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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Eletrotécnica

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Docente:

Maputo, Marco de 2024


Índice

Introdução.........................................................................................................................................3

1.Objectivos do trabalho...................................................................................................................4

1.1.Objectivo geral.......................................................................................................................4

1.2.Objectivos específicos............................................................................................................4

2.Metodologia da pesquisa...........................................................................................................5

3.Revisão de literature......................................................................................................................5

3.1.O procedimento administrativo..............................................................................................5

3.1.1.Noção...............................................................................................................................5

3.1.2.Objectivos da Regulamentação Jurídica do Procedimento Administrativo....................6

3.1.3.Natureza Jurídica do Procedimento Administrativo........................................................6

3.2.Espécies de Procedimentos Administrativos..........................................................................7

3.2.1.Principais classificações..................................................................................................7

3.3.A Codificação das Regras do Procedimento Administrativo.................................................8

4.Princípios Fundamentais do Procedimento Administrativo..........................................................9

5.As fases do procedimento administrativo....................................................................................10

5.1.Tipos de procedimentos administrativos..............................................................................11

5.2.As fases do procedimento administrativo.........................................................................11

Conclusão.......................................................................................................................................14

Bibliografias...................................................................................................................................15
1.Objectivos do trabalho
A definição dos objectivos determinam o que o pesquisador quer atingir com a realização do
trabalho de pesquisa, pois são sinónimo de meta, fim e podem ser gerais e específicos.

1.1.Objectivo geral

MARCONI e LAKATOS (2001) referem que os objectivos gerais "estão ligados a uma visão
global e abrangente do tema, quer dos fenómenos, eventos e quer das ideias estudadas."

Assim, a pesquisa em alusão tem como objectivo geral:

 Analisar o procedimento administrativo, os seus objectivos e os princípios que lhe estão


subjacentes.

1.2.Objectivos específicos

Assim a pesquisa tem como objectivos específicos:

 Analisar o conceito do direito administrativo: Investigar as bases teóricas e conceituais do


direito administrativo, contextualizando-o dentro do âmbito mais amplo do direito público
e destacando seu papel na regulação das atividades da administração pública.

 Explorar as espécies do procedimento administrativo: Identificar e descrever as diferentes


formas e modalidades do procedimento administrativo, incluindo processos de
licenciamento, autorização, fiscalização, entre outros, examinando suas características
distintivas e os princípios que os regem.

 Analisar a atuação da administração pública sem respeito às formas legais do


procedimento administrativo: Investigar casos em que a administração pública age sem
observar as normas e procedimentos estabelecidos, avaliando as possíveis causas,
consequências e impactos dessa atuação irregular sobre os direitos dos cidadãos e a
eficácia da gestão pública.
2.Metodologia da pesquisa
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.

Para Lakatos e Marconi (2007), Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo
de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não
contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a
conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais me baseio.

3.Revisão de literature

3.1.O procedimento administrativo

3.1.1.Noção
“A actividade da Administração Pública é, em larga medida, uma actividade processual”: ou seja,
começa num determinado ponto e depois caminha por fases, desenrolando-se de acordo com um
certo modelo, avança pela prática de actos que se encadeiam uns nos outros e pela observância de
certos trâmites, de certos ritos, de certas formalidades que se sucedem numa determinada
sequência.

Chama-se a esta sequência Procedimento Administrativo, ou processo burocrático, ou processo


administrativo gracioso, ou ainda processo não contencioso.

A distinção funcional vem no art. 1º CPA:

a) Entende-se por Procedimento Administrativo a sucessão ordenada de actos e formalidades


tendentes à formação e manifestação da vontade da Administração Pública ou à sua
execução.

b) Entende-se por processo administrativo o conjunto de documentos em que se traduzem os


actos e formalidades que integram o Procedimento Administrativo.
3.1.2.Objectivos da Regulamentação Jurídica do Procedimento Administrativo

O Procedimento Administrativo é uma sequência juridicamente ordenada. O Direito interessa-se


por ele e regula-o através de normas jurídicas, obrigatórias para a Administração. Porquê?

São vários os objectivos da regulamentação jurídica do Procedimento Administrativo:

a) Em primeiro lugar: A lei visa disciplinar da melhor forma o desenvolvimento da


actividade administrativa, procurando nomeadamente assegurar a racionalização dos
meios a utilizar pelos serviços;

b) Em segundo lugar: É objectivo da lei que através do procedimento se consiga esclarecer a


vontade da Administração, de modo a que sejam sempre tomadas decisões justas, úteis e
oportunas;
c) Em terceiro lugar: Entende a lei dever salvaguardar os direitos subjectivos e os interesses
legítimos dos particulares, impondo à Administração todas as cautelas para que eles sejam
respeitados ou, quando hajam de ser sacrificados, para que o não sejam por forma
excessiva;
d) Em quarto lugar: A lei quer evitar a burocratização e aproximar os serviços públicos das
populações;
e) E, por último: Pretende a lei assegurar a participação dos cidadãos na preparação das
decisões que lhes digam respeito.

É o que resulta com toda a clareza do art. 267º/1/4 CRP.


A regulamentação jurídica do Procedimento Administrativo visa, por um lado, garantir a melhor
ponderação possível da decisão a tomar à luz do interesse público e, por outro, assegurar o
respeito pelos direitos dos particulares. Nesta medida, as normas que regulam o Procedimento
Administrativo são, pois, típicas normas de Direito Administrativo, por isso que procuram
conciliar as exigências do interesse colectivo com as exigências dos interesses individuais.

3.1.3.Natureza Jurídica do Procedimento Administrativo

Confrontam-se a respeito desta questão duas teses opostas:


1. A Tese Processualista: para os defensores desta tese, o Procedimento Administrativo é um
autêntico processo. Claro que há diferenças entre o Procedimento Administrativo e o
Processo Judicial: mas ambos são espécies de um mesmo género – o processo;
2. A Tese Anti-processualista: para os defensores desta tese, o Procedimento Administrativo
não é um processo, Procedimento Administrativo e Processo Judicial não são duas
espécies de um mesmo género, mas sim dois géneros diferentes, irredutíveis um ao outro.

O “processo” será a sucessão ordenada de actos e formalidades tendentes à formação ou à


execução de uma vontade funcional. Sempre que a lei pretende disciplinar a manifestação de uma
vontade funcional, e desde que o faça ordenando o encadeamento sequencial de actos e
formalidades para a obtenção de uma solução final ponderada e adequada, aí teremos um
processo.
O Procedimento Administrativo é, pois, um processo tal como são o Processo Legislativo e o
Processo Judicial. Múltiplas diferenças os separam; aproxima-os a circunstâncias de todos serem
uma sequência juridicamente ordenada de actos e formalidades tendentes à formação de uma
vontade funcional ou à respectiva execução.

3.2.Espécies de Procedimentos Administrativos

3.2.1.Principais classificações

Procedimentos de iniciativa pública: susceptíveis de início oficioso; e procedimento de


iniciativa particular: dependentes de requerimento deste;

Procedimentos decisórios: visam a tomada de uma decisão administrativa; e


procedimentos executivos: tem por finalidade assegurar a projecção dos efeitos de uma
decisão administrativa;
Procedimento de 1º grau: incidem pela primeira vez sobre uma situação da vida; e
procedimentos de 2º grau: incidem sobre uma decisão administrativa anteriormente
tomada;

Procedimento comum: é aquele que não é regulado por legislação especial mas pelo
próprio CPA; e procedimentos especiais: são regulados em leis especiais.

3.3.A Codificação das Regras do Procedimento Administrativo

O Código de hoje vigora entre nós haveria de resultar do Projecto do Código do Procedimento
Administrativo de 1989. O impulso legislativo governamental foi coberto por uma lei de
autorização legislativa (Lei n.º 32/91, de 20 de Julho) e o Código do Procedimento
Administrativo viria a ser aprovado pelo DL n.º 442/91 de 15 de Novembro. A entrada em vigor
do CPA verificou-se em 16 de Maio de 1992. O Código do Procedimento Administrativo foi
revisto pelo DL n.º 6/96, publicado em 31 de Janeiro de 1996.
Seguindo uma tradição que remonta ao projecto de 1968, o Código do Procedimento
Administrativo não trata apenas do Procedimento Administrativo propriamente dito, dando-se
mesmo a circunstância, um tanto insólita, de a sua Parte III apresentar epígrafe idêntica ao nome
do próprio código: Do Procedimento Administrativo.
Para além desta, o Código tem uma primeira parte dedicada aos princípios gerais, uma segunda
relativa aos sujeitos do procedimento e uma quarta, regulando as formas da actividade
administrativa. Disciplina pois, bem mais do que o Procedimento Administrativo.

O art. 2º CPA contém as regras que determinam o âmbito de aplicação do Código.


No que se refere ao âmbito subjectivo, o Código do Procedimento Administrativo aplica-se às
entidades que compõem a Administração Pública em sentido orgânico (enumeradas no n.º 2), aos
órgãos do Estado estranhos a esta mas que desenvolvam actividade materialmente administrativa
(n.º 1), e ainda às empresas concessionárias, quando actuem no exercício de poderes de
autoridade (n.º 3);
Quanto ao âmbito material de aplicação, há a registar sobretudo que:
 Os princípios da actividade administrativa e as normas de concretização constitucional
são aplicáveis, em quaisquer circunstâncias, a todo e qualquer tipo de actividade, seja ela
de gestão pública, de gestão privada ou de índole técnica (n.º 5);
 As disposições relativas à organização e à actividade administrativas são aplicáveis às
actividades de gestão pública (n.º 6);
 As restantes disposições do Código do Procedimento Administrativo são aplicáveis,
igualmente apenas no domínio das actividades de gestão pública, ao Procedimento
Comum e, supletivamente, também aos Procedimentos Especiais, desde que daí não
resulte diminuição das garantias dos particulares (n.º 7).

4.Princípios Fundamentais do Procedimento Administrativo

O Código do Procedimento Administrativo inclui dois tipos de princípios: em primeiro lugar, os


princípios gerais do Código, constantes dos arts. 3º a 12º:

O Princípio da Legalidade (art. 3º) - A Administração Pública deve obedecer à Lei e ao Direito.
Nesta expressão “Lei e Direito” incluem-se, em especial:

 A Constituição;

 As regras de Direito Internacional, resultantes de tratados ou do costume internacional;

 As regras de Direito Comunitário;

 As leis da Assembleia da República, os decretos - leis do Governo e os decretos


legislativos regionais.

O Princípio da Proporcionalidade (art. 5º) - As decisões administrativas que atinjam direitos ou


interesses legítimos dos particulares têm de ser adequadas e proporcionadas aos seus objectivos,
não causando mais prejuízos àqueles do que os necessários para alcançar estas finalidades e
respeitando um equilíbrio na justa medida entre os meios utilizados e os fins a alcançar através
deles.
O Princípio da Justiça (art. 6º) - A Administração Pública deve actuar por forma ajustada à
natureza e circunstâncias de cada caso ou situação.
O Princípio da Imparcialidade (art. 6º) - Na sua acção, os órgãos da Administração Pública
devem ser isentos, não se deixando influenciar por razões subjectivas ou pessoais, que os levem a
favorecer ou desfavorecer indevidamente certos particulares.

O Princípio da Boa Fé (art. 6º-A) - A Administração Pública e os particulares devem, nas suas
relações, agir com boa-fé, respeitando, em especial, a confiança que possa ter sido criada pela sua
actuação anterior.

O Princípio da Colaboração da Administração com os Particulares (art. 7º), este dever de


colaboração existe nos dois sentidos: deve a Administração colaborar com os particulares
ouvindo-os, apoiando-os, estimulando-os e devem os particulares colaborar com a
Administração, sem prejuízo dos seus direitos e interesses legítimos.

O Princípio da Participação (art. 8º), que serve de enquadramento à mais importante inovação
introduzida pelo Código do Procedimento Administrativo, a audiência dos interessados no
procedimento, regulada nos arts. 100º e segs.

O Princípio da Decisão (art. 9º), que assegura aos cidadãos o direito a obterem uma decisão
administrativa quando o requeiram ao órgão competente (dever de pronuncia).

O Principio da Igualdade - Nas suas relações com os particulares, a Administração Pública deve
reger-se pelo princípio da igualdade. Assim, é-lhe vedado favorecer ou desfavorecer alguém por
razões de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou
ideológicas, instrução, situação económica ou condição social.
É de notar, porém, que este princípio não impõe uma igualdade de tratamento absoluta. A
igualdade justifica-se em relação a situações equiparáveis; se estão em causa situações
objectivamente diferentes, elas devem ser tratadas por forma adequadamente diversa.

5.As fases do procedimento administrativo

5.1.Tipos de procedimentos administrativos


O procedimento administrativo pode advir de uma iniciativa pública ou de uma iniciativa
privada, sendo que na iniciativa pública quem o desencadeia é a administração pública, ao passo
que o procedimento administrativo privado é desencadeado por um particular. A construção de
uma estrada e uma licença para construção de uma habitação, podem figurar cada um dos
procedimentos, respectivamente.
Os procedimentos administrativos podem ser ainda sancionatórios ou não sancionatórios. Os
primeiros constituem-se como procedimentos administrativos cujo ato final tem natureza
punitiva, enquanto os segundos não têm natureza punitiva.

5.2.As fases do procedimento administrativo

 Fase inicial;

 Fase de instrução;

 Fase da audiência dos interessados;

 Fase de preparação da decisão;

 Fase de decisão;

 Fase complementar.
5.2.1.Fase inicial

A fase inicial é aquela que desencadeará o procedimento administrativo, podendo advir de


iniciativa pública ou privada, como foi devidamente explicado no inicio do post. Artigos
relevantes artigam 102ºCPA; 110/1CPA; 53ºCPA; 89ºCPA.

5.2.2.Fase de instrução
A fase que se segue é a fase de instrução que se rege pelo princípio do inquisitório, isto é, fase em
que a administração pública, sem a dependência da vontade dos interessados, requer factos e
esclarecimentos que mais facilmente levem à tomada da melhor decisão. (artigo 58ºCPA). A
direcção do procedimento cabe ao órgão competente para a decisão final, pelo que o CPA prevê
três hipóteses distintas: (artigo 55º CPA)

5.2.3.Fase de audiência dos interessados


Nesta fase, algo importante a notar é que caso tenha sido o particular a desencadear o
procedimento administrativo e portanto seja uma iniciativa particular, este tem o ónus de
demonstrar os factos que alegou, não o podendo fazer a administração pública, na medida em que
caso isso aconteça está-se perante uma situação de desvio de poder, uma vez que a A.P prossegue
fins públicos e não privados (artigos relevantes: 115º/1 e 2; 116º/1; 119º/2; 12º CRP; 267º/5
CRP).

5.2.4.Fase de preparação da decisão


Nesta fase todo procedimento será analisado, desde documentos, provas, argumentos e outras
informações relevantes. Posteriormente, o procedimento é levado ao órgão decisório que pode
ser, singular ou colegial, caso seja singular emite um despacho, caso seja colegial emite uma
deliberação. (artigo 125º CPA).

5.2.5.Fase de decisão
Esta é a fase que põe fim a todo o procedimento administrativo, isto é, a tomada de decisão.
(artigos 93º CPA; 126º CPA). Nesta fase é necessário ter em conta as divergências entre o órgão
decisor e o órgão instrutor, na medida em que as decisões de ambos podem divergir. Se for este o
caso, deverá ter-se em conta se no processo de instrução, o órgão instrutor ouviu os interessados,
caso não tenha ouvido, deverá marcar-se uma nova audiência, de âmbito meramente instrutório.
(artigos 123º CPA)

5.2.6.Fase complementar
Esta fase define-se como aquela onde são praticadas determinadas formalidades, tais como:
registos, arquivos, notificação da decisão, publicação no diário da república, entre outras (artigo
114ºCPA).
Conclusão
Chegando ao fim deste trabalho, conclui-se que o procedimento administrativo é a sequência
juridicamente ordenada de actos e formalidades tendentes à preparação da prática de um acto da
Administração ou à sua execução.
Com base na literatura ilustrada neste trabalho, chegou-se a conclusão de que o procedimento é
uma sequência. Isso quer dizer que, os vários elementos que o integram não se encontram
organizados de qualquer maneira. Dai que, o procedimento constitui uma sequência
juridicamente ordenada, que é a lei que determina quais os actos a praticar e quais as
formalidades a observar. E é também a lei que estabelece a ordem dos trâmites a cumprir, o
momento em que cada um deve ser efectuado, quais os actos antecedentes e os actos
consequentes.
Por outro lado, o Procedimento Administrativo traduz-se numa sequência de actos e
formalidades. Na verdade, não há nele apenas actos jurídicos ou tão-só formalidades: no
Procedimento Administrativo tanto encontramos actos jurídicos como meras formalidades.
Todavia, o Procedimento Administrativo tem por objecto um acto da Administração. A expressão
“acto da Administração” engloba genericamente todas essas categorias. O que dá carácter
administrativo ao procedimento é, precisamente, o envolvimento da Administração Pública e o
facto de o objecto dele ser um acto da Administração.
Contudo, o Procedimento Administrativo tem por finalidade preparar a prática de um acto ou
respectiva execução. Daqui decorre a distinção, entre procedimentos decisórios e executivos.
Bibliografias
Diogo Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, Almedina, Coimbra - volume
II, 2ªEdição, 2011.

João Caupers, Introdução ao Direito Administrativo. Âncora, 10ªEdição, 2009.

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Mariana de Andrade, técnicas de pesquisa, 5ª Ed.,


São Paulo, Atlas, 2002.

Decretos:
 Decreto 30 / 2001 de 15 de Outubro que aprova as normas de funcionamento de
administração pública.
 Decreto-lei Nr 10 / 2007 de 1 de Agosto.
 Lei do procedimento administrativo de 14 / 2011 de 10 de Agosto.

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