Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SERAFINA CARLOS
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
SERAFINA CARLOS
MOCUBA
2023
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
MOCUBA, 2023
DECLARAÇÃO
Eu, Serafina Carlos, declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio trabalho
e está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciatura na Universidade
Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para a obtenção de qualquer grau
académico ou para avaliação em nenhuma universidade.
__________________________________________________
(Serafina Carlos)
III. Conteúdos
Pag.
I. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
1.1. Contextualização.................................................................................................1
1.2. Problema e Justificação do estudo......................................................................2
1.3. Objectivos...........................................................................................................3
1.3.1. Geral:...........................................................................................................3
1.3.2. Específicos:..................................................................................................3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................5
2.1. Recursos florestais..............................................................................................5
2.2. Conceitos de PFNM............................................................................................6
2.3. Classificações dos PFNM’s....................................................................................7
2.4. Importância dos PFNMs.........................................................................................8
2.5. Comercialização......................................................................................................9
2.5.1. Mercado..........................................................................................................10
2.5.2. Demanda........................................................................................................10
2.5.3. Oferta..............................................................................................................11
2.5.4. Interação entre demanda e oferta...................................................................12
2.5.6. Riscos de preços no mercado de produtos agrícolas......................................13
III. METODOLOGIA.................................................................................................14
3.1. Descrição da área de estudo..............................................................................14
3.2. Procedimentos Metodológicos..............................................................................16
Classificação da Pesquisa.........................................................................................16
3.3. Método e técnica Amostragem.............................................................................17
3.3.2. Determinação do tamanho da amostra...........................................................17
3.4. Técnicas de colecta de dados................................................................................18
3.4.1. Entrevista semiestruturada.............................................................................18
3.5. Processamento e análise de dados........................................................................19
LISTA DE TABELAS
LISTA DE EQUACOES
LISTA DE FIGURA
i
I. INTRODUÇÃO
I.1. Contextualização
Os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) são todos aqueles que podem ser
extraídos da floresta, que não seja a madeira. São exemplos de PFNM: - os óleos, frutos,
sementes, folhas, raízes, cascas e resinas. Esses produtos são utilizados para diversos
fins pela população que convive com as florestas (extrativistas) e também nos espaços
urbanos - embora em menor intensidade - onde são comercializados em forma de
alimento, medicamentos, cosméticos, matéria-prima de moradia (palhas), móveis,
utensílios, biojóias, entre outros.
1
Mediante o exposto, o presente trabalho visa avaliar a comercialização de produtos
florestais não madeireiros, em busca da sua valorização como processo cultural e fonte
de renda, demostrando suas inúmeras aplicações e assim fortalecer prática
agroecológicas como meio de conservação das florestas.
Portanto, o mercado deve ser entendido como o local no qual agentes económicos
procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por uma outra unidade de
troca. Segundo Marques e Aguiar (2005), qualquer que seja a mercadoria negociada
deve-se avaliar os diferentes níveis de mercado. No caso específico de produtos agro-
pecuários é costume a referência aos seguintes níveis: mercado do produtor, mercado
grossista e mercado retalhista. Geralmente, apontam-se a oferta dos produtores e a
demanda dos consumidores como sendo os determinantes do preço de mercado
(PASSOS, 2015).
2
Segundo Mukerji (2006), o uso de PFNM é tão antigo quanto à civilização humana e
tem sido a principal fonte de alimento, forragem, fibras, medicamentos, cosméticos, etc.
As plantas agrícolas que hoje conhecemos tem sua origem nos estoques silvestres das
áreas florestais.
Contudo Marzoli (2007), afirma que o potencial dos PFNM para a sobrevivência e
como fonte de renda para as comunidades em geral é amplamente reconhecido em
vários países tropicais do mundo, mas o reconhecimento limitado dos PFNM em
Moçambique tem contribuído para sua fraca valorização que está associado à falta de
informação sobre o seu valor comercial e importância, também referir que os dados
estatísticos sobre os PFNM ao nível nacional são escassos.
I.3. Objectivos
I.3.1. Geral:
I.3.2. Específicos:
3
4
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Moçambique é um dos poucos países na região da África Austral que possui uma área
considerável de floresta nativa. Estima-se que existem cerca de 40 milhões de hectares
de floresta do tipo Miombo (51% da superfície do país) (MARZOLI, 2007). As cinco
províncias, em ordem decrescente com maior cobertura florestal são Niassa, Zambézia,
Tete, Cabo Delgado e Gaza.
Área mínima;
Altura mínima de árvore; e
Percentagem mínima de cobertura da copa.
Para SADC, a definição para floresta natural esta baseada na cobertura e na altura (70%
e 5 metros).
Segundo a FAO, florestas são terras que ocupam mais de 0,5 hectares com árvores de
altura superior a 5 metros e uma cobertura de copa de mais de 10%, ou árvores capazes
de alcançar esses limites in situ. Esta definição inclui plantações usadas primariamente
para produção de fibra ou fins de proteção; áreas com bambus e palmas, desde que os
critérios de altura e cobertura de copa sejam atendidos; caminhos na floresta, aceiros e
outras pequenas faixas de terreno abertas; quebra-ventos, cinturões de protecção e
corredores de árvores com área de mais de 0,5 hectares e largura de mais de 20 metros.
5
Exclui plantações de árvores em sistemas de produção agrícola, por exemplo,
plantações de árvores frutíferas e sistemas de agrossilvicultura.
De acordo com o Protocolo de Quioto, florestas são terras com área florestal mínima
que varia de 0,05 a 1 ha, com potencial para alcançar uma altura mínima na maturidade
in situ de 2 a 5 metros, com cobertura mínima de copa de árvores (ou nível de estoque
equivalente) de 10% a 30% (UNFCCC 2002). Esta definição não exclui em particular
nenhum uso da terra para árvores desde que atenda os limites decididos pelo país. Com
base nesta definição, os países participantes podem escolher entre os intervalos
especificando para uma definição de "floresta" adaptando às suas necessidades. Embora
se reconheça que qualquer definição é adequada para aplicação global vai
necessariamente ser composto por um número muito reduzido parâmetros facilmente
mensuráveis, que temem que o uso continuado deste especial definição poderá
comprometer muitos valores florestais, incluindo carbono.
6
Wickens (1991), define os PFNM’s como sendo todo o material biológico (não sendo
madeira em tora industrial e derivados de madeira serrada, lascas de madeira, painéis de
madeira e celulose), que pode ser extraído de ecossistemas naturais, plantações geridas,
etc , e ser utilizado dentro do agregado familiar, ser comercializados, ou que tenham
algum significado social, cultural ou religiosa.
Outra noção dos produtos florestais não madeireiros que nasceu mais recentemente, é a
dos serviços ambientais. Nessa linha de pensamento, os produtos não madeireiros não se
restringem apenas a produtos que são retirados “a toneladas” das florestas, e sim
também a serviços que as florestas prestam a sociedade, como são citados na definição
da Embrapa. Dentre esses serviços estão o sequestro de carbono, manutenção do clima,
contribuições para a purificação do ar, contribuições para a manutenção de mananciais,
pureza da água, entre outros.
Esses serviços ambientais embora difíceis de serem valorados, já contam com linhas de
pesquisa para o desenvolvimento de métodos de valoração, que envolvem modelos
matemáticos complexos.
A Classificação dos Produtos Florestais não Madeireiros pode variar de acordo com os
conceitos de cada autor. A seguir estão as classificações mais utilizadas e seus
respectivos autores. Wickens (1991) os separa em 7 classes, da seguinte forma:
7
Conservação ambiental e uso social: a) Conservação ambiental: Regulação
climática, regulação e conservação da água, proteção do solo b) Uso social:
Saúde, recreação.
Cherkasov (1988), não especifica na categoria de plantas industriais suas classes como
ocorre na classificação do IBGE. Na classificação de Wickens ele trata essa categoria
como bioquímicos. SILVA (1993) citado por SANTOS (2003), classifica os não
madeireiros explorados no Brasil em 9 categorias e os relacionou seguinte forma:
8
Verifica-se que a exploração desses produtos é proveitosa não apenas para as
populações rurais, que tradicionalmente extraem para sustento e subsistência, mas
também para populações urbanas que processam, comercializam e consomem
(FIEDLER et al., 2008). Entretanto, é necessário atentar-se a dinâmica do mercado, se
os preços de produtos agrícolas forem superiores aos produtos extrativistas, a tendência
impreterível é desmatar para o plantio de roças e abandonar as actividades extrativas
(HOMMA, s.d.).
Dessa forma, para que a actividade seja mantida é necessário o subsídio governamental
de alguns produtos florestais não madeireiros em prol da manutenção do extrativismo,
considerando-se que a sustentabilidade biológica nem sempre garante a sustentabilidade
econóômica (HOMMA, s.d. e HOMMA, 2012).
9
Em outras palavras, é o desempenho de todas as funções ou actividades envolvidas na
transferência de bens e serviços do produtor ao consumidor final. Para que os bens e
serviços reflitam a preferência do consumidor, a comercialização começa antes da
produção. Dessa maneira, o termo "transferência" não significa apenas transporte, mas
todas as demais operações físicas e envolve as acções desde a aquisição dos insumos
para a produção.
2.5.1. Mercado
2.5.2. Demanda
10
enfrentando diversas restrições (recursos finitos). São apresentados, abaixo, as
principais determinantes da demanda de um indivíduo e a influência destas nas
quantidades demandadas e no perfil da demanda.
2.5.3. Oferta
11
Uma firma tem inúmeros objectivos, sendo os principais dentre eles a geração de lucro,
a conquista e manutenção de mercados e a sobrevivência a longo prazo (KUPFER;
HASENCLEVER, 2002). Para tanto, produzirá bens e serviços da maneira mais
eficiente possível, levando em consideração a tecnologia disponível. Fará isso
enfrentando diversas restrições (orçamento, preços de mercado e concorrência). São
apresentadas, a seguir, as principais determinantes da oferta de uma firma e a influência
destas nas quantidades ofertadas e no perfil da oferta.
A principal variável é o preço do bem ou serviço. O modelo da oferta prevê que, quando
o preço de um bem se eleva e todas as demais variáveis se mantêm inalteradas, a
quantidade ofertada desse bem aumenta. Isso ocorre porque o maior preço aumenta a
lucratividade, fazendo com que as firmas tenham interesse em aumentar sua oferta. Por
outro lado, quando o preço de um bem se reduz e todas as de- mais variáveis se mantêm
inalteradas, a quantidade ofertada desse bem se reduz. Isso ocorre porque um preço
menor reduz a lucratividade, fazendo com que as firmas tenham interesse em reduzir
sua oferta (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO; VAS- CONCELLOS, 2004;
ARBAGE, 2006).
Além do preço do bem ou serviço, também são determinantes da oferta de uma firma
individual as variáveis (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO; VASCON- CELLOS,
2004; ARBAGE, 2006):
12
vendedores interagem a fim de atingir seus objectivos. O preço do bem ou serviço é a
principal informação disponível para a tomada de decisões, com os compradores
querendo pagar o menor preço possível e os vendedores querendo cobrar o maior preço
possível.
De forma geral, não ocorre o caos, havendo períodos de tempo relativamente longos que
apresentam certa estabilidade de preços, situações em que estes oscilam em torno de um
valor estável, chamado pela teoria econóômica de equilíbrio de mercado (EM). Assim, o
modelo propõe que as quantidades demandadas e ofertadas irão ajustar-se a um nível de
preços que atenda aos objectivos de compradores e vendedores (HALL; LIEBERMAN,
2003; PINHO; VASCONCELLOS, 2004; ARBAGE, 2006).
13
14
IV. METODOLOGIA
Com uma superfície de 8.733 km2 e uma população recenseada em 1997 de 214.748
habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 279.483 habitantes, o distrito de Mocuba
tem uma densidade populacional de 31.8 hab/km2.
Relevo e solo
Clima
15
O clima predominante no distrito de Mocuba, segundo a classificação climática de
Thorntwaite, é do tipo (subtropical), sendo influenciado pela Zona de Convergência
Intertropical, com uma precipitação media anual ronda aos 1.175 mm (MAE, 2005).
O ano divide-se em duas estações distintas: a estação quente e de chuvas que vai de
Outubro à Abril, período em que os ventos sopram do Índico para a faixa do litoral com
ventos alísios, carregados de humidade, onde se regista 2/3 da precipitação total do ano.
A estação seca e fresca vai de Maio à Setembro. A temperatura média mensal vária
entre 20 à 27 ºC, com a temperatura máxima variando de 27 à 35 ºC, e a mínima de 15 à
22 ºC. A amplitude térmica mensal vária de 10 à 16 ºC (MAE, 2014).
Vegetação
Pereira (2006), descreve que a vegetação da área de estudo é uma Floresta de Miombo
Semiaberta em estágio de sucessão primário como características predominantes. Essa
fisionomia, forma um mosaico na cobertura vegetal da área de estudo relacionado às
variações ambientais (humidade e fertilidade de solo), microclima e até mesmo a
ocorrência de fogo.
16
Chanfuta, Mugonha, Eucalipto e Jacarandá
17
Utilizou-se uma abordagem de carácter quantitativa, onde segundo RICHARDSON
(1999) e BEUREN (2008), a pesquisa quantitativa é caracterizada pelo emprego da
quantificação, tanto nas modalidades de colecta de informações quanto no tratamento
delas por meio de técnicas estatísticas. Para MATTAR (2001), a pesquisa quantitativa
busca a validação das hipóteses mediante a utilização de dados estruturados, estatístico,
com análise de um grande número de casos representativos, recomendando um curso
final da acção. Ela quantifica os dados e generaliza os resultados da amostra para os
interessados além da determinação do tamanho da amostra a inquerir.
A presente pesquisa será realizada com base na amostragem não probabilística do tipo
bola de neve ou “Snowball Sampling”, onde se manterá em contacto com o primeiro
informante da área de estudo que por sua vez delega um líder comunitário de cada
comunidade com o objectivo de obter informações sobre a comercialização dos
produtos florestais não madeireiros. Os líderes das comunidades indicaram outros
intervenientes como, membros das comunidades envolvidas na matéria em estudo.
18
tamanho da amostra, o erro máximo permitido, o tamanho da população e o grau de
confiança de 95%.
Amostra Percentagem
Total/Sugerida %
≤ 100 15%
100 – 500 10%
>500 ≥ 5%
A colecta de dados compreenderá duas fases. A primeira fase sera usada a entrevista
semiestruturada encaminhada para os comerciantes e produtores. De acordo com
Muloiua (2019), esse tipo de entrevista, permite ao pesquisador explorar de forma
flexível e aprofundada, os aspectos julgados mais relevantes.
Na segunda fase sera utilizada entrevista estruturada dirigida aos consumidores. Esta
servirá para obtenção de dados em relação ao impacto da comercializacao. Para
Richardson (1999), está técnica objectiva-se a obtenção de resultados uniformes entre os
entrevistados. As entrevistas serãoao realizadas mediante apresentação de um inquérito,
com a combinação de perguntas abertas e fechadas previamente formuladas e
estruturadas, sendo direccionadas exclusivamente para o público-alvo. Para tal, recorrer-
19
se-a ao aplicativo Kobocollet versão 1.27.3 instalado em aparelho telemóvel para a
colecta de informações dos entrevistados.
Para Pijnenburg e Cavane (2000), este é um método eficiente para obter dados de forma
mais aprofundada, pois não exige que os entrevistados saibam ler e nem escrever,
permite flexibilidade para esclarecer a pergunta, sondar a resposta ou ainda adaptarem-
se as pessoas e as circunstâncias da entrevista.
Por sua vez, Lakatos e Marconi (2003), cita que o motivo da padronização é obter, dos
entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo que todas elas sejam
comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem reflectir
diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas. A vantagem desta
técnica é de permitir uma comparação imediata mediante tratamentos estatísticos.
Comentarios gerais
20