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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PAULA LUIZE LESSMANN

APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS NA ÁREA FLORESTAL

CURITIBA
2022
PAULA LUIZE LESSMANN

APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS NA ÁREA FLORESTAL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao curso de Graduação em
Engenharia Florestal, Setor de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Paraná, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Florestal.

Orientador(a): Prof(a). Dr(a). Giovana Bomfim de


Alcantara.

CURITIBA
2022
AGRADECIMENTOS

Aos professores e funcionários do curso de Engenharia Florestal da


Universidade Federal do Paraná pelo apoio e colaborações que proporcionaram no
decorrer da graduação.
À professora Giovana Bomfim de Alcantara pelo apoio, orientação e
contribuições nessa minha trajetória e por me guiar e permitir que o meu Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) fosse realizado e finalizado com louvor.
Aos integrantes do Laboratório de Biotecnologia Florestal, por terem me
ajudado e me apoiado nesses anos de aprendizagem no laboratório.
Ao professor Alessandro Ângelo Camargo, por seus diversos conselhos,
sabedoria e risadas. Obrigada por ter feito eu amar o curso de Engenharia Florestal e
ter me dado uma família chamada PET, a qual irei levar pelo resto da vida com muito
carinho.
Aos meus amigos, Dafne, Henrique, Islaine, Jefter, Thaísi, Vanessa, Victória
e Vivian, minha outra família dentro da faculdade. Sem vocês eu não teria chegado
onde estou hoje. Muito obrigada por proporcionarem alegria, risada e muito
companheirismo ao longo desses anos.
Aos meus amigos Erika, Artur, Amanda, Gabriela, Freddy e Cae pelo apoio e
amizade.
Aos meus pais, Claudeti e Raul, que sempre me incentivaram, apoiaram e me
deram a base e estabilidade para entrar e me manter na faculdade. Obrigada pelo
carinho, amor e compreensão ao longo desses anos.
Aos meus avós, tios e primos pela presença constante e apoio na minha vida.
A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento deste
trabalho, obrigada.
RESUMO

A biotecnologia é a área de conhecimento científico tecnológica em que várias


disciplinas das ciências da vida e da engenharia confluem para, interdisciplinarmente,
construírem novos saberes e práticas. Pode ser definida como a utilização de seres
vivos viáveis, ou porções deles ativas, para a produção de bens e serviços. Esta
ciência representa grande importância para a sociedade, em áreas como saúde,
agricultura, agropecuária, indústria, entre outras. Neste sentido, o presente trabalho
tem como objetivo analisar os trabalhos que foram publicados envolvendo espécies
florestais com o uso da ferramenta biotecnológica, e realizar uma pesquisa a fim de
compreender se as empresas brasileiras de base florestal fazem uso da biotecnologia.
A primeira parte da pesquisa foi realizada na base de dados Web of Science com as
palavras-chave biotechnologies e forest, operador booleano AND, no período entre
2011 e 2021, e as palavras-chaves selecionadas como “tópicos”. Para realizar a
segunda parte do trabalho (pesquisa), foram elaboradas 11 perguntas principais no
Google Forms, algumas delas contendo mais perguntas, dependendo da resposta do
entrevistado, totalizando então 15 questões. O questionário contém perguntas
relacionadas a biotecnologia florestal e como ela se encontra dentro de empresas de
base florestal, e que posteriormente foram enviadas a estas empresas no Brasil. Após
pesquisar as palavras-chaves na Web of Science, notou-se que as categorias com
maior quantidade de trabalhados foram Biotechnology Applied Microbiology, com 65
publicações, seguidamente por Forestry, com 62, Plant Sciences, com 41 e
Biochemistry Molecular Biology com 32. Os anos com maior quantidade de trabalhos
publicados foram 2018, 2019, 2020 e 2021 com predominância de documentos no
formato de artigo; o formulário do questionário foi enviado, e houve dez retornos das
empresas consultadas.

Palavras-chaves: biotecnologia florestal; pesquisa; base de dados.


ABSTRACT

Biotechnology is the area of technological scientific knowledge in which


various disciplines of life sciences and engineering converge to, in an interdisciplinary
way, build new knowledge and practices. It can be defined as the use of viable living
beings, or active portions of them, for the production of goods and services. This
science represents great importance for society, in areas such as health, agriculture,
agriculture, industry, among others. In this sense, the present work aims to analyze
the works that have been published involving forest species using the biotechnological
tool, and to carry out a research in order to understand whether Brazilian forest-based
companies make use of biotechnology. The first part of the research was carried out
in the Web of Science database with the keywords biotechnologies and forest, Boolean
operator AND, in the period between 2011 and 2021, and the keywords selected as
“topics”. To carry out the second part of the work (research), 11 main questions were
created in Google Forms, some of them containing more questions, depending on the
response of the interviewee, totaling 15 questions. The survey contains questions
related to forest biotechnology and how it is found within forest-based companies,
which were later sent to these companies in Brazil. After searching the keywords on
the Web of Science, it was noted that the categories with the highest amount of work
were Biotechnology Applied Microbiology, with 65 publications, followed by Forestry,
with 62, Plant Sciences, with 41, and Biochemistry Molecular Biology with 32. The
years with the highest number of published works were 2018, 2019, 2020 and 2021,
with a predominance of documents in article format; the questionnaire form was sent,
and there were ten responses from the companies consulted.

Keywords: forest biotechnology; search; database.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – EXEMPLO DE RESULTADO DA PESQUISA REALIZADA NA


COLEÇÃO PRINCIPAL DA BASE DE DADOS WEB OF SCIENCE EM
MARÇO DE 2022. .............................................................................. 35
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – QUANTIDADE DE DOCUMENTOS SEPARADOS EM DIFERENTES


ÁREAS (CATEGORIAS) PUBLICADOS NO WEB OF SCIENCE
ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2021. ................................................. 39
GRÁFICO 2 – QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PUBLICADOS NO WEB OF
SCIENCE POR ANO ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2021. ............... 40
GRÁFICO 3 - QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PUBLICADOS NO WEB OF
SCIENCE POR TIPOS DE DOCUMENTOS LEVANTADOS ENTRE
OS ANOS DE 2011 A 2021................................................................ 41
GRÁFICO 4 - QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PUBLICADOS NO WEB OF
SCIENCE POR ORGANIZAÇÕES..................................................... 43
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – HISTÓRIA DA BIOTECNOLOGIA ........................................................ 14


TABELA 2 – QUESTIONÁRIO SOBRE BIOTECNOLOGIA FLORESTAL
ELABORADO EM JANEIRO DE 2022 PARA SER ENVIADO ÀS
EMPRESAS DE BASE FLORESTAL. ................................................ 36
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS

AFLP - Amplified Fragment Length Polymorphism (Polimorfismo de Comprimento de


Fragmento Amplificado).
CAFe - Comunidade Acadêmica Federada.
cpSSRs - Chloroplast Simple Sequence Repeats (Repetições de Sequência Simples
de Cloroplasto)
CRISPR - Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (Repetições
Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas).
DNA - Deoxyribonucleic Acid (Ácido Desoxirribonucleico).
OGM - Organismo Geneticamente Modificado
PCR - Polymerase Chain Reaction (Reação em Cadeia da Polimerase).
QTL - Quantitative Trait Locus (Locus de característica quantitativa).
RNA - Ribonucleic acid (ácido ribonucleico).
SAAT - Sonication-Assisted Agrobacterium Mediated Transformation (Transformação
Mediada por Agrobacterium Assistida por Sonicação)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................... 12
1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................ 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 13
2.1 BIOTECNOLOGIA ............................................................................................... 13
2.2 HISTÓRICO DA BIOTECNOLOGIA .................................................................... 13
2.2.1 Histórico no Brasil ............................................................................................ 18
2.3 IMPORTÂNCIA DA BIOTECNOLOGIA ............................................................... 20
2.4 BIOTECNOLOGIA NA AGRICULTURA .............................................................. 20
2.5 BIOTECNOLOGIA FLORESTAL ......................................................................... 22
2.5.1 Cultura de tecidos ............................................................................................ 28
2.5.2 Transgenia ....................................................................................................... 24
2.5.3 Marcadores moleculares .................................................................................. 28
2.5.4 Poliploidia ......................................................................................................... 30
2.5.5 CRISPR-Cas 9 ................................................................................................. 31
2.5.6 Barcode ............................................................................................................ 33
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 35
3.1 PESQUISA NA BASE DE DADOS ...................................................................... 35
3.2 QUESTIONÁRIO SOBRE BIOTECNOLOGIA ..................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 39
4.1 PESQUISA NA BASE DE DADOS ...................................................................... 39
4.1.1 Categorias dos documentos ............................................................................. 39
4.1.2 Anos de publicação .......................................................................................... 40
4.1.3 Tipos de documento ......................................................................................... 41
4.1.4 Organizações das publicações ......................................................................... 42
4.2 QUESTIONÁRIO SOBRE BIOTECNOLOGIA FLORESTAL ............................... 43
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 50
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52
APÊNDICE 1 – RESPOSTAS DAS EMPRESAS AO QUESTIONÁRIO SOBRE
BIOTECNOLOGIA FLORESTAL .............................................................................. 62
10

1 INTRODUÇÃO

A biotecnologia é utilizada há milhares de anos no mundo, principalmente no


que concerne à agricultura. Os pães e o vinho necessitavam da fermentação, as
plantações do homem foram tendo maior qualidade ao realizar rotação de cultura, a
fim de diminuir a exaustão do solo, a carne dos animais precisava ser preservada, e
tudo isso era possível com a biotecnologia.
Foi possível aperfeiçoar a biotecnologia com o passar dos anos, contribuindo
para diversas outras áreas. Há a área da biotecnologia em saúde humana, com
biofármacos, imunobiológicos, reagentes biológicos para diagnósticos e
hemoderivados. Área agrícola, com propagações de espécies, cultura de tecidos,
controle biológicos de pragas, fixação biológica de nitrogênio, estudo da engenharia
genética entre outros. Área florestal, que tem aspectos semelhantes ao da área
agrícola, porém podendo ter enfoque tanto na silvicultura, com produção de eucalipto,
pinus, teca e outras espécies, quanto enfoque nas florestas nativas, entre outros.
Na área florestal de florestas plantadas, a biotecnologia tem contribuído muito
com o aumento da produtividade dos povoamentos. É necessário selecionar quais as
espécies e clones desejados para cada região, selecionar os materiais genéticos
superiores e aprimorar técnicas a fim de produzir ou propagar as mudas e realizar o
plantio delas explorando ao máximo a adaptabilidade de cada material genético
selecionado, conferindo também um bom manejo florestal. A seleção de materiais
genéticos superiores tem sido realizada visando as características silviculturais de
interesse, como volume de madeira, forma do tronco da árvore, qualidade da madeira
para usos múltiplos e resistência às doenças. O melhoramento genético florestal teve
seu maior desenvolvimento, mundialmente, a partir de 1950 e, no Brasil, a partir de
1967, com a implantação da lei de incentivos fiscais ao reflorestamento (RESENDE,
1999).
Os ganhos genéticos associados aos retornos financeiros oriundos do
melhoramento dependem de alguns fatores. É necessário observar as características
genéticas das populações que estão sendo utilizadas no programa de melhoramento
e os níveis de conhecimento de tais características. Em um programa de
melhoramento, a escolha das estratégias, dos objetivos e das tecnologias que serão
utilizadas dependem dos custos e retornos associados, e o valor dos produtos e
serviços oferecidos pelas populações melhoradas (BURLEY; KANOWSKI, 2005). As
11

técnicas de produção de mudas foram sendo aprimoradas ao longo dos anos, com
estudos aprofundados em enxertia, estaquia, produção de sementes, bem como
tecnologias modernas para realizar o plantio e a colheita das árvores. Conforme
Higashi et al. (2002), os minijardins, amplamente utilizados, estão cada vez mais
evoluídos, permitindo a redução de área para produção inicial, a redução no tamanho
das estacas e o incremento na produção.
Há poucas espécies nativas submetidas ao programa de melhoramento
genético, seja pela falta de estudo prévio a fim de compreender a importância delas
ou por haver espécies exóticas que substituem o produto da nativa. Algumas das
espécies nativas utilizadas no melhoramento são a seringueira, erva-mate, cacau e
pupunha. Em uma floresta nativa, é possível utilizar a biotecnologia para identificação
de espécies de árvores, proporcionando a descoberta e maior catalogação das
espécies existentes, conservação genética das espécies, ao utilizar a conservação ex
situ (bancos de germoplasma) e não apenas in situ (campo), monitoramento de pragas
e doenças florestais e a análise de diversidade genética das espécies florestais.
As técnicas biotecnológicas, como a cultura de tecidos, utilização de
marcadores moleculares, transformação genética, dentre outras, uniram-se ao
melhoramento convencional, permitindo a obtenção de genótipos com maior
produtividade e qualidade (SARTORETTO et al., 2008). Algumas das técnicas
biotecnológicas utilizadas em espécies florestais são cultura de tecidos, transgenia,
marcadores moleculares, CRISPR-Cas 9 e barcode. Na cultura de tecidos é possível
gerar uma nova planta por meio de um explante, ou seja, de uma parte da planta
matriz em um meio de cultura sob condições assépticas e de temperatura e
fotoperíodo controlados. Na transgenia é introduzido genes exógenos no genoma de
uma célula. Os marcadores moleculares são fragmentos de DNA responsáveis por
uma característica genética e que podem caracterizar as diferenças genéticas entre
indivíduos. Na poliploidia há a existência ou indução de mais de dois genomas no
mesmo núcleo. No CRISPR-Cas 9, o qual edita genomas de plantas e no barcode,
técnica para identificação genética de espécies.
No momento, não foi encontrado trabalhos publicados demonstrando o
panorama sobre a biotecnologia florestal no Brasil, e é de grande importância
entender como essas ferramentas biotecnológicas estão inseridas no setor florestal.
Com a utilização correta desta tecnologia, é possível acarretar em aumento de
12

produtividade e lucro às empresas, intensificar estudos com espécies nativas e


melhorar a conservação de florestas.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo analisar o quantitativo de trabalhos


publicados na base de dados do Web of Science sobre biotecnologia florestal, e
relacioná-los em quais áreas exatamente estes trabalhos se enquadram. Também
terá como objetivo realizar uma pesquisa com as empresas florestais no Brasil a fim
de entender como a biotecnologia está inserida na pesquisa e nas atividades práticas
de empresas florestais, bem como verificar se os resultados desta ferramenta são
positivos, melhorando a produtividade e a qualidade dos produtos. Com esses dados,
pretende-se demonstrar o panorama geral sobre como está a biotecnologia florestal
no Brasil.

1.1.2 Objetivos específicos

- Estabelecer panorama inicial de como está a biotecnologia florestal tanto em


termos de publicação como nas empresas da área.
- Verificar quais os temas decorrentes das publicações do Web of Science de
biotecnologia na área florestal.
- Compreender se a biotecnologia florestal com as diferentes técnicas
realizadas traz benefícios às empresas florestais.
- Verificar se as empresas desejam continuar fazendo uso da biotecnologia
florestal no futuro.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BIOTECNOLOGIA

Em uma perspectiva mais ampla, a biotecnologia pode ser definida como a


utilização de seres vivos viáveis, ou porções deles ativas, para a produção de bens e
serviços. Assim, dentro desta definição de biotecnologia inclui-se a manipulação
genética, a utilização de enzimas e a engenharia de proteínas, a tecnologia de cultura
de tecidos animais e vegetais e a tecnologia de processos bioquímicos (LIMA; MOTA,
2003).
O resultado da integração das ciências da vida e da engenharia, de forma a
conseguir a aplicação de organismos, células ou parte das mesmas e análogos
moleculares, em produtos e serviços é chamado de biotecnologia. É a área de
conhecimento científico tecnológica na qual várias disciplinas das ciências da vida e
da engenharia confluem para, interdisciplinarmente, construírem novos saberes e
práticas (LIMA; MOTA, 2003). É o uso de conhecimentos sobre os processos
biológicos e sobre as propriedades dos seres vivos, a fim de resolver problemas e
criar produtos de qualidade superior (Convenção sobre diversidade biológica, 1992).
A biotecnologia abrange uma área ampla do conhecimento que decorre da
ciência básica (biologia molecular, microbiologia, biologia celular, genética etc.), da
ciência aplicada (técnicas imunológicas e bioquímicas, assim como técnicas
decorrentes da física e da eletrônica), e de outras tecnologias (fermentações,
separações, purificações, informática, robótica e controle de processos). Trata-se de
uma rede complexa de conhecimentos na qual ciência e tecnologia se entrelaçam e
se complementam (MALAJOVICH, 2016).

2.2 HISTÓRICO DA BIOTECNOLOGIA

Cultivar vegetais, domesticar animais, transformar os alimentos ou aproveitar


as propriedades curativas de algumas plantas são atividades que remontam à
alvorada da humanidade e se desenvolveram com base no conhecimento empírico,
ignorando a existência dos microrganismos ou das leis da hereditariedade
(MALAJOVICH, 2016).
14

A biotecnologia já era empregada há milhares de anos nas mais diversas


áreas, porém não era reconhecida e nem patenteada como “biotecnologia”. No oriente
médio e no ocidente, surgiram bebidas de cereais na Babilônia e no Egito no período
de 8000 a 6000 a.C., enquanto a patente não teve notícia de sua existência nem
mesmo no direito romano (DE GÊNOVA, 2008).
O melhoramento genético vegetal, se iniciou após o homem constatar que
haviam estruturas responsáveis pela reprodução, que por meio de sua manipulação
era possível obter outro indivíduo morfologicamente semelhante ao original. Com isso
o ser humano começou a buscar e selecionar as plantas que apresentassem
características de interesse, principalmente de produtividade (MOTA, 2011).
Segue abaixo uma tabela (TABELA 1) com dados importantes sobre a história
da biotecnologia.

TABELA 1 – HISTÓRIA DA BIOTECNOLOGIA

Data Acontecimento
8000 a 6000 a.C. Bebidas fermentadas de cereais na
Babilônia e no Egito
4000 a.C. Produção de pão utilizando fermentos –
Egito
1800 a. C. Rotação de cultura
1866 Ato de prevenção de doenças em rebanhos
bovinos
1865 Em 1865 Mendel apresenta o seu trabalho
“Experiências de hibridização em plantas”.
1875/1876 Descobertas de Pasteur sobre processos
infecciosos na cerveja e outros produtos
fermentados. Princípios da esterilização.
Derrubada da Teoria de “geração
espontânea”.
1919 O engenheiro agrícola húngaro Ereky utiliza
pela primeira vez a palavra biotecnologia.
1928 Descoberta da penicilina (Fleming)
1930 Função hereditária dos cromossomos
1933 Comercialização do milho híbrido, isto é, de
sementes de milho mais produtivas.
1953 J. D. Watson e F. Crick propõem o modelo
(dupla hélice) da estrutura do DNA
1973 Havendo desenvolvido técnicas de corte e
reunião do DNA, Cohen e Boyer transferem
um gene a um organismo de outra espécie.
1975 A Conferência de Asilomar pede ao
National Institute of Health (NIH) que sejam
15

estabelecidas normas para a regulação dos


experimentos com DNA-recombinante, o
que acontecerá meses mais tarde.
1980 Início de diversas importantes descobertas
genéticas. Kary Mullis e outros
desenvolveram a técnica de PCR (reações
polimerase em cadeia).
1981 Fundação da Associação de Biotecnologia
Industrial
1982 A insulina humana de origem recombinante
da Genentech, Inc. é comercializada. Uma
licença será obtida mais tarde pela
empresa Eli Lilly, que a venderá com o
nome de Humulina®. A primeira vacina de
DNA-recombinante para o gado é
comercializada na Europa.
1983 Primeiro gene de planta transferido para
uma planta de espécie diferente. Patentes
foram aprovadas para plantas
geneticamente modificadas.
1998 Contabilizam-se mais de 1.500 empresas
de Biotecnologia nos Estados Unidos e
mais de 3.000 no mundo
2008 Pesquisadores australianos desenvolvem
plantas com altos níveis de um ácido graxo
(UFA) para produzir plásticos, tintas e
cosméticos. Pesquisadores japoneses
desenvolvem a primeira rosa azul GM.
Liberação comercial de algodão GM
tolerante a herbicida no Brasil
2009 Liberação comercial da soja GM tolerante a
herbicida e algodão resistente a inseto no
Brasil
FONTE: Adaptado de De Gênova (2008), Malajovich (2016) e Carrer; Barbosa; Ramiro (2010).

A descoberta da utilidade dos microrganismos trouxe a primeira revolução


biotecnológica, a qual ocorreu na medicina com a produção das vacinas. Outro ponto
muito importante, principalmente relacionado a agricultura, foi a descoberta da
hereditariedade por Gregor Mendel no ano de 1865 (FALEIRO; ANDRADE; REIS
JUNIOR, 2011).
A biotecnologia moderna nasceu com a descoberta da estrutura do DNA
(ácido desoxirribonucleico, molécula responsável pela informação genética de cada
ser vivo) por James Watson e Francis Crick em 1953. Essa descoberta foi fundamental
para entender como o DNA era capaz de codificar as proteínas responsáveis por todos
16

os processos e pelo fenótipo de todos os seres vivos. Esse entendimento foi concluído
com a decifração do código genético por Har Gobing Khorana e Marshall Niremberg
em 1967 (FALEIRO; ANDRADE; REIS JUNIOR, 2011).
As leis da transmissão dos caracteres hereditários nos indivíduos, conhecidas
também como genética, se desenvolveram de uma forma expressiva, principalmente
no que abarca as pesquisas em fertilização artificial e produção de clones. Após a
descoberta do DNA, a biotecnologia se renovou e novas pesquisas foram empreitadas
visando exploração industrial (DE GÊNOVA, 2008).
No final do ano de 1953, os pesquisadores adotaram como hipótese de
trabalho a ideia de que o DNA atuaria como molde para a síntese do RNA, cujas
moléculas, nos eucariontes, migrariam para o citoplasma onde determinariam o
arranjo dos aminoácidos nas proteínas. Este esquema foi denominado o Dogma
Central da biologia, por Francis Crick em 1956 (MOREIRA, 2015).
Roger Kornberg, um bioquímico e biologista estrutural da Escola Médica da
Universidade de Stanford, descreveu pela primeira vez como o processo de conversão
de DNA em RNA mensageiro, ou transcrição, ocorre do ponto de vista estrutural. A
transcrição de genes é necessária durante toda a vida de um organismo, desde a sua
formação até a sua manutenção, como, por exemplo, durante o desenvolvimento ou
na reposição de células mortas (MALNIC, 2006). A informação genética contida no
DNA é primeiramente convertida em RNA, que por sua vez é utilizado como molde
para a síntese de proteínas. A principal enzima envolvida na transcrição é a RNA
polimerase, que usa um modelo de DNA de fita simples, para sintetizar uma fita
complementar de RNA (SNUSTAD, SIMMONS, 2017).
A biotecnologia tradicional opera mediante a transferência de características
genéticas entre espécies relacionadas ou aparentadas, o que conhecemos por
hibridação. Esta classe de biotecnologia, intimamente relacionada com o saber
tradicional de comunidades indígenas e locais, também logrou obter, de plantas e
animais, por exemplo, diversos medicamentos. No momento, uma nova técnica
comparte e ocupa o cenário da busca por utilidades e melhoramento vegetal, animal
e microbiano, a chamada biotecnologia moderna. Entende-se por biotecnologia
moderna: a) as técnicas in vitro de ácido nucleico, incluídos o ácido (DNA)
recombinante e a introdução direta de ácido nucleico em células, ou b) a fusão de
células além da família taxonômica. Em outras palavras, a biotecnologia moderna é o
resultado da técnica da engenharia genética, seja com o agrupamento artificial de
17

moléculas ou partes de moléculas de DNA de diferentes espécies que se convertem


em uma nova combinação ou rearranjo de genes, distinto do original (BERTOLDI,
2015).
A divisória entre a biotecnologia clássica e a biotecnologia moderna é uma
série de experiências realizadas por Herbert Boyer e Stanley Cohen que culmina em
1973 com a transferência de um gene de sapo a uma bactéria. A partir desse momento
é possível mudar o programa genético de um organismo transferindo-lhe genes de
outra espécie (MALAJOVICH, 2016).
Em uma das mais significantes descobertas do século XX, o cientista Ph.D.
Kary Mullis, da extinta Cetus Corporation, desenvolve a reação em cadeia da
polimerase, ou PCR, um processo que replica um pedaço de DNA milhões de vezes
(CAMARA, 2013). Em 1988, foi descoberta uma enzima DNA polimerase
termoestável, isolada de Thermus aquaticus, permitindo que este processo ganhasse
automação (SAIKI et al., 1988).
A PCR permite obter milhões de cópias de DNA em poucas horas. Para isso,
os elementos necessários são: o DNA contendo a sequência que se deseja amplificar,
desoxinucleotídeos dos quatro tipos (dATP, dTTP, dCTP e dGTP), uma polimerase de
DNA e os primers correspondentes. Estes últimos são pequenos fragmentos sintéticos
de DNA complementares às extremidades da sequência-alvo, indispensáveis para
que a polimerase comece a sintetizar DNA. A chave do processo é a Taq DNA
polimerase, uma enzima estável a altas temperaturas que permite à bactéria Thermus
aquaticus sobreviver em águas termais. Esta enzima é produzida por engenharia
genética (MALAJOVICH, 2016).
O sucesso da PCR se deve a sua extraordinária versatilidade, permitindo que
seja utilizada, com objetivos diversos, em campos como a agricultura, a medicina
veterinária, os estudos ambientais, os testes de diagnóstico e a medicina forense
(MALAJOVICH, 2016). A técnica pode ser utilizada no meio florestal a fim de verificar
se há doenças nos povoamentos, como, por exemplo a murcha bacteriana (R.
solanacearum), como descrito por Pereira (2011), ou mesmo para identificar genes da
família das Lacases de eucaliptos, que são importantes enzimas associadas ao
processo de crescimento e tolerância a alguns estresses abióticos (ARCURI, 2016).
Os primeiros experimentos a campo com plantas geneticamente modificadas
foram realizados em 1986, nos Estados Unidos e na França e a primeira variedade de
uma espécie vegetal produzida pela engenharia genética a atingir o mercado
18

consumidor foi o “tomate FlavrSavr”, desenvolvido pela empresa americana Calgene


e comercializada a partir de 1994 (BORÉM; SANTOS, 2001).
Com o desenvolvimento de técnicas que permitem a transferência de material
genético entre organismos vivos surgiu uma nova biotecnologia, que se encontra
associada à possibilidade de obtenção de produtos e substâncias por meio de
técnicas genéticas, e não somente do cruzamento de espécies já existentes na
natureza, como ocorria tradicionalmente com o melhoramento genético clássico
(PENNA; CANOLA, 2008).
Nas últimas décadas, o uso da biotecnologia tem permitido que se manipule
o material hereditário de qualquer ser vivo. A transgenia, técnica de transferência de
DNA de uma espécie para outra, implica na alteração do genoma de um ser vivo pela
intervenção da mão humana, e tornou-se possível porque a maquinaria celular,
responsável pela transcrição e tradução do DNA em proteínas, funciona de maneira
muito semelhante em todos os organismos. É a universalidade do código genético que
permite que uma proteína codificada por uma sequência exclusiva do DNA humano
possa ser produzida num vegetal ou animal transgênico (BERTONCINI, 2009).

2.2.1 Histórico no Brasil

As primeiras iniciativas de caráter mais sistematizado para a


institucionalização da pesquisa em biotecnologia no Brasil remetem à década de 70,
quando o CNPq estabeleceu o Programa Integrado em Genética e o Programa
Integrado em Doenças Tropicais. A estes programas, agregou-se uma ação de caráter
mais pervasiva, consubstanciada no Programa Nacional de Biotecnologia (PRONAB),
iniciado por esta agência em 1982. De acordo com Silva (1989), o PRONAB
representou a transição de uma política de C&T implícita em biotecnologia,
manifestada desde os primeiros programas de melhoramento vegetal em celulose e
cana-de-açúcar, para uma política explícita, na qual o país buscava atingir relativa
autonomia científica e tecnológica mediante um amplo programa de formação e
capacitação de recursos humanos e estreitamento das relações entre o setor industrial
e instituições de ensino e pesquisa. Com vistas à consecução deste objetivo, foram
identificadas três áreas prioritárias de atuação, quais sejam, agricultura e pecuária,
energia e saúde. Além destas áreas, o PRONAB também dedicou esforços à criação
de um subprograma de engenharia genética, de forma a possibilitar a internalização
19

de conhecimentos relativos à biotecnologia moderna, assim como na criação de uma


coleção de microrganismos e germoplasma (SILVA, 1989).
Nos anos 1970, a criação do Centro Nacional de Recursos Genéticos
(Cenargen) da Empresa Brasileira de Pesquisas Agrícolas (Embrapa) se tornou uma
contribuição expressiva para o desenvolvimento de biotecnologia de plantas
(SANT’ANA; AUCÉLIO, 2010). No início da década de 1980, o governo brasileiro
fortaleceu investimentos na área de Biotecnologia, implementando o Programa
Nacional de Biotecnologia junto a universidades públicas, mas também promovendo
articulação da pesquisa com o setor privado (SIQUEIRA et al., 2009).
No Brasil, a Lei 8974 de Janeiro de 1995 e o Decreto 1752/95 estabelecem
as regras para as atividades com engenharia genética, incluindo os requisitos para o
trabalho em contenção e para liberações ambientais de OGMs. Este fato possibilitou
dar início a incorporação da biotecnologia nos processos agrícolas no país (ODA;
SOARES, 2010).
A Lei de Biosegurança foi aprovada em 1995 para regulamentar os
organismos geneticamente modificados e, em outubro de 2004, o Congresso federal
fez emendas e sancionou a Lei de Biosegurança, muito mais adequada para enfrentar
os desafios biotecnológicos, visto que a Lei permitia pesquisa em células troncos
obtidas por meio de um excedente de embriões in vitro. Em 1997, o governo aprovou
uma Lei de Patentes para atender as exigências necessárias (SANT’ANA; AUCÉLIO,
2010).
Em 2000, a pesquisa em biotecnologia no Brasil apresentava os seguintes
números: 6.616 pesquisadores, distribuídos em 1.718 grupos e 3.814 linhas de
pesquisas. As ciências agrárias e médicas contavam, respectivamente, com 1.075 e
503 linhas de pesquisa. (SALLES FILHO et al., 2002).
Um dos grandes desafios para o desenvolvimento da pesquisa cientifica no
Brasil, especialmente em relação à biotecnologia, é a dificuldade enfrentada pelas
instituições de pesquisas na aquisição de máquinas e equipamentos. Esta dificuldade
está relacionada com a falta de recursos e com as dificuldades encontradas para
importações, já que a produção nacional é incipiente ou inexistente. Quando há a
disponibilidade de recursos, que normalmente são descontínuos, existem ainda duas
dificuldades para as instituições, a burocracia para realizar as importações e as
constantes oscilações da taxa de câmbio, que em alguns momentos reduz o poder de
20

compra destas instituições, já estas recebem seus recursos em moeda nacional


(IZIQUE, 2002).

2.3 IMPORTÂNCIA DA BIOTECNOLOGIA

Os avanços científicos na área da biotecnologia trazem grandes


esperanças na busca da prevenção e do combate de enfermidades até então
causadoras de grandes males à humanidade, tendo em vista os indícios cada vez
mais expressivos de que a maioria das doenças possui um forte componente
genético. Além de possibilitar, se bem aplicada, a multiplicação da oferta de
alimentos. Plantas geneticamente modificas estão na dieta diária da população,
animas clonados e outros modificados são utilizados no sistema produtivo, já foram
erradicadas pestes das lavouras por meio de um combate eficiente resultante do
seu mapeamento genético, entre outras evoluções que se apresentam dia-a-dia
em razão das novas descobertas cientificas (PENNA; CANOLA, 2008).
Segundo Clive James (2010), presidente do conselho diretor do International
Service for the Acquisition of Agri-Biotech Applications (ISAAA), a adoção dos cultivos
transgênicos reflete os múltiplos e substanciais benefícios obtidos com essas culturas,
tanto por grandes como pequenos agricultores em países desenvolvidos e em
desenvolvimento. As vantagens destes produtores seriam o gerenciamento agrícola
mais conveniente e flexível, maior produtividade e ou retornos líquidos por hectare,
benefícios sociais e um ambiente mais limpo, devido ao menor emprego de pesticidas
convencionais.
No ramo florestal, de acordo com Grattapaglia [20--] florestas naturais e
plantadas exercem e terão um papel cada vez mais importante na mitigação dos
impactos de episódios extremos relacionados com as mudanças climáticas, o
aquecimento global e aumento de CO2 na atmosfera. Ademais, são extremamente
necessárias nas indústrias, uma vez que as florestas plantadas fornecem mais de 70%
da matéria-prima para produtos de madeira sólida, fibra e energia no mundo.

2.4 BIOTECNOLOGIA NA AGRICULTURA


21

Embora as práticas agrícolas e as plantas cultivadas tenham se desenvolvido


em um curto período da história evolutiva dos vegetais, as plantas cultivadas
atualmente são o resultado de milhares de anos de seleção artificial pela mão do
homem e guardam muito pouca semelhança com suas ancestrais selvagens
(MALAJOVICH, 2016).
A incidência do progresso científico e tecnológico caracteriza a agricultura do
século XIX, destacando-se a preocupação com as necessidades nutricionais das
plantas e com as doenças que afetavam os cultivos e as criações (antraz das ovelhas,
cólera das aves, doenças do bicho-da-seda etc.). Com a invenção da máquina a vapor
e as primeiras utilizações da eletricidade, iniciou-se a mecanização do campo.
Posteriormente, com o redescobrimento das leis de Mendel e a teoria cromossômica
da herança, iniciou-se uma nova era no melhoramento de vegetais e animais
(MALAJOVICH, 2016).
Na produção de alimentos, a biotecnologia pode fornecer meios para o
aumento da produção agrícola pela aplicação do conhecimento molecular da função
dos genes e das redes regulatórias envolvidas na tolerância a estresse,
desenvolvimento e crescimento, “desenhando” novas plantas (TAKEDA; MATSUOKA,
2008). A transformação genética de plantas cultivadas possibilita a validação funcional
de genes individuais selecionados, bem como a exploração direta dos transgênicos
no melhoramento genético, visando à inserção de características agronômicas
desejáveis (CARRER; BARBOSA; RAMIRO, 2010).
No que se refere ao âmbito agrícola, Assad e Henriques (2004) destacam um
cenário de desenvolvimento bastante robusto, em que prevalecem avanços nos
segmentos de cultura de tecidos e micropropagação, bem como técnicas de
crescimento com base em marcadores moleculares controle de pestes, conservação
de germoplasma in vitro, transformação genética de plantas e biologia molecular.
O estabelecimento de uma agricultura sustentável, que preserve o meio
ambiente e proporcione segurança alimentar futura, é um fator primordial para o
desenvolvimento da humanidade ante as mudanças climáticas e o declínio das
reservas energéticas não renováveis. Nesse cenário, a biotecnologia de plantas ocupa
papel central na busca de soluções para atenuar os problemas, atuais e futuros,
causados pelo estilo de vida adotado pelo homem. Ao utilizar as ferramentas
biotecnológicas, é possível haver maior produção de alimentos e de maneira mais
sustentável (CARRER; BARBOSA; RAMIRO, 2010). Um exemplo seria a berinjela,
22

que é uma planta que possui uma produtividade limitada por doenças, insetos e
estresse abiótico. Com a engenharia genética utilizando transgenia, é possível obter
maior produção e diminuir o uso de herbicidas, conforme demonstrado em um plantio
na Índia (ALAM; SALIMULLAH, 2021).

2.5 BIOTECNOLOGIA FLORESTAL

A atividade florestal no Brasil tem significativa importância econômica e social,


disponibilizando uma ampla gama de produtos comerciais como papel, celulose,
madeira serrada, compensada, laminada, painéis de fibras (TZFIRA et al., 1998;
MORA; GARCIA, 2000), resinas, óleos essenciais, frutos e mel (CARPANEZZI, 2000).
Esses produtos que contribuem direta e indiretamente na geração de empregos,
desempenhando papel essencial na qualidade de vida da população (FERREIRA;
GALVÃO, 2000). A década de 70 foi marcada pela política de incentivos fiscais para o
reflorestamento, que começaram ainda na década de 60. Com esses incentivos foi
possível ampliar consideravelmente o estoque de madeira nesses plantios
(BRACELPA, 2009).
Tendo em vista a importância econômica das espécies florestais desde então,
árvores maduras com características fenotípicas desejáveis vêm sendo selecionadas
ao longo do tempo e incorporadas em programas de melhoramento genético, visando
a obtenção de genótipos mais produtivos (GARTLAND et al., 2003).
Embora esses programas tenham contribuído de forma expressiva para o
aumento da produtividade no setor florestal, os mesmos têm esbarrado em limitações
consequentes de características intrínsecas a essas espécies, destacando-se o longo
tempo necessário para as plantas atingirem uma estabilidade fenotípica e maturidade
reprodutiva, dificuldade de controle nos cruzamentos entre espécies, baixa
variabilidade genética, entre outras (DIOUF, 2003; POUPIN; ARCEJOHNSON, 2005).
Em decorrência dos problemas expostos, na década de 80, as técnicas
biotecnológicas vieram juntar-se ao melhoramento genético convencional, permitindo
a obtenção de genótipos com maior produtividade e qualidade. Dentre as ferramentas
biotecnológicas utilizadas, destaca-se a transformação genética, a qual consiste na
introdução controlada de um gene ou fragmento de DNA no genoma de uma célula
receptora e sua posterior expressão (DIOUF, 2003).
23

Com a introdução de técnicas de genética molecular no início dos anos 80


com os marcadores moleculares, os estudos de identificação, caracterização e
mapeamento genético estão sendo realizados com maior segurança, rapidez e
eficiência (BERED et al., 1997).
Dentre os métodos mais usados para o melhoramento florestal, está a seleção
de árvores superiores e a sua propagação por meio de clonagem. Plantios clonais
oferecem vantagens para a produtividade devido aos seus ganhos genéticos que
exploram toda a variância genética, ou seja, explora o efeito aditivo e não aditivo dos
genes em indivíduos selecionados (SUTTON, 2002). São construídos os jardins
clonais, ou minijardins clonais, ou ainda, os microjardins clonais, obtidos pela
micropropagação. Antes do plantio, os clones são submetidos a testes clonais, o que
consiste em plantá-los em diferentes condições no intuito de confirmar a superioridade
existente do material genético (ALFENAS et al., 2004).
Os ganhos genéticos associados aos retornos financeiros do melhoramento
dependem das características genéticas oriundas das populações que estão sendo
utilizadas no programa. Depende dos níveis de conhecimento de tais características,
a escolha das estratégias, dos objetivos e das tecnologias que serão utilizadas
durante o melhoramento, bem como os custos e retornos associados a este; e o valor
dos produtos e serviços oferecidos pelas populações melhoradas (BURLEY;
KANOWSKI, 2005).
Em relação a florestas nativas, o pesquisador Grattapaglia [20--] destaca que
a genômica populacional aplicada a florestas naturais vem evoluindo rapidamente na
compreensão da arquitetura genética de características complexas determinantes da
adaptação local de populações florestais, fornecendo marcadores preditivos do
potencial adaptativo principalmente diante das mudanças climáticas. A biotecnologia
aplicada a florestas naturais também terá impacto no entendimento dos processos de
sequestro e estocagem de carbono pelas árvores em interação com comunidades
microbianas no solo e o monitoramento de pragas e doenças florestais. A aplicação
da biotecnologia permite desenvolver métodos de conservação, utilização e proteção
de recursos florestais (SIMÕES, 2009).
Na década de 1980, foi elaborado um projeto multi-institucional de
conservação de germoplasma de espécies florestais, com a participação de entidades
como o Instituto Florestal de São Paulo (IFSP), Instituto de Pesquisa e Estudos
Florestais (IPEF), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP),
24

Sociedade de Investigações Florestais (SIF/UFV), Universidade Federal do Paraná


(UFPR), Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP1), Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF - atual IBAMA) e Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) visando à coleta de sementes de espécies nativas em
remanescentes florestais cuja meta era o estabelecimento de populações base para
conservação da variabilidade genética e, futuramente, a transformação em áreas de
produção de sementes (FREITAS et al., 2015).
O melhoramento de espécies florestais nativas, considerando a sua alta
diversidade e o potencial econômico no Brasil, é pouco significativo, com exceção de
algumas espécies como a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.) Müll.
Arg.), a erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hill.), o cacau (Theobroma cacao L.), a
pupunha (Bactris gasipae Kunth), etc. Isso tem refletido na baixa produção e oferta de
sementes de espécies florestais nativas com a qualidade genética para atender a
demanda para novos plantios (FREITAS et al., 2015).
Segue abaixo algumas das técnicas modernas de biotecnologia que vêm
sendo estudadas e aplicadas em espécies florestais.

2.5.1 Marcadores moleculares

Marcadores de DNA foram inicialmente utilizados no melhoramento de plantas


no início da década de 80 (SOLLER; BECKMANN, 1983). Marcadores moleculares
podem ser definidos como todo e qualquer fenótipo molecular oriundo de um gene
expresso ou de segmento específico do DNA. Os primeiros marcadores moleculares
desenvolvidos foram os marcadores isoenzimáticos ou bioquímicos embasados em
diferentes formas moleculares (variantes) de uma mesma enzima, apresentando
função idêntica ou similar, presente em um mesmo indivíduo (SILVA, 2012). A
tecnologia de marcadores moleculares viabiliza a caracterização genética de grande
número de genótipos por meio de procedimentos relativamente simples e rápidos
(BERED et al., 1997). A principal colaboração que as técnicas trouxeram foi a
possibilidade de analisar intrinsecamente o genótipo de um indivíduo, sem a
necessidade da ocorrência da expressão fenotípica, e consequentemente excluindo-
se a influência do ambiente sobre este (TOPPA; JADOSKI, 2013).
Entre as vantagens dos marcadores moleculares, podemos citar a obtenção
de um número praticamente ilimitado de polimorfismos genéticos; a identificação
25

direta do genótipo sem influência do ambiente; a possibilidade de detecção de tais


polimorfismos em qualquer estádio do desenvolvimento da planta ou a partir de cultura
de células ou tecidos e a possibilidade de gerar maior quantidade de informação
genética por loco no caso de marcadores co-dominantes (FALEIRO; ANDRADE; REIS
JUNIOR, 2011).
Os marcadores de DNA são divididos em três categorias principais: os
baseados em hibridização, em PCR (Reação em cadeia da Polimerase – Polymerase
Chain Reaction) e por fim, em sequenciamento. Os marcadores também podem ser
classificados de acordo com o tipo de herança alélica em dominantes e codominantes.
Os marcadores codominantes possibilitam diferenciar indivíduos homozigotos e
heterozigotos, o que não é possível com marcadores dominantes, para os quais
apenas é possível identificar a presença ou ausência de um determinado alelo
(ZOLET, 2017).
Entre os marcadores moleculares existentes, os microssatélites ou SSR vêm
sendo amplamente utilizados no melhoramento vegetal por apresentarem maior
conteúdo informativo. Os marcadores microssatélites se distinguem dos demais por
serem abundantes, estarem distribuídos por todo o genoma, apresentarem
polimorfismo do tipo codominante, serem de natureza multialélica, necessitarem de
pequenas quantidades de DNA e poderem ser transferíveis entre espécies de um
mesmo gênero (GRATTAPAGLIA, 2001).
Os diferentes tipos de marcadores moleculares têm permitido estudos de
evolução, de diversidade genética inter e intraespecífica, de identidade, origem
genética e identificação de novos variantes, gerando informações importantes para
subsidiar diferentes ações de pesquisa, principalmente relacionadas a programas de
conservação, caracterização e uso de recursos genéticos e programas de
melhoramento (FALEIRO; ANDRADE; REIS JUNIOR, 2011). De acordo com
Guimarães e Moreira (1999), como os marcadores moleculares possibilitam análises
genéticas mais detalhadas, eles podem ser utilizados no melhoramento genético de
plantas, por exemplo, em programas de introgressão de genes por retrocruzamento;
na detecção e no mapeamento de QLTs (Quantitative Trait Locus); na avaliação da
diversidade genética com aplicações filogenéticas e evolutivas; no mapeamento
genético, na clonagem de genes; e na caracterização de variedades, linhagens ou
híbridos por meio de marcadores de DNA na proteção do direito intelectual do
melhorista, nos países onde já vigoram as leis de proteção de cultivares.
26

Dentre os marcadores, os baseados na amplificação de microssatélites


constituem uma das classes de marcadores mais polimórfica disponível (ECHT et al.,
1996). Os primeiros microssatélites desenvolvidos para espécies florestais foram para
Pinus radiata (SMITH; DEVEY, 1994). Os marcadores moleculares cpSSRs e AFLP
(Amplified Fragment Length Polymorphism) foram utilizados por Ribeiro et al. (2002),
para comparar a diversidade genética entre e dentro de populações de Pinus pinaster.
Em Eucalyptus spp. há dificuldade de caracterização morfológica às vezes
encontradas em função da mudança de fase fisiológica entre os estados juvenil e
adulto, clones de eucalipto muitas vezes apresentam co-ancestralidade. É comum,
por exemplo, que clones sejam selecionados dentro da mesma família de irmãos
completos ou meio-irmãos. A baixa variabilidade observada para características
morfológicas dificulta assim uma clara distinção entre os indivíduos tornando-se
necessária a utilização de outros descritores de maior poder de resolução, como
marcadores moleculares, sendo, portanto, uma ferramenta importante para a
discriminação de materiais genéticos fundamentais para a proteção de cultivares
(GRATTAPLAGIA et al., 2003).
É realizada a descrição molecular para fins de proteção que consiste na
determinação do perfil genético da planta de Eucalyptus pela análise de sua
constituição alélica em múltiplos locos no DNA que correspondem a múltiplos
descritores. Os marcadores microssatélites são muito úteis não apenas para fins de
definição de um perfil genético único para proteção, mas também para uma série de
aplicações no melhoramento operacional e produção florestal. Os marcadores
moleculares podem ser utilizados no controle de qualidade em procedimentos de
clonagem e estudos de paternidade e maternidade em pomares de sementes
(GRATTAPLAGIA et al., 2003).

2.5.2 Transgenia

A transgenia é uma técnica que pode contribuir de forma significativa para o


melhoramento genético de plantas, visando a produção de alimentos, fibras e óleos,
como também a fabricação de fármacos e outros produtos industriais (NODARI;
GUERRA, 2000).
Com os avanços obtidos com a técnica de DNA recombinante e nos métodos
de transformação genética de plantas, tornou-se possível introduzir no genoma de um
27

determinado organismo genes de organismos filogeneticamente distantes, ampliando


o pool gênico da espécie a ser melhorada, ultrapassando os limites impostos pela
incompatibilidade sexual (MODA-CIRINO, 2001). Ao organismo que tem inserido em
seu genoma uma sequência de DNA manipulado em laboratório por técnicas
moleculares ou biotecnológicas, damos o nome de transgênico ou Organismo
Geneticamente Modificado – OGM (MOTA, 2011).
Transgênico é qualquer organismo que tenha sido modificado geneticamente
por meio das técnicas e métodos da engenharia genética, no qual foi introduzido em
um organismo, uma ou mais sequencias de DNA de uma outra espécie que venha a
expressar uma nova característica ou até mesmo inibir uma característica existente
na planta (OKSMAN-CALDENTEY; BARZ, 2002). De acordo com Gonzáles et al.
(2002) a introdução de genes de interesse em progênies e clones comerciais de
eucalipto, por meio da transformação genética, é uma oportunidade de acelerar a
obtenção de genótipos superiores.
Diferentes sistemas para a transferência de genes em plantas estão
disponíveis. Dentre estes, pode-se destacar o método indireto, baseado na
patogenicidade de Agrobacterium, e os métodos diretos, os quais dispensam o uso
de vetor intermediário (BABU et al., 2003). A primeira espécie florestal transformada
via Agrobacterium foi o híbrido de álamo Populus alba x Populus grandidentata, por
FILLATTI et al. (1987) e, desde então, numerosos protocolos vêm sendo estabelecidos
e otimizados para diferentes espécies florestais.
Os métodos de transformação de plantas utilizados com maior frequência e
eficiência são baseados nos sistemas Agrobacterium e biobalística (BRASILEIRO;
CANÇADO, 2000; STUDART-GUIMARÃES et al., 2003). As espécies vegetais diferem
grandemente em sua susceptibilidade à infecção causada por Agrobacterium
tumefaciens ou Agrobacterium rhizogenes (DECLEENE; DELEY, 1976; ANDERSON;
MOORE, 1979).
Há uma variação da biobalística, a qual é utilizada em associação com a
transformação via Agrobacterium, chamada de agrobiobalística (ANDRADE, 2001).
Outra técnica, desenvolvida por Trick e Finer (1997), descreve uma nova tecnologia
baseada na transformação com Agrobacterium, chamada de Sonication-Assisted
Agrobacterium Mediated Transformation (SAAT) e envolve a exposição do tecido da
planta a breves períodos de ultra-sonicação em presença da Agrobacterium.
28

Andrade (2001) realizou uma pesquisa na qual se avaliou duas metodologias


para a transformação genética de Eucalyptus grandis. Foram estudadas a
transformação por agrobiobalística de explantes com acúmulo de gemas axilares e do
SAAT. Ambas as técnicas causam microferimentos nos explantes aumentando a
penetração da Agrobacterium nos tecidos vegetais. Por meio do experimento, foi
demonstrado que o uso de SAAT é mais viável na transformação de eucalipto com
Agrobacterium.
A transgenia na área florestal é utilizada para a introdução de características,
tais como: produção de biomassa, manipulação da composição de lignina, resistência
a insetos, tolerância a herbicidas, controle do florescimento e fitorremediação
(HALPIN; BOERJAN, 2003). Plantas de Pinus taeda foram transformadas por meio da
biobalística com uma versão sintética do gene cry1Ac de Bacillus thuringiensis,
aumentando a resistência a Dendrolimus punctatus e Crypyothelea formosicola
(TANG; TIAN, 2003).

2.5.3 Cultura de tecidos

As técnicas de cultura de tecidos vêm sendo utilizadas de diferentes formas


para o desenvolvimento de cultivares superiores de plantas. De maneira geral, elas
são requeridas em determinada etapa dos programas de melhoramento, oferecendo
novas alternativas e, muitas vezes, soluções únicas (FERREIRA et al., 1998).
Na cultura de tecidos, pequenos fragmentos de tecido vivo, chamados
explantes, são isolados de um organismo vegetal, desinfestados e cultivados
assepticamente em um meio de cultura apropriado. O objetivo é obter uma nova planta
idêntica a original, ou seja, realizar uma clonagem vegetal que é definida como uma
propagação assexuada de células ou organismos de modo a obter um novo indivíduo,
mantendo-se o genótipo idêntico àquele da planta matriz (TORRES et al., 2000). Esta
técnica baseia-se, principalmente, na capacidade das células em originar novas
células e, por conseguinte, indivíduos, exatamente iguais à célula-mãe. Esta
propriedade é conhecida como totipotencialidade (TAIZ et al., 2017).
A micropropagação possui diversas vantagens, como a redução do tempo de
multiplicação; maior controle sobre a sanidade do material propagado; facilidade para
transporte do material in vitro de um lugar para outro; possibilidade de multiplicar
grandes quantidades de plantas em uma área reduzida, entre outros (GEORGE,
29

1996). Vários protocolos de micropropagação têm sido estudados para diversas


espécies. No entanto, o sucesso deste processo depende de alguns fatores, como
tipo de explante, meio de cultura, regulador de crescimento, condições de incubação,
dentre outros (DESCHAMPS, 1993; KOMALAVALLI; RAO, 2000).
Embriogênese somática é uma via de regeneração utilizada para a
propagação vegetativa de algumas espécies, principalmente que possuem alguma
limitação quanto a propagação por técnicas mais simples. O termo “somático” refere-
se ao fato do embrião desenvolver-se assexuadamente de tecido vegetativo (não
somático) e não como resultado da fertilização. A embriogênese somática, a princípio,
apresenta-se como ferramenta mais indicada na obtenção de mudas clonais de Pinus,
uma vez que permite explorar o máximo de juvenilidade da planta, apresentando
grande potencial para o rejuvenescimento de materiais selecionados de difícil
enraizamento (PULLMAN et al., 2003; PULLMAN et al., 2006; XAVIER et al., 2013).
Há alguns fatores que limitam a realização da embriogênese somática, sendo os
principais a baixa frequência de iniciação de culturas embriogênicas, que são
altamente variáveis entre espécies e entre famílias dentro das espécies. Outros
fatores limitantes são a recalcitrância de alguns genótipos; a baixa sobrevivência da
cultura, resultando em pouca ou nenhuma produção de embriões somáticos; a
incapacidade dos embriões em atingirem a plena maturação, resultando em baixa
conversão e reduzido vigor das plântulas (PULLMAN et al., 2003).
A embriogênese somática de Pinus taeda tem avançado significativamente
desde seu primeiro relato em 1987 (GUPTA; DURZAN, 1987), possibilitando a
aplicação comercial. É necessário estabelecer estratégias adequadas e bem
planejadas em um programa de melhoramento genético, com objetivo de explorar a
variabilidade genética e selecionar os melhores clones para serem propagados via
embriogênese somática. Como perspectivas futuras, a embriogênese somática
poderá auxiliar os programas de melhoramento com a possibilidade de transformação
genética e produção de plantas transgênicas (DIAS, 2013).
O eucalipto é o gênero florestal que mais possui estudos de micropropagação.
Os primeiros trabalhos relatados com o cultivo in vitro de eucalipto datam da década
de 60 e somente no final dessa ocorreu o primeiro relato de sucesso na regeneração
de plântulas de Corymbia citriodora (E. citriodora), realizado por Aneja e Atal (1969).
O aumento do número de subcultivos in vitro de eucalipto restaura as
características juvenis, como o maior potencial de enraizamento (CHAPERON, 1987;
30

XAVIER; COMÉRIO, 1996; ASSIS, 1996). Após este processo, as mudas


micropropagadas são utilizadas para a formação de microjardins clonais. No entanto,
esta técnica é altamente dependente do genótipo das plantas e, portanto, algumas
espécies como E. urophylla, E. grandis e seus híbridos são mais responsivas do que
outras (WENDLING, 2021).
As contaminações fúngicas são fatores limitantes para o sucesso da cultura
de tecidos vegetais em laboratórios de pesquisa e para a produção de mudas em larga
escala (LAFETÁ et al., 2015). O controle das contaminações fúngicas pode ser
realizado pela seleção de uma planta matriz de boa qualidade sanitária e pelo uso de
fungicidas (PINHAL et al., 2011). Diversos autores fazem uso de fungicidas para o
tratamento das mudas em casa de vegetação, anteriormente a introdução dos
explantes in vitro. Lafetá et al. (2015) avaliaram o efeito de diferentes concentrações
de fungicida na contaminação e desenvolvimento de explantes caulinares de
eucalipto. Concluiu-se que a incidência de fungos foi similar para as diferentes
concentrações do fungicida Cercobin® 700 WP. As concentrações do fungicida
Cercobin® 700 WP não foram eficientes no controle de Aspergilus sp. e Fusarium sp.

2.5.4 Poliploidia

A poliploidia, ou seja, a existência de mais de dois genomas no mesmo núcleo,


é de ocorrência comum nas plantas, tendo desempenhado um importante papel na
origem e evolução de plantas silvestres e cultivadas (SCHIFINO-WITTMANN, 2004).
De acordo com Stebbins (1971) a poliploidia é provavelmente a alteração citogenética
mais importante na especiação e evolução vegetal.
A poliploidia induzida pode ser uma poderosa ferramenta para o
melhoramento genético, desde que bem empregada, e pode ser utilizada basicamente
de três maneiras: (1) poliploidização na própria espécie, como um modo de se tentar
conseguir plantas maiores e melhores; (2) poliploidização de um híbrido para restaurar
a fertilidade do híbrido estéril, sintetizar uma nova espécie, ressintetizar uma já
existente ou (3) como uma ponte para transferir genes de interesse entre níveis de
ploidia, na mesma ou entre espécies diferentes (DEWEY, 1980). Os poliploides podem
ser classificados de acordo com o número de conjuntos cromossômicos (x) que
possuem, ou seja, em triploides (3), tetraploides (4) e assim por diante
(DARLINGTON, 1973).
31

A poliploidização produz uma série de efeitos morfofisiológicos sobre os


órgãos vegetais, causando neles um efeito “giga”, tornando-os mais vigorosos em
relação a seus diploides correspondentes (ALLARD, 1971). Dentre as características
gerais apresentadas pelas plantas poliploides incluem-se folhas mais espessas,
firmes e de coloração mais intensa (LIN et al., 2010).
Em eucaliptos, Maritz (2008) avaliou o potencial de indução em sementes e
gemas axilares, destacando diferenças fenotípicas após tratamento com colchicina.
Raízes curtas, hipocótilos finos e folhas mais escuras, tanto em indivíduos tetraploides
como mixoploides também foram identificadas. Lin et al. (2010), utilizando ápices
Eucalyptus globulus, reportaram que concentrações em torno de 0,4 a 0,5% de
colchicina geram maiores taxas de poliploides, embora a mortalidade seja um fator
limitante (cerca de 60% dos explantes), dificultando a eficiência do processo.
Com a espécie E. grandis, Han et al. (2011) desenvolveram uma equação
para predizer a indução máxima e a concentração a ser utilizada, levando em conta
uma série de fatores que podem influenciar durante a poliploidização. Esses autores,
consideraram também que apesar de a predição poder alcançar 51% na taxa de
indução, indivíduos mixoploides ainda permanecem como entraves durante todo o
processo e manutenção das culturas.
Silva (2016), trabalhou com Eucalyptus grandis Hill (Ex Maiden), com o
objetivo de desenvolver protocolos para induzir a poliploidia, verificou a eficiência do
tratamento e as modificações decorrentes da poliploidização. Para explantes de 1,0
cm, obteve-se 38% de tetraploides na concentração de colchicina de 0,5 mM por 96
horas, e em explante de 1,5 cm, 68 % de tetraploides na concentração de 1,5 mM por
120 horas. Os procedimentos estabelecidos no estudo, para indução de
poliploidização in vitro de plântulas de E. grandis, podem ser aplicados com sucesso
se as concentrações da colchicina e tempo ideais forem bem estabelecidos para cada
tipo de amostragem de eucalipto.

2.5.5 CRISPR-Cas 9

Esta técnica foi descrita pela primeira vez em meados dos anos 80 pela
professora Emmanuelle Charpentier, da Hannover Medical School, na Alemanha, e
por sua colega de trabalho Jennifer Doudna, da universidade de Berkeley na
Califórnia, que foi a co-descobridora do processo de edição genética. Porém apenas
32

em 2013, Feng Zhang do MIT e do BroadInstitute, conseguiu fazer com que CRISPR-
Cas 9 fosse utilizado em células humanas, e com isso recebeu a primeira patente
norte-americana sobre a técnica (GONZAGA et al., 2018).
A técnica CRISPR-Cas 9 utiliza pequenos fragmentos de RNA – ácido
ribonucleico, que serve para realizar a fragmentação de sequências específicas de
DNA para a edição e inserção de novo gene na célula-alvo (MARÇAL; AMORIM,
2017). A tecnologia de edição de genoma de plantas via CRISPR-Cas 9 é capaz de
modificar com precisão genes responsáveis por características agronômicas
importantes. Basicamente, um RNA guia com sequência do gene de interesse
direciona a nuclease Cas para uma região específica onde ocorrerá a clivagem ou
quebra da fita dupla de DNA. A quebra da fita dupla pode resultar em mutações por
nocaute de genes, em modificações de um produto gênico ou inserção direcionada de
características específicas (SVITASHEV et al., 2016).
Liang et al. (2014) utilizaram o sistema CRISPR-Cas 9 para gerar mutações e
silenciar os genes ZmIPK1A, ZmIPK e ZmMRP4 da via biossintética do ácido fítico em
milho. O fitato representa por volta de 75% do total de fósforo na semente e é um
composto antinutricional. Neste estudo, foi demonstrado que o sistema CRISPR-Cas
é capaz de induzir mutagênese direcionada em Zea mays com alta eficiência e
silenciar genes indesejáveis. Outra modificação realizada em plantas de milho
utilizando o sistema CRISPR-Cas 9 foi o aumento da expressão do gene ARGOS8,
um regulador negativo de resposta da planta ao etileno. O fitormônio etileno regula a
resposta da planta a vários estresses abióticos e já foi demonstrado que, quando sua
expressão é reduzida, plantas são mais produtivas em condições de estresse hídrico.
Normalmente, a expressão do gene ARGOS8 é baixa em milho e para modificar isto,
Shi et al. (2017) utilizaram o sistema CRISPR-Cas 9 para trocar o promotor nativo
ARGOS8 que confere baixo nível de expressão à proteína, pelo promotor GOS2 que
confere um nível moderado de expressão constitutiva. O resultado obtido com esta
modificação genética direcionada foi um aumento da expressão do gene ARGOS8
gerando uma diminuição da resposta do milho ao etileno e, consequentemente, um
aumento de produtividade em condições de estresse hídrico.
Espécies exóticas invasoras provocam impactos diretos e indiretos sobre a
biodiversidade, afetando indivíduos, populações e comunidades, seja por meio de
alterações nas interações existentes entre espécies ou por alterações químicas e
físicas no meio (VERSFELD; VAN WILGEN, 1986; VITOUSEK, 1990; MACK et al.,
33

2000; RICHARDSON et al., 2000; SHEA; CHESSON, 2002; RICHARDSON; VAN


VILGEN, 2004). A eliminação da reprodução sexuada de eucaliptos exóticos ou
geneticamente modificados reduziria muito o potencial de disseminação e invasão da
espécie, mantendo o crescimento vegetativo desejável e as características de
adaptabilidade inerentes aos genótipos modificados, incluindo sua capacidade de
serem propagados (STRAUSS, 2021). Ainda, de acordo com o autor , a técnica
CRISPR-Cas 9 pode ser utilizada em Eucalyptus spp., com quase 100% de eficiência,
para eliminar o LEAFY, o gene mestre responsável pela formação de flores. Ele
comenta no estudo que as flores nunca se desenvolveram a ponto de se observarem
óvulos, pólen ou sementes férteis e que não houve efeito negativo detectável no
crescimento ou forma da árvore.

2.5.6 Barcode

Dentre as técnicas moleculares de identificação genética de espécies ganha


destaque o DNA barcode. Esta metodologia consiste em um sistema capaz de
empregar sequências de DNA específicas de forma análoga a um código de barras
identificador para cada táxon (unidade de classificação biológica), funcionando como
um sistema bioidentificador global prático, econômico e específico (HEBERT et al.,
2003).
O sistema de identificação molecular por barcode genético foi proposto por
Hebert et al. (2003). A técnica de DNA barcode é uma ferramenta de apoio molecular
à sistemática, baseando-se na sequência do gene COI localizado no DNA
mitocondrial, sendo um sistema bioidentificador, semelhante aos códigos de barras
universais (CARVALHO et al., 2008).
Estudos mostram o uso do núcleo de DNA barcode para espécies vegetais,
associado a sequências complementares, na identificação de espécies medicinais (LI
et al., 2011; BOONSOM et al., 2012), na identificação de fraudes e uso de espécies
em extinção ou protegidas (COGHLAN et al., 2012) e na análise de presença de
adulterantes em produtos alimentícios (KUMAR et al.; STOECKLE, 2011).
Uma das principais aplicações do uso do banco de dados com as sequências
genéticas é facilitar a identificação de novas espécies. Caso um estudioso se encontre
diante de uma espécie que não sabe identificar, ele poderá extrair seu DNA com a
técnica e compará-lo, no banco de dados, com outras sequências. Saberá, assim, se
34

essa espécie já foi identificada por outro pesquisador e, caso não encontre a
sequência correspondente, poderá investigar se a espécie apenas não foi registrada
ou se configura uma nova espécie (OLIVEIRA, 2014). De acordo com Miyaki (2014),
utilizando DNA barcode pode-se verificar se determinada madeira pertence a um tipo
cuja extração é vedada. Ou seja, evitaria o contrabando de espécies florestais, uma
vez que poderia identificar de qual espécie é aquela madeira.
35

3 MATERIAL E MÉTODOS

Este item foi dividido em dois tópicos, o primeiro sobre a pesquisa realizada
na base de dados do Web of Science, e o segundo sobre o questionário enviado às
empresas de base florestal.

3.1 PESQUISA NA BASE DE DADOS

O levantamento bibliográfico foi realizado por meio da base de dados da Web


of Science, uma plataforma referencial de citações científicas projetada para apoiar
pesquisas científicas e acadêmicas com cobertura nas áreas de ciências, ciências
sociais, artes e humanidades. A fim de acessar esta base de dados, é necessário
realizar o Log In no site por meio do acesso remoto da via CAFe (Comunidade
Acadêmica Federada), utilizando o e-mail e a senha da Universidade Federal do
Paraná, a qual aderiu a este serviço provido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
(RNP). A primeira abordagem da busca foi por meio da definição das palavras chaves
(keywords) para o trabalho, que são: biotechnologies e forest. Foi utilizado o operador
booleano AND, o qual busca documentos que possuem os dois termos de pesquisa
de forma simultânea. Foi escolhido também estipular um tempo máximo da publicação
dos documentos, que seria de 10 anos, então foram selecionados os documentos dos
anos de 2011 a 2021, e, por fim, as palavras chaves estarem como “tópicos”, ou seja,
pesquisa o título, resumo, as palavras-chave do autor e o Keywords Plus (FIGURA 1).
A busca por meio dessa primeira abordagem gerou 284 documentos da
principal coleção do Web of Science. Esses 284 documentos foram separados em
categorias e então criou-se gráficos, a fim de saber quantos documentos se inserem
em determinada categoria. Após isso, foi separado também a quantidade de
documentos que foram publicados por ano, quantidade por tipo de documento e quais
foram as organizações que publicaram os documentos.

FIGURA 1 – EXEMPLO DE RESULTADO DA PESQUISA REALIZADA NA COLEÇÃO PRINCIPAL DA


BASE DE DADOS WEB OF SCIENCE EM MARÇO DE 2022.
36

FONTE: A autora (2022).

3.2 QUESTIONÁRIO SOBRE BIOTECNOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa com empresas florestais selecionadas do Brasil a


fim de averiguar sobre como se encontra a Biotecnologia Florestal dentro dessas
empresas. Os dados das empresas foram coletados por meio de um questionário
semiestruturado com onze perguntas principais. As questões foram inseridas no
Google Forms, e o link para o questionário foi enviado por meio do e-mail para o
responsável da área de Biotecnologia Florestal nestas empresas. Segue abaixo uma
tabela com as questões (TABELA 2).

TABELA 2 – QUESTIONÁRIO SOBRE BIOTECNOLOGIA FLORESTAL ELABORADO EM JANEIRO


DE 2022 PARA SER ENVIADO ÀS EMPRESAS DE BASE FLORESTAL.

1) A empresa utiliza a biotecnologia a) ( ) sim


para melhorar o rendimento e b) ( ) não
produtividade das florestas?
2) A empresa utiliza a biotecnologia a) ( ) sim
florestal nas áreas de floresta nativa? b) ( ) não
3) A empresa faz uso de quais a) ( ) Cultura de tecidos
processos da biotecnologia florestal? b) ( ) Transgênicos
c) ( ) Marcadores moleculares
37

d) ( ) Poliploidia
e) ( ) CRISPR-Cas 9
f) ( ) Barcode
g) ( ) Outra. Qual? ______
4) Qual(is) espécie(s) a empresa Resposta aberta
trabalha com a biotecnologia?
5) Há quanto tempo Resposta aberta.
aproximadamente a empresa faz uso
da biotecnologia florestal? Houve
alguma dificuldade inicial na
implantação da mesma?
6) Houve uma melhora significativa na a) ( ) sim
produção e rendimento do b) ( ) não
povoamento nesse tempo comparado c) A empresa não faz uso de biotecnologia
com a época em que não havia a
biotecnologia florestal?
7) A biotecnologia florestal trouxe a) ( ) sim
melhoras econômicas para a b) ( ) não
empresa? c) A empresa não faz uso de biotecnologia
8) A empresa possui estrutura própria a) ( ) sim
para o desenvolvimento da b) ( ) não
biotecnologia florestal? c) A empresa não faz uso de biotecnologia
8.1) Se não possui estrutura própria, a a) Parceria
empresa faz uma parceria ou b) Terceirização
terceiriza? c) Ambos
8.2) Neste caso, seria com uma outra a) Empresa
empresa, universidade, centro de b) Universidade
pesquisa? c) Centro de Pesquisa
d) Outro. Qual? ___
9) A empresa possui algum produto a) ( ) sim
patenteado com o auxílio da b) ( ) não
biotecnologia florestal? c) A empresa não faz uso de biotecnologia
38

9.1) Qual a finalidade deste(s) Resposta aberta.


produto(s)?
10) Quantos colaboradores dentro da Resposta aberta.
empresa trabalham com a
biotecnologia florestal? Isto é, que
estão formalmente dentro da equipe
de pesquisa?
11) Quais são as perspectivas futuras Resposta aberta.
desta área na empresa?

FONTE: A autora (2022).


39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados estão divididos em duas categorias, uma relacionada à pesquisa


da base de dados Web of Science, e a outra em relação aos questionários enviados
às empresas.

4.1 PESQUISA NA BASE DE DADOS

4.1.1 Categorias dos documentos

As principais categorias encontradas na base de dados do Web of Science


entre os 284 documentos foram Biotechnology Aplied Microbiology e Forestry, que
seriam os trabalhados diretamente relacionados com a área florestal. Segue abaixo
gráfico com as diferentes categorias (GRÁFICO 1).

GRÁFICO 1 – QUANTIDADE DE DOCUMENTOS SEPARADOS EM DIFERENTES ÁREAS


(CATEGORIAS) PUBLICADOS NO WEB OF SCIENCE ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2021.

70
60
50
40
30
20
10
0
Entomology

Outros
Forestry

Environmental sciences
Plant Sciences

Horticulture

Food Science
Genetics Heredity

Ecology

Agronomy
Economics

Biodiversity conservation
Biochemistry molecular

Microbiology

Environmental studies
Biotechnology applied

Multidisciplinary sciences

Technology
microbiology

biology

Categorias

FONTE: A autora (2022).

As categorias com maior quantidade de trabalhos publicados são


Biotechnology Applied Microbiology com 65 publicações, seguidamente de Forestry,
40

com 62, Plant Sciences, com 41 e Biochemistry Molecular Biology com 32. A partir da
sexta categoria, há 20 ou menos publicações cada, diminuindo cada vez mais até
chegar em uma publicação por categoria. Na categoria “outros” no gráfico está incluso
todas as categorias que restaram que tenham nove ou menos publicações por
categoria.
As categorias Biotechnology Applied Microbiology, Forestry e Plant Sciences
são as mais relacionadas com a área de Engenharia Florestal, uma vez que tem
relação com a produção florestal e com estudos de florestas nativas, e são também
as categorias mais abrangentes entre as encontradas. Pensando nisto, foi pesquisado
a fundo sobre os documentos publicados nestas categorias (168 documentos) e
identificado documentos com diferentes temas e espécies. Muitas vezes o mesmo
documento citou mais de um tema ou espécie.
Foram encontrados 29 documentos sobre cultura de tecido; 24 sobre
transgenia; oito sobre marcadores moleculares; 12 sobre melhoramento genético
clássico; 10 sobre estudos genéticos, três sobre CRISPR-Cas 9, um sobre poliploidia
e havia 81 em uma categoria denominada “outro”, com discussões de trabalhos sobre
determinada espécie; discussão e debates sobre biotecnologia; fitossanidade;
soluções tecnológicas; propagação vegetativa; fungos; estudos sobre o solo; entre
outros, que não envolviam diretamente os temas deste trabalho. Dentre estes
trabalhos, foram identificados 10 trabalhos sobre Populus spp.; seis sobre Eucalyptus
spp; cinco sobre Pinus spp.; e outros trabalhos com outras espécies. Há publicações
voltadas a aspectos mais comerciais, enquanto outros trabalhos visavam a
conservação e proteção das florestas.

4.1.2 Anos de publicação

A seguir, segue o gráfico com a quantidade de trabalhos publicados por ano


(GRÁFICO 2).

GRÁFICO 2 – QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PUBLICADOS NO WEB OF SCIENCE POR ANO


ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2021.
41

60

50

40

30

20

10

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Ano

FONTE: A autora (2022).

Nota-se que os anos com maior quantidade de trabalhos publicados foram os


anos de 2018, com 34 documentos, 2019, com 39, 2020, com 43 e 2021 com 52.
As pesquisas realizadas com a biotecnologia florestal têm aumentado nos
últimos anos, sendo possível presumir que a importância dada a ela no mundo tem
aumentado. As pessoas estão cada vez mais interessadas e tomando conhecimento
sobre a biotecnologia nas mais diversas áreas.

4.1.3 Tipos de documento

Abaixo é possível observar quais são os tipos de documentos das publicações


(GRÁFICO 3).

GRÁFICO 3 - QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PUBLICADOS NO WEB OF SCIENCE POR TIPOS


DE DOCUMENTOS LEVANTADOS ENTRE OS ANOS DE 2011 A 2021.
42

250

200

150

100

50

0
Artigos Artigos de Artigos de Materiais Artigos de Acesso Capítulos Itens de
revisão conferência editoriais dados antecipado de livros Notícias

Tipos de documento

FONTE: A autora (2022).

A maior parte das publicações foram realizadas em formato de artigo, com 211
documentos, seguido de artigos de revisão, com 55, e artigos de conferência, com 16.
Os outros tipos de documentos obtiveram 5 ou menos publicações cada.

4.1.4 Organizações das publicações

Os documentos foram publicados por diversas organizações consolidadas,


como universidades estrangeiras, órgãos públicos, institutos, etc. A universidade que
apresentou mais publicações foi a Oregon State University, com 17 documentos,
localizada nos Estados Unidos da América. Seguidamente pelo United States
Department of Agriculture, órgão americano que faz a gestão de alimentos, agricultura,
recursos naturais, desenvolvimento rural e nutrição, com 12 e pela universidade
Chinese Academy of Sciences, localizada na China, com 12. É possível que um
documento possa ser encontrado em mais de uma organização, então o número total
de organizações é 607. Segue abaixo as organizações que mais publicaram trabalhos
(GRÁFICO 4). As outras organizações não presentes no gráfico publicaram seis
trabalhos ou menos.
43

GRÁFICO 4 - QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PUBLICADOS NO WEB OF SCIENCE POR


ORGANIZAÇÕES.

18

16

14

12

10

0
Oregon State United States Chinese University of United States Natural State
University Department Academy of British Forest Resources University of
of Agriculture Sciences Columbia Service Institute New York
Finland Luke Suny System

Organizações

FONTE: A autora (2022).

As pesquisas publicadas são ligadas a centros que possuem um maior


recurso financeiro, uma vez que a área de biotecnologia envolve equipamentos e
reagentes que em geral dependem destes valores. Os Estados Unidos da América,
China e Finlândia, onde estão os principais centros com documentos publicados, são
países bastante desenvolvidos e com uma situação financeira promissora para a
realização de pesquisas na área.

4.2 QUESTIONÁRIO SOBRE BIOTECNOLOGIA FLORESTAL

Houve dez respostas de diferentes empresas de base florestais (APÊNDICE


1). Segue abaixo as perguntas com as respostas.

1) A empresa utiliza a biotecnologia florestal para melhorar o rendimento e


produtividade das florestas?

Três empresas responderam que não fazem uso para melhorar o rendimento
das florestas, porém uma delas em uma pergunta abaixo havia colocado umas das
técnicas, comprovando então que ela na realidade utiliza e havia respondido
44

incorretamente. É possível perceber então que muitas empresas podem não


compreender o que realmente são as técnicas biotecnológicas. Ou seja, seria oito
empresas que sim, utilizam a biotecnologia florestal para melhorar o rendimento e
produtividade, e duas que não.

2) A empresa utiliza a biotecnologia florestal nas áreas de floresta nativa?

Nenhuma empresa utiliza em áreas de floresta nativa. As áreas de floresta


nativas das empresas são, principalmente, Área de Preservação Permanente (APP)
e áreas de Reserva Legal (RL). Por conceito, a Reserva Legal Florestal vem a ser
uma área destinada ao uso sustentável de recursos naturais, à conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo
e proteção da fauna e flora nativas (PADILHA JUNIOR, 2004). Ou seja, para a
empresa, conservar essas áreas para restaurar a flora, fauna, cursos d’água e
nascente é de suma importância, porém o fato de não utilizar ferramentas
biotecnológicas pode indicar que não é viável investir recursos nesta área ou ainda
não existam estudos o suficiente com essas ferramentas avançadas no Brasil para
florestas nativas. Concomitantemente, as empresas de base florestal, plantadoras
principalmente e Pinus spp. e Eucalyptus spp., podem não se interessar em
desenvolver técnicas de exploração de espécies nativas, uma vez que estão
estáveis e crescendo com as espécies que já possuem protocolos.
De acordo com Farnum (2007), a modificação genética pode contribuir para
a proteção e conservação das espécies culturalmente importantes, que têm estado
em declínio, como resultado de doença. Caso haja espécies muito importantes para
determinado país e que possui problemas com pragas e doenças, é possível utilizar
a transgenia a fim de conservar a espécie.
Os marcadores moleculares são ferramentas básicas para os estudos em
genética da conservação, uma vez que permitem a caracterização da variabilidade e
estrutura genética nas populações. A estrutura genética da população refere-se à
heterogeneidade na distribuição dos genótipos e da variabilidade genética dentro e
entre as populações, a fim de se descrever como essa informação pode ser útil para
a conservação e o manejo das espécies (KAMADA et al., 2009). É importante utilizar
os marcadores moleculares uma vez que o conhecimento dos padrões de
variabilidade genética entre e dentro de populações é de grande importância para o
45

estabelecimento de estratégias de conservação, bem como desenvolvimento de


programas de melhoramento genético. No Brasil há grandes possibilidades futuras
para uso da biotecnologia com florestas nativas em empresas florestais, caso haja
maiores incentivos para a conservação das florestas e tecnologias cada vez mais
fáceis e eficientes de seres implementadas nas empresas.

3) A empresa faz uso de quais processos da biotecnologia florestal?

A maior parte das empresas utiliza cultura de tecidos e marcadores


moleculares, duas utilizam técnicas de transgenia, três fazem uso da poliploidia,
duas de barcode e apenas uma utiliza CRISPR-Cas 9. Uma das empresas
respondeu que fazem apenas o uso do melhoramento tradicional, sem utilizar essas
técnicas.
Houve diversos trabalhos publicados sobre cultura de tecidos, transgenia e
marcadores moleculares nas categorias procuradas na base de dados do Web of
Science, e foi possível perceber que as empresas estão utilizando essas ferramentas
também. As técnicas de barcode e CRISPR-Cas 9 são mais recentes e, portanto,
ainda não foram incorporadas aos programas de melhoramento de todas as
empresas. Essas técnicas possuem um alto potencial apresentado com outras
espécies, então é possível que que em um futuro próximo as empresas começarão a
aderir mais a estas ferramentas. Acredita-se que, nos próximos anos, ocorrerão
muitos avanços a fim de tornar a edição de genoma por CRISPR-Cas 9 uma técnica
de uso corriqueiro em laboratórios de melhoramento de plantas com maior precisão
(MOLINARI, 2020).

4) Qual(is) espécie(s) a empresa trabalha com a biotecnologia?

A maioria trabalha com Pinus spp., Eucalyptus spp., Corymbia spp. ou


Aracauria spp., o que entra de acordo com o mercado florestal, uma vez que as
florestais plantadas são, principalmente, de Pinus spp. e Eucalyptus spp. No ano de
2019, a área total de árvores plantadas totalizou 9,0 milhões de hectares. Desse total,
a maioria (77%) é representada pelo cultivo de eucalipto, com 6,97 milhões de
hectares, e 18% de pinus, com 1,64 milhão de hectares. Além desses cultivos, existem
46

0,39 milhão de hectares plantados de outras espécies, entre elas a seringueira,


acácia, teca e paricá (IBÁ, 2020).

5) Há quanto tempo aproximadamente a empresa faz uso da biotecnologia


florestal? Houve alguma dificuldade inicial na implantação da mesma?

As empresas fazem uso desde oito meses, com pouco tempo, até 16 anos,
então varia muito essa questão de tempo. É necessário um projeto e um planejamento
envolvendo custos, mão de obra, infraestrutura e os benefícios para a implementação
das ferramentas da biotecnologia florestal nas empresas, e isto pode levar bastante
tempo, e como a tecnologia é relativamente nova e custosa, as empresas ainda estão
precisando estudar sobre a viabilidade dela, principalmente empresas menores e com
menos capital para investir. Duas empresas responderam sobre a dificuldade de
implantação, uma alegando que não houve dificuldades após um planejamento e
capacitação da equipe e a outra que os valores dos projetos são altos.

6) Houve uma melhora significativa na produção e rendimento do


povoamento nesse tempo comparado com a época em que não havia a
biotecnologia florestal?

Três empresas responderam que houve essa melhora. Para uma outra
pesquisa relacionada a esta, seria interessante realizar mais perguntas em torno
desta melhora, para compreender o que consistiu nesta melhora significativa.

7) A biotecnologia florestal trouxe melhoras econômicas para a empresa?

Apenas três empresas responderam que houve melhoras econômicas. Há


empresas que trabalham a pouco tempo com a biotecnologia florestal, então ainda
não houve melhorias econômicas, ou uma maior noção do quão benéfico é utilizar
essas técnicas. Muitas ainda preferem ficar no melhoramento florestal clássico. É
possível que as empresas prefiram ficar no melhoramento clássico por falta de
recursos financeiros, tecnologia avançada na empresa, mão-de-obra especializada
compreendendo como lidar e aplicar as técnicas biotecnológicas e infraestrutura.
Outro ponto a se levantar, que havia na resposta da empresa que respondeu que
47

utiliza apenas o melhoramento clássico, é que eles ainda possuem ganhos com o
melhoramento clássico, e, portanto, não pretendem começar a utilizar as técnicas
biotecnológicas a curto prazo.

8) A empresa possui estrutura própria para o desenvolvimento da


biotecnologia florestal?

Quatro empresas possuem estrutura própria, e três responderam que não,


enquanto as outras falaram que não fazem uso. Uma das que falaram que não fazem
uso, na realidade comentam em outro tópico que utilizam, então é considerada a
resposta “não”.
É possível perceber que as empresas estão procurando conhecer e adentrar
mais na parte de biotecnologia para os povoamentos florestais, porém nem sempre é
viável para a empresa trabalhar essa parte da pesquisa diretamente, então muitas
procuram parcerias ou empresas terceirizadas.

8.1) Se não possui estrutura própria, a empresa faz uma parceria ou


terceiriza?

Houve uma opção para cada resposta: parceria, terceirização e ambos.

8.2) Neste caso, seria com uma outra empresa, universidade, centro de
pesquisa?

Houve respostas para universidade, centro de pesquisa e empresa.

9) A empresa possui algum produto patenteado com o auxílio da


biotecnologia florestal?

Apenas uma empresa possui um produto patenteado. Patente é um título de


propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo
Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de
direitos sobre a criação (GALVANI, 2019). O grande interesse nas patentes é
consequência do fato de esta proteção ser concedida na forma de direitos exclusivos
48

de exploração, ou seja, permite excluir terceiros da produção ou do uso do processo


de produtos patenteados. Do ponto de vista científico, as patentes são consideradas
um incentivo à inovação, não só pelos rendimentos advindos da comercialização das
mesmas, mas pela revelação segura do conhecimento de forma a permitir o avanço
das pesquisas (PENTEADO, 2002).
Seria interessante para as empresas de base florestal patentearem seus
produtos. Com a patente, é possível garantir a proteção após anos de estudos com o
melhoramento florestal, a comercialização dessa patente, arrecadando fundos para
mais estudos, e demonstrar que o produto é seguro para ser utilizado, respeitando as
normas de biossegurança requeridas. De acordo com Galvani (2019), a
biossegurança tem o escopo de preservar a saúde humana e a biodiversidade dos
ecossistemas naturais, de forma a regular o uso das técnicas de engenharia genética
e a assegurar a liberação no meio ambiente dos produtos dessa ciência.

9.1) Qual a finalidade deste(s) produto(s)?

A empresa que possui o produto patenteado comenta que é com a finalidade


de celulose.
A empresa pode ter focado em um produto com a finalidade da celulose, pois
o Brasil é um grande produtor e exportador de celulose. Ibá (2020) divulga que o Brasil
é o primeiro exportador mundial de celulose. No setor de árvores plantadas, a celulose
representa 66% dos produtos exportados, enquanto o papel, segundo produto desta
lista, representa 18%. Em 2019, o país se manteve como segundo maior produtor,
atingindo 19,7 milhões de toneladas fabricadas. De toda a produção, 75% foi
destinada para exportação, totalizando 14,7 milhões de toneladas. O mercado
doméstico foi responsável pelo consumo de 5,2 milhões de toneladas.

10) Quantos colaboradores dentro da empresa trabalham com a


biotecnologia florestal? Isto é, que estão formalmente dentro da equipe de pesquisa?

Houve diversas respostas com números diferentes, porém com uma


variação em que a equipe contém desde uma pessoa até 14 pessoas. A equipe pode
variar bastante, afinal as empresas que trabalham com a biotecnologia podem ter
49

parceria ou terceirização, podendo diminuir bastante a necessidade de muitas


pessoas dentro da empresa.

11) Quais são as perspectivas futuras desta área na empresa?

Houve diferentes respostas das empresas, como: “a empresa não pretende


investir no melhoramento genético próprio, e sim, continuar com os projetos em
parceria com os outros setores”; “permanecer na área”; “os estudos ainda estão em
fase inicial, porém são promissores. Esperamos produzir material melhorado para
aumentar a produtividade dos plantios comerciais”; “manter a estrutura e inserir
possíveis bons candidatos no programa de melhoramento convencional da empresa”;
“atualmente a empresa utiliza de programas de melhoramento genético clássico e
propagação de espécies via sementes. Ainda não avaliamos internamente a utilização
de biotecnologias para melhoria da nossa produtividade, porém, medidas de ganho
de seleção com base em pomares clonais de sementes já estão em andamento”; “a
genotipagem e grau de parentesco de todos os clones da empresa com uso de
marcadores moleculares para o sequenciamento evitando cruzamentos endogâmicos
e obtendo-se uma seleção precoce e precisa”; “aumento das pesquisas na área”;
“crescimento e desenvolvimento da técnica”; “investimentos e inovação”.
Há empresas que preferem continuar com os estudos de melhoramento, mas
por meio de parcerias. Possivelmente a empresa já fez os projetos de implementação
e percebeu que compensaria mais manter a parceria. Outras ainda se mantém no
melhoramento clássico, com possibilidade ou não de no futuro começar a utilizar as
ferramentas biotecnológicas.
A maioria está utilizando alguma das ferramentas, seja em estado inicial ou
há bastante tempo, e desejam permanecer na área, melhorando cada vez mais ao
aumentar, investir e inovar nas pesquisas na área. É possível que todas elas venham
a utilizar e implementar as técnicas no futuro quando for viável economicamente e
trazer lucros a empresa.
50

5 CONCLUSÕES

Foi possível observar, em um panorama inicial, sobre como está a


biotecnologia florestal. Foram 284 publicações sobre biotecnologia florestal na base
de dados Web of Science entre os anos de 2011 e 2021, principalmente com temas
envolvendo cultura de tecidos, marcadores moleculares e transgenia. Muitas
empresas florestais têm utilizado essas técnicas nas florestas plantadas a fim de
melhorar o rendimento e produtividade delas.
Há empresas que ainda não utilizam a biotecnologia florestal, mas sim
técnicas tradicionais de melhoramento genético. Em relação às empresas que utilizam
as ferramentas biotecnológicas, algumas perceberam benefícios quanto ao
rendimento de florestas, outras, rendimentos econômicos, porém será possível avaliar
melhor estes quesitos após alguns anos de utilização dessa tecnologia. Hoje, há
empresas que fazem uso dessas técnicas a pouco tempo, então não é possível
observar melhoras significativas.
A maioria das empresas de base florestal desejam ou implementar algumas
das técnicas de biotecnologia florestal, ou gostariam de melhorar ainda mais as que
já estão sendo utilizadas, pois percebem que os estudos realizados, sejam pela
própria empresa ou por universidade e outras entidades são promissores e podem
trazer benefícios eventualmente.

5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

O desenvolvimento de mais questões para abranger outros tipos de


biotecnologias e perguntas mais específicas podem ser realizadas em futuros
trabalhos para haver maior detalhamento do mesmo. É também possível aumentar o
campo de pesquisa para perguntas sobre utilização de técnica de melhoramento
tradicionais, e não só com o uso de biotecnologias, para compreender melhor como é
realizado o melhoramento florestal na empresa, pois há empresas que não utilizam as
técnicas citadas no trabalho. Um outro tema que poderia ser estudado seria na parte
de como a biotecnologia florestal pode chegar ao conhecimento de pessoas que não
são da área, ao compreender como que as empresas divulgam e demonstram a
importância dela para pessoas externas.
51

Seria muito interessante adquirir mais respostas de outras empresas, o


questionário foi enviado para diversas pessoas de diferentes empresas, porém a
maioria não retornou, e apenas uma efetivamente respondeu que não iria preencher
o questionário. Há empresas que acabam prezando pela privacidade e preferem não
responder, e outras respondem, porém não se identificam ou então acabam não
respondendo alguma pergunta.
52

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62

APÊNDICE 1 – RESPOSTAS DAS EMPRESAS AO QUESTIONÁRIO


SOBRE BIOTECNOLOGIA FLORESTAL
Empresa 1 2 3 4
Utilizamos técnicas de melhoramento tradicional
A Não Não Não utilizamos técnicas de biotecnologia
(polinização, cruzamentos, enxertia)
B Sim Não
Cultura de tecidos Eucalyptus urograndis
C Não Não
marcadores moleculares apenas para identificação Nenhuma
D Sim Não
Cultura de tecidos Araucaria angustifolia, Pinus taeda e pinus patula
Cultura de tecidos, Transgênicos, Marcadores
E Sim Não Eucalyptus spp.
moleculares
F Não Não Não fazemos uso de processos biotecnológicos Nenhuma
G Sim Não Marcadores moleculares Eucalyptus spp.
H Sim Não Cultura de tecidos, Marcadores moleculares, Poliploidia Eucalyptus spp. e Corymbia spp.
Cultura de tecidos, Transgênicos, Marcadores
I Sim Não Eucalyptus spp.
moleculares, Poliploidia, Crispr-Cas 9, Barcode
Cultura de tecidos, Marcadores moleculares, Poliploidia,
J Sim Não Eucalyptus spp. e microorganismos
Barcode
1 - A empresa utiliza a biotecnologia florestal para melhorar o rendimento e produtividade das florestas?
2 - A empresa utiliza a biotecnologia florestal nas áreas de Floresta Nativa?
3 - A empresa faz uso de quais processos da biotecnologia florestal?
4 - Qual(is) espécie(s) a empresa trabalha com a biotecnologia?

5 6 7 8 8.1 8.2
Ainda não utilizamos técnicas de biotecnologia. Temos parceria com a Arbogen, os quais Temos parcerias com empresas
produzem sementes a partir de embriogênese somática. Entretanto, ainda não temos os Não Não Não Parceria (Arbogen), Universidades (Unicentro) e
resultados do teste de progênie desses materiais. Centro de Pesquisa (Embrapa)

Cerca de 6 anos Sim Sim Não Ambos Universidade


Não faço uso da Não faço uso da Não faço uso da
não fazemos uso de biotecnologia
biotecnologia biotecnologia biotecnologia
Não faço uso da Não faço uso da Não faço uso da
3 anos
biotecnologia biotecnologia biotecnologia
Aprox 16 anos Não Não Sim
A empresa não A empresa não
Não faço uso da
Não há faz uso da faz uso da
biotecnologia
biotecnologia biotecnologia

A empresa faz uso há 8 meses. Não houveram dificuldades para implantação após um
Sim Não Não Terceirização Centro de Pesquisa
bom planejamento do objetivo e capacitação da equipe

3 anos . Adaptação do protocolo a genótipos diferentes Não Não Sim


Ao menos a 10 anos Sim Sim Sim
5 anos. Sim valores altos de projetos. Não Sim Sim
5 - Há quanto tempo aproximadamente a empresa faz uso da biotecnologia florestal? Houve alguma dificuldade inicial na implantação da
mesma?
6 - Houve uma melhora significativa na produção e rendimento do povoamento nesse tempo comparado com a época em que não havia a
biotecnologia florestal?
7 - A biotecnologia florestal trouxe melhoras econômicas para a empresa?
8 - A empresa possui estrutura própria para o desenvolvimento da biotecnologia florestal?
8.1 - Se não possui estrutura própria, a empresa faz uma parceria ou terceiriza?
8.2 - Neste caso, seria com uma outra empresa, universidade, centro de pesquisa?
63

9 9.1 10 11
A empresa não pretende investir no melhoramento genético próprio, e sim, continuar com os
Não A equipe de pesquisa é formada por uma analista florestal Jr, entretanto, não trabalhamos diretamente com a biotecnolo
projetos em parceria com os outros setores.
Não 7 Permanecer
Não faço uso da não temos previsão de trabalhar com biotecnologia em curto prazo, pois ainda temos boas
nenhum
biotecnologia possibilidades de ganhos com o melhoramento clássico
Os estudos ainda estão em fase inicial, porém são promissores. Esperamos produzir material
Não 5
melhorado para aumentar a produtividade dos plantios comerciais
Manter a estrutura e inserir possibeis bons candidatos na programa de melhoramento
Não 2
convencional da empresa
Atualmente a empresa utiliza de programas de melhoramento genético clássico e propagação
A empresa não faz de espécies via sementes. Ainda não avaliamos internamente a utilização de biotecnologias
Nenhum
uso da biotecnologia para melhoria da nossa produtividade, porém, medidas de ganho de seleção com base em
pomares clonais de sementes já estão em andamento
A genotipagem e grau de parentesco de todos os clones da empresa com uso de marcadores
Não Cerca de três moleculares para o sequenciamento envitando cruzamentos endogamicos e obtendo-se uma
seleção precoce e precisa
Não 10 Aumento das pesquisas na área
Sim Celulose Não sei especificar Crescimento e desenvolvimento da técnica
9 - A empresa possui algum produto patenteado com o auxílio da biotecnologia florestal?
9.1 - Qual a finalidade deste(s) produto(s)?
10 - Quantos colaboradores dentro da empresa trabalham com a biotecnologia florestal? Isto é, que estão formalmente dentro da equi pe de
pesquisa?
11 - Quais são as perspectivas futuras desta área na empresa?

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