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O Imperialismo na África

. Quadro geral da África antes do Imperialismo: O continente é diverso antes das incursões europeias. Na região mediterrânea,
existia o grande e decadente Império turco-otomano. Outras regiões litorâneas da África foram colonizadas desde os tempos do
velho colonialismo, como Angola e África do Sul. Mas a maior parte da África não tinha qualquer dominação estrangeira, tendo a sua
lógica geopolítica e social própria.

. Justificativa ideológica do Imperialismo: Os países europeus davam várias desculpas para legitimar e explicar a invasão dessas
regiões. As principais eram: a missão civilizatória feita por povos civilizados sobre os povos bárbaros, a divisão das riquezas
materiais do mundo, a evangelização cristã de povos que não conheciam a verdadeira religião e a superioridade racial dos povos
brancos sobre os povos preto e amarelo.

. A divisão da África: Na colonização da África, feita antes da asiática, apenas os povos europeus participaram. Os principais
certamente eram Inglaterra e França, que dominavam a maior parte do continente.
A Alemanha, também importante, chegou atrasada na corrida imperialista, por isso, não conseguiu muitos e bons territórios. Portugal
e Itália foram convidados pela Inglaterra a participar da corrida para que a França não dominasse regiões muito vastas e para
constituírem estados-tampões entre territórios britânicos e franceses, grandes rivais na corrida imperialista.

. Rivalidades entre europeus na conquista: Apesar do constante diálogo, dos estados-tampões e dos congressos – como o de
Berlim em 1885 que tentava resolver os problemas na dominação na África subsaariana –, houve uma série de pontos de confronto
entre os europeus na África e na Ásia também, o que constitui a principal causa da Primeira Grande Guerra. Alguns deles são: a
Inglaterra desejava construir uma ferrovia ligando a sua colônia do Egito à África do Sul, o que era barrado pela Alemanha; a França
queria construir uma ferrovia cortando todo o Saara, o que foi barrado pela Inglaterra que dominava o Egito e o Sudão; França e
Inglaterra brigavam pelo controle do canal de Suez e pelo controle do Egito e do Sudão.

. Consequências da dominação para os africanos: Os povos da África foram deslocados de suas terras para dar lugar a minas e
plantations exportadoras, onde ainda tinham que trabalhar em condições lastimáveis e, muitas vezes, em regimes compulsórios. A
produção de alimentos em todo o continente foi completamente desorganizada, dando início aos sérios problemas de fome que
remetem às fomes vividas hoje em dia. Os europeus ainda cobravam impostos em dinheiro dos africanos em economias não
monetárias, obrigando os africanos a trabalharem, muitas vezes para os europeus, para poderem pagar os impostos. As culturas
africanas foram consideradas inferiores e cultura e línguas europeias foram impostas aos povos dominados.
Havia, ainda, em muitas regiões um sistema de discriminação racial, o apartheid – como na África do Sul – que considerava os
africanos seres humanos de segunda classe.

. Resistências e revoltas: Em todo o continente, durante e depois da ocupação, explodiram revoltas e movimentos de resistência
contra a invasão e as medidas colonizatórias. Houve revoltas à própria chegada dos europeus como a revolta zulu no Sul da África
ou revoltas acontecidas depois da instalação dos europeus, como a sudanesa e a etíope, que conseguiram criar por determinados
períodos países livres do jugo europeu.

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