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Engenharia Florestal
Diamantina
2020
Júlio César Lelis Formiga
Diamantina
2020
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro ao Grande Arquiteto do Universo que além de possibilitar a
Aos meus pais Boanerges e Idice, as minhas irmãs Geane, Flávia e Gessiara,
realização do meu sonho. Graças aos meus sobrinhos Maria Clara e Heitor percebo ainda mais
a importância da família.
Florestais, foi uma experiência única de muito aprendizado, desafios, tenho certeza que vocês
marcaram minha vida e mais uma vez pude me cercar de pessoas inspiradoras.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO..............................................................................................15
2.1 Importância do setor florestal..........................................................................................15
2.2 Colheita florestal...............................................................................................................16
2.3 Sistemas de colheita..........................................................................................................19
2.4 Tempos e movimentos.......................................................................................................19
3 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................21
3.1 Local de estudo..................................................................................................................21
3.2 Sistema de colheita florestal.............................................................................................22
3.3 Características técnicas da máquina avaliada...............................................................22
3.4 Coleta de dados e estudo de tempos e movimentos........................................................23
3.5 Disponibilidade mecânica................................................................................................26
3.6 Eficiência Operacional.....................................................................................................26
3.7 Produtividade e consumo de combustível.......................................................................26
3.8 Análise estatística..............................................................................................................27
4 RESUULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................29
4.1 Estudo de tempos e movimentos......................................................................................29
4.2 Disponibilidade mecânica e eficiência operacional .......................................................31
4.3 Produtividade e consumo de combustível.......................................................................33
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................35
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................37
ANEXO....................................................................................................................................39
13
1 INTRODUÇÃO
pressão na produção dessa matéria prima. Esta realidade afetou diretamente a necessidade do
plantio de árvores, uma vez que a madeira constitui uma das commodities responsáveis
O Brasil se destaca como grande player do mercado de madeira, uma vez que
nossas florestas apresentam altas produtividades médias (36 m³/hectare/ano para eucalipto e
de 30,1 m³/hectare/ano para pinus) (IBÁ, 2019). Ainda segundo esta fonte as florestas
grande área de abrangência o setor emprega direta ou indiretamente 3,8 milhões de pessoas.
Brown e Diniz (2017) definem a colheita como uma atividade que fecha o ciclo
florestal, sendo seu principal objetivo a retirada de produtos e subprodutos dos plantios. O
(full-tree) onde as árvores são cortadas e extraídas para subsequente processamento nas
margens do talhão, são processos feitos por meio de máquinas de alta produtividade
Burgin (2016) aborda a importância da colheita florestal, haja visto que ela
impacta em mais de 50% o custo final de produção da madeira. Diante deste cenário que se
faz necessário uma constante inovação desta atividade, com vistas a otimização dos recursos
acordo com o autor essa ferramenta permite um melhor entendimento do processo produtivo
ser utilizado.
15
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
silvicultural de ponta, por possuir grande disponibilidade de mão de obra especializada e não
especializada, ou ainda pelas excelentes condições climáticas e físicas, tornando o país cada
sendo destes 5,7 milhões de hectares de eucalipto, 1,6 milhões de pinus e 590 mil hectares de
outras espécies. Os principais Estados com plantio de eucalipto são Minas Gerais com 24%,
São Paulo com 17% e Mato Grosso do Sul com 16%. Já os principais Estados produtores de
pinus são Paraná com 42%, Santa Catarina com 34%, Rio Grande do Sul com 12% e São
Diante desse cenário nota-se que o setor florestal têm sua relevância consolidada
PIB industrial, além de apresentar um saldo positivo nas exportações em relação ao ano
anterior de 24,1%, o que representou um montante de US$ 12,5 bilhões (IBA, 2019).
O setor além de ser reconhecido por sua importância econômica, apresenta grande relevância
em termos de conservação do meio ambiente. Oliveira e Oliveira (2018, p. 436) destaca que
“a área preservada pelo setor florestal representa 13,3% dos 50,10 milhões de hectares de
habitat naturais preservados no Brasil, sem contar ainda as unidades de conservação”. Além
Conforme Machado (2014) a colheita florestal pode ser definida como o conjunto
de atividades executadas no maciço florestal, que visa preparar e transportar a madeira até o
local de utilização, por meio de técnicas e de padrões estabelecidos, com a intenção de
transformar a madeira em um produto final. A colheita e o transporte de madeira são
consideradas como as etapas mais impactantes economicamente, devido a sua alta
contribuição na formação do custo final do produto e aos riscos de perdas relacionados a
atividade (MACHADO; LOPES, 2000). Diante disso que devem ser empenhados todos os
esforços no sentido de tornar a colheita florestal menos onerosa financeiramente, seja por
meio de novas tecnologias, técnicas ou controle rigoroso de custos e qualidade operacional.
Castro et al. (2012) apontam que por meio do estudo de tempos e movimentos é
possível minimizar, controlar e padronizar o tempo das atividades, acarretando em uma
otimização de processos e aumento da capacidade produtiva.
20
sempre que ocorre algum novo elemento, anota-se este tempo. Os tempos
computa o tempo total do ciclo. Este processo exige uma maior atenção do
3 MATERIAIS E MÉTODOS
qual o feller buncher fazia o abate das árvores e as acumulava em pilhas. Posteriormente o
skidder efetuava o arraste destas até a margem do talhão e, após esta etapa ocorria o
processamento da madeira por dois harvesters cujas máquinas base eram as mesmas, mas,
de 2020. Ambas as máquinas foram operadas pelos mesmos operadores durante todo o
sendo a frequência empregada para a coleta de dados, a cada 15 segundos. Para medir o
tempo gasto de cada atividade parcial do ciclo operacional utilizou-se o cronômetro digital de
24
nível de significância de 5% foi obtido por meio de um estudo piloto feito com 10 amostras,
(𝑡 2 ∗𝐶𝑉 2 )
n= (1)
𝐸²
esteve disponível / programada para realizar o trabalho / atividade prescrita. Nesse sentido, os
tempos de manutenção preventiva e corretiva devem ser desprezados, sendo este indicador
(𝑇𝑃−𝑇𝑀)
DM = ∗ 100 (2)
𝑇𝑃
pela Equação 3.
(𝐻𝐸∗100)
Eo = (3)
𝐻𝑇
estimadas por meio da equação 4, citada por Moreira et al. (2004). Esta equação leva em
(𝑛∗𝑣)
P= (4)
ℎ
O consumo de combustível (óleo diesel) foi obtido com base nos relatórios da
empresa, sendo este determinado pela quantidade de litros abastecidos após um número de
previamente completo.
homogeneidade das variâncias para, em seguida, os parâmetros serem comparados por meio
estatístico R®.
28
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
processador 1 e 1.321 ciclos operacionais ao processador 2. Esse total de ciclos foi bem
superior ao necessário, pois conforme estudo piloto eram recomendados respectivamente 979
e 1.140 ciclos para que a suficiência amostral fosse atendida e respeitado o erro máximo de
5%.
A figura 8 mostra o tempo médio de cada atividade parcial, bem como o tempo
20
10
9,5 7,3 6,6
3,4 6,2 5,4 3,7 2,5
5,3 4 2 3
3,2 2,8 3,5 2,4
1,9
0
B GC E R S DR GV AF I Total
Atividades do ciclo operacional
Processador 1 Processador 2
madeira; R: acionamento do rolo; S: acionamento do sabre; DR: descarte de resíduo; GV: giro do cabeçote
Figura 9– Distribuição percentual dos tempos gastos em cada atividade parcial e interrupções que
compõem o ciclo operacional dos cabeçote processadores avaliados
Processador A Processador B
AF 1% I 3%
I 10% GV 6%
AF 1% B 21% B 17%
GV 6%
DR 9%
DR 9% GC 9%
GC 10%
E 3%
S 22%
E 5%
S 20%
R 19% R 28%
B GC E R S DR GV AF I B GC E R S DR GV AF I
madeira; R: acionamento do rolo; S: acionamento do sabre; DR: descarte de resíduo; GV: giro do cabeçote
operacionais avaliados refere-se aos tempos de acionamento do rolo e sabre (R +S), tanto no
cabeçote 1 (39%) quanto no 2 (50%). Isto ocorre devido estas atividades em conjunto serem
Por outro lado, quanto ao segundo maior valor percentual de tempo consumido
que correspondeu a etapa de busca de árvores / fustes (B), o cabeçote 2 foi mais eficiente que
tombamento do sabre, troca de corrente, limpeza de resíduos com as garras dos cabeçotes nas
cabeçote 1 apresentar maior tempo de interrupções (10%) deve-se ao fato das condições no
qual este conjunto trabalhou terem sido piores (muita sujidade, pela presença de cipós e
galhadas nos feixes de árvores), exigindo uma limpeza prévia do cabeçote antes do
superior ao cabeçote 1 em termos de tempo gasto (3 contra 5% do tempo total do ciclo). Isto
características estas que proporcionam maior facilidade de ajustes para a execução do corte no
alvo.
traçamento da madeira.
cabeçotes 1 e 2.
32
Disponibilidade mecânica
100%
90,60%
90%
78,42%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Cabeçote A Cabeçote B
Eficiência operacional
100%
90%
80% 68,50%
70% 57,80%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Cabeçote A Cabeçote B
cabeçote 2 (57,8%), uma vez haver uma relação direta entre EO e DM. Os fatores que mais
geral. DINIZ et al. (2018) e RODRIGUES et al. (2018) em seus estudos encontraram
processadores 1 e 2.
Teste de
Anova
Bartlett
Variáveis
Média cabeçote 1 + Média cabeçote 2 + p
p valor Máquina base Máquina base valor
Consumo de combustível
( l.h-1 ) 0,8485 30,01 a 31,38 a 0,527
Produtividade (m3.h-1) 0,831 58,69 a 53,09 b 0,0323
Fonte: arquivo pessoal do autor. Médias seguidas da mesma letra não apresentam diferença significativa.
produtividade média maior que o cabeçote processador 2 (58,69 m3.h-1 contra 53,09 m3.h-1,
gastado 4% menos combustível do que o cabeçote 2, não houve diferença significativa entre
aquisição.
34
35
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
INDUSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES (IBÁ). Relatório Anual 2019. São Paulo. 2019.
79 p.
MACHADO, C. C. Colheita Florestal. (Editor) 3 ed. atual. e ampl. Viçosa, MG. Ed. UFV:
Universidade Federal de Viçosa, 2014. 544 p.
MINETTE, L. J.; SILVA, E. N. D.; FREITAS, K. E. D.; SOUZA, A. P. D.; & SILVA, E. P.
Análise técnica e econômica da colheita florestal mecanizada em Niquelândia, Goiás. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande-PB, v12, n.6, p. 659-665,
2008.
MOREIRA, F. M. T.; SOUZA, A. P. D.; MACHADO, C. C.; MINETTI, L. J.; & SILVA, K.
R. Avaliação operacional e econômica do “feller-buncher” em dois subsistemas de colheita
florestal de eucalipto. Revista Árvore, Viçosa-MG, v28, n.2, p. 199-205, 2004.
NUNES, J. R. S.; BATISTA, A. C.; SOARES, R. V.; FIER, I. S. N.; & SANTOS, C. C.
Climatologia do comportamento da precipitação no distrito florestal de Monte Alegre, PR,
Brasil. Floresta, Curitiba, Paraná, v. 39, n. 4, p. 783-792, 2009.
ANEXO