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1. Introdução...................................................................................................................................3
O Procedimento Administrativo, de acordo com professor Diogo Freitas do Amaral, faz a divisão do
procedimento de 1º grau em seis fases:........................................................................................7
Audiência escrita;.........................................................................................................................9
Audiência oral;.............................................................................................................................9
5.3.3. Pareceres.........................................................................................................................12
1. Introdução
O âmbito de aplicação do procedimento administrativo está formalmente contido no artigo 3º, conquanto
encontramos também no artigo 1º na definição de procedimento administrativo alguns contributos
nesse sentido.
No entender do Professor Jorge Pereira da Silva neste artigo “ joga-se muito mais do que a simples
delimitação do âmbito subjetivo ou objetivo de aplicação de um diploma legal, pois de certa forma joga-se aqui
os próprios limites entre o Direito Privado e o Direito Público ”. Neste contexto é traçada uma linha de
vinculação ponderada ou vinculação plena da Administração aos direitos fundamentais, recorrendo mais
intensamente ao direito privado ou menos, mas sem nunca se afastar da sua natureza.
O n.º 1 do artigo 2.º compreende a totalidade da atividade administrativa de gestão pública, quer
quando desempenhada por órgãos da Administração, tem por objecto regular a formação da vontade da
Administração Pública e estabelecer as normas de defesa dos direitos e interesses dos particulares.
Assim, só a parte dedicada aos órgãos é unicamente aplicável à Administração Pública, todas as outras
disposições são adequados a quaisquer entidades, independentemente da sua natureza, no exercício de
poderes públicos.
O n.º 1 aproxima-se igualmente como o próprio artigo 1.º e com a sentido de procedimento
administrativo na medida em que o âmbito de aplicação da lei de procedimento Administrativo
identicamente se delimita materialmente pela atividade que desemboca, quer na organização interna de
entidades administrativas, na obtenção de dados e informações e na formação e manifestação da vontade de
órgãos da Administração Pública.
O nº 2 esclarece que a lei tem por objecto regular a formação da vontade da Administração Pública
e estabelecer as normas de defesa dos direitos e interesses dos particulares.
2. O Procedimento Administrativo
2.1. Conceito
O “Procedimento Administrativo” é a sequência juridicamente ordenada de actos e
formalidades tendentes à preparação da prática de um acto da Administração ou à sua execução.
Ou seja, são as fases por que caminha a actividade administrativa e que se desenrolam de acordo com
determinadas formalidades, prazos e que seguem uma determinada sequência.
Primeiro, O procedimento é uma sequência. Quer isto dizer que os vários elementos que o
integram não se encontram organizados de qualquer maneira.
2.3. Contudo, tendo em atenção o critério do objecto, os procedimentos podem ser distinguidos
entre decisórios e executivos.
1. Decisórios (procedimentos que têm por objecto preparar a prática de um acto da Administração);
2. Executivos (procedimentos que têm por objecto executar um ato da Administração, isto é,
transformar o direito em facto);
Importa referir que os os procedimentos decisórios podem ser de 1º ou 2º grau, conforme visam preparar
a prática de um acto primário ou secundário.
2.4. Temos também, o procedimento:
3. Comum ( o que é regulado pelo próprio CPA);
4. Especial ( são regulados por leis especiais - ex: procedimento de licença de construção, regulado
pelo Código de Contratos Públicos)- conforme a disposição do 2º5 CPA
É o que resulta com toda a clareza do art. 267º/1/4 CRP. A regulamentação jurídica do
Procedimento Administrativo visa, por um lado, garantir a melhor ponderação possível da
decisão a tomar à luz do interesse público e, por outro, assegurar o respeito pelos direitos dos
particulares. Nesta medida, as normas que regulam o Procedimento Administrativo são, pois,
típicas normas de Direito Administrativo, por isso que procuram conciliar as exigências do
interesse colectivo com as exigências dos interesses individuais.
O professor Freitas do Amaral concorda que o procedimento administrativo e o processo judicial são
muito diferentes entre si. Contudo, considera que é possível reconduzir ambos ao conceito jurídico de
processo, que será a «sucessão ordenada de atos e formalidades tendentes à formação ou à execução de uma
vontade funcional». Deste modo, o procedimento administrativo será um processo, através do qual o
poder administrativo é concretizado numa série de atos e factos sucessivos
Por sua vez, Fernanda Paula Oliveira e José Figueiredo Dias adotam a distinção entre duas
concepções para a natureza do procedimento administrativo: a concepção substantiva e a conceção
adjetiva. Para estes autores, a primeira concepção encontra-se hoje em dia ultrapassada e é em geral a
segunda que é seguida atualmente.
1. Concepções substantivas → as que o concebem com um ato: mais precisamente, estaríamos perante
um ato-procedimento. Tratar-se-ia de um ato que tinha como característica específica a colaboração
entre diversos órgãos para a produção de um mesmo resultado.
2. Conceção adjetiva → os atos instrumentais que se relacionam no procedimento são vistos como
etapas de um percurso ou caminho ordenado racionalmente, tendo em vista a prática de um ato
último e desejado. Cada um dos atos ou momentos do procedimento tem um fim imediato
próprio e estes só mediatamente concorrem para atingir a finalidade do ato principal, o
resultado jurídico unitário que será o objetivo de todo o procedimento.
O Procedimento Administrativo, de acordo com professor Diogo Freitas do Amaral, faz a divisão do
procedimento de 1º grau em seis fases:
1. Fase inicial;
2. Fase da instrução;
3. Fase da audiência dos interessados;
4. Fase de preparação da decisão;
5. Fase de decisão;
6. Fase complementar.
Desta fase pode também resultar a tomada de Medidas Provisórias ( medidas que se mostrem necessárias
se houver justo receio de sem tais medidas, se constituir uma situação de facto consumado ou se
produzirem efeitos de difícil reparação para os interesses públicos/ privados em presença. Qualquer
alteração deve ser fundamentada e caducam segundo os termos do art. 121º.
A lei admite duas formas dos interessados serem ouvidos no procedimento, antes de ser tomada a decisão
final:
Audiência escrita;
Audiência oral;
Uma vez que a lei não determina qualquer critério de opção do instrutor pela audiência escrita ou
oral, compete ao director do procedimento, que goza de um poder discricionário, decidir se a audiência
prévia dos interessados deve ser escrita ou oral .
Importa referir, que a falta de audiência prévia do interessados, nos casos em que seja obrigatória por lei,
constitui uma ilegalidade e tem como consequência a anulabilidade.
Estes acordos têm também várias vantagens ( tanto para a Administração como para os particulares):
Flexibilização do Sistema ( ao disponibilizar a participação dos particulares
interessados, enquanto detentores de uma vontade constitutiva, que criará um vínculo
obrigacional);
Melhor aplicação da Solução ao caso concreto ( a decisão feita por cooperação da
Administração e Particular, estará sempre melhor consagrando um solução mais conciliadora e
harmoniosa);
Diminuição da Litigiosidade ( os seus requisitos conferem uma maior força vinculativa e
uma aumento da confiança jurídica);
Uma última ressalva em relação aos acordos procedimentais,seria o facto de estes comportarem determinados
limites. Como diz o professor Paulo Otero, estes acordos permitem ao destinatário do ato unilateral,
participar no progresso da decisão final, mas este colabora com um configuração limitativa da margem de
liberdade ou discricionariedade decisória.
Devemos também observar alguns dos motivos que podem levar estas entidades a pedir auxílios. Em relação
ao primeiro motivo presente, podemos desdobrar o mesmo em 2 situações principais:
i) Impossibilidade legal de o órgão competente desenvolver a atividade administrativa;
ii) Deter capacidades fácticas para desenvolver a atividade instrutória;
Em relação às alíneas, poderia haver uma determinada discricionariedade, pelo que a mesma “
margem de discricionariedade , se verificaria em relação à alínea a, no entanto tal não se viria em
relação à alínea b pois existiria uma condição qua non o que se traduziria em pouca margem de
discricionariedade e a alínea c seria um critério objetivamente aferível.
O professor Rui Lanceiro, diz que mesmo existindo um dever jurídico isso não significa o órgão não
possa recusar o pedido quando for justificado, como por exemplo se não estiverem preenchidos os
requisitos. A possibilidade de recusar um destes pedidos provém da competência genérica dos órgãos
administrativos.
A recusa remete para a competência decisória presente no art. 51º que define o âmbito dos conflitos de
atribuições e de competências. Convém também ver que no caso de recusa prevista no artigo 66º.3, a
tutela administrativa, prevista nesta alínea vê 2 hipóteses de resolução para casos diferentes:
● mesma hierarquia → o órgão superior de hierarquia irá resolver;
Por exemplo, o Ministro da Saúde, sobrepõe-se ao Diretor Geral da Saúde.
● não estamos na mesma hierarquia → quem deter superintendência irá resolver;
O auxílio administrativo diferencia-se das conferências procedimentais pois diz respeito à participação na
instrução de 1 órgão na administração cuja intervenção se mostre necessária à completude da atividade
instrutória;
5.3.3. Pareceres
Segundo, o professor Freitas do Amaral, os pareceres são “atos opinativos elaborados por peritos
especializados em certos ramos do saber, ou por órgãos colegiais de natureza consultiva”.
6. Bibliografia:
Amaral, Diogo Freitas do Curso de Direito Administrativo, Vol. I, Almedina Direito
Administrativo II, III, IV.
Coupers, João Direito Administrativo, Editorial Noticiais