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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS
CURSO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

JOSY NADJA DE CARVALHO SOARES

CONSUMO DE PRODUTOS DERIVADOS DA MANDIOCA: UM ESTUDO DE


CASO SOBRE A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR

FORTALEZA – CEARÁ
2016
1

JOSY NADJA DE CARVALHO SOARES

CONSUMO DE PRODUTOS DERIVADOS DA MANDIOCA: UM ESTUDO DE CASO


SOBRE A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação em
Administração de Empresas do Centro de
Estudos Sociais Aplicados da
Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial à obtenção do grau de
bacharel em Administração de Empresas.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Danielle Miranda


Arruda Gomes de Oliveira

FORTALEZA – CEARÁ
2016
2
3
4

Em memória de meus avós paternos


(Afonso Soares e Maria de Lourdes) por
toda a dedicação entregue aos filhos.
Em memória de meus tios-avós maternos
(César Nepomuceno e Maria do Carmo)
pela generosidade de terem cuidado de
minha mãe e em memória de meu avô
(Antônio Nunes) pela dedicação aos
filhos, pela caridade para com o próximo e
pela alegria de viver.
Aos meus queridos e amados pais
(Francisco e Neli) que renunciaram a tudo
em prol de minha educação e felicidade, a
eles a minha eterna gratidão e o sonho de
um dia poder, humildemente, retribuir
tanta dedicação.
Às minhas irmãs maravilhosas (Joyce e
Jéssika).
5

AGRADECIMENTOS

A Deus todo poderoso e misericordioso em sua imensidão, por ter me presenteado


com o dom da vida e por todas as bênçãos que me concedeu e concederá.
A Prof.ª Dr.ª Danielle Miranda Arruda Gomes de Oliveira pela orientação, paciência,
dedicação, educação e gentileza.
Ao atual Vice - Coordenador do curso de Administração de Empresas o Prof.o
Dr.o.Marcos Aurélio Maia Silva pela dedicação aos alunos, à Universidade e pela
educação e humanidade para com o próximo, esse ser humano faz a diferença na
UECE.
A Universidade Estadual do Ceará pela oportunidade ímpar de estudar numa das
melhores Universidades do país.
Aos amigos conquistados na UECE.
6

“O Senhor é meu pastor e nada me


faltará”
(Salmo 23)
7

RESUMO

A presente monografia é um estudo de caso e objetiva analisar o comportamento do


consumidor em relação aos produtos derivados da mandioca, especificamente da
farinha, da goma de tapioca e do polvilho. Tal estudo é de extrema importância, visto
que, o consumo de mandioca no Brasil e no mundo é feito em larga escala, em
muitos lugares do mundo a mandioca é a principal fonte de alimento e de renda.
Este estudo baseia-se em uma revisão bibliográfica, embasada na produção
intelectual de vários autores e em estudos relacionados à utilização da mandioca. A
metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa através da entrevista em
profundidade, na qual, além de perguntas elaboradas anteriormente pela
pesquisadora os entrevistados puderam fazer colocações pertinentes ao tema de
modo espontâneo e livre. Os entrevistados foram divididos em dois grupos:
masculino e feminino. A presente monografia permitiu através de estudo qualitativo
analisar o comportamento, as preferências e as práticas do consumidor de produtos
derivados da mandioca, especificamente, a farinha, a goma e o polvilho. O estudo
concluiu que a farinha e a goma são consumidas pelos dois grupos com
acompanhamentos similares e o polvilho é consumido pelos dois grupos através do
produto final. A maioria dos entrevistados e entrevistadas não conhecem os
benefícios e malefícios do consumo de produtos derivados da mandioca.

Palavras-chave: Mandioca. Consumidor. Preferências. Brasil


8

ABSTRACT

The following term paper is a case study and its objective is to analyze the consumer
behavior about manioc derivative products, specially, flour, tapioca flour and manioc
flour. Such a study is extremely important since the manioc consume in Brazil and
the world is in large scale. In many places in the world the manioc is the main source
of income and food. This study is based on a bibliographic review, based on the
intellectual production of several authors and in studies related to manic use. The
methodology used was the qualitative research by in-depth interview, in which,
besides the previously elaborated questions by the researcher the interviewed could
do remarks about the theme in a spontaneous and free way. The interviewed were
divided in two groups: male and female. The present term paper allowed through a
qualitative study to analyze the manioc derivate products consumer behavior, their
preferences and their practices, specifically the flour, tapioca flour and manioc flour.
The study concluded than flour, tapioca flour are consumed for two groups with a
similar accompaniment and the manioc flour is consumed for two groups through of
finally product. The majority interviewed don’t know the benefits and detriments

Keywords: Manioc. Consumer. Preferences. Brazil.


9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Produção de mandioca em escala mundial....................................... 16

Tabela 2 - Produção de mandioca em escala mundial....................................... 17

Tabela 3 - Produção de mandioca na região nordeste em 2013/2014............... 19

Tabela 4 - Produção de mandioca por estado brasileiro................................... 21

Tabela 5 - Relação entre a renda familiar e o consumo semanal de


farinha................................................................................................
27
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DERAL Abastecimento do Departamento de Economia Rural


EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAO Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
ONU Organização das Nações Unidas
SEAD Secretaria de Estado da Agricultura
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................... 13
2.1 ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS.................................................... 13
2.2 ANÁLISE DE ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMA............................ 22
2.2.1 A cadeia produtiva.................................................................................. 22
2.2.2 Caracterização da produção, comercialização e consumo da
mandioca..................................................................................................
24
2.3 COMPORTAMENTO DE CONSUMO DA MANDIOCA............................ 27
2.3.1 Comportamento do consumidor............................................................ 28
2.3.2 Decisão de compra................................................................................. 30
2.3.2.1 Reconhecimento da necessidade............................................................. 32
2.3.2.2 Busca de informação................................................................................ 32
2.3.2.3 Avaliação de alternativas.......................................................................... 32
2.3.2.4 Decisão de compra................................................................................... 32
2.3.2.5 Comportamento pós-compra.................................................................... 33
2.3.3 Marca....................................................................................................... 33
2.3.4 Satisfação................................................................................................ 34
3 METODOLOGIA....................................................................................... 37
4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS............................................................... 44
5 CONCLUSÃO........................................................................................... 55
REFERÊNCIAS......................................................................................... 57
APÊNDICE................................................................................................ 62

APÊNDICE A – ENTREVISTA.................................................................. 63
12

1 INTRODUÇÃO

A compreensão de como se estabelecem as preferências do consumidor


é um desafio para o administrador que analisa e interpreta as variáveis relacionadas
e relevantes de cada caso de estudo o que exige do profissional um vasto
conhecimento específico sobre o assunto. Essa monografia trata das preferências
do consumidor em relação aos produtos derivados da mandioca: a farinha, a goma
(fécula) e o polvilho. Para tanto o estudo foi feito por meio de pesquisa bibliográfica e
pesquisa qualitativa na modalidade entrevista em profundidade. Esta monografia é
composta por introdução, referencial teórico, metodologia, análise das entrevistas e
conclusão.

A utilização da mandioca no Brasil e no mundo é crescente e em muitas


regiões é à base da alimentação das populações. A cultura brasileira gastronômica
faz uso da mandioca em diversos pratos, sendo o Norte e o Nordeste as duas
regiões brasileiras que mais utilizam a mandioca na culinária. A raiz da mandioca é
uma das principais fontes de carboidratos consumidos pela população de baixa
renda no Brasil, o consumo ocorre por meio da compra do produto in natura e pelos
seus derivados para produção doméstica. Segundo Cardoso (2003) as famílias com
renda inferior a um salário mínimo que consomem mandioca gastam anualmente
10% da renda, com base neste estudo a mandioca ocupa o segundo lugar no
consumo das famílias perdendo apenas para o feijão.

Segundo dados da EMBRAPA (Empresa Brasileira de


Pesquisa Agropecuária), a mandioca é o alimento básico para mais de
700 milhões de pessoas no mundo, sendo utilizada em cerca de 105
países. No Brasil o maior produtor é o Pará com um rendimento de 15,29
toneladas por hectare e o Ceará é o 15º colocado, em termos de
produção, com o rendimento de 5,48 toneladas por hectare, números
estes que justificam realização do estudo.

Diante do que foi inicialmente abordado a pesquisa tem como objetivo


geral analisar as preferências do consumidor dos produtos derivados da mandioca,
especificamente, da farinha, da goma e do polvilho e como objetivos específicos,
13

entender as formas de utilização dos produtos derivados da mandioca e avaliar os


conhecimentos do consumidor em relação ao produto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A presente seção aborda dados da Secretaria de Estado da Agricultura


(SEAD) e do Abastecimento do Departamento de Economia Rural (DERAL), da
Organização das Nações Unidas (ONU), da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO), estudos relacionados ao consumo de produtos derivados da
mandioca e da mandioca e faz uma revisão bibliográfica sobre conceitos relevantes
ao tema.

2.1 ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS

Originária do continente americano, provavelmente do Brasil Central, a


mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma planta da família das euforbiáceas,
essa já era amplamente cultivada pelos aborígenes, os então, povoadores do Brasil.
Os aborígenes foram os responsáveis pela disseminação da mandioca em quase
toda a América e os portugueses pela sua difusão nos outros continentes,
especificamente na África e Ásia.

Na atualidade, a mandioca é cultivada, praticamente, em todos os


territórios do globo terrestre, o seu cultivo é diferente de outros cultivos, pois a
mandioca se adapta a diversas variações climáticas. Conforme MELO (1995) o
tempo médio do cultivo até a colheita da mandioca é de 12 meses, tempo esse que
pode ser prolongado sem ônus. Tal fator é decisivo para muitos agricultores nos
momentos de escassez de alimentos, porém uma vez colhida a mandioca é
extremamente perecível, a mandioca é geralmente cultivada em solos pobres e sem
a necessidade de muitos insumos. Os agricultores nordestinos optam pela produção
da mandioca, por muitas vezes, pelo fato de a mandioca ser resistente à seca.

O cultivo da mandioca se aprimorou e as variedades foram adaptadas de


acordo com o interesse industrial e comercial. A mandioca é muito utilizada para o
consumo animal tanto a raiz como as folhas,assim como, a transformação em ração,
já no consumo humano a raiz é utilizada in natura em opções doces ou salgadas. Os
14

derivados de mandioca na indústria são: farinha, goma, polvilho doce ou azedo,


álcool e etc.

De acordo com a análise da conjuntura agropecuária e com os dados da


Secretaria de Estado da Agricultura (SEAD) e do Abastecimento do Departamento
de Economia Rural (DERAL), o crescimento da população mundial acarreta a
necessidade do aumento da produção agrícola de alimentos, sendo a mandioca um
dos principais alimentos consumidos, especificamente, na áfrica e em países onde a
população é carente.

Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU) a produção


da mandioca está em ritmo acelerado, tendo a produção crescimento em 2,8% de
2012 para 2013, a fácil adaptação da mandioca a diversos climas é fator decisivo
para o crescimento da produção. Tal crescimento é nítido no continente africano, a
mandioca africana alimenta cerca de 60% da população, sendo responsável por
mais de 50% da produção mundial de mandioca, dados estes observados na tabela
1.

Segundo dados e análise da Secretaria de Estado da Agricultura e do


Abastecimento do Departamento de Economia Rural observados na tabela1, a Ásia
com ênfase para a Tailândia e Indonésia, compõem 55% da produção asiática que
em sua maioria destinam a produção para a industrialização, a Tailândia é o maior
produtor de fécula e de pellets da Ásia, é também o país que mais exporta estes
dois produtos que têm destinação à Europa e China.

Na América latina a mandioca é produzida em larga escala, baseado em


pesquisa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do
Departamento de Economia Rural observou – se que na década de 70 a produção
de mandioca alcançou 34,8 milhões de toneladas, número este que saturou por mais
de quatro décadas e ficou na casa dos 30 milhões de toneladas, com ênfase para o
Brasil que na década de 70 produziu cerca de 30 milhões de toneladas e
respondendo por cerca de 30 % da produção mundial.
Em 2013 a produção de mandioca brasileira caiu em 8% e nesta última
década a produção brasileira variou de 22 a 25 milhões de toneladas. A queda na
15

produção brasileira de mandioca justifica-se pela queda do consumo animal que


passou a consumir ração, composta por outros produtos diferentes da mandioca.
O gráfico 1 demonstra a participação continental na produção da
mandioca, baseado em dados de 2013. A África lidera a produção mundial de
mandioca com 57,1 % da produção ,dando - se ênfase para a Nigéria que é
responsável por 19,5 % da produção africana; a Ásia é o segundo na produção
mundial com 32,5% com destaque para a Tailândia que produz 10,9 da produção
tailandesa; A América do Sul produziu em 2013 10,4 % da safra, na qual, o Brasil se
sobressaiu gerando 7,7 % da produção da América do Sul.

Gráfico 1 – Produção continental de mandioca em 2013


Produção Continental de Mandioca - 2013

África

Ásia

América do sul

0
10
20
30
40
50
60
Produção

Fonte: Elaborado pela autora.

Na tabela abaixo está representada a produção de mandioca em escala mundial em


diversos anos, o percentual de participação em 2013 e a comparação do ano de
2013 e 1970, os números são em milhões de toneladas, destaque para a África que
lidera a produção mundial.
16

Tabela 1 - Produção de mandioca em escala mundial

Países 1970 2009 2010 2011 2012 2013 (%) Variação


em (%)
2013 2013/1970

África 40,5 123,1 134,4 147,4 149,4 158,0 57,1 290,1

Nigéria 10,2 36,8 42,5 52,4 54,0 54,0 19,5 429,4

Congo 10,3 15,1 15,0 15,0 12,0 12,5 4,5 21,4

Gana 1,5 12,2 13,5 14,2 14,5 14,5 5,3 866,7

Outros 18,5 59,0 63,4 65,8 68,9 77,0 27,8 316,2

Ásia 23,1 81,3 75,0 80,5 89,9 89,9 32,5 289,2

Tailândia 3,2 30,1 22,0 21,9 29,8 30,2 10,9 843,8

Indonésia 10,7 22,1 24,0 24,0 24,2 23,9 8,6 123,4

Outros 9,2 39,1 29,0 34,6 35,0 35,8 13,0 289,1

América 35,5 31,4 31,9 32,1 29,2 28,8 10,4 (18,9)


do Sul
Brasil 30,0 24,4 25,0 25,4 24,3 21,2 7,7 (29,3)

Outros 5,5 7,0 6,9 6,7 4,9 7,6 2,7 38,2

Total 99,1 237,4 243,1 261,8 269,1 276,7 100,0 179,2


Mundial

Tabela Adaptada 1 Fonte: FAO, SEAB/Brasil.


17

De acordo com a tabela 1 sobre dados e análise da Secretaria de Estado


da Agricultura e do Abastecimento do Departamento de Economia Rural, o Brasil foi,
em 2013, responsável, por 7,7% da produção mundial, tendo feito estudos,
melhorias genéticas, adubação, utilizado tecnologia e obtendo acesso de crédito
facilitado, ações estas que consagraram o Brasil como um dos melhores produtores
mundiais.

A produção de mandioca no Brasil está concentrada no Norte que


representa 33,7 % da produção nacional, conforme está discricionado na tabela 2,
que aborda respectivamente em cada coluna a área (1000 ha), produção (1000
t),produtividade (Kg/ha) e a participação nacional em percentuais, juntamente com o
detalhamento de cada região e principais produtores, em termos de percentuais, nos
anos de 2013 e 2014.

Tabela 2 - Produção de mandioca em escala mundial

Regiões/ Estados Área Produção Produtividade (%)


(1000 ha) 1000 ton. (kg/ha) Participação

NORTE 520 7.836 15.069 33,7


Pará 331 4.780 14.441 20,5
Amazonas 83 965 11.627 4,2
Outros 106 2.091 19.726 9,0
SUDESTE 141 2.268 16.085 9,8
São Paulo 58 1.054 18.172 4,5
Minas Gerais 60 859 14.317 3,7
Outros 23 355 15.435 1,6
CENTRO- OESTE 74 1.352 18.270 5,8
Mato Grosso do Sul 40 840 21.000 3,6
Mato Grosso 23 341 14.826 1,5
Outros 11 181 16.455 0,7
SUL 274 5.778 21.088 24,8
Paraná 177 4.075 23.023 17,5
Rio Grande do Sul 70 1.200 17.143 5,1
Santa Catarina 27 512 18.963 2,2
18

BRASIL 1.54 23.246 14.629 100,0

Tabela Adaptada 2. Fonte: FAO, SEAB/Brasil.

O Norte brasileiro é o líder em produção de mandioca, este possui


também a maior área de produção, o que corresponde a 520 numa escala de 1000
hectares, e a maior produtividade, representação observada no gráfico 1.

Gráfico 2 - Produção Regional de Mandioca

Nordeste; 25,9
Norte; 33,7

Sul; 24,8 Sudeste; 9,8

Centro - Oeste; 5,8

Fonte: Elaborado pela autora.

A produção de mandioca da região do Nordeste brasileiro, conforme


tabela 3, correspondente a 25,9% da produção nacional nos anos de 2013 e 2014. O
Norte brasileiro produziu 33,7% da produção nacional nos mesmos anos, juntos,
Norte e Nordeste foram responsáveis por mais da metade da produção de mandioca
nacional.
19

No Nordeste e no Norte o consumo humano é de 90% na forma de


farinha, beiju, polvilho doce e dentre outras derivações, além do consumo da folha
da mandioca, o tucupi.

Tabela 3 - Produção de mandioca na região nordeste em 2013/2014

Região/ Estado Área Produção Produtividade Participação


(1000 ha) (1000 ton.) (Kg/ha) (%)

NORDESTE 580 1012 10.366 25,9


Bahia 178 2088 11.730 9,0
Maranhão 188 1632 8.681 7,0
Ceará 62 592 9.548 2,5
Outros 152 1700 11.184 7,4

Tabela Adaptada 3. Fonte: FAO, SEAB/Brasil.

A tabela 3 representa os mais importantes produtores de mandioca do


Nordeste, em termos, de área, produção, produtividade e participação em percentual
no ano de 2013 e 2014. Tal representação é baseada em dados da Secretaria de
Estado da Agricultura e do Abastecimento do Departamento de Economia Rural.

A maior produção é a da Bahia que responde por 2088 na escala de 1000


toneladas e tem participação de 9% em escala nacional. O Nordeste brasileiro
representa 25,9% da produção nacional de mandioca, tendo como líder regional a
Bahia que é responsável por 9% da produção, seguida do Maranhão como 7%,
Ceará com 2,5% e o restante dos estados somados representam 7,4 %.
20

Gráfico 3 - Participação nacional do nordeste na produção

de mandioca 2013 – 2014.

9
9
8
7 7,4
Participação Nacional do

7
Nordeste Total 25 %

6
5
4
3
2,5
2
1
0
Bahia
Maranhão
Ceará
Outros

Fonte: Elaborado pela autora.

O gráfico 2 representa a participação dos estados nordestinos, com


destaque para os dois maiores produtores que são Bahia e Maranhão, seguidos pelo
Ceará. O Nordeste e o Norte brasileiro compõem mais da metade da produção
nacional de mandioca e culturalmente, essas regiões têm suas culinárias voltadas
para comidas feitas a base de mandioca. No Norte a mandioca é consumida
predominantemente na forma de farinha que é ingerida in natura e serve de
complemento às refeições mais importantes do dia que são almoço e jantar, a
mandioca é também muito consumida como mingau com leite e açúcar. No Nordeste
21

a mandioca é amplamente consumida das mais variadas maneiras como: farofa com
acompanhamentos, bolo, mandioca frita, tapioca, broa, biscoitos dentre outros.

O Brasil é um grande produtor de mandioca, o gráfico 4 construido com


dados de 2013 é uma rica demonstração dessa larga produção brasileira.

Tabela 4 – Produção de mandioca por estado brasileiro

Estados brasileiros Área Colhida (ha) Prod. (ton.) Rendimento(t/ha)

Pará 302.300 4.621.692 15,29


Paraná 155.836 3.759.705 24,13
Bahia 179.116 1.854.260 10,35
Maranhão 189.693 1.325.328 6,99
São Paulo 53.986 1.323.090 24,53
Rio Grande do Sul 71.204 1.166.363 16.38
Amazonas 80.894 940.975 11,63
Acre 43.865 939.178 21,41
Minas Gerais 58.681 815.043 13,89
Mato Grosso do Sul 33.058 721.870 21,84
Santa Catarina 28.564 551.349 19,30
Rondônia 28.288 446.724 15,79
Sergipe 28.738 433.723 15,09
Mato Grosso 23.236 335.736 14,45
Ceará 65.519 300.348 4,58
Pernambuco 35.245 292.766 8,31
Tocantins 15.697 244.312 15,56
Alagoas 18.243 224.794 12,32
Rio de Janeiro 12.956 195.343 15,08
Goiás 9.995 166.622 16,67
Espírito Santo 9.240 157.753 17,07
Piauí 37.602 156.256 4,16
Roraima 8.032 40.342 17,47
Paraíba 14.796 135.052 9,13
Amapá 11.850 134.720 11,37
Rio Grande do Norte 8.025 80.685 10,05
22

Distrito Federal 1.309 20.189 15,42


BRASIL 1.525.918 21.484.218 14,08

Fonte: Embrapa, 2013. Tabela 4.

A tabela 4 é uma explanação sobre cada estado da Federação, baseada


em dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), e define
em cada coluna respectivamente da esquerda para direita cada estado brasileiro, o
quanto que cada estado colheu por hectare,o quanto produziu e o rendimento em
termos de área colhida, em tonelada/hectare.

Com base na tabela 4 observa-se que as maiores lavouras de mandioca


do Brasil estão localizadas no Pará (302.300 hectares), Maranhão (189,693
hectares), Bahia (179.116 hectares) e Paraná (155.836 hectares). O Ceará aparece
em 15º lugar com uma produção de 300.348 toneladas, produção esta, que foi
realizada e colhida numa área de 65.519 hectares, sendo um hectare referente a
10.000 m2, e com um rendimento de 4,58 toneladas por hectare.

De acordo com Neto e Marcolan (2010) no caso da mandioca, o


segmento de consumo se caracteriza por unidades que consomem parte da
produção (mandioca de mesa, farinha, polvilho azedo e fécula comum) na própria
unidade produtora, sendo a outra parte comercializada o que representa um
importante fator de geração de renda para as propriedades, que são, na sua maioria,
de base familiar.

2.2 ANÁLISE DE ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMA

O consumo de mandioca no mundo é bastante amplo e diversificado, por


isso, diversos estudos já foram realizados acerca da mandioca, a presente seção
expõe estudos relacionados ao tema.

2.2.1 A cadeia produtiva

A mandioca e seus derivados são alimentos consumidos amplamente em


todo o Brasil, no Nordeste e no Ceará, razão pela qual o seu cultivo e consumo são
23

fruto de diversos estudos no Brasil e no mundo, sendo a região Nordeste


responsável pelo consumo de 47% da mandioca nacional.

De acordo com estudo realizado por Oliveira, Silva e Justo (2012) sobre a
cadeia produtiva da mandioca no município de Araripe e apresentado na VIII
SOBER - Nordeste Pluralidades Econômicas, Sociais e Ambientais: interações para
reinventar o Nordeste rural Parnaíba – PI, em relação ao processamento da
mandioca, dentre os produtos finais processados, os que mais são produzidos são a
goma e a farinha. Tal processamento é realizado na maioria das vezes por agentes
do setor da produção, neste estudo foram realizadas entrevistas numa amostra de
60 pessoas, dentre as quais 14, ou seja, 23,33 % dos entrevistados são
responsáveis pelo processamento da mandioca, destes 16,66 % são os próprios
proprietários das casas de farinha e 6,67 % delegam esta atividade para terceiros,
destaque para o fato de que a produção de matéria - prima ser própria.

Conforme a pesquisa de Oliveira, Silva e Justo (2012) a produção média


por tonelada da mandioca é de 300 kg de farinha e 98,57 kg de goma, parte dessa
produção é para o consumo dos próprios produtores e familiares, 21,43 % afirmam
que consomem a metade da produção de farinha e 7,14% consomem toda a
produção, é uma verdadeira economia de subsistência, a maior parte da mão – de –
obra é a familiar, os terceiros quando contratados recebem pagamento em diárias
trabalhadas. Em relação à goma 21, 43 % afirmam que consomem a metade da
produção, 23,41 % afirmam que consomem dota a produção e o restante afirma
comercializa a produção total, o perfil de consumo da farinha pelos produtores e
familiares da região do Araripe está demonstrado no gráfico 3.
24

Gráfico 4 – Consumo de farinha de mandioca pelos produtores

Consumo de farinha e de goma pelos


produtores

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Farinha
Goma

Comercializam Consomem a metade Consomem tudo

Fonte: Elaborado pela autora.

2.2.2 Caracterização da produção, comercialização e consumo da mandioca

Conforme os ensinamentos de pesquisa realizada por Otsubo, Bitencourt


e Pezarico (2002) sobre a caracterização da produção, comercialização e consumo
da mandioca de mesa em Dourados, Mato Grosso do Sul (MS), o processo de
produção da mandioca tem como característica o baixo nível de tecnologia utilizado
na lavoura, tais como cultivo sem fertilizante e calcário, controle inadequado e
primitivo de pragas e falta de planejamento para o cultivo da mandioca.
25

Em relação a colheita, a mandioca de mesa em Dourados (MS) é colhida


na maior parte das vezes (95%) de maneira manual e nos demais casos através do
uso de um processo denominado “afofador” que é um sistema mecânico que admite
que o rendimento de colheita seja bem maior que o manual, esse sistema é utilizado
pelos produtores que, mesmo plantando a mandioca de mesa, remetem parte de
sua produção para a indústria de fécula ou farinha. A colheita normalmente é feita
entre 7 e 12 meses do plantio (50%) momento em que as raízes estão menos
fibrosas, o que facilita o cozimento. Em um segundo momento a mandioca pode ser
colhida entre 12 e 18 meses (15%) e após 18 meses (10%). A produção média por
semana por produtor é de 21 caixas (25 kg/cx).

Em relação à preservação dos solos, nos quais, a mandioca é plantada


não se observou problemas graves, como a presença de voçorocas, consequência
da baixa declividade do solo da região. A pesquisa constatou que em 58% das
propriedades analisadas existe a prática de manejo e conservação do solo, na qual
as mais frequentes são o terraço e o preparo do solo em nível, contudo 42% das
propriedades não utilizam nenhum tipo de manejo ou conservação do solo, conforme
demonstrado no gráfico 4, este dado é alarmante, pois de acordo com Souza e
Souza (2000) a mandioca é uma cultura extremamente erosiva, motivo pelo qual o
seu crescimento inicial pode ser demasiadamente lento e o espaçamento utilizado
para seu plantio muito amplo, consequentemente ocorre uma demora em cobrir o
solo para preveni-lo da degradação da sua estrutura pelas chuvas e enxurradas.

Gráfico 5 – Propriedades analisadas em relação a práticas

de conservação do solo
26

Propriedades analisadas em relação a práticas


de conservação do solo

Prática de conservação do solo.

Não há prática de conservação do


solo

Fonte: Elaborado pela autora.

Em termos de controle das ervas daninhas, o trabalho é totalmente feito


de maneira manual, deste total em 10% dos casos, utilizam o complemento através
da tração animal entre os 30 e 40 dias após brotação. Conforme estudos realizados
por Carvalho (2000) a mandioca em termos nutricionais e hídricos, nos primeiros
estágios de desenvolvimento da cultura, pode diminuir demasiadamente a cultura
final.

O estudo fez um levantamento de dados do processamento de pós -


colheita, e constatou que neste momento do processo são empregadas na
comercialização diversas práticas com o objetivo de descascar, embalar e congelar
as raízes, tais práticas geram uma melhor apresentação e tempo de armazenamento
pelo consumidor. Grande parte dos atacadistas (50%) usa essa prática para agregar
valor ao produto, também para poder satisfazer a demanda dos varejistas,
supermercados, sacolões e açougues, 37,5% da produção é somente descascada e
embalada e 12,5% é vendida in natura, especificamente nas feiras livres e nos
sacolões.

Segundo os estudos de Otsubo, Bitencourt e Pezarico (2002) a pesquisa


concluiu que:
27

“(...) entre os entrevistados, 10% realizam o preparo de solo de forma


manual e 90% mecânico. Dentre os que utilizam preparo mecânico de solo,
50% utilizam grade aradora + grade niveladora; 16,7% arado + grade
aradora; 27,8% grade aradora e 5,5,% grade niveladora. A utilização
contínua de grade aradora é conhecida principalmente pelos seus efeitos,
como a formação do chamado pé de grade. Quanto à procedência dos
implementos utilizados no preparo de solo, verificou-se que em 45% dos
casos são próprios e 55% alugados.”

Conforme a pesquisa realizada por Otsubo, Bitencourt e Pezarico (2002)


em relação ao consumo este é representa uma forte relação com a faixa
populacional de baixa renda, sendo em muitos casos a principal fonte calórica.
Segundo os estudos de Otsubo, Bitencourt e Pezarico (2002) a renda é
inversamente proporcional ao consumo de farinha de mandioca, nesse estudo foi
feito um levantamento, tal levantamento constatou que quando a renda familiar varia
de 1 a 2 salários por mês o consumo é de 5,9 quilos por semana, quando a renda
familiar é de 3 a 5 salários mensais o consumo de farinha é de 3,8 quilos por
semana, e quando a renda familiar é maior que 5 salários ao mês o consumo de
farinha é de 2,1 quilos por semana, conforme representação adaptada na tabela 5.

Tabela 5 – Relação entre a renda familiar e o consumo semanal de farinha

Renda familiar mensal Consumo semanal em quilos


1 – 2 salários 5,9
3 – 4 salários 3,8
Acima de 5 salários 2,1

Fonte: Tabela adaptada de Otsubo, Bitencourt e Pezarico (2002).

As conclusões finais do estudo são que o sistema de produção de


mandioca de mesa utiliza pouca tecnologia e têm como base pequenas áreas de
cultivo, em termos de comercialização a mandioca de mesa é depende muito da
presença do atacadista e o consumo de mandioca de mesa é elevado em todas as
camadas sociais, porém há um declínio com o aumento da renda.

2.3 COMPORTAMENTO DE CONSUMO DA MANDIOCA


28

Esse estudo foi baseado numa pesquisa realizada por Neto e Marcolan
(2010) sobre o comportamento de consumo de mandioca e derivados no Brasil, com
ênfase na região Norte, e apresentado no 48º Congresso SOBER - Sociedade
Brasileira de Economia Administração e Sociologia Rural, tendo como objetivo
primordial conhecer as características de consumo da mandioca e derivados no
Brasil, sendo esse estudo feito através de pesquisa exploratória, compreendendo
levantamentos estatísticos e análise de dados secundários. Segundo os
ensinamentos de Mattar (1994) em termos de levantamentos secundários é crucial
identificar o máximo de ideias e explicações possíveis para o acontecimento ou
fenômeno que serão investigadas num segundo momento, e não tê-las como
verdades de imediato.

O estudo feito levou em consideração o regime de mudança de hábitos de


consumo, a possibilidade de a mandioca começar a integrar outros mercados como,
por exemplo, o da panificação, o que acarretaria a redução das importações de trigo,
a substituição parcial ou total do milho pela mandioca na produção da ração animal
e o novo papel da mulher no mercado de trabalho.

O novo papel da mulher no mercado de trabalho e na economia se


destaca o que exige alimentos de preparação mais rápida e refeições realizadas fora
de casa. No atual contexto histórico a mulher ocupa muitas vezes um papel de
destaque no mercado de trabalho, papel este que anteriormente era ocupado
predominantemente por homens, ou seja, os cargos de chefia eram dominados
pelos homens. Tal predominância mudou nas últimas décadas, a mulher passa cada
vez mais tempo fora de casa e longe das atividades domésticas, o que fez com que
a indústria de alimentos tivesse a necessidade de desenvolver alimentos de preparo
rápido, dentre os quais, os alimentos que têm por base a mandioca.

O contexto do estudo salienta que atualmente a mandioca não é apenas


uma cultura com o único objetivo de fornecer segurança alimentar aos produtores e
consumidores localizados nas faixas de renda mais baixas. Para Barros et al, 2004,
p. 193:

“As raízes vêm cada vez mais sendo diferenciadas (pré-cozida e congelada)
e empregadas como matéria-prima para as indústrias de fécula,
29

transformando-se em fonte de receita, sobretudo, para pequenos e médios


produtores”.

Tal colocação é verdadeira, a tendência é de que haja redução de seu


uso na alimentação humana e animal de maneiras tradicionais.

Na região Norte, especificamente, a mandioca é importante fonte de


alimentação para a população, sendo também uma atividade econômica para
grande parte dos produtores de base familiar. As plantações de mandioca são feitas
em áreas pequenas, favorecendo a diversificação da produção nas propriedades. De
acordo com dados de 2010 do IBGE a produção de mandioca nas regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste está centralizada para as indústrias de fécula e de farinha.

Na Região Sul, especificamente no Paraná, existe uma concentração


maior número de fecularias, em relação a produção nacional. Este estado
representa a maior produção de mandioca do Centro-Sul, com produção de 3,3
milhões de toneladas de raiz em 2008. A utilização de variedades mais produtivas,
juntamente com sistemas de produção mais modernos, permite uma produtividade
média de 23,5 toneladas/ha, superior em 40% à média brasileira, que foi de 14,1
toneladas/ha em 2008.

O estudo realizado entendeu que o comportamento de consumo de um


determinado produto por parte das empresas é um fator preponderante no processo
competitivo empresarial, seja em todos os segmentos. Os aspectos econômicos e
culturais fatores que realmente influenciam nas características de consumo, o que
traduz variações no consumo de diferentes extratos de renda e de regiões do Brasil.
A pesquisa concluiu que em todas as regiões a mandioca é consumida in natura, na
forma de farinha ou ainda a fécula, tal consumo é feito por pessoas e animais, estes
consomem, na maioria das vezes, os resíduos e subprodutos da mandioca, sendo a
região Nordeste o destaque como a região que mais consome a mandioca sendo
responsável por 47% da produção nacional.

De acordo com a pesquisa a elasticidade da oferta, no curto quanto no


longo prazo, representa acentuada inelasticidade, a elasticidade-preço da demanda
também representa inelasticidade, a elasticidade-renda da demanda, como previsto,
é influenciada pelos estratos de renda. Logo, para os níveis de renda mais baixos o
30

produto é classificado como um bem de necessidade, já para estratos de renda mais


elevados o produto é classificado como um bem de consumo inferior.

Esta monografia analisa o comportamento do consumidor em relação ao


consumo de produtos derivados da mandioca logo, é necessária a revisão de alguns
termos relevantes e relacionados ao presente trabalho, tais como: comportamento
do consumidor, decisão de compra, marca, e satisfação.

2.3.1 Comportamento do consumidor

Conforme os ensinamentos de Kotler (1998) comportamento do


consumidor é um mix de análises que servem de apoio para o conhecimento das
culturas, valores, crenças e desejos. A fim de compreender realmente como de fato
os consumidores tomam suas decisões de compra, as organizações têm que
identificar os participantes do processo de decisão e os influenciadores ou usuárias.

Para Richers (1984) o comportamento do consumidor é caracterizado


conforme as ações mentais e emocionais, ou seja, devidas ao uso dos produtos,
serviços para a satisfação das necessidades e desejos. Para Kotler e Keller (2006) o
objetivo do marketing é buscar satisfazer as necessidades dos consumidores
tornando-se fundamental entender o comportamento dos consumidores.

Segundo Churchill e Peter (2000) o processo de compra do consumidor


sofre influencias sociais e contingenciais. Para Engel et al. (2000) as nuances que
influenciam no processo de decisão de compra encontram-se fragmentadas entre as
influencias ambientais, as diferenças individuais e os fatores pessoais, Solomon
(2002), Schiffman e Kanuk (2000) entendem que a pessoa, na condição de
consumidor, é passível de sofrer influências psicológicas, pessoais, sociais e
culturais.

De acordo com os estudos de Kotler (1996), a gestão do marketing no


sistema de decisão de compra objetiva a identificação das necessidades de
informações, análise das alternativas, decisão de compra e o comportamento pós-
compra. As nuances que influenciam na competitividade de uma empresa estão, ao
longo do tempo, sendo cada vez mais numerosas e complexas para serem
atendidas.
31

2.3.2 Decisão de compra

Estudar e analisar o comportamento do consumidor é de fundamental


importância para empresa, para que a mesma possa saber os reais interesses e
necessidades dos clientes. De posse destas informações o marketing da
organização atuará e o consumidor inevitavelmente é influenciado pelos estímulos
do marketing que fazem parte da tomada de decisão.

Segundo Kotler (1996) é a administração de marketing que atua no


sistema de decisão de compra e tem o objetivo de identificar as necessidades e
informações, avaliação das alternativas, decisão de compra e o comportamento pós-
compra. De acordo com Kotler e Keller (2006) o objetivo do marketing é focar em
satisfazer as necessidades dos clientes, sendo crucial para o sucesso, compreender
o comportamento dos consumidores.

Vários elementos influenciam na concorrência entre as empresas, no


decorrer do tempo, aumentando cada vez mais a sua diversidade e em uma
dinâmica maior no mercado. O marketing influencia diretamente o processo de
decisão de compra. No quadro a seguir é apresentado o modelo de comportamento
do consumidor:

Quadro 1 – Modelo de comportamento do consumidor.

Estímulos de Outros Estímulos Características Decisões do


Marketing do Comprador Comprador

Produto Econômicos Culturais Escolha do Produto

Preço Tecnológicos Sociais Escolha da Marca

Praça Políticos Pessoais Escolha do


revendedor
Promoção Culturais Psicológicas Época da compra

Fonte: Kotler (1998, p.162). Modelo de comportamento do consumidor


32

Segundo Kotler (1998) o consumidor, de maneira geral, quer ter a


oportunidade de adquirir bens ou serviços de variadas maneiras de modo a poder
organizar-se perante alguma mudança. De tal maneira a conduta do consumidor
diante do processo de decisão de compra é regida por cinco estágios que podem
influenciar no processo de decisão de compra.

Quadro 2 – Estágios que influenciam no processo de decisão de compra

ESTÁGIOS QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA

01 02 03 04 05
Reconhecimento Busca de Avaliação Decisão de Comportamento
da necessidade informação das compra Pós-Compra
alternativas

Fonte: Kotler (1998, P.162).

2.3.2.1 Reconhecimento da necessidade

Começa no momento em que o consumidor define o problema e a


necessidade, o cliente identifica no seu cotidiano a necessidade de adquirir bens ou
serviços.Segundo Kotler (1998) quando os profissionais de marketing conseguem
determinar as necessidades dos possíveis consumidores, eles detectam os
principais estímulos mais constantes que os clientes estão propícios a receber que
despertem o interesse para compra e direcionam as estratégias de marketing de
acordo com os interesses do consumidor.

2.3.2.2 Busca de informação

Segundo Kotler (1998, p. 180) a respeito de informação:

“a informação é de grande interesse do profissional de marketing conhecer


as principais fontes de informações que o consumidor recorrerá e a
influência relativa que cada uma delas terá sobre a decisão de compra
subsequente”.
33

Conforme definições de Kotler (1998) as fontes de informações do


consumidor são classificados em grupos são eles:fontes pessoais: família, amigos,
vizinhos, conhecidos, fontes comerciais: propaganda, vendedores, revendedores,
embalagem, displays,fontes públicas: mídia de massa, organizações de
consumidores, fontes experimentais: manuseio, exame, uso do produto.

2.3.2.3 Avaliação de alternativas

Quando as necessidades e o levantamento de informações são


determinados o cliente busca avaliar as alternativas de compra que ele tem
disponível, conforme Etzel; Walker; Stanton, (2001) diferenciar os produtos e marcas
pode ser influenciável de duas maneiras: uma lembrança em uma determinada
situação e uma grande pesquisa externa.

2.3.2.4 Decisão de compra

Conforme Blackwell, Miniard e Engel (2005) o número de consumidores


que compram produtos ou serviços que de início não estavam planejados para a
compra é crescente e deixam de comprar por acontecimentos durante o momento
de escolha é crescente, os critérios usados para a compra são influenciáveis de
acordo com a situação da compra. De acordo com Blackwell; Miniard; Engel (2005)
há duas origens de informações essenciais: ambiente comercial: é composto por
todos os indivíduos e organizações que incluem varejista, publicitários e outros.
Ambiente social: compreendem a família, amigos e conhecidos que direta ou
indiretamente fornecem informações sobre o produto;

2.3.2.5 Comportamento pós-compra

De acordo com Kotler (1998) depois do momento de concretização da


compra o cliente fica satisfeito ou insatisfeito, ou seja, a relação da marca ou
fabricante não termina com o ato da compra ele ainda permanece no pós – compra.
Conforme Etzel; Walker; Stanton, (2001) a discrepância de percepção do pós -
compra acontece na situação em que as alternativas de compra são interessantes
ou não interessantes.

Segundo Blackwell; Miniard; Engel (2005) os clientes têm o interesse de


satisfazer as suas expectativas de desejos e necessidades, dessa maneira o
34

consumidor observa a sua necessidade, busca informações, interpreta as


alternativas mais atraentes, realiza a compra, pondera novamente no processo de
pós – compra, compra, utiliza e descarta o produto, porque existem diversas
maneiras de alternativas no processo de decisão de compra.

No momento pós-compra, o consumidor avalia se ficou totalmente,


parcialmente ou não satisfeito com os produtos ou serviços oferecidos pelas
organizações. O desempenho percebido pelo consumidor pode ser considerado a
experiência positiva ou negativa vivenciada no momento da compra. Para Kotler a
satisfação é um sentimento de prazer do consumidor ao perceber a diferença entre o
produto utilizado e a expectativa.

2.3.3 Marca

Segundo os estudos de Aaker (1998) a marca, o símbolo e outras


nomenclaturas diferenciadas (logotipo, marca registrada, ou desenho de
embalagem) são definidas com o objetivo de identificar os bens ou serviços que um
indivíduo oferta ou de um grupo de indivíduos ofertam e a distinguir esses bens e
serviços de outros concorrentes, auxiliando dessa forma a diferenciação de
idênticos. Kapferer (2004) complementa Aaker (1998) no tocante a ampliação de
sentidos e de características embutidas nas marcas.

De acordo com os ensinamentos de Keller (1999 ) a verdadeira força das


marcas, , está na mente das pessoas, logo os profissionais e pesquisadores devem
identificar e montar um “mapa” discricionando o conhecimento dos clientes em
relação à determinada marca. Keller (1993) e Aaker (1996) a marca é formada por
um conjunto de associações, tangíveis e abstratas, objetivas e subjetivas, que
formam a imagem da marca. Conforme estudos de Kotler (1986), uma marca pode
ser caracterizada por um nome, termo, sinal, símbolo, ou uma combinação de tudo
isso. De acordo com as pesquisas de Keller e Machado (2005) a marca têm funções
cruciais para a organização: definir quem é o fabricante e permitir que os
consumidores atribuam responsabilidade a diversos fabricantes ou distribuidores.

Conforme Tavares (1998) a definição de marca resulta do esforço de


pesquisa, inovação, comunicação dentre outros, que com o passar dos anos, se
35

fundem no sistema de sua construção, ou seja, a criação e a manutenção de uma


marca não são restritas aos profissionais. Para Tavares a respeito de marca:

“A marca é diferente do produto (...) A marca estabelece um relacionamento


e uma troca de intangíveis entre pessoas e produtos. O produto é o que a
empresa fabrica, o que o consumidor compra é a marca. Os produtos não
podem falar por si: as marcas é que dão significado e falam por eles”

Tal definição dá força à conceituação da qual as marcas definem-se muito


mais como a relação existente entre os fabricantes e o mercado, nestes também
fazem parte os consumidores, fornecedores, distribuidores, ou seja, todos os
envolvidos no processo de produção. Logo, é extremamente fundamental saber
distinguir os elementos que formam a marca na mentalidade do consumidor, para
compreender as estratégias organizacionais e como estes aspectos influenciam na
definição da marca.

2.3.4 Satisfação

De acordo com Kotler (2007), a satisfação é baseada na percepção de


prazeres ou desapontamentos provenientes da comparação de pensamento
compreendido de um produto em relação ao que é almejado dos consumidores.
Segundo Kotler (1998, p.53) “Satisfação é o sentimento de prazer ou de desa-
pontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto (ou
resultado) em relação às expectativas da pessoa”.

A satisfação que o cliente sente se refere à sensibilidade no momento de


concretização da compra. Segundo Kotler (2007), a satisfação gera um cliente
cativado e satisfeito. Logo, a retenção e fidelização dos clientes são de fundamental
importância para o sucesso da organização.

Em relação ao comportamento do cliente, a teoria da satisfação é


defendida para que, conforme os ensinamentos de Las Casas (1999) as
organizações se predisponham a priorizar os seus clientes e realizem as pesquisas
para com os consumidores, desse modo é possível definir as reais necessidades e
desejos e também identificar os níveis de satisfação do consumidor em relação à
organização.
36

Conforme os ensinamentos de Kotler (2006) o valor reflete os benefícios e


os custos tangíveis e intangíveis percebidos pelo consumidor, o que na verdade
representa a realização de uma equação que nem sempre é objetiva, naqual são
ponderados de um lado os benefícios e de outro os custos associados a ele e
percebidos.

De acordo com Kotler (2006), a satisfação do consumidor com a


realização da compra é influenciado diretamente pela atuação do produto em
relação às expectativas do cliente. O consumidor pode exprimir vários graus de
satisfação, se o desempenho do produto não atingir o que o consumidor esperava,
este fica insatisfeito, se o desempenho atingir o que o consumidor esperava, este
fica satisfeito, se o desempenho do produto ultrapassar as expectativas do cliente,
este fica muito satisfeito ou realizado. Conforme Desantnick (1995, p.3):

“A satisfação do cliente começa com o próprio presidente servindo de


modelo - falando, ouvindo, respondendo, respeitando, criando e vivendo o
ambiente e deixando a porta aberta para todos os funcionários em todos os
momentos”

A satisfação do consumidor consiste no nível de contentamento individual


após a compra de produto ou serviço que ofereceu algum tipo de benefício ou valor
agregado. Conceituar satisfação consiste na percepção de seus determinantes e na
relação entre eles. A partir de estudos realizados por Araújo e Silva (2005), no
quesito das relações entre cliente e empresa, a concepção de satisfação está ligada
diretamente ao reforço, isto é, a satisfação seria o produto ou o resultado de uma
determinada transação e o reforço contribui para a repetição de um determinado
comportamento em busca de uma nova recompensa, portanto tal processo contribui
para a construção de uma relação de lealdade entre a organização e o cliente.

As expectativas dos consumidores são determinadas por diversos fatores,


tanto internos como externos, e consistem em uma ferramenta que possibilita uma
pré-avaliação do bem ou serviço que será adquirido. Dentre os aspectos formadores
das expectativas dos consumidores, Gianesi e Corrêa (2006, p.233) relatam que
“comunicação boca a boca, experiência anterior, comunicações externas e
necessidades pessoais são fatores que influenciam as expectativas dos clientes em
relação a um serviço”.
37

As expectativas são utilizadas pelos consumidores como referencial para avaliar se


a compra foi bem-sucedida. Para Oliver (1997, p.460) “as expectativas dos clientes
podem ser consideradas um quadro de referência sobre o qual os clientes
comparam o produto ou serviço adquirido”.

3 METODOLOGIA

A presente seção explana conceitos baseados na revisão da literatura sobre estudo


de caso, pesquisa bibliográfica e pesquisa qualitativa e analisa a atuação desses de
forma conjunta através da entrevista em profundidade, os dados foram colhidos e
analisados com o objetivo de gerar conhecimento acadêmico sobre o assunto.

De acordo com Bruyne, herman e Schoutheete (1977) o estudo de caso se


caracteriza pela justificativa da sua importância pelo fato de agrupar dados e
informações numerosas e minuciosamente discricionados com o objetivo de
compreender e interpretar a totalidade de um caso. O detalhamento do estudo de
caso ajuda num maior entendimento e numa possível sugestão de solução ou
conclusão, os esforços dos pesquisadores concentram-se num objeto determinado.

Gil (1999, p. 73) traça delineamentos sobre o estudo de caso:


38

“o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um


ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e
detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante os outros
tipos de delineamentos considerados”.

Yin (2002) afirma que o estudo de caso determina na investigação o


poder de preservar as características holísticas e significativas dos fatos reais. De tal
modo que o pesquisador tem a oportunidade de analisar in loco os fatos ocorridos
de uma maneira aprofunda e exaustiva. O estudo de caso realizado em relação aos
produtos derivados da mandioca e as preferências do consumidor foi feito baseado
também em pesquisas bibliográficas através da revisão da literatura.

Cervo e Bervian (1983) afirmam que a pesquisa bibliográfica elucida um


problema iniciando pelo referencial teórico já publicado em outros trabalhos
acadêmicos e pesquisas, podendo ser feita de forma independente ou formando
uma pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos objetivam definir e
analisar as contribuições culturais e científicas já delimitadas sobre determinado
assunto, tema ou problemática.

De tal modo a pesquisa bibliográfica constitui parte da pesquisa descritiva


ou experimental, neste caso, experimental, pois o estudo visa selecionar
informações e conhecimentos que sejam técnicos sobre o problema e encontrar uma
resposta. Gil (1999) determina que a pesquisa bibliográfica seja realizada de acordo
com informações já elaboradas, especificamente em livros e artigos científicos.

A metodologia de pesquisa utilizada foi a qualitativa, caracterizada


segundo Richardson (1999) como sendo capaz de determinar a complexidade do
problema, estudar a relação existente de determinadas variáveis, entender e
catalogar processos dinâmicos vividos por sociedades. Na pesquisa qualitativa são
percebidas análises mais profundas em relação ao caso estudado, o modelo
qualitativo visa definir as características e relações, ainda, não observadas.

O argumento central é a prática da entrevista através da técnica. Para


Valles (1997) a entrevista se diferencia de conversações cotidianas pelo fato do
entrevistador e entrevistado possuir expectativas explícitas: escutar e falar; o
entrevistador induzir o entrevistado a falar constantemente e o fato de na
39

perspectiva do entrevistado, o entrevistador ser o responsável por organizar a


conversa.

Para Patton (1999) há três tipos de entrevista a convencional livre em


função de um tema, a baseada num roteiro e a padronizada aberta que é definida
pelo emprego de uma lista de perguntas, porém, com respostas abertas, lista esta,
elaboradora e aplicada de maneira igualitária a todos os entrevistados pelo
pesquisador.

Conforme Sierra 1998 a entrevista aberta, focalizada, intensiva, dentre


outras se relaciona diretamente com os termos ”entrevista em profundidade” e
“entrevista qualitativa”, ou seja, Sierra considera a entrevista em profundidade como
uma entrevista qualitativa, no qual, a investigação é composta pela vida,
pensamentos, crenças e simbolismo do entrevistado. Na entrevista em profundidade
desta monografia as pessoas responderam as questões abertas com total liberdade
para fazer comentários de acordo com a sua visão, crença e experiência como
consumidor.

As entrevistas foram realizadas nos dias 24, 26, 28 e 30 de novembro de


2015 com consumidores de produtos derivados da mandioca, especificamente,
farinha, goma e polvilho, entrevista na qual abordou o comportamento e as
preferências do consumidor, os nomes e profissões citados na análise de entrevistas
são fictícios, a veracidade do gênero foi mantida. O tamanho da amostra utilizada
para a entrevista em profundidade foi 20, sendo entrevistados 10 homens e 10
mulheres com faixa etária a partir de 18 anos, posteriormente a dados foram
analisados.

A entrevista em profundidade foi realizada para coletar dados em relação


aos produtos derivados da mandioca, especificamente, a farinha, a goma e o
polvilho. Nesse estudo a goma foi abordada de duas maneiras: a primeira, a goma
umedecida que foi entendida como a goma embalada, preparada, comprada em
supermercados e a segunda, a goma fécula seca que é a fécula seca, essa no
momento do preparo precisa ser molhada e peneirada para poder ser utilizada no
preparo da tapioca.
40

A análise de dados é uma etapa de formação de sentido a partir da coleta


e do estudo dos dados, esta formação é consolidada no momento do estudo,
restringindo e interpretando o que os entrevistados falaram e o que o pesquisador
percebeu, anotou e leu, isto é, o processo de formação de significado. Diversos
autores abordam o termo análise de dados, muitos destes de maneira extremamente
semelhante, a presente seção aborda a análise desses autores acerca do tema para
que haja uma compreensão melhor da interpretação das entrevistas.

Conforme os ensinamentos de Bardin (2006, p. 38) em relação à análise


de conteúdo:

“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza


procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens (...) A intenção da análise de conteúdo é a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção (ou eventualmente, de
recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não).“

Perante essa definição conclui-se que a análise de conteúdo é um


conjunto de formas de interpretação das informações, que tem como meta
solucionar as incertezas e exaltar a análise dos dados coletados. Como define
Chizzotti (2006, p. 98):

“o objetivo da análise de conteúdo é prioritariamente compreender


criticamente o sentido das comunicações apresentadas, em seu conteúdo
manifesto ou latente, as significações que estão de maneira explícitas ou
ocultas”.

Os autores Bauer e Gaskell (2008) define que as informações escritas


são as comumente realizadas na análise de conteúdo, havendo então a
possibilidade de manipulação por parte do pesquisador com o objetivo de solucionar
as questões de pesquisa, utilizando um entendimento semelhante, Flick (2009) diz
que a interpretação do conteúdo é um dos sistemas clássicos para analisar o as
informações, não sendo relevante a origem da matéria.

De acordo com os estudos de Vergara (2005) a análise de conteúdo


forma uma técnica que interpreta os dados coletados, com o objetivo de identificar o
que está sendo dito em relação a determinado questionamento, logo, é necessário a
descodificação do que está sendo comunicado,desse modo a descodificação das
41

informações coletadas permite ao pesquisador utilizar vários procedimentos, com o


objetivo de identificar o mais apropriado para o material a ser analisado.

Segundo Minayo (2001), a análise de conteúdo é entendida como um


conjunto de técnicas de análise, tendo o pesquisado a liberdade de escolher a mais
conveniente, constitui-se na interpretação de dados em relação ao comportamento
das relações humano, sendo possível a aplicação bastante diversa, tendo dois
objetivos o primeiro é a verificação de hipóteses e/ou questões e o segundo a
descoberta de conteúdos manifestos, essas funções na maioria das vezes são
complementares, podendo a aplicação ser em pesquisas qualitativas e quantitativas.

Conforme os estudos de Triviños (1987) o autor destaca que a análise de


conteúdo é formada por um conjunto de técnicas. Logo, o pesquisador precisa tem
amplo e diverso conhecimento teórico para poder analisar os dados e informações,
ou seja, não é aceitável a inferência. O pesquisador que permite a presença de
variaveis lógicas de pesquisa mantém-se em conformidade com o método adotado,
sendo coerente e demonstrando conhecimento de estudo ao ser capaz de explicitar
a sua análise metodológica e o processo realizado na formação do seu estudo.

Triviños (1987) afirma que a análise de conteúdo, além de sistema de


análise único, é um importante suporte também em pesquisas mais complexas,
construindo dessa forma uma visão mais ampla. Porém, para que o processo
chegue a tal objetivo, é necessário interpretar o contexto das análises, desse modo,
o pesquisador não deve limitar-se apenas aos aspectos superficiais. Dessa maneira
Flick (2009) diz que o entendimento do contexto é indiscutível para a análise de
conteúdo.

Com um entendimento semelhante Thompson (1995) salienta a


importância do enredo e da história nas análises científicas, Bateson (2000) destaca
o princípio do contexto, relatando em seus estudos que perceber o conteúdo sem o
contexto torna toda e qualquer análise falha. Logo, existe a necessidade de visão do
sistema de modo completo, indo de encontro à fragmentação da ciência. De acordo
com Chase (2008) a investigação com visão inter-relacionada com diversas
variáveis, defende a análise das pessoas em seus contextos de relacionamento com
outras pessoas e histórico.
42

Conforme os ensinamentos de Freitas, Cunha e Moscarola (1997), com o


objetivo de formar uma análise de conteúdo com valores, há diversos pré-requisitos,
são eles: alta qualidade da formação conceitual realizada inicialmente por parte do
pesquisador, precisão na tradução das variáveis, desenvolvimento de um esquema
de análise, e veementemente, coesão e coerência na relação entre a realidade de
analisar e as categorias analisadas.

Perante a diversidade da análise de dados são pertinentes também


algumas limitações sendo destacadas por diversos autores. Uma das avaliações
mais frequentes análise de conteúdo é a razão de trazer sempre consigo uma carga
de metodologia quantitativa. Desse modo, para Flick (2009), há uma formação
própria do processo, o que pode dificultar o entendimento dos assuntos analisados,
o que atrapalha o entendimento de ralações mais aprofundadas do texto, Flick
(2009) salienta que em diversas situações não é feita uma análise mais minuciosa.

Com o objetivo de buscar ultrapassar as limitações, o pesquisador busca


garantir o detalhamento dos processos realizados na abordagem, com o objetivo de
assegurar uma análise confiável. Thompson (1995, p. 375) defende que, em relação
à formação criativa, por mais que, haja rigor e complexidade os métodos da análise
tradicional ou discursiva não podem descartar a necessidade de uma formação
criativa do significado, ou seja, de uma maneira diversa de interpretação.

Sob outra visão Thompson (1995) destaca o fato de o pesquisador não


ser sempre neutro, focando no “mito do receptor passivo”. Na prática, o espaço é
campo-objeto e campo-sujeito, e nesse contexto as maneiras de simbolizar são pré-
interpretadas pelas pessoas que formam esse espaço. Conclui-se que a
interferência do pesquisador, que de fato é extremamente necessária, não é
realizada em sua totalidade de maneira neutra, porém o pesquisador ciente disso
deve interferir de maneira mínima, isso não significa que o pesquisador não deva
fazer críticas.

Outra restrição da análise de conteúdo é a ação de ter priorizado as


maneiras de comunicação seja oral ou escrita afastando, por diversas vezes, os
outros meios de comunicação, que de maneira igualitária são importantes no
processo de análise e é o que pode fazer diferença, dependendo do objetivo do
estudo é o que afirma Godoy (1995). Com esse mesmo raciocínio, destacando a
43

criatividade e a flexibilidade, é preciso de acordo com as conclusões de Denzin e


Lincoln (2008) e Flick (2009) não por limites a pesquisa. Thompson (1995) também
destaca a importância da criatividade nas críticas aos resultados das pesquisas e
para Popper (1992) é necessária a existência da flexibilidade no momento de
análise. Enfim, conclui-se que a análise de conteúdo dá margem para utilização de
diversas estratégias de críticas no seu desenvolver metodológico, porém, da mesma
forma, pontua os seus limites. Logo, a busca por critérios de valor, coesão e
coerência formam um caminho a fim de superar as limitações relacionadas à própria
técnica de pesquisa.

A qualificação dos resultados de uma pesquisa acarreta um pré-requisito


em qualquer campo científico, tanto em termos qualitativo como quantitativo. Porém
no sistema de validação e a confiança não há a mesma relação nessas duas
abordagens. De maneira geral a confiança e a generalidade possuem um papel
menor nos estudos qualitativos conforme os ensinamentos de Creswell (2007).
Entretanto, essa afirmação não quer dizer que as pesquisas qualitativas não devam
ter métodos de validação ou não devam desenvolver a posição de generalidade,
embora busquem uma explicação e uma confirmação ou não de pressupostos,
gerando na apresentação alternativas, as quais, podem ser concretizadas num
fundamento teórico. Logo, nos estudos qualitativos é abordado mais a
transferibilidade que a generalização, tendo a generalização uma maior dificuldade
que,de fato,é inerente aos estudos qualitativos, isso não deve ser salientado como
uma limitação.

De acordo com Minayo (2001, p. 79) em termos de análise de pesquisa:

“o produto final da análise de uma pesquisa, por mais brilhante que seja,
deve ser sempre encarada de forma provisória e aproximativa”.

“em se tratando de ciência, as afirmações podem superar conclusões


prévias a elas e podem ser superadas por outras afirmações futuras”.

Na prática isso se traduz em pré - requisitos da ciência. Como define


Kuhn (1991), segundo o autor o conhecimento científico não emerge de maneira
acumulada e constante, o conhecimento é descontínuo e atua em planos
qualitativos.
44

Com este raciocínio é que Popper (1992) identifica uma opinião inovadora
de metodologia científica, por meio da racionalidade analítica e de preceitos de
flexibilidade, gerando argumentos de progresso científico, devendo ser aplicados à
maneira de fazer ciência em Administração, Popper (1992) salienta a busca pela
verdade, mas não necessariamente a busca da certeza. Entretanto, em
Administração é notado o uso de processos de análise de dados, por exemplo, a
análise de conteúdo, na busca do entendimento através da conclusão, como o uso
de análise padrão.

A compreensão dos estudos de Popper (1992, 1999, 2004) pelos teóricos


de Administração enriquece os estudos, possibilitando que os processos realizados
nos estudos e publicações sejam questionados. Dessa maneira, pode-se visualizar
um complemento como ciência mais consciente e útil para a formação do saber no
plano da administração, juntamente para com a sociedade, já que todos devem
ajudar para o aperfeiçoamento do universo, na busca de um mundo melhor, como
define o autor.

Perante a explanação e raciocínio defendido por Popper (1992), na busca


da verdade, conclui-se que a análise de conteúdo é definida como a técnica de
análise qualitativa mais pertinente aos estudos organizacionais, o que possibilita a
ampliação da qualidade da pesquisa qualitativa no plano da administração de forma
geral.

4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

As entrevistas em profundidade foram realizadas da maneira o mais


imparcial possível, dentro das possibilidades, já que algumas intervenções e
colocações pertinentes foram realizadas em momentos necessários e oportunos,
tendo todos os entrevistados total liberdade no momento de exposição de opiniões a
cerca da entrevista que segue no apêndice A. A análise das entrevistas foi feita
separadamente entre os grupos feminino e masculino, sendo cada grupo
correspondente a 10 entrevistas realizadas.

Todo o grupo feminino consome a farinha de mandioca, a frequência de


consumo constatada foi bastante diversificada, em média, a farinha de mandioca é
45

consumida três vezes por semana, sendo o seu teor calórico citado em justificativa
para o consumo não ser maior. Conforme os relatos:

“Eu consumo a farinha de mandioca três vezes por semana na forma de


farofa e pirão e eu só não consumo mais vezes porque na minha opinião a
farofa e o pirão são muito calóricos”. (Maria, dona-de-casa)

A goma é consumida por todo o grupo das entrevistadas, que é


consumida com frequência bastante heterogênea houve relatos de consumo de uma
vez por mês até sete vezes por semana tendo como justificativa o trabalho manual
necessário para o produto final ficar pronto citado como justificativa para o baixo
consumo. Segundo o relato:

“Eu consumo a goma poucas vezes porque dá muito trabalho para fazer a
tapioca em casa além da louça que fica suja, mas quando eu tenho
oportunidade de consumir fora de casa em restaurantes e lanchonetes e
sempre compro porque eu adoro tapioca com queijo e café”. (Raquel,
estudante)

“Eu amo tapioca com vitamina de frutas, por isso, minha mãe faz todos os
dias tapioca pela manhã para mim.” (Camila, estudante)

O polvilho é utilizado pela metade do grupo das entrevistadas, este é


consumido com menor frequência sendo realizado de uma ou duas vezes por mês,
tendo um relato de apenas duas vezes por ano, o polvilho é consumido nesse grupo
unicamente através do produto final, por não ser prático de fazer, de acordo com o
que foi relatado pelo grupo.

“Eu consumo polvilho apenas duas vezes por ano, quando vou para as
festividades do mês de julho e dezembro em Iguatu”. (Francisca, costureira)

“Eu adoro pão de queijo, mas só compro na faculdade porque já pego


prontinho e não tenho nenhum trabalho para fazer”. (Juliana, estudante)

“Quando eu vou fazer as compras do mês eu compro dois pacotes de pão


de queijo congelado mesmo, porque o preparo é simples e as minhas filhas
adoram”. (Maria, dona-de-casa)

No grupo masculino o consumo de farinha de mandioca é feito por oito


em cada dez. O consumo médio é de duas vezes por semana, dois em cada dez do
46

grupo não consomem farinha por serem diabéticos e existir a restrição médica
quanto a este alimento. De acordo com os relatos:

“Eu adoro farinha, porém por conta da diabetes que eu descobri em agosto
de 2015 eu não posso consumir mais a farofa que eu tanto gosto, o meu
médico me proibiu”. (Francisco, servidor público)

“Eu como farofa sempre aos sábados e domingos com um churrasco e uma
cervejinha de preferência em alguma churrascaria do bairro com os meus
amigos”. (Marcelo, auxiliar administrativo)

“Eu gosto muito de farofa, mas eu evito porque geralmente eu sinto muita
azia”. (Edson, estudante)

A goma é consumida por todos os homens e a frequência de consumo de


três vezes por semana, de acordo com o grupo a justificativa para o consumo é que
a goma é saudável e fácil de preparar.

“Como eu estou com sobrepeso eu comecei a fazer uma dieta e o meu


nutricionista me aconselhou a tentar substituir o pão pela tapioca sempre
que possível, então a minha esposa faz tapioca para mim três vezes por
semana no café da manhã e nos outros dias eu como pão integral ou
cuscuz”. (Gustavo, servidor público)

O polvilho é consumido por seis décimos do grupo masculino, sendo a


frequência média de duas vezes ao mês, as justificativas para não haver o consumo
são a intolerância a lactose e o não gostar do sabor e quando consumido o polvilho
é na forma de produto final o pão de queijo. Conforme os relatos:

“Eu sempre comia pão de queijo, mas depois que intolerância a lactose
apareceu eu parei de comer, alguns amigos até me falaram de um pão de
queijo sem lactose, mas eu não me interessei muito”. (Bruno, terceirizado)

No grupo feminino a preferência é pela farinha amarela, pelos grãos


pequenos e peneirados, a justificativa é segundo os relatos do grupo:

“Como eu uso aparelho ortodôntico eu só posso comer os grão pequenos e


peneirados, porque se não o meu aparelho pode quebrar o que já
aconteceu duas vezes, quando eu comi farofa de farinha do Pará na casa
dos meus padrinhos aquela farinha tem grãos bem grandes”. (Bruna,
professora)
47

“Eu prefiro a farinha amarela porque visualmente é mais atrativo e gosto dos
grãos pequenos e peneirados porque não machuca a gengiva e a mucosa
da minha boca diferente da farinha que tem os grãos grandes”. (Gabriela,
recepcionista)

A goma umedecida é preferência de sete em cada dez entrevistadas sob


a justificativa de ter mais praticidade no momento do preparo. De acordo com
relatos:

“Eu acho mais fácil de fazer tapioca com a goma umedecida porque não
precisa molhar e esfarelar como a goma seca, eu perdia muito tempo,
perdia o ponto e sujava mais louça”. (Luciana, engenheira)

Em relação ao polvilho nove em cada dez entrevistadas não têm


preferência em relação ao polvilho, já que, consomem apenas o produto final e uma
em cada dez prefere o polvilho azedo para o preparo.

No grupo masculino seis em cada dez preferem a farinha branca, quatro


em cada dez preferem os grãos pequenos e cinco em cada dez preferem os grãos
peneirados. Conforme os relatos:

“Eu nasci e me criei comendo a farinha branca e sempre gostei a farinha


amarela não tem gosto de farinha de verdade”. (Francivan, agricultor)

“Farinha boa é aquela do grão grande e bem torrado do Pará”. (Marivaldo,


motorista)

O grupo todo dos entrevistados prefere a goma seca, consumo este


justificado pelo fato de a goma seca ser mais saborosa, um em cada dez consome a
goma seca de produção familiar possuidora de uma casa de farinha, de origem do
interior do Ceará. De acordo com os relatos:

“A goma seca é que tem gosto de goma, a umedecida eles devem colocar
várias coisas que eu não sei dentro do pacote”. (Eduardo, estudante)

“Os meus pais têm uma casa de farinha no Trairi –Ce, em média uma vez
por mês eu vou até lá e ajudo na produção junto com toda a minha família,
a gente não vende é a penas para o consumo próprio e é a melhor farinha
do Ceará. Nós dividimos a produção, cada um fica com uma parte”. (Felipe,
engenheiro)
48

O polvilho doce é consumidor por dois a cada dez homens do grupo e


quatro quintos do grupo masculino não tem preferência, pois quando consomem
apenas o fazer em relação ao produto final.

No grupo feminino o preço é decisivo para dois quintos das entrevistadas,


para um quinto o que define a compra é a embalagem, para três décimos o que mais
influencia é a marca e uma em cada dez entrevistadas apenas consome farinha de
mandioca e não realiza a compra, a maioria das entrevistadas não compra marca
favorita de farinha de mandioca, a maioria afirma que a origem da farinha não
importa uma a cada dez prefere a farinha do Ceará e uma a cada dez prefere a
farinha do Pará, porém não é sempre que compra, pois a farinha de mandioca do
Pará é mais cara. Conforme os relatos:

“Na hora que eu vou fazer as compras do mês, você sabe né que tudo está
mais caro então, eu vou pelo menor preço”. (Marli, dona-de-casa)

“Se a embalagem estiver em bom estado eu olho a validade e compro


porque a maioria dos sacos sempre está rasgada o que dificulta a minha
escolha o mesmo acontece muito com os sacos de açúcar”. (Fátima,
pedagoga)

“Eu prefiro comprar a que eu já conheço porque consumo há muito tempo e


confio”. (Natália, estudante)

O que define a compra da goma para metade das entrevistadas é o


preço, três em cada dez preferem a marca, um décimo a embalagem e um décimo
não compra apenas consome a goma, dois décimos compra sempre a marca
favorita e um décimo tem preferência de origem da goma o Ceará.

Em relação ao polvilho dois décimos prefere a marca, dois décimos


prefere o preço do polvilho no momento da compra, um décimo não compra o
polvilho apenas faz o consumo e para metade das entrevistadas as variáveis não
influenciam no momento da compra, já que, consomem apenas o produto final. De
acordo com os relatos:

“Eu optei por comprar a mesma marca de pão de queijo congelado por
preferência da minha família, eu já troquei de marca uma vez e todos
detestaram porque o pão de queijo depois de pronto não ficou crocante por
fora como de costume”. (Nicole, pesquisadora)
49

“Eu sempre compro o pão de queijo na faculdade porque é mais barato, na


faculdade eu compro por R$ 0,80 a unidade e uma vez eu comprei no
aeroporto e a unidade foi R$ 7,00, uma diferença muito grande e a
qualidade e sabor eram os mesmos”. (Rafaela, estudante)

Para a maioria do grupo masculino o que mais influencia no momento da


compra da farinha é o preço, de acordo com os relatos três décimos preferem a
farinha do Ceará por ser mais saborosa, dois em cada dez homens preferem a
farinha do Pará por ser bem torrada e com grãos grandes e um em cada dez prefere
a farinha da Bahia e a metade não têm preferência de origem. Conforme os relatos:

“A alimentação está cada dez mais cara então, o que me faz comprar é
apenas o preço”. (Francisco, servidor público)

“A farinha da Bahia é a melhor eu sou suspeito para falar porque eu sou


baiano, mas a qualidade é inigualável. Quando eu viajo para qualquer lugar
do Brasil eu levo um saco com a farinha da minha Bahia”. (Fernando,
empresário)

Em relação à goma para metade dos homens o que influencia no


momento da compra é o preço, para três décimos é a marca, para um décimo é a
embalagem e origem e para restante não há preferências. Coforme o relatado:

“Eu prefiro a goma do Trairi – Ce porque nós fazemos em família e é um


momento de diversão,além do sabor ser maravilhoso”. (Felipe, engenheiro)

“Tapioca é igual em todo lugar basta saber fazer então, eu compro pelo
preço mesmo”. (Henrique, comerciante)

Em relação ao polvilho a metade dos homens não tem preferências, para


quatro décimos dos entrevistados o que influencia no momento da compra é o
preço, para o restante é a marca é a marca.

No grupo feminino a farofa e o pirão são consumidos com diversos


acompanhamentos, sendo que três quintos das entrevistadas consomem farofa
no âmbito residencial o restante consome em bares e restaurantes, de acordo
com os seguintes relatos:

“Eu amo farofa com carne de gado e frango torrados e feito churrasco
também, com refrigerante, apesar das calorias”. (Ingrid, vendedora)
50

“Um pirãozinho com peixe e carne cozidos, com ovo e paçoca é bom
demais”. (Carolina, socióloga)

“Eu gosto bastante de farofa de torresmo”. (Maria, agricultora)

A goma é consumida pelo público feminino de maneira bem diversificada, e a


maioria consome no âmbito residencial, o restante consome em bares e
restaurantes, segundo os relatos:

“Eu amo beiju, porque lembro muito da minha infância no interior do Ceará,
mas eu só como duas vezes no ano quando eu vou para o Interior visitar a
minha família”. (Antônia, costureira)

“O que eu mais gosto de lanchar é tapioca com café, manteiga e ovo é uma
delícia”. (Fernanda, professora)

“Eu costumo fazer mingau de goma com leite e açúcar à noite para evitar
jantar uma comida pesada, o mingau é bem leve e tem poucas calorias”.
(Thamires, dona-de-casa)

“A tapioca com coco lá das Tapioqueiras é a mais saborosa que eu já


experimentei”. (Lorena, jornalista)

O polvilho é consumido pelo grupo feminino, sendo que um quinto das


mulheres consome no âmbito residencial, o restante consome em bares e
restaurantes, de acordo com relatos:

“Quando o meu avô vai para o centro da cidade ele sempre trás biscoitos de
polvilho para mim e eu adoro comer com suco e requeijão à tarde”.
(Danyele, estudante)

“O pão de queijo eu gosto com refrigerante, geralmente, eu compro na


lanchonete da faculdade”. (Mirella, estudante)

No grupo masculino a farinha é consumida na forma de farofa e pirão com


acompanhamentos, dois quintos dos entrevistados consomem no âmbito residencial
e o restante cosome em bares e restaurantes, de acordo com os relatos:

“Todo domingo eu saboreio feijoada com farofa de torresmo”. (Rafael,


jornalista)

“Carneiro com pirão e arroz é uma maravilha e uísque”. (Itamar,


comerciante)
51

“Farofa com carne e churrasco é a minha comida preferida eu como sempre


que posso”. (Cleber, vendedor)

“Peixe cozido com pirão, arroz e cerveja à beira mar é a melhor coisa do
mundo”. (Neto, empresário)

A goma é consumida pelos homens de várias maneiras, sendo que quase


a metade dos homens consome no âmbito residencial e o restante consome em
bares e restaurantes, conforme os diversos relatos:

“À tarde na maioria das vezes eu lancho tapioca com café, queijo e


manteiga da terra eu compro numa lanchonete ao lado do meu trabalho”.
(Leonardo, servidor público)

“A minha família é de Manaus e de lá eu trouxe o costume de comer tapioca


com peixe e ovo é uma delícia”. (Luís, taxista)

“Eu gosto de tapioca com carne do sol e leite de coco”. (Gilmar, estudante)

“Quando eu compro frango assado para almoçar eu sempre guardo um


pedaço para comer à tarde com tapioca”. (Thiago, corretor)

“Tapioca com carne de gado cozida ou torrada é muito saborosa”. (Lucas,


garçom)

“Quando eu vou para o interior do estado para visitar a minha família eu


gosto muito de comer beiju, farinha com leite de coco, grolado com coco e
sal e assim relembrar da minha infância”. (Felipe, engenheiro)

O polvilho por sua vez é consumido pelo público masculino sendo que a
maioria consome no âmbito residencial, segundo relatos:

“Eu gosto de pão de queijo com refrigerante ou café”. (David, comerciante)

“Além do pão de queijo eu gosto de rosca e broa com requeijão com um


cafezinho ou suco”. (Arthur, digitador)

A maioria das entrevistadas não conhecem os benefícios da farinha de


mandioca e os relatos dados não foram com total convicção, conforme se observa:

“Definitivamente eu não tenho ideia”. (Elizeida, farmacêutica)

“Eu acho que tem baixo teor de carboidratos”. (Alice, engenheira)

“Na minha opinião o sabor é um benefício”. (Angela, diretora comercial)


52

A maioria das entrevistadas não conhecem os malefícios da farinha de


mandioca e os relatos constatados não foram concedidos com total certeza,
conforme se observa:

“Os acompanhamentos são os verdadeiros malefícios, porque a farinha em


si não tem malefícios”. (Nayana, advogada)

“Eu acho que o alto teor de sódio”. (Raíssa, pesquisadora)

“Talvez a alta taxa de glicose, não sei”. (Gabriele, estudante)

Em relação à goma a maioria das entrevistadas não conhecem os


benefícios, segundo os relatos:

“Eu penso que a goma tem pouca gordura”. (Sara, solemier)

“A goma tem menos carboidratos que o pão”. (Isadora, vendedora)

“A goma é bem mais saudável que ao pão e dá para substituir um pelo


outro”. (Bruna, policial)

A maioria das entrevistadas não conhecem os malefícios da goma,


segundo o relato:

“Eu acho que a goma engorda”. (Judithy, dona-de-casa)

Em relação ao polvilho quase todas as mulheres não conhecem os


benefícios do consumo do polvilho, porém houve relatos:

“Eu acho que a satisfação mental é um benefício, a felicidade”. (Kelle,


vendedora)

“Eu acho que tem pouca gordura”. (Julia, recepcionista)

O mesmo ocorreu com as entrevistadas em relação ao conhecimento dos


malefícios do consumo do polvilho, porém houve relatos:

“Eu acho que a goma engorda”. (Nicole, empresária)

“Dependendo do acompanhamento pode ser muito calórica”. (Thaís,


advogada)

No grupo masculino ninguém soube dizer os benefícios do consumo da


farinha de mandioca, a maioria não conhecem os malefícios, porém houve relatos:
53

“Eu acho que a farinha tem alto teor de glicose”. (Ivan, professor)

“O consumo da farinha prejudica a minha condição de diabético”. (João,


motorista)

No grupo masculino em relação à goma pouco mais da metade afirma


não saber os benefícios do consumo da goma, segundo o entrevistado:

“Na minha opinião a goma tem baixo percentual de gordura” (Italo,


advogado)

A grande parte dos homens afirma não conhecer os malefícios do


consumo da goma, segundo relato:

“A goma prejudica a minha digestão e provoca azia”. (Edson, estudante)

O grupo masculino não conhece os benefícios do consumo do polvilho e a


maioria afirma não saber os malefícios do consumo do polvilho, conforme relatos:

“Eu não consumo em hipótese alguma porque atrapalha a digestão e


provoca azia”. (Kaique, médico)

No grupo feminino seis a cada dez consomem mais a farinha de trigo,


duas a cada dez consomem mais a farinha de mandioca e duas a cada dez
consomem mais a farinha de milho, porém metade defende que a farinha de milho é
a mais saudável, quatro em cada dez acreditam que a farinha de mandioca é a mais
saudável e uma a cada dez afirma que a farinha de trigo é a mais saudável, esse
dados foram baseados em relatos, observa-se alguns deles:

“Eu acho que a farinha de milho é a mais saudável, só que eu consumo


mais a de trigo através de pães e bolos porque já estão prontos e é bem
mais prático”. (Amanda, vendedora)

“Eu penso que a farinha de milho seja a mais saudável por ser a mais
natural, é a única que eu como sem medo”. (Lia, empresária)

“Se você comprar a farinha de mandioca em fazendas eu acho que seria a


mais saudável, por não passar pelo processo de industrialização”.
(Giovanna, professora)

No grupo masculino quatro a cada dez consomem mais a farinha de trigo,


três a cada dez consomem mais a de mandioca e três a cada consomem mais a de
milho, porém a metade afirma que a farinha de milho é a mais saudável, quatro a
54

cada dez afirmam que a farinha de mandioca é mais saudável e um a cada dez
afirma que a farinha de trigo é a mais saudável, conforme os relatos:

“Apesar de eu consumir mais a farinha de trigo eu tenho noção que a mais


saudável é a farinha de milho, eu me acostumei a comer mais pães e
bolos”. (Vitor, servidor público)

“Eu consumo mais a de milho e a de mandioca por recomendações médicas


eu sou diabético”. (David, estudante).

Em relação à embalagem da farinha de mandioca quatro em cada dez


mulheres afirmam que a embalagem é de boa qualidade ou resistente, metade das
mulheres afirma que a embalagem é de baixíssima qualidade e que o plástico é
bastante fino, e o restante tem opinião neutra, esses relatos são representados
abaixo:

“Eu acho a embalagem da farinha muito fina e rasga com muita facilidade
no manuseio mesmo já rasga a minha sugestão é que o plástico fosse mais
grosso e resistente”. (Sabrina, dentista).

“Eu gosto do material do plástico da farinha, mas acho que se cada pacote
tivesse uma alça seria mais fácil de carregar a unidade”. (Renata, produtora
musical).

Para a maioria das mulheres o a embalagem da goma umedecida é boa


ou resistente, a segundo o grupo uma embalagem asséptica seria uma boa ideia.
Em relação ao polvilho metade do grupo feminino definiu a embalagem como boa ou
resistente e a outra metade não consomem o produto com a embalagem ou tem
opinião neutra.

Mais da metade do grupo masculino está satisfeito com a embalagem da


farinha de mandioca, os poucos que são insatisfeitos sugeriram:

“Eu gostaria que o plástico tivesse uma espessura mais grossa e a


embalagem com um lacre próprio, pois muitas vezes a farinha fica
derramando dentro do armário”. (Alberto, professor)

Em relação à goma todos os homens estão satisfeitos com a embalagem.


Quanto ao polvilho mais da metade do grupo masculino está satisfeito com a
embalagem.
55

5 CONCLUSÃO

A mandioca e os seus derivados são consumidos em escala mundial,


sendo em diversas nações a principal fonte de renda e nutricional para toda uma
população. Essa monografia analisou as preferências do consumidor dos produtos
derivados da mandioca delimitando à farinha, goma e polvilho, análise esta realizada
com base na opinião de um grupo de homens e um grupo de mulheres, esse estudo
percebeu opiniões semelhantes e outras divergentes entre os dois grupos
analisados.

O estudo concluiu que a farinha de mandioca é consumida nos dois


grupos, sendo consumido por todo o grupo feminino que destaca a ideia de que a
56

farinha é um produto calórico, no grupo masculino ela não é tão consumida por
restrições médicas. A goma é consumida por todas as entrevistadas e entrevistados,
a frequência nos dois grupos foi heterogênea, tendo como justificativa predominante
a percepção de que a goma é um alimento saudável. Em relação ao polvilho os dois
grupos consomem apenas os produtos finais tais quais pão de queijo, rosca e
biscoito de polvilho.

A análise percebeu que grupo das mulheres prefere de uma maneira


geral a farinha amarela, com grãos pequenos e peneirados; a goma emudecida é a
preferência feminina por conta da praticidade; a maioria do publico feminino não tem
preferência em relação ao polvilho já que o consumo é feito apenas de produtos
finais. No grupo masculino a maioria prefere a farinha branca, com grãos pequenos
e grãos peneirados; todos os entrevistados preferem a goma seca segundo os
mesmos por ser mais saborosa e a maioria do grupo dos homens não tem
preferência em relação ao polvilho já que o consumo é feito apenas de produtos
finais.

Para a maioria do público feminino em relação a farinha, o que define a


compra é a embalagem, em relação à goma o que define a compra é o preço e em
relação ao polvilho nenhuma das variáveis abordadas influencia, já que, o consumo
é feito apenas do produto final. Para a maioria do público masculino o que define a
compra da farinha e da goma é o preço, em relação ao polvilho nenhuma das
variáveis abordadas influencia, pois o consumo é feito apenas do produto final.

Nos dois grupos o consumo da farofa e da goma é semelhante, a farinha


é consumida na forma de farofa com carnes, ovo, torresmo e na forma de pirão com
carnes e paçoca. Em relação a goma o consumo é feito nos dois grupos, na maioria
das vezes, como tapioca com ovo, queijo, manteiga, café, leite, coco, requeijão,
peixe, dentre outros, o consumo também foi registrado na forma de mingau, beiju e
grolado. Em relação ao polvilho, no grupo feminino, é consumido como pão de
queijo e biscoito, no grupo masculino é consumido como pão de queijo, biscoito,
rosca e broa.

O estudo constatou que nos dois grupos a grande maioria dos


entrevistados não conhece os benefícios e malefícios da farinha, da goma e do
polvilho, as opiniões registradas acerca desse assunto foram apenas especulações.
57

A análise percebeu que a maioria do grupo feminino consome mais a


farinha de trigo, porém a metade do grupo constatou que a farinha de milho é a mais
saudável, divergência esta justificada pelo fato de o consumo da farinha de trigo ser
mais prática visto que os produtos são comprados prontos, o mesmo foi percebido
no grupo masculino.

O estudo concluiu que na opinião da maior parte do grupo feminino a


embalagem da farinha é de baixíssima qualidade, a da goma é de boa qualidade e a
metade do público feminino se disse satisfeito com a embalagem do polvilho, nesse
caso do produto final. A análise definiu que a maior parte do grupo masculino está
satisfeito com a embalagem da farinha, em relação a goma todo o grupo está
satisfeito e em relação ao polvilho a maior parte está satisfeita, visto que, o consumo
é feito através dos produtos finais.

Estudos quantitativos dentro dos objetivos dessa monografia seriam


interessantes para a produção acadêmica e estudos relacionados ao consumo da
farinha de mandioca, farinha de milho e farinha de trigo numa análise comparativa
seriam de grande importância para o meio acadêmico.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

APÊNDICE A – Entrevista

1. Você consome mandioca / goma / polvilho? Qual a frequência de consumo?


Se não consume por quê?

2. Você prefere consumir farinha amarela ou branca? Com grãos grandes ou


pequenos, peneirados ou não? Goma umedecida ou seca? Polvilho doce ou
azedo?

3. No que e como a embalagem, o preço e a marca influenciam no momento da


compra? Exista alguma marca favorita? Você sempre compra a sua marca
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favorita? Se não por quê? Você tem preferência em relação a procedência da


farinha/ goma/ polvilho?

4. Onde consome mais farinha de mandioca / goma / polvilho e de que forma


(pirão, farofa, etc )? Utiliza algum acompanhamento?

5. Você conhece os benefícios e os malefícios do consumo da farinha / goma


/polvilho? Se sim, quais são eles?

6. Você consome mais, produtos derivados da farinha de mandioca, da farinha


de milho ou da farinha de trigo? Enumere-os do mais saudável para a menos
saudável, de acordo com as suas crenças.

7. O que você pensa sobre as embalagens da farinha / goma / polvilho, você


tem alguma sugestão?

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