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Índice
1. Introdução........................................................................................................................1
1.1. Objectivos.....................................................................................................................2
1.2. Metodologias................................................................................................................2
2. Desenvolvimento teórico.................................................................................................3
3. Conclusões.......................................................................................................................9
4. Referências bibliográficas..............................................................................................10
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1. Introdução
Este trabalho tem como objectivo principal estudar e compreender a celeridade do processo
administrativo, com foco específico na realidade de Moçambique. Para tanto, serão
explorados os princípios relacionados à celeridade do processo administrativo, bem como a
sua aplicação e os desafios enfrentados pelo sistema judiciário moçambicano.
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1.1. Objectivos
1.2. Metodologias
O tipo de pesquisa descritiva relaciona-se com o presente trabalho porque será feita uma
pesquisa documental bibliográfica como método de recolha de dados para a sua execução.
A pesquisa documental bibliográfica é o método de recolha de dados que tem como base
leituras realizadas em livros, revistas e artigos científicos. Segundo MARCONI, (2011) a
pesquisa documental consiste na análise de obras disponíveis que debruçam-se sobre o tema
em pesquisa, onde também explicitaram-se os principais conceitos e termos técnicos
utilizados para a realização do presente trabalho.
Neste estudo, a pesquisa documental bibliográfica nos servirá para estudar e compreender a
celeridade do processo administrativo.
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2. Desenvolvimento teórico
Segundo Rodrigues (2021, p. 20) o processo constitui uma solução básica de conflitos entre
cidadãos, que buscam o sistema judiciário como um meio para obtenção da justiça. Contudo,
essa crescente judicialização dos problemas tem feito com que o processo civil enfrente um
grande problema na prestação jurisdicional, a demora na tramitação do processo.
Para Barroso (2018 citado em Rodrigues 2021, p. 20) o princípio da celeridade possui duas
vertentes: a razoabilidade na duração do processo e a celeridade em sua tramitação. Ele
também afirma que: “Esse direito da parte abrange não só o direito a obter uma sentença de
mérito em prazo razoável, como também a tutela satisfativa da execução.
Conforme Neves (2016 citado em Rodrigues 2021, p. 21) não se deve confundir duração
razoável do processo com celeridade do processo administrativo. O legislador não pode
sacrificar direitos fundamentais das partes visando somente a obtenção de celeridade
processual, sob pena de criar situações ilegais e extremamente injustas. É natural que a
excessiva demora gere um sentimento de frustração em todos que trabalham com o processo
civil, fazendo com que o valor celeridade tenha actualmente uma posição de destaque. Essa
preocupação com a demora excessiva do processo é excelente, desde que se note que, a
depender do caso concreto, a prejudicará direitos fundamentais das partes, bem como poderá
sacrificar a qualidade do resultado da prestação jurisdicional. Demandas mais complexas
exigem mais actividades dos advogados, mais estudo dos juízes e, bem por isso, tendem
naturalmente a ser mais demoradas, sem que com isso se possa imaginar ofensa ao princípio
constitucional ora analisado.
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Segundo Rodrigues (2021, p. 21) os sistemas Judiciários hoje contam com um grande
acúmulo de processos. Esse acúmulo e, consequente, atraso na tramitação processual, é
resultado da soma de muitos conflitos sociais, que sobrecarregam o Judiciário, com o pequeno
número de
profissionais dentro deste poder. Sabe-se que os actos processuais devem ter andamento o
mais rápido possível. Muitas vezes, na ânsia de acelerar o processo, o legislador pode acabar
criando procedimentos que geram confusão na ideia de celeridade. Ademais, vale ressaltar
que alguns problemas envolvendo certos processos são mais difíceis de serem apreciados,
necessitando de um prazo maior para sua solução, pois nem sempre a melhor justiça é feita
com os julgados mais rápidos.
Portanova (2008, p. 173 conforme citado em Rodrigues 2021, pp. 21-22) esclarece que a
demora é um ónus de quem busca o processo para a solução de um litígio que, ou não soube
prevenir acautelando-se com a escolha de adequado sujeito, ou no outro polo da relação
jurídica de direito material, ou não sabe resolver sem a intervenção do juiz. Então, incapazes
de resolver seus conflitos, as partes deverão submeter-se a uma burocracia, que sem dúvida
não precisava ser tão morosa, mas que deve respeitar os princípios, encontrados em toda
democracia, do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Não se pode por
causa da pressa passar por cima de consagradas conquistas universais.
Por sua vez Gonçalves (2010, p. 34 citado em Rodrigues 2021, p. 22) salienta que boa parte
das alterações e acréscimos havidos na legislação processual, tem por fim buscar uma solução
mais rápida para os conflitos. Esse princípio é dirigido, em primeiro lugar, ao legislador, que
deve cuidar de editar leis que acelerem e não atravanquem o andamento dos processos. Em
segundo lugar, ao administrador, que deverá zelar pela manutenção dos órgãos judiciários,
aparelhando-os de sorte a dar efectividade à norma constitucional. E, por fim, aos juízes, que
no exercício de suas actividades, devem diligenciar para que o processo caminhe para uma
solução rápida.
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2.2. A celeridade do processo administrativo em Moçambique
Uma das primeiras medidas foi a abolição do exercício de certas profissões jurídicas como
advocacia e consultoria jurídica, além da criação do Serviço Nacional de Consulta e
Assistência Jurídica. Essas mudanças foram acompanhadas pela introdução de novas regras
processuais destinadas a facilitar a prática de atos processuais pelas partes envolvidas nos
processos.
A Lei nº 12/78 marcou um marco na organização judiciária, estabelecendo uma estrutura que
levou os tribunais até ao nível do bairro, visando tornar a justiça mais acessível e priorizando
soluções de consenso em questões judiciais. Além disso, foram aprovadas leis específicas
para simplificar procedimentos em áreas como direito penal, direito de família e direito do
trabalho, incluindo a simplificação da tramitação processual em casos de adoção, tutela,
divórcio litigioso, casamento e processo de trabalho, ibid.
Apesar das reformas realizadas ao longo das décadas, a busca pela celeridade processual e
pela simplificação dos procedimentos judiciais permanece como um ideal presente nos
discursos dos líderes políticos e nas revisões legislativas em Moçambique. Esses esforços
refletem um compromisso contínuo com a melhoria do sistema judiciário do país, visando
garantir um acesso mais amplo e eficiente à justiça para todos os cidadãos, alinhado com os
princípios fundamentais de um Estado democrático e de direito.
A busca pela celeridade processual e pelo acesso à justiça tem sido um direcionador essencial
em iniciativas de revisão de leis em Moçambique, especialmente as de natureza processual.
Isso é evidente nos preâmbulos dos decretos-lei e leis que abordam a simplificação de
procedimentos, como os Decretos-Lei nº 4/75, 28/75 e 1/2005, e as Leis 12/78, 5/89, 8/92 e
18/92, entre outras, ibid.
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Conforme Chuzuaio (2019) simplificar significa tornar algo menos complicado e facilitar, o
que implica remover da legislação elementos que apenas complicam e tornam os processos
mais pesados. No entanto, a liderança desse processo de simplificação e seus destinatários
levantam questões importantes.
A revisão do Código do Processo Civil, por exemplo, introduziu princípios gerais como a
independência do valor da acção para determinar a forma do processo executivo, mas falhou
na previsão rigorosa de normas relacionadas. Isso resultou em maior complexidade e atrasos
processuais em vez de celeridade.
Essa reforma introduziu avanços notáveis, como a alteração do critério para definir a forma do
processo executivo, agora determinada pela qualidade do título em vez do valor da causa. A
busca pela celeridade processual refletiu-se em modificações no regime de impugnação de
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despachos, restringindo as possibilidades de recurso e, em termos de modernização,
permitindo a prática de atos judiciais por meios como telegrama, fax ou correio.
Apesar dos avanços, críticas foram levantadas, destacadas pelo Professor Doutor Tomás Luís
Timbane, e a discussão sobre a necessidade de mais reformas persiste. O contexto atual
demanda uma revisão mais ousada e inovadora, sem sacrificar princípios fundamentais.
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pode dificultar o acesso dos cidadãos aos seus direitos e criar obstáculos para aqueles que
buscam resolver litígios ou obter soluções para questões administrativas urgentes.
Além disso, a busca pela celeridade no processo administrativo pode impulsionar iniciativas
de modernização e inovação na administração pública. Isso inclui a implementação de
tecnologias e sistemas informatizados para agilizar os processos, como a informatização da
tramitação e gestão processual.
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3. Conclusões
Portanto, é fundamental que sejam implementadas medidas eficazes para garantir uma
tramitação mais rápida e eficiente dos processos administrativos, respeitando sempre os
direitos fundamentais das partes envolvidas e promovendo uma justiça acessível e de
qualidade para todos os cidadãos moçambicanos.
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4. Referências bibliográficas
GIL, António (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª ed. Atlas, São. Paulo.
MARCONI, Marina de Andrade (2011). Metodologia Científica. 6ª Edição, São Paulo, Atlas
Editora.
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