Você está na página 1de 3

I.

História dos sistemas jurídicos africanos

A África, antes da ocupação árabe e da colonização europeia, teve sistemas jurídicos de fonte
basicamente consuetudinária e tradição oral. As suas regras subsistem até ao presente momento.
Essas regras fazem parte dos Direitos africanos. Com este sistema coexistem outras ordens
normativas. Os Direitos africanos distinguem-se pela fonte costumeira e pela ausência de
redução à escrita: provêm fundamentalmente das ordens rurais. Distinguem-se também pelo
modo de viver dos povos africanos, que pode se craterizar por com um sentimento religioso e
valorização da autoridade no seio da família, da comunidade e da política, bem como do fator
diferenciador em razão do sexo e da idade, por exemplo.

As ordens rurais produziram normas jurídicas pré-estaduais.

1.1.Direito Muçulmano

Nos séculos VII e VIII, os povos árabes ocuparam o Norte de África, então o Direito
muçulmano passou a vigorar em paises que a ele aderiram, como Senegal, Guiné, Somália,
Sudão e Quénia. Actualmente, O direito muçulmano vigora em amis de dez paises africanos.

1. 2.Sistemas Jurídicos Coloniais.

Na sequência da colonização europeia, os Direitos tradicionais africanos que receberam o Direito


muçulmano, a partir do século XVII receberam os sistemas jurdicos coloniais, destacando-se o
Direito ou Sistema Jurídico Francês, Inglês, Português, entre outros sistemas jurídicos.

Por conseguinte, surgiram, em África Direitos Romano-germânicos e da “Common Law”, entre


outros. Mas, o Direito tradicional continuou na vigorar aplicando-se às populações que não
optaram pela lei escrita. Porém, o Direito Colonial detinha a condução do Direito Comum.

O Direito posterior à independência dos países africanos não erradicou o Direito das potências
coloniais, desde que não fosse contrária à Constituição e às leis dos países ora independentes, por
exemplo,Moçambique e outros “Paises de Língua Ofiial Portuguesa (PALOP)”, neste contexto,
mantém o Código Civil Português de 1966.

As reformas políticas, económicas e sociais definidas pelos poderes africanos independentes


implicaram

1
A criaçao de nvas normas jurídicas, as quais incidiram sobre o Direito Constitucional e
Organização Judiciária. As reformas, paulatinamente, atingiram o Direito de Família, o Direito
da Terra, o Direito Económico e o Direito Comercial.

II Direito Moçambicano

2.1. Perído Colonial

Até 1975- altura da independência nacional, coexistiam em Moçambique, dois sistemas


jurídicos:
O primeiro sistema para os brancos europeus e para os assimilados: mestiços, indianos e
chineses.
Chamavam-se “assimilados os moçambicanos agora indicados cujas relações jurídicas eram
regulados pela ordem jurídica dos europeus (portugueses). Os europeus e os assimilados eram
considerados cidadãos. Este sistema jurídico era claro e regulado pelo Direito português que
vinha de Lisboa.
O segundo sistema era relativo à população negra ou indígena: os moçambicanos. A palavra
indígena signica natural ou local. Os indígenas eram negros e nao tinham o estatuto de cidadãos,
por consequência a sua ordem jurídica era diferente da dos europeus e assimilados.
Nos séculos XIX e XX , as populações da maioria das colónias, incluindo Moçambique
conitinuavam a reger-se pelo Direito costumeiro enquanto os brancos e assimilados se
sujeitavam ao Direito Português. Porém, mais tarde a assimilação foi contrariada, criticando-se
mundialmente o Estatuto dos indígenas por consgrar uma duplicidade política e jurídica da
sociedade colonial. Então simulou-se uma mudança passando as colónias para a designação de
“Províncias Ultramarinas”, mas a descriminação dos indígenas continuou e só alterou com o
alcance da independência de Moçambique, em 1975.
Nessa altura, foi aprovada a Constituiçao da República Popular de Moçambique contendo os
princípios fundamentais do país, e consagrando uma nova ordem política, económica e social,
entre outras matérias. O período de 1975 a 1978 considerou-se de transição entre o
Colonialismo e Moçambique independente e visava a construção de uma nova legalidade

2
moçambicana. Neste âmbito, de 1978 a 1992 fez a organização judiciária de Mombique (Lei
12/78).
Posteriormente, criou-se o Tribunal Popular Supremo, os Tribunais Populares Provincias e os
Tribunais Populares Distritais e os de Localidade. As audiências, nos tribunais incluiam os juizes
eleitos que exerciam as suas funções ao lado dos juizes profissionais.

A história de Moçambique continua, podendo os estudantes prosseguirem com a investigação


para aumentarem o seu conhecimento sobre esta matéria.

Você também pode gostar