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ANÁALISE DA COMERCIALIZAÇÃO DEOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO

MADEIREIROS, CASO DE ESTUDO: MERCADO CENTRAL, CIDADE DE


MOCUBA, ZAMBEZIA.

SERAFINA CARLOS
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANALISE DA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO


MADEIREIROS, CASO DE ESTUDO: MERCADO CENTRAL, CIDADE DE
MOCUBA, ZAMBEZIA.

SERAFINA CARLOS
MOCUBA
2023
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANALISE DA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO


MADEIREIROS, CASO DE ESTUDO: MERCADO CENTRAL, CIDADE DE
MOCUBA, ZAMBEZIA.

Autora: Serafina Carlos

Orientador: Eng Héelder António Manjate, M. Ssc.

Monografia submetida à Faculdade de


Engenharia Agronómica e Florestal, da
Universidade Zambeze, Mocuba, em
parcial cumprimento dos requisitos para
obtenção do grau de licenciatura em
Engenharia Florestal

MOCUBA, 2023
DECLARAÇÃO

Eu, Serafina Carlos, declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio trabalho
e está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciatura na Universidade
Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para a obtenção de qualquer grau
académico ou para avaliação em nenhuma universidade.

__________________________________________________

(Serafina Carlos)

Mocuba, aos ___de _______________de 2023


DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer ao Senhor Omnipotente pela saúde, força e coragem


concedida antes e durante a minha formação.
ÍNDICE

III. Conteúdos
Pag.
I. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
1.1. Contextualização.................................................................................................1
1.2. Problema e Justificação do estudo......................................................................2
1.3. Objectivos...........................................................................................................3
1.3.1. Geral:...........................................................................................................3
1.3.2. Específicos:..................................................................................................3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................5
2.1. Recursos florestais..............................................................................................5
2.2. Conceitos de PFNM............................................................................................6
2.3. Classificações dos PFNM’s....................................................................................7
2.4. Importância dos PFNMs.........................................................................................8
2.5. Comercialização......................................................................................................9
2.5.1. Mercado..........................................................................................................10
2.5.2. Demanda........................................................................................................10
2.5.3. Oferta..............................................................................................................11
2.5.4. Interação entre demanda e oferta...................................................................12
2.5.6. Riscos de preços no mercado de produtos agrícolas......................................13
III. METODOLOGIA.................................................................................................14
3.1. Descrição da área de estudo..............................................................................14
3.2. Procedimentos Metodológicos..............................................................................16
Classificação da Pesquisa.........................................................................................16
3.3. Método e técnica Amostragem.............................................................................17
3.3.2. Determinação do tamanho da amostra...........................................................17
3.4. Técnicas de colecta de dados................................................................................18
3.4.1. Entrevista semiestruturada.............................................................................18
3.5. Processamento e análise de dados........................................................................19
LISTA DE TABELAS

LISTA DE EQUACOES

LISTA DE FIGURA

i
I. INTRODUÇÃO

I.1. Contextualização

Os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) são todos aqueles que podem ser
extraídos da floresta, que não seja a madeira. São exemplos de PFNM: - os óleos, frutos,
sementes, folhas, raízes, cascas e resinas. Esses produtos são utilizados para diversos
fins pela população que convive com as florestas (extrativistas) e também nos espaços
urbanos - embora em menor intensidade - onde são comercializados em forma de
alimento, medicamentos, cosméticos, matéria-prima de moradia (palhas), móveis,
utensílios, biojóias, entre outros.

O potencial de mercado dos produtos florestais não madeireiros (PFNMs) vem


crescendo nos últimos anos, em função da valorização da função socioambiental das
florestas. Estes produtos constituem um meio de auto-subsistência para muitas
comunidades, sendo também elementos importantes da economia urbana em diversos
locais, além de possuir vantagens ecológicas, pois assegura a conservação da floresta
(IMPERADOR e WADT, 2014).

Entretato, os PFNMs constituem todos os materiais biológicos, diferente de madeira e


lenha, que podem ser extraídos de florestas naturais, agroecossistemas e de árvores que
crescem espontaneamente, podendo ter utilização doméstica, serem comercializadas, ou
outros significados sociais, culturais ou religiosos (WICKENS, 2005).

Ainda que, os princípios agroecológicos e a definição clássica da Agroecologia sejam


voltados ao meio agrícola eles são aplicáveis nas actividades produtivas que utilizam
da floresta como meio para obtenção de renda para as populações tradicionais quando se
referem aos PFNMs, estima-se que esses produtos representam até 25% da renda de,
aproximadamente, um bilhão de pessoas (SHANLEY et al., 2006).

Portanto, a falta de informação entre outros aspectos sobre a comercialização e a


valorização dos PFNM vem se verificando no ecossistema devido a degradação drástica
dos recursos florestais vinculada pelos agressores sob diversas actividades de
exploração sem noção do quão PFNM possam suprir a necessidade de subsistência em
zonas de condições agro-ecólogicas desfavoráveis.

1
Mediante o exposto, o presente trabalho visa avaliar a comercialização de produtos
florestais não madeireiros, em busca da sua valorização como processo cultural e fonte
de renda, demostrando suas inúmeras aplicações e assim fortalecer prática
agroecológicas como meio de conservação das florestas.

I.2. Problema e Justificação do estudo

O Moçambique é um dos países ricos em biodiversidade no planeta. Essa diversidade


biológica é uma das propriedades fundamentais da natureza e fonte de imenso potencial
de uso econóômico, possibilitando que o mercado de produtos florestais não
madeireiros seja uma alternativa para a sua conservação, além de uma fonte de renda
crescentemente para as comunidades tradicionais (DOURADO, 2022).

Portanto, o mercado deve ser entendido como o local no qual agentes económicos
procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por uma outra unidade de
troca. Segundo Marques e Aguiar (2005), qualquer que seja a mercadoria negociada
deve-se avaliar os diferentes níveis de mercado. No caso específico de produtos agro-
pecuários é costume a referência aos seguintes níveis: mercado do produtor, mercado
grossista e mercado retalhista. Geralmente, apontam-se a oferta dos produtores e a
demanda dos consumidores como sendo os determinantes do preço de mercado
(PASSOS, 2015).

No entanto, consumidores e produtores estão separados por muitos intermediários


(transportadores, processadores e armazenadores) que se encarregam da condução da
produção silvicultural da região produtora até os consumidores finais. Na verdade, o
contacto directo entre produtores e consumidores só ocorre significativamente em
economias primárias cujos mercados estão localizados bem próximos das áreas de
produção reduzindo deste modo à intermediação na cadeia de comercialização
(BARROS, 2007).

Todavia, ao se examinar diferentes contextos históricos, pode-se constatar que durante


milênios, a população rural e os habitantes de áreas florestais têm obtido sua
subsistência através dos bosques, principalmente coletando e utilizando produtos
florestais não madeireiros (PFNM).

2
Segundo Mukerji (2006), o uso de PFNM é tão antigo quanto à civilização humana e
tem sido a principal fonte de alimento, forragem, fibras, medicamentos, cosméticos, etc.
As plantas agrícolas que hoje conhecemos tem sua origem nos estoques silvestres das
áreas florestais.

Poucos estudos realizados sobre os PFNM concentraram-se mais na comercialização de


produtos florestais não madeireiros. Sendo assim, a falta generalizada de informação
sobre esses aspectos constitui um desafio económico e ambiental (PASSOS 2015).

Portanto, a escassezfalta de informação entre outros aspectos dos PFNM vem se


verificando nos ecossistemas devido a degradação drástica dos recursos florestais
vinculada pelos agressores sob diversas actividades de exploração sem noção do quão
PFNM possam suprir a necessidade de subsistência em zonas de condições agro-
ecólogicas desfavoráveis (SHANLEY et al, 2006).

Contudo Marzoli (2007), afirma que o potencial dos PFNM para a sobrevivência e
como fonte de renda para as comunidades em geral é amplamente reconhecido em
vários países tropicais do mundo, mas o reconhecimento limitado dos PFNM em
Moçambique tem contribuído para sua fraca valorização que está associado à falta de
informação sobre o seu valor comercial e importância, também referir que os dados
estatísticos sobre os PFNM ao nível nacional são escassos.

I.3. Objectivos

I.3.1. Geral:

 Avaliar a comercialização de produtos florestais não madeireiros....

I.3.2. Específicos:

 Diagnosticar o pPerfil dos comerciantes de PFNM no distrito;


 Identificar potenciais espécies fornecedoras de produtos florestais não
madeireiros;
 Determinar e comparar quantitativamente os produtos florestais não madeireiros
mais comercializados; e.
 Analisar os factores que influenciam a comercialização dos PFNM.

3
4
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

II.1. Recursos florestais

Moçambique é um dos poucos países na região da África Austral que possui uma área
considerável de floresta nativa. Estima-se que existem cerca de 40 milhões de hectares
de floresta do tipo Miombo (51% da superfície do país) (MARZOLI, 2007). As cinco
províncias, em ordem decrescente com maior cobertura florestal são Niassa, Zambézia,
Tete, Cabo Delgado e Gaza.

Definições de floresta no mundo

No mundo há mais de 800 definições de floresta. A maior parte delas observam os


seguintes parâmetros de limites:

 Área mínima;
 Altura mínima de árvore; e
 Percentagem mínima de cobertura da copa.

Em África há cerca de 68 diferentes definições de floresta a serem utilizadas pelos


países africanos. Dezasseis países têm mais de uma definição e utilizam uma definição
secundária para UNFCCC. Das definições de UNFCC, 15 definições são baseadas no
nível de cobertura, com excepção do Ghana que utiliza o potencial florestal como base.
Cerca de 14 países africanos não possuem nenhuma definição de floresta adoptada,
sendo de destacar Angola, Chade, Benin, e outros.

Para SADC, a definição para floresta natural esta baseada na cobertura e na altura (70%
e 5 metros).

Segundo a FAO, florestas são terras que ocupam mais de 0,5 hectares com árvores de
altura superior a 5 metros e uma cobertura de copa de mais de 10%, ou árvores capazes
de alcançar esses limites in situ. Esta definição inclui plantações usadas primariamente
para produção de fibra ou fins de proteção; áreas com bambus e palmas, desde que os
critérios de altura e cobertura de copa sejam atendidos; caminhos na floresta, aceiros e
outras pequenas faixas de terreno abertas; quebra-ventos, cinturões de protecção e
corredores de árvores com área de mais de 0,5 hectares e largura de mais de 20 metros.

5
Exclui plantações de árvores em sistemas de produção agrícola, por exemplo,
plantações de árvores frutíferas e sistemas de agrossilvicultura.

De acordo com o Protocolo de Quioto, florestas são terras com área florestal mínima
que varia de 0,05 a 1 ha, com potencial para alcançar uma altura mínima na maturidade
in situ de 2 a 5 metros, com cobertura mínima de copa de árvores (ou nível de estoque
equivalente) de 10% a 30% (UNFCCC 2002). Esta definição não exclui em particular
nenhum uso da terra para árvores desde que atenda os limites decididos pelo país. Com
base nesta definição, os países participantes podem escolher entre os intervalos
especificando para uma definição de "floresta" adaptando às suas necessidades. Embora
se reconheça que qualquer definição é adequada para aplicação global vai
necessariamente ser composto por um número muito reduzido parâmetros facilmente
mensuráveis, que temem que o uso continuado deste especial definição poderá
comprometer muitos valores florestais, incluindo carbono.

O FSC (órgão certificador que é utilizado em processos de certificação florestal em


Moçambique) utiliza uma definição mais restritiva de floresta, é uma definição
modificada da definição da UN/FAO e estabelece o mínimo de 10% de cobertura de
copa a uma altura de 4 metros ou mais. Nesta definição, a área mínima não é
especificada.

II.2. Conceitos de PFNM

Os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM), são conceituados de diferentes


maneiras por diferentes autores. A Food and Agriculture Organization of the United
Nations (FAO) os define como sendo “Bens de origem biológica, que não sejam de
madeira proveniente de florestas, outros terrenos arborizados e árvores fora das
florestas.” Diferentes termos como produtos florestais secundários, produtos menores
ou não madeireiros (PFNM) também estão sendo usados por governos, instituições e
acadêmicos.

A Embrapa (2013), chama os PFNM’s de Recursos Florestais Não-madeireiros e os


conceitua da seguinte forma: São Produtos florestais não-lenhosos de origem vegetal e
animal, bem como serviços sociais e ambientais, como reservas extrativistas, sequestro
de carbono, conservação genética e outros benefícios oriundos da manutenção da
floresta.

6
Wickens (1991), define os PFNM’s como sendo todo o material biológico (não sendo
madeira em tora industrial e derivados de madeira serrada, lascas de madeira, painéis de
madeira e celulose), que pode ser extraído de ecossistemas naturais, plantações geridas,
etc , e ser utilizado dentro do agregado familiar, ser comercializados, ou que tenham
algum significado social, cultural ou religiosa.

Outra noção dos produtos florestais não madeireiros que nasceu mais recentemente, é a
dos serviços ambientais. Nessa linha de pensamento, os produtos não madeireiros não se
restringem apenas a produtos que são retirados “a toneladas” das florestas, e sim
também a serviços que as florestas prestam a sociedade, como são citados na definição
da Embrapa. Dentre esses serviços estão o sequestro de carbono, manutenção do clima,
contribuições para a purificação do ar, contribuições para a manutenção de mananciais,
pureza da água, entre outros.

Esses serviços ambientais embora difíceis de serem valorados, já contam com linhas de
pesquisa para o desenvolvimento de métodos de valoração, que envolvem modelos
matemáticos complexos.

III.1. 2.3. Classificações dos PFNM’s

A Classificação dos Produtos Florestais não Madeireiros pode variar de acordo com os
conceitos de cada autor. A seguir estão as classificações mais utilizadas e seus
respectivos autores. Wickens (1991) os separa em 7 classes, da seguinte forma:

 Alimentos (comestíveis); 2. Forragem; 3. Combustível; 4. Medicinais; 5. Fibras;


6. Bioquímicos; 7. Animais: pássaros, répteis, peixes, insetos, etc., para a
obtenção de alimentação, peles, penas, etc.

Wickens ainda considera como serviços ambientais a recreação, conservação de


várzeas, conservação de reservas naturais entre outros. Cherkasov (1988), classifica os
PFNM incluindo os serviços ambientais, assim:

 Vegetais: a) alimentos: frutos selvagens e cogumelos; b) plantas medicinais; c)


plantas melíferas; d) plantas para uso industrial; e) forragem.
 Vida selvagem: a) vertebrados: caça (pássaros, animais mamíferos e peixes); b)
invertebrados.

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 Conservação ambiental e uso social: a) Conservação ambiental: Regulação
climática, regulação e conservação da água, proteção do solo b) Uso social:
Saúde, recreação.

Cherkasov (1988), não especifica na categoria de plantas industriais suas classes como
ocorre na classificação do IBGE. Na classificação de Wickens ele trata essa categoria
como bioquímicos. SILVA (1993) citado por SANTOS (2003), classifica os não
madeireiros explorados no Brasil em 9 categorias e os relacionou seguinte forma:

 oleaginosas (andiroba, babaçu, copaíba, cumaru, ucuri, macaúba, olicica, pequí,


tucum, ucuuba, e outros);
 alimentícios ( açaí, castanha de cajú, castanha do Pará, erva mate, mangaba,
palmito, pinhão, umbú);
 aromáticos , medicinais tóxicos e corantes (ipecacunha, jaborandi, jatobá, quina,
timbó, uruçu e outros);
 pinheiro (nó de pinho);
 borracha (cauchu, hevea – coagulada e líquida – e mangabeira);
 gomas (balata, maçaranduba e sorva);
 cera (carnaúba – cera e pó – e licurí);
 fibras (buriti, carnaúba, caroá, cipó-imbé, butiá, guaxima, malva, paina, piaçava,
taboa, tucum);
 tanantes (angico, barbatimão, mangue e outros.

III.2. 2.4. Importância dos PFNMs

Os produtos florestais não madeireiros (PFNMs) constituem-se como elementos de


identidade cultural advinda de valores e saberes locais, representando um sistema
integrado e constituído por diversos actores e processos de maneijo, produção,
beneficiamento, distribuição, comercialização e consumo (CONAB, 2017).

Os PFNMs são de suma importância para os meios de subsistência rurais no bioma


amazônico, além de integrarem mercados regionais e internacionais (SHANLEY et al.,
2006). Desempenham um papel complementar à madeira e agricultura no sustento de
comunidades rurais, e contribuírem para a conservação ambiental, haja vista a valoração
da floresta em pé (SHANLEY et al., 2006 e SOUZA e SILVA, 2002).

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Verifica-se que a exploração desses produtos é proveitosa não apenas para as
populações rurais, que tradicionalmente extraem para sustento e subsistência, mas
também para populações urbanas que processam, comercializam e consomem
(FIEDLER et al., 2008). Entretanto, é necessário atentar-se a dinâmica do mercado, se
os preços de produtos agrícolas forem superiores aos produtos extrativistas, a tendência
impreterível é desmatar para o plantio de roças e abandonar as actividades extrativas
(HOMMA, s.d.).

Dessa forma, para que a actividade seja mantida é necessário o subsídio governamental
de alguns produtos florestais não madeireiros em prol da manutenção do extrativismo,
considerando-se que a sustentabilidade biológica nem sempre garante a sustentabilidade
econóômica (HOMMA, s.d. e HOMMA, 2012).

Segunda Homma, (2012), página 175 “a manutenção da actividade extractiva na


Amazônia exige a conservação da floresta e a redução de actividades que passem a
competir em termos de possíveis alternativas econômicas (...)”, dado que a expansão do
mercado tende a corroborar para a crise da economia extrativa pela incapacidade de
atender a demanda.

As cadeias produtivas dos PFNMs apresentam limitações devido a logística de


escoamento complexa, mercado instável e preços oscilantes, baixa escala e pulverização
da produção, além de limitações na criação e gestão de associações e cooperativas
(CONAB, 2017). Para além dessas implicações há outro problema evidenciado por
Homma (2012), o crescimento da extração – quando o recurso natural torna-se recurso
econóômico, atinge a capacidade de oferta, porém, a demanda não acompanha e então
inicia-se o plantio e domesticação de espécies.

III.3. 2.5. Comercialização

Segundo Brandt (2007), "entende-se por comercialização o desempenho de todas as


actividades necessárias ao atendimento das necessidades e desejos dos mercados,
planeajando a disponibilidade da produção, efectuando transferência de propriedade de
produtos, provendo meios para a sua distribuição física e facilitando a operação de todo
o processo de mercado".

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Em outras palavras, é o desempenho de todas as funções ou actividades envolvidas na
transferência de bens e serviços do produtor ao consumidor final. Para que os bens e
serviços reflitam a preferência do consumidor, a comercialização começa antes da
produção. Dessa maneira, o termo "transferência" não significa apenas transporte, mas
todas as demais operações físicas e envolve as acções desde a aquisição dos insumos
para a produção.

2.5.1. Mercado

Refere-se a uma área, na qual compradores e vendedores tem as facilidades para


negociar um com o outro e onde as forças de oferta e demanda actuam de modo a
determinar os preços. O tamanho desta área é limitado pelo sistema de comunicação,
transporte e características do produto. Por exemplo, produtos com grandes volumes ou
perecíveis apresentam um mercado com área mais restrita.

É dentro desta visão ampla do que se chama de sector de comercialização, desde os


insumos para a agricultura até o produto para consumo final, que se desenvolveu o
conceito de Agribusiness, termo cunhado por dois economistas norte-americanos (Ray
Goldberg e John H. Davis) num congresso sobre distribuição de alimentos, marcando
definitivamente a forma moderna de pensar a agricultura. Agribusiness seria a soma do
sector de comercialização (insumos e produtos) e da própria agricultura (produção).

2.5.2. Demanda

De acordo com Sandroni (2006, p. 160), demanda (ou procura) é a “quantidade de um


bem ou serviço que um consumidor deseja e está disposto a adquirir por determinado
preço e em determinado momento”. Assim, os modelos de demanda tentam explicar o
que determina a escolha individual dos compradores, dando ênfase à influência dos
preços dos bens e serviços. “Dessa forma, a demanda deve explicar o comportamento de
um consumidor tomado individualmente como, por exemplo, um sujeito interessado na
compra de um bem” (p. 160). A demanda do mercado é considerada o somatório das
demandas individuais (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO; VASCONCELLOS,
2004; ARBAGE, 2006).

O consumidor visa a satisfazer da melhor maneira possível suas necessidades e desejos,


levando em consideração seus gostos e preferências. Entretanto, ele fará isso

10
enfrentando diversas restrições (recursos finitos). São apresentados, abaixo, as
principais determinantes da demanda de um indivíduo e a influência destas nas
quantidades demandadas e no perfil da demanda.

A principal variável é o preço do bem ou serviço. O modelo da demanda prevê que,


quando o preço de um bem se eleva e todas as demais variáveis se mantêm inalteradas,
a quantidade demandada desse bem diminui. Por outro lado, quando o preço de um bem
se reduz e todas as demais variáveis se mantêm inalteradas, a quantidade demandada
desse bem aumenta (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO; VAS CONCELLOS, 2004;
ARBAGE, 2006).

Além do preço do bem ou serviço, também são determinantes da demanda de um


indivíduo as seguintes variáveis (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO;
VASCONCELLOS, 2004; ARBAGE, 2006):

 Gostos e preferências que afectam as escolhas do consumidor;


 Renda e riqueza, que limitam o orçamento disponível e estão associadas ao
“poder de compra do consumidor, sem o qual a demanda não existe em termos
econóômicos” (SANDRONI, 2006, p. 160);
 Preço dos bens e serviços substitutos, que atendem às mesmas necessidades e
funções (consumo de erva mate substitui o de café);
 Preço dos bens e serviços complementares, necessários à realização da de-
manda (consumo de gasolina está associado ao de veículos);
 Expectativas em relação ao futuro da disponibilidade do bem ou serviço, dos
seus preços ou da renda disponível.

2.5.3. Oferta

De acordo com Sandroni (2006), oferta é a “quantidade de bens ou serviços que se


produz e se oferece no mercado, por determinado preço e em determinado período de
tempo”. Assim, os modelos de oferta tentam explicar o que determina a escolha
individual dos vendedores, dando ênfase à influência dos preços dos bens e serviços. A
oferta do mercado é considerada o somatório das ofertas individuais das firmas (HALL;
LIEBERMAN, 2003; PINHO; VASCONCELLOS, 2004; ARBAGE, 2006).

11
Uma firma tem inúmeros objectivos, sendo os principais dentre eles a geração de lucro,
a conquista e manutenção de mercados e a sobrevivência a longo prazo (KUPFER;
HASENCLEVER, 2002). Para tanto, produzirá bens e serviços da maneira mais
eficiente possível, levando em consideração a tecnologia disponível. Fará isso
enfrentando diversas restrições (orçamento, preços de mercado e concorrência). São
apresentadas, a seguir, as principais determinantes da oferta de uma firma e a influência
destas nas quantidades ofertadas e no perfil da oferta.

A principal variável é o preço do bem ou serviço. O modelo da oferta prevê que, quando
o preço de um bem se eleva e todas as demais variáveis se mantêm inalteradas, a
quantidade ofertada desse bem aumenta. Isso ocorre porque o maior preço aumenta a
lucratividade, fazendo com que as firmas tenham interesse em aumentar sua oferta. Por
outro lado, quando o preço de um bem se reduz e todas as de- mais variáveis se mantêm
inalteradas, a quantidade ofertada desse bem se reduz. Isso ocorre porque um preço
menor reduz a lucratividade, fazendo com que as firmas tenham interesse em reduzir
sua oferta (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO; VAS- CONCELLOS, 2004;
ARBAGE, 2006).

Além do preço do bem ou serviço, também são determinantes da oferta de uma firma
individual as variáveis (HALL; LIEBERMAN, 2003; PINHO; VASCON- CELLOS,
2004; ARBAGE, 2006):

 Preços dos insumos e factores de produção (mão de obra, matérias-primas, terra,


etc.) que afectam os custos e a lucratividade;
 Lucratividade dos bens e serviços alternativos (que podem ser produzidos com
tecnologia e insumos semelhantes aos utilizados pela firma, ou seja, que utilizam
a mesma base tecnológica, carecendo apenas de pequenas adaptações);
 Avanços tecnológicos que reduzem custos ou aumentam a produtividade;
 Condições climáticas, no caso de produtos agrícolas;
 Expectativas em relação ao futuro da disponibilidade dos insumos e factores de
produção, de seus preços ou dos preços do bem ou serviço.

2.5.4. Interação entre demanda e oferta

O modelo da oferta e da demanda tenta, em última análise, descrever o comportamento


dos preços em uma economia de mercado (ver Unidade 1), na qual compradores e

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vendedores interagem a fim de atingir seus objectivos. O preço do bem ou serviço é a
principal informação disponível para a tomada de decisões, com os compradores
querendo pagar o menor preço possível e os vendedores querendo cobrar o maior preço
possível.

De forma geral, não ocorre o caos, havendo períodos de tempo relativamente longos que
apresentam certa estabilidade de preços, situações em que estes oscilam em torno de um
valor estável, chamado pela teoria econóômica de equilíbrio de mercado (EM). Assim, o
modelo propõe que as quantidades demandadas e ofertadas irão ajustar-se a um nível de
preços que atenda aos objectivos de compradores e vendedores (HALL; LIEBERMAN,
2003; PINHO; VASCONCELLOS, 2004; ARBAGE, 2006).

2.5.6. Riscos de preços no mercado de produtos agrícolas

Os produtos agrícolas estão expostos a diversos riscos e incertezas, inerentes à própria


actividade rural, que impactam directamente os custos de produção e a lucratividade dos
negócios, não somente das propriedades agropecuárias, mas de todos os agentes que
integram as cadeias produtivas (fornecedores de insumos, propriedades rurais, indústria,
atacado e varejoretalho).

Esses riscos estão relacionados às especificidades da atividade rural e podem ser


divididos em três tipos:

 Riscos relacionados à produção: oriundos das condições climáticas adversas, da


incidência de pragas e doenças nas lavouras e animais, do manejo inadequado
dos cultivos e das criações, etc.;
 Riscos relacionados ao crédito: oriundos da inexistência de linhas específicas de
financiamento, dos juros altos, dos valores insuficientes para financiamento dos
custos operacionais de produção, da incapacidade e da falta de condições de
pagamento, etc.;
 Riscos relacionados aos preços: oriundos dos movimentos de preços no mercado
devido aos deslocamentos da oferta e/ou da demanda dos produtos agrícolas.

13
14
IV. METODOLOGIA

IV.1. Descrição da área de estudo

O distrito de Mocuba localiza-se na parte central da Província de Zambézia, fazendo


limite com os distritos de Lugela e Errego ao Norte; Maganja da Costa a Este;
Namacurra e Morrumbala a Sul e Milange a Oeste.

Com uma superfície de 8.733 km2 e uma população recenseada em 1997 de 214.748
habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 279.483 habitantes, o distrito de Mocuba
tem uma densidade populacional de 31.8 hab/km2.

Segundo projecções do INE, Mocuba é o terceiro Distrito mais populoso da Província


com 399.400 habitantes em 2017, sendo de 193.767 do sexo masculino e 205.632do
sexo feminino. No censo 2017 verificou-se que a população urbana cresceu nos últimos
anos para cerca de 207.543 habitantes contra 158.164 da população rural.

Relevo e solo

O relevo do distrito de Mocuba segue a forma de escadaria, subindo da planície para os


planaltos e destes às montanhas, a planície localiza-se na parte Este do dDistrito e
constitui a continuação da planície litoral da Província que se estende, principalmente
nas bacias hidrográficas, cuja altitude não atinge os 200 metros (MAE, 2005).

Quanto aos solos predominantes, a área de estudo é caracterizada pela ocorrência de


solos vermelhos argilosos, caracterizados por serem moderadamente profundos. Nas
planícies, ocorrem solos argilosos pretos dos vales largos onde eventualmente dominam
condições hidromórficas, solos arenosos (invariavelmente) na planície ou vales em
terreno desenvolvido nas rochas ácidas; variando a cor de vermelho (nos topos e
declives); branco (nas partes altas e medias dos vales); amarelos (nos declives onde o
lençol freático se encontra mais perto da superfície); acinzentados, acinzentados escuros
e pretos (no fundo dos vales) (MAE, 2005).

Clima

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O clima predominante no distrito de Mocuba, segundo a classificação climática de
Thorntwaite, é do tipo (subtropical), sendo influenciado pela Zona de Convergência
Intertropical, com uma precipitação media anual ronda aos 1.175 mm (MAE, 2005).

O ano divide-se em duas estações distintas: a estação quente e de chuvas que vai de
Outubro à Abril, período em que os ventos sopram do Índico para a faixa do litoral com
ventos alísios, carregados de humidade, onde se regista 2/3 da precipitação total do ano.
A estação seca e fresca vai de Maio à Setembro. A temperatura média mensal vária
entre 20 à 27 ºC, com a temperatura máxima variando de 27 à 35 ºC, e a mínima de 15 à
22 ºC. A amplitude térmica mensal vária de 10 à 16 ºC (MAE, 2014).

Vegetação

Pereira (2006), descreve que a vegetação da área de estudo é uma Floresta de Miombo
Semiaberta em estágio de sucessão primário como características predominantes. Essa
fisionomia, forma um mosaico na cobertura vegetal da área de estudo relacionado às
variações ambientais (humidade e fertilidade de solo), microclima e até mesmo a
ocorrência de fogo.

As espécies dominantes pertencem à família Fabaceae, a Brachystegia spiciformis


Benth (Messassa) e Julbernardia globiflora Benth (Mutondo) associadas às espécies
Combretum imberbe Wawra (Mondzo) e Pteleopsis myrtifolia Lawson (Mungoroze) da
família Combretaceae, entre outras (Campbell, 1996 citado por Sousa, 2020).

Principais Actividades Económicas

O distrito de Mocuba contempla um leque diversificado de potencialidades que


contribuem e continuarão a contribuir para o seu crescimento económico e social. A
agricultura constitui a principal fonte de rendimento da maioria dos habitantes do
distrito, sendo desta um vector galvanizador da nossa economia. Eis o quadro das
principais actividades econóomicas:

Agricultur Mandioca, Milho, Batata-doce, Arroz, Feijões, gergelim, amendoim e


a hortícolas

Pecuária Bovinos, caprinos, Suínos, Ovinos, Coelhos e Aves

Flora Murotho, Corocosse, Nampacala, Mucunapa, Pau-preto, Umbila,

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Chanfuta, Mugonha, Eucalipto e Jacarandá

Indústria Existe uma Fábrica Têxtil paralisada, uma de descaroçamento de algodão,


também paralisada, 1 fábrica de fruta gelo, panificação, carpintarias,
serrações e moagens unidades hoteleiras/similares.

Comércio Cerca 543 Estabelecimentos comerciais existentes

IV.2. 3.2. Procedimentos Metodológicos

A presente pesquisa compreendeu a três (3) etapas:

A Primeira etapa: consistira na realização de uma revisão de literaturas sobre o tema e


de assuntos relacionados, procurando sempre destacar e realçar a importância do
método a ser aplicado, para além de se apresentar e introduzir conceitos referentes ao
tema.

A segunda etapa: consistira na identificaaquisição área do estudo, desenho de


amostragem, definição do tamanho da amostra, seguidamente efetuar-se-ão entrevistas
aos consumidores, produtores e comerciantes por meio de inquérito, com a finalidade de
obter informações referentes aos factores que influenciam a comercialização de
produtos florestais não madeireiros.

A terceira e última etapa: serão dedicadas ao processamento, análise, apresentação


dos resultados e conclusões e recomendações.

3.2.1. Classificação da Pesquisa

O presente estudo pode ser classificado quanto ao objectivo como descritivo. A


pesquisa descritiva procura descobrir com precisão a frequência com que um facto
ocorre, sem manipulá-los. Onde de acordo com Gil (2008) a pesquisa descritiva
descreve as características de uma determinada população ou fenómeno. Uma de suas
peculiaridades esta na realização de técnicas padronizadas de colecta de dados, tais
como, o questionário e a observação sistemática. Para SOARES et al. (2010), a pesquisa
descritiva desenvolve-se, principalmente, nas relações humanas e sociais, procurando
abordar aqueles factos e problemas que merecem ser estudados.

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Utilizou-se uma abordagem de carácter quantitativa, onde segundo RICHARDSON
(1999) e BEUREN (2008), a pesquisa quantitativa é caracterizada pelo emprego da
quantificação, tanto nas modalidades de colecta de informações quanto no tratamento
delas por meio de técnicas estatísticas. Para MATTAR (2001), a pesquisa quantitativa
busca a validação das hipóteses mediante a utilização de dados estruturados, estatístico,
com análise de um grande número de casos representativos, recomendando um curso
final da acção. Ela quantifica os dados e generaliza os resultados da amostra para os
interessados além da determinação do tamanho da amostra a inquerir.

IV.3. 3.3. Método e técnica Amostragem

A presente pesquisa será realizada com base na amostragem não probabilística do tipo
bola de neve ou “Snowball Sampling”, onde se manterá em contacto com o primeiro
informante da área de estudo que por sua vez delega um líder comunitário de cada
comunidade com o objectivo de obter informações sobre a comercialização dos
produtos florestais não madeireiros. Os líderes das comunidades indicaram outros
intervenientes como, membros das comunidades envolvidas na matéria em estudo.

A amostragem não probabilística do tipo bola de neve o informante chave ajudara ao


pesquisador a iniciar seus contactos aos grupos a serem pesquisados, em seguida
solicita-se que a pessoa indicada pelo informante chave indique novos contactos com as
características desejadas, a partir da sua própria rede pessoal, e assim sucessivamente
(VINUTO, 2014).

3.3.1. Técnica de Colecta de dados

Realizar-se-á a colecta das coordenadas geográficas dos locais de entrevista dos


povoados com o auxílio de GPS. Após, estas coordenadas serão lançadas no software
Qgis versão 3.30.1. Este software fornece mecanismos que tornam viável a realização
de análise espacial, armazenamento, processamento de dados geográficos e
mapeamento (SILVA; MACHADO, 2010).

3.3.2. Determinação do tamanho da amostra

Para determinar o tamanho da amostra do número de individuo a entrevistar, basear-se-á


no número total dos comerciantes para o mercado central. Que leva em consideração o

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tamanho da amostra, o erro máximo permitido, o tamanho da população e o grau de
confiança de 95%.

Este quantitativo amostral será definido com base a ideia de MATAKALA e


MACUCULE (1998). Segundo estes autores, a amostragem para o estudo depende do
número total da População. Neste caso, define-se 15% da amostra se a população total
abrangida não for superior a 100, 10% se estiver no intervalo de 100-500 e 5% se for
superior a 500 conforme ilustra a tabela 2. Dado que a pesquisa terá uma população
total superior a 100, utilizara-se a intensidade amostral de 15% para garantir a sua
significância.

Tabela 1: Determinação da intensidade amostral.

Amostra Percentagem
Total/Sugerida %
≤ 100 15%
100 – 500 10%
>500 ≥ 5%

Fonte: Matakala e Macucule (1998).

IV.4. 3.4. Técnicas de colecta de dados

3.4.1. Entrevista semiestruturada

A colecta de dados compreenderá duas fases. A primeira fase sera usada a entrevista
semiestruturada encaminhada para os comerciantes e produtores. De acordo com
Muloiua (2019), esse tipo de entrevista, permite ao pesquisador explorar de forma
flexível e aprofundada, os aspectos julgados mais relevantes.

Na segunda fase sera utilizada entrevista estruturada dirigida aos consumidores. Esta
servirá para obtenção de dados em relação ao impacto da comercializacao. Para
Richardson (1999), está técnica objectiva-se a obtenção de resultados uniformes entre os
entrevistados. As entrevistas serãoao realizadas mediante apresentação de um inquérito,
com a combinação de perguntas abertas e fechadas previamente formuladas e
estruturadas, sendo direccionadas exclusivamente para o público-alvo. Para tal, recorrer-

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se-a ao aplicativo Kobocollet versão 1.27.3 instalado em aparelho telemóvel para a
colecta de informações dos entrevistados.

Para Pijnenburg e Cavane (2000), este é um método eficiente para obter dados de forma
mais aprofundada, pois não exige que os entrevistados saibam ler e nem escrever,
permite flexibilidade para esclarecer a pergunta, sondar a resposta ou ainda adaptarem-
se as pessoas e as circunstâncias da entrevista.

Por sua vez, Lakatos e Marconi (2003), cita que o motivo da padronização é obter, dos
entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo que todas elas sejam
comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem reflectir
diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas. A vantagem desta
técnica é de permitir uma comparação imediata mediante tratamentos estatísticos.

IV.5. 3.5. Processamento e análise de dados

As informações adquiridas dos entrevistados no levantamento de dados referentes a


comercialização dos produtos florestais não madeireiros serão processadas na
plataforma Kobotoolbox.

Esta plataforma permite a tabulação e o processamento de dados de forma automatizada


e a sua representação por meio de gráficos e tabelas, permitindo ainda a exportação dos
dados para a planilha Excel, de acordo com o site www.kobotoolbox.org.

Comentarios gerais

1. Melhorar o trabalho em função das observações e recomendações


2. Anexar o capitulo de referencias bibliográficas
3. Definir o tamanho da amostra e elaborar o questionário em função dos
objectivos específicos;
4. Partilhar os documentos (trabalho melhorado e questionário) para
recomendações de levantamento de dados.

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