IRATI-PR, com 80,1%.

Deve-se ressaltar que, dentre as interrupções observadas, 19% foram relacionadas à operação e
23% referentes às paradas por manutenção mecânica, mostrando assim, que o aumento da
disponibilidade mecânica é de fundamental importância para a obtenção de maior produtividade.
Para tanto, a medição e o controle do desempenho operacional de máquinas florestais são
fundamentais para controlar e auxiliar na tomada de decisões, do nível estratégico ao operacional
(PELOIA e MILAN, 2010).

Em função da baixa disponibilidade mecânica e técnica, encontrou-se uma eficiência operacional


média de apenas 58,30%, estando abaixo do recomendado por Machado (1989), que sugere que
os valores não sejam inferiores a 70%. Este valor pode ser justificado em função das frequentes

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Pterocarpus angolensis

interrupções, principalmente, para acções de manutenção correctiva, conforme discutido


anteriormente.

Além dos cenários acima referenciado, é importante salientar que a eficiência operacional
depende do nível de treinamento recebido pelo operador, da experiência na função, da melhor
adaptação da máquina ao operador e, principalmente, da quantidade de perda ou impedimento de
trabalho através de paradas (CANTO, 2003). Porém, trata-se de uma operação semi-mecanizada,
que exige grande dispêndio de energia por parte do trabalhador, este índice pode ser considerado
satisfatório.

4.3. Produtividade tecnológica de motosserra no processo de abate e tracagem de toros


A produtividade operacional média por hora de trabalho da motosserra na execução de corte,
considerando uma eficiência operacional de 58,30%, foi de 11,29 m3.h-1. BURLA (2008), em
estudo de corte de florestas de eucalipto reportou valor de 28,0 m³.h-1. Sendo o menor valor
analisado, pode ser o facto de a máquina ter avarias constantes e muitas pausas demandando
assim, maior tempo do ciclo operacional que diminuiu o valor de produtividade da operação. Já
BERTIN (2010), estudando o corte de florestas de Eucalyptus grandis com o Harvester,
encontrou um valor 41,6 m³.h-1, que pode ser explicado devido à eficiência operacional da
máquina.

Portanto, fica evidente a possibilidade da motosserra aumentar a produtividade. Para tal, é


necessário aumentar a sua eficiência operacional, por meio de adopção de algumas medidas,
como maior eficiência da manutenção mecânica, planeamento operacional que reduza o nível de
avarias e intensificação das verificações diárias e abastecimento durante as trocas de turno.

Por meio da análise dos valores da estatística descritiva (tabela 3) e seguindo os preceitos citados
por Gomes e GARCIA (2002), que citam que a variabilidade de um atributo pode ser classificada
através dos valores de coeficiente de variação (CV) como baixo (≤ 10 %), médio (10% – 20%),
alto (20% – 30%) e muito alto (> 30%), observa-se que a variável produtividade operacional
(Prod.) da motossera apresentou um coeficiente de variação (48,02%) considerado muito alto e
grande amplitude de valores, porém, considerado normal devido às características da operação.

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A variável volume médio do ciclo (VMC) teve baixa variação e dispersão em seus valores.
Enquanto o tempo médio do ciclo (TMC) apresentou variação muito alta e grande amplitude de
valores.

A variabilidade nos valores da produtividade e tempo médio do ciclo operacional da motosserra


ocorreu, principalmente, em função dos tempos de manutenção da motosserra.
Operacionalmente, observou-se que não existiu avarias em todos os ciclos, pois muitas vezes, a
motosserra completava um ciclo operacional sem avariar, resultando assim numa variação maior
no tempo total do ciclo que foi a principal variável de interferência na produtividade, como pode
ser visto na figura 5 que demonstra variação dos valores de produtividade estimada em função do
tempo médio do ciclo.

Figura 5: Variação da produtividade operacional da motosserra em função do tempo do ciclo operacional

4.4. Os factores que influenciam na produtividade operacional da exploração semi


mecanizada.

4.4.1. Factores pessoais


Com relação à idade dos entrevistados, esta variou de 25 anos para o operador mais novo e 39
anos para o operador mais velho, mostrando uma grande disparidade entre eles. No entanto, a
idade média entre eles é de 32 anos.

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Ainda, de acordo com a pesquisa, entre os operadores entrevistados todos tem o estado civil de
casado. A maioria dos operadores declarou ter acima de dois (2) filhos. Ainda com relação aos
factores pessoais dos operadores, o nível de escolaridade dos entrevistados é baixo (básico).

Em conversa com supervisor da área levantou-se, que é uma exigência de contratação que o
candidato possua ao menos o ensino fundamental completo. Pois facilita o entendimento frente
aos treinamentos que a empresa precisa oferecer, antes que esses colaboradores possam exercer a
sua função.

4.4.1. Factores profissionais


Todos os entrevistados se apresentaram como funcionários que exercem a função de
motosserrista. Recebem um valor de salário fixo, além de remuneração pelas horas a mais
trabalhadas, ou seja, pagamento pela hora-extra de trabalho quando excede às oito (8) horas
diárias. Que segundo os entrevistados é pouco frequente excederem as horas normais, devido à
empresa terceira acompanhar o horário da empresa contratante.

Todos os operadores receberam treinamento teórico e pratico ao iniciar na empresa, sendo que
este treinamento é repetido uma vez ao ano e fazem teste prático junto
a operadores mais antigos antes de começar a trabalhar.

A jornada de trabalho é de oito (8) horas diárias para todos os operadores entrevistados, estando
de acordo com o estabelecido pela legislação trabalhista. A empresa concessionaria Sotomane,
Lda é responsável pela contratação dos trabalhadores fornece a alimentação diária dos
operadores enquanto os mesmos estão cumprindo a jornada
de trabalho. A mesma é levada ao local de trabalho e servida em condições adequadas
(qualidade, temperatura e conforto). Ponto que é elogiado pelos operadores.

4.4.2. Uso dos Equipamentos de Protecção Individual – EPI’s


Quando perguntados sobre a importância do uso do Equipamento de Protecção Individual – EPI,
100% dos operadores afirmaram ter conhecimento dos mesmos e achar importante os seus usos,
no entanto, não deixaram de ressaltar ser desconfortável, mas sabem da importância para a
própria segurança. Também foi unânime a resposta de que todos os operadores conhecem a

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função dos EPI’s indicados para uso pelos motosserristas. A empresa a qual os operadores
entrevistados pertencem fornece todos os EPI’s necessários para a actuação segura de suas
actividades.

4.4.3. Ocorrência de acidentes entre os operadores


Devido às peculiaridades da actividade de operador de motosserra, os acidentes de trabalho entre
eles são bastante comuns. No entanto, para este grupo amostrado, pelos motivos já citados, a
ocorrência de acidentes é bem menor do que o observado em geral.

Quando perguntados se já haviam sofrido algum tipo de acidente de trabalho


durante a execução da actividade de operador de motosserra, todos (100%) afirmaram que sim.
Dos operadores entrevistados que já sofreram acidente de trabalho, a maioria afectado nos
membros inferiores poucos os membros superiores.

Os acidentes envolvendo membros superiores ocorrem em grande parte, quando operador em seu
intervalo de descanso, aproveita para afiar os dentes da corrente e acaba se cortando, por
executar a actividade de afiação sem o uso das luvas de protecção. Ou ainda pelo atingimento de
galhos na hora do traçamento.

A produtividade operacional de um sistema de exploração florestal relacionado a características


do povoamento (diâmetro, densidade, volume, volume por hectare, altura, rectidão do fuste,
alinhamento do plantio, volume individual das árvores), temos apresentado na figura 7 que
ilustra distribuição de frequência observada por classe de DAP para os indivíduos de
Pterocarpus angolensis DC.

Pós, verifica-se que a distribuição diamétrica se comportou como esperado para população em
florestas inequiâneas, com a curva de distribuição assemelhando-se ao “j–invertido”. Observa-se
ainda, alta concentração de indivíduos próximas as classes de diâmetro iniciais, onde para
diâmetro que se encontram no intervalo de classe 43,51cm a 60,54cm, as árvores representaram
80,88% das encontradas na floresta (figura 6). Nas primeiras idades, o número de árvores por
hectare foi maior nas menores classes diamétricas. Com o passar do tempo, o número de árvores
por hectare diminuiu nas menores classes diamétricas. Como consequência, temos maior

Autor: Uilssone Luís De Almeida Malango 29


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produtividade da motossera, conforme aumenta-se o diâmetro médio das árvores, aumenta-se o


volume por hectare e diminuindo, consequentemente, os custos de produção (BURLA, 2008).

Figura 6: Distribuição de frequência observada por classe de DAP para os indivíduos de Pterocarpus angolensis
DC. amostrados na área de estudo, posto administrativo de Namanjavira, Mocuba, província da Zambézia.

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V. CONCLUSÕES
Com base nos objectivos apresentados, os resultados obtidos e nas condições em que foi
realizado o presente trabalho foi possível concluir que

Os tempos gastos nas actividades de corte florestal foram de 3,18 no abastecimento, 3,00
no processo de abate, 3,57 para o traçamento, 5,08 de tempo de manutenção, 2,73 na
mudança de árvores e 4,03 que corresponde a 19% de tempo de interrupção ou
improdutivo em minutos respectivamente;
O desempenho operacional das motosserras, na actividade de corte florestal observou-se
que a variável produtividade tecnologica da motosserra foi de 11,29 m3.h-1 e apresentou
um coeficiente de variação (48,02%);
O desempenho operacional analisado foi baixo devido a baixa disponibilidade mecânica e
técnica, e a eficiência operacional encontrado foi média (58,30%) sendo abaixo do
recomendado (superior a 70%);
Os factores identificados que influenciam na produtividade de exploração florestal semi-
mecanizada na Concessão Sotomane, Lda são os factores pessoais, profissional, o uso dos
Equipamentos de Protecção Individual e a ocorrência de acidentes entre os operadores.

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VI. RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se que a empresa faça manutenção das motosserras sempre que se finalize
uma etapa de trabalho de corte florestal, a fim de que a empresa possa obter um melhor
rendimento das suas máquinas e/ou equipamentos florestais, bem como diminuir os
custos operação;
Esta realize uma análise económica das suas actividades florestais em função dos
resultados obtidos, visando aumentar a disponibilidade operacional das máquinas e/ou
equipamentos florestais da empresa; e
Realize um controle mais eficiente das horas que as máquinas ficam paradas,
afim de que possa aumentar as horas de trabalho efectivo das mesmas e
consequentemente, aumentar a produção e a eficiência das mesmas.

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Avaliação da eficiência e desempenho operacional semi-mecanizada na actividade de corte florestal da espécie
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VII. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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Pterocarpus angolensis

VIII. ANEXOS
Anexos 1: FICHA DE CAMPO

Empresa:
________________________________________________________________________________________
Parcela: ________________ Data: _____/___________/20____ ___
Nome do Motosserrista: ____________________ Nome do ajudante: ______________________

1. Ficha composta de Inventário Florestal Integrado, Elementos considerados de um ciclo com o tempo médio
de cada um, em minutos e Abate de indivíduos.

No Espécie Coord. Geogr. “XY” DAP HT HC Qual. Obs.

Elementos do ciclo Tempo (min)


Limpeza para o corte
Preparo para o corte
Corte de derrubada/Corte propriamente dito
Deslocamento para destopamento/traçagem
Destopamento/traçagem
Mudança de árvore
Interrupções (Reparos, Manutenção, Troca, Outros)

Registro de Abate
Espécie Coord. Geogr. Diâmetro do toro [cm] L Obs.
X Y D1 D2 D3 D4 [m]

Registo do Corte de Ramadas


Diâm. da ramada [cm] L Obs.
D1 D2 D3 D4 [m]

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Onde: Nº = número da árvore; DAP: diâmetro à altura do peito (1,30m); HT: altura total; HC: altura comercial; Qual: qualidade
do fuste (1 = recto; 2 = levemente torto; 3 = torto); X e Y = coordenadas de localização; Obs. = observações gerais (ex. cepos,
abelhas, indivíduo morto, ocado, quebrado, etc.); D1 & D2 = diâmetros da base do toro, D3 & D4 = diâmetros do topo do toro e
L = comprimento do toro.

Anexos 2: QUESTIONÁRIO

1. A Empresa:

1. Como tem se feito o planeamento da exploração florestal e quais são as etapas


envolvidas?

______________________________________________________________________________
________________________________________________________

2. Os funcionários que operam na actividade de exploração florestal são qualificados e


treinados?

______________________________________________________________________________
________________________________________________________

3. Qual é o método determinado para o trabalho?

______________________________________________________________________________
________________________________________________________

4. Como tem sido remuneração dos trabalhadores? Quanto?

______________________________________________________________________________
________________________________________________________

5. Os operadores recebem as alimentações/refeições no campo? Quantas?

________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________

6. Quais são condições de trabalho oferecidas pela empresa?

______________________________________________________________________________
________________________________________________________

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Pterocarpus angolensis

7. A empresa oferece treinamento todos os anos para os operadores de motosserra?


________________________________________________________________________
______________________________________________________________

2. Aos funcionários:

1. Idade: _____

2. Escolaridade: _________________

3. Origem: A. Meio rural [ ] B. Meio urbano [ ]

4. Experiência profissional (tempo de trabalho e experiência na actividade):____

5. Já fez algum treinamento para trabalhar de motossera? A. Sim [ ] B. Não [ ]

6. Qual é o seu horário de trabalho? ______________________________________

1. Este horário é fixo? A. Sim [ ] B. Não [ ]

7. Faz horas extras de trabalho? A. Sim, com que frequência [ ] B. Não [ ]

8. Faz o uso de equipamento de protecção individual? A. Sim [ ] B. Não [ ]

1. Se é que “Sim” qual(is):

1. Capacete [ ]
2. Protector facial [ ]
3. Protector auricular [ ]
4. Luvas [ ]
5. Calça de náilon [ ]
6. Perneira [ ]
7. Botas [ ]

Acha importante o uso dos equipamentos de protecção individual?

Sim [ ] B. Não [ ]

1. Se sente confortável com os equipamentos de protecção individual?

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Sim [ ] B. Não [ ]

2. Qual dos equipamentos mais incomoda? E por quê? _______________________

3. Na sua opinião qual(is) o problema de se trabalhar com motosserra?

Ruido [ ] B. Vibração [ ] C. Peso [ ] D. Outros [ ]

4. Já teve acidente de trabalho? A. Sim, Qual foi? [ ] _____________ B. Não [ ]

5. Saúde (ocorrência de dores durante ou após a jornada de trabalho):

Sim, em que região [ ] _____________ B. Não [ ]

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