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Gabriela Mendes | Direito do Urbanismo e do Ambiente

DIREITO DO URBANISMO

O crescimento populacional das cidades, em contraposição com as populações rurais,


resultou num aumento caótico e desordenado das cidades. A falta de um planeamento
global e eficaz do que deve ser uma cidade fez com que estas crescessem de forma
desarticulada. Com isto surgiu a necessidade de um planeamento rigoroso do uso,
transformação e ocupação do solo, o Direito do Urbanismo.

1. Conceito de Direito do Urbanismo

O conceito de Direito do Urbanismo pode ser analisado através de várias conceções:

Conceção ampla – defendida por autores como Alves Correia; Direito do Urbanismo
como o conjunto de normas jurídicas e institutos que disciplinam o uso, a transformação
e a ocupação do dolo globalmente considerado

Conceção restrita – defendida por autores como Freitas do Amaral; Direito do


Urbanismo como o conjunto de normas jurídicas e institutos que disciplinam o uso, a
transformação e a ocupação do solo de apenas uma cidade

Conceção intermédia – defendida por autores como Fernanda Paula Oliveira; Direito do
Urbanismo como o conjunto de normas jurídicas e institutos que disciplinam o uso, a
transformação e a ocupação do solo para fins urbanísticos

2. Função do Direito do Urbanismo

A principal função do Direito do Urbanismo reside na tentativa de harmonização ou


compatibilização entre os diferentes interesses implicados no uso e na transformação
do solo. Por este motivo é constituído por normas jurídicas cuja função essencial é a
ponderação de interesses e a superação dos conflitos que surjam a propósito da
utilização do solo numa dimensão tripla, (1) entre interesses públicos e privados
coincidentes, (2) entre interesses públicos divergentes e (3) entre interesses privados
divergentes.
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3. Objeto do Direito do Urbanismo

O Direito do Urbanismo engloba cinco setores:

a) Instrumentos de gestão territorial – regras jurídicas que disciplinam a ocupação, o


uso e a transformação do solo

b) Direito e política dos solos – regime urbanístico do direito de propriedade privada


dos solos e os mecanismos de intervenção da Administração Pública nos solos urbanos

c) Sistemas e instrumentos de execução dos planos – licenciamentos, autorizações,


expropriações, etc, de operações urbanísticas

d) Direito Administrativo da construção – regras técnicas e jurídicas a que devem


obedecer todas as construções de edifícios, necessárias por razões de segurança e
dignidade

e) Contencioso do Urbanismo – toda a tramitação do processo em tribunal

4. Natureza jurídica do Direito do Urbanismo

Coloca-se a questão de saber se o Direito do Urbanismo é um ramo autónomo do direito


ou se é um ramo especial do Direito do Urbanismo.

Analisando de um ponto de vista didático, trata-se de um ramo autónomo.

Analisando de um ponto de vista científico tal não parece verdade uma vez que..

(1) os princípios enformadores do Direito Administrativo são os mesmos do


Direito do Urbanismo, quer os princípios constitucionais quer os princípios gerais
da atividade administrativa

(2) os sujeitos que intervêm nas relações urbanísticas são os sujeitos da


Administração Pública

(3) os litígios advenientes das relações urbanísticas são resolvidos nos Tribunais
Administrativos

Perante isto estamos em condições de afirmar que o Direito do Urbanismo +e um ramo


especial do Direito Administrativo.
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5. Direito do Urbanismo vs Direito do Ordenamento do Território

A relação entre estes dois ramos é muito estreita uma vez que se tratam de matérias
independentes mas ao mesmo tempo interdependentes.

Na Constituição e na Lei de Bases Gerais da Política Pública dos Solos, do


Ordenamento do Território e do Urbanismo são definidos conjuntamente os fins e os
princípios da política dos solos, do ordenamento do território e do urbanismo, não sendo
apresentado qualquer critério de distinção.

Compete à doutrina demarcar a fronteira entre estas duas disciplinas, não sendo
nenhum dos critérios usados autossuficiente:

a) Critério do âmbito territorial e aplicação

O Direito do Urbanismo tem um âmbito de aplicação restrito e respeita ao


ordenamento racional da cidade.

O Direito do Ordenamento do Território tem um âmbito de aplicação mais amplo


e visa um planeamento territorial global.

Este critério relaciona-se com a discussão existente em torno da conceção do


Direito do Urbanismo.

b) Critério da contraposição direito-política

O objetivo do Direito do Ordenamento do Território é garantir a igualdade entre


as pessoas e combater problemas como assimetrias regionais.

O Direito do Urbanismo seria assim o direito enquanto que o Direito do


Ordenamento do Território assemelhar-se-ia à política.

O critério é insuficiente porque o Direito do Ordenamento do Território, à


semelhança do Direito do Urbanismo, deve ser visto como uma matéria regulada
pelo direito.

c) Critério dos instrumentos jurídicos

Tendencialmente o Direito do Urbanismo serve-se de medidas imperativas e


unilaterais (como o regulamento e o ato administrativo). Excecionalmente serve-
se também de formas de conciliação (como o contrato de urbanização).
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Tendencialmente o Direito do Ordenamento do Território serve-se de medidas


mais consensuais de apoio e incitamento de atividades dos particulares e de
formas mais contratuais de cooperação com os agendes económicos.
Excecionalmente serve-se também de medidas unilaterais (como o
licenciamento de empreendimentos turísticos e industriais).

d) Critério da eficácia jurídica das normas

O Direito do Urbanismo contém medidas imperativas que vinculam direta e


imediatamente os particulares.

O Direito do Ordenamento do Território contém meras diretivas com sentido


orientador e condenador da gestão do território.

Este critério é insuficiente porque há instrumentos que têm ambos os tipos de


normas, como por exemplo os planos diretores municipais (PDM).

Urbanismo Ordenamento do Território

Política e técnica administrativa que atua


através de instrumentos de planeamento
Atuação administrativa que tende a vinculados à planificação económica,
ordenar a cidade em sentido estrito e a bem como ao desenvolvimento
fixar os usos e atividades do dito solo, equilibrado das economias regionais e à
mediante a técnica de planeamento melhoria da qualidade de vida e do meio
municipal. ambiente, assim como à fixação de
prioridades de usos e atividades sobre o
território.

Âmbito municipal. Âmbito regional e suprarregional.

Atividade eminentemente jurídica. Atividade jurídica e política, que inclui


outros instrumentos.

Emprega quase exclusivamente o Utiliza planos e outras diretrizes não


planeamento vinculante. vinculantes.
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Nasce como uma delimitação do direito Supõe a aplicação de critérios


de propriedade, do ponto de vista do eminentemente públicos, de caráter
direito privado, pugnando interesses económico e social.
públicos e privados (prevalecendo os
primeiros).

Afeta principalmente os particulares. Afeta sobretudo os agentes públicos.

Refere-se quase exclusivamente ao solo. Refere-se a todos os recursos naturais.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO URBANISMO

a) Princípio da cooperação

Constitucionalmente encontra-se previsto no art. 65.º número 4, estando em causa a


cooperação de vários sujeitos na formação e execução dos planos e programas. A
cooperação entre as entidades públicas é essencial para que posteriormente não hajam
problemas a nível de aplicação.

Encontra-se também no art. 8.º do RJIGT. Aos programas nacionais da política de


ordenamento do território aplica-se ainda os art. 35.º e 36.º, aos setoriais o art. 48.º, aos
especiais o art. 49.º, aos regionais os art. 57.º e 58.º, aos intermunicipais o art. 83.º, aos
municipais os art. 83.º, 84.º e 86.º.

b) Princípio da participação

Constitucionalmente encontra-se previsto no art. 65.º número 5, prevendo-se a


participação dos particulares/interessados e a possibilidade de estes intervirem na
elaboração dos IGT, apresentando sugestões, pedindo informações ou até mesmo
apresentando-se contra.

Encontra-se também no art. 6.º do RJIGT. Aos programas nacionais da política de


ordenamento do território aplica-se ainda o art. 37.º, aos setoriais e especiais o art. 50.º,
aos regionais o art. 59.º, aos intermunicipais o art. 88.º, aos municipais os art. 88.º e
89.º.
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c) Dever de informação

Existe um dever de informação relativamente à atividade urbanística que é desenvolvida


pela atividade pública.

d) Princípio da justa ponderação e superação dos conflitos de interesses

A finalidade do Direito do Urbanismo é ponderar os interesses envolvidos e superar


conflitos de interesses caso existam. Para tal há um órgão decisório que pondera os
interesses envolvidos e posteriormente escolhe de entre as possibilidades.

A resolução de conflitos é prosseguida através do princípio da participação durante a


fase de elaboração do IGT, permitindo que os particulares solicitem informações e
apresentem ideias à entidade pública que o elabora, art. 65.º número 5 da Constituição
e art. 6.º do RJIGT.

e) Princípio da publicidade

Previsto nos art. 191.º a 193.º do RJIGT, determina que regra geral os IGT devem ser
dados a conhecer à população através de publicação, normalmente no Diário da
República.

f) Garantia do direito de propriedade privada

Esta garantia tem de ser disciplinada pois, sendo uma garantia constitucional
consagrada no art. 62.º, é necessário regular a intervenção que a Administração Pública
tem nos solos, tais como por exemplo a expropriação presente no art. 65.º. Encontra-se
também no art. 4.º da Lei de Bases.

g) Princípio da justa indemnização

Previsto no art. 62.º número 2 da Constituição, determina que o particular que vê o seu
direito de propriedade retirado da sua esfera jurídica (como acontece com a
expropriação) tem direito a uma justa indemnização.
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INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL

1. Tipos de planos e programas

A política dos solos, do ordenamento do território e do urbanismo é desenvolvida através


de IGT que se materializam em:

a) Programas, que estabelecem o quadro estratégico de desenvolvimento


territorial e as suas diretrizes programáticas ou definem a incidência espacial de
políticas nacionais a considerar em cada nível de planeamento. Vinculam
entidades públicas.

b) Planos, que estabelecem opções e ações concretas em matéria de


planeamento e organização do território bem como definem o uso do solo.
Vinculam entidades públicas e privadas. Devem obedecer aos programas.

A estes IGT aplica-se o Decreto-Lei n.º 80/2015 que consagra o Regime Jurídico dos
IGT.

Os art. 1.º a 29.º são disposições gerais que se aplicam a todos os IGT.

Os art. 30.º a 51.º aplicam-se aos IGT de âmbito nacional. Mais concretamente os art.
30.º a 38.º ao programa nacional da política de ordenamento do território e os art. 39.º
a 51.º aos programas setorial e especial.

Os art. 52.º a 60.º aplicam-se aos IGT de âmbito regional.

Os art. 61.º a 74.º e 110.º a 114.º aplicam-se aos IGT de âmbito intermunicipal. Mais
concretamente os art. 61.º a 68.º ao programa intermunicipal, os art. 69.º a 74.º e 110.º
a 114.º aos planos intermunicipais.

Os art. 69.º a 109.º aplicam-se aos IGT de âmbito municipal. Sendo aplicados os art.
69.º a 95.º a todos os planos municipais e mais especificamente os art. 95.º a 97.º ao
plano diretor municipal, os art. 98.º a 100.º ao plano de urbanização e os art. 101.º a
109.º ao plano de pormenor.
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INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL

Âmbito Âmbito Âmbito Âmbito


nacional regional intermunicipal municipal

Programa Nacional
de Politica de Programa Plano Programa Plano diretor
Ordenamento do regional intermunicipal intermunicipal municipal
Território

Programa Plano diretor Plano de


setorial intermunicipal urbanização

Programa Plano de Plano de


especial urbanização pormenor

Plano de
pormenor

2. Critérios de classificação

a) Critério da finalidade

Respeita à natureza dos objetivos prosseguidos pelo IGT.

• global ou geral – visa estabelecer um ordenamento racional e integral do


território
[todos com exceção dos setoriais e dos especiais]

• setorial – visa a programação e a concretização de políticas de desenvolvimento


económico-social (agricultura, ambiente, saúde, turismo – no fundo todos os
setores da economia)

• especial – visa a proteção e a tutela de interesses públicos específicos mediante


o regime de salvaguarda de recursos e valores naturais indispensáveis à
utilização sustentável do território, enumerados no art. 42.º número 2
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- orla costeira
- áreas protegidas
- albufeiras de águas públicas
- estuários
- planos de ordenamento dos parques arqueológicos

b) Critério do âmbito espacial de aplicação

Respeita à abrangência territorial do plano. Encontra-se no art. 2.º do RJIGT.

• nacional, art. 2.º número 2 do RJIGT e art. 40.º da Lei de Bases


[programas especiais e setoriais]

• regional, art. 2.º número 3 do RJIGT e do art. 41.º da Lei de Bases


[programas regionais]

• intermunicipal, art. 2.º número 4 do RJIGT e art. 42.º da Lei de Bases


[programas intermunicipais, planos diretores intermunicipais, planos de
urbanização intermunicipais e planos de pormenor intermunicipais]

• municipal, art. 2.º número 5 do RJIGT e art. 43.º da Lei de Bases


[planos diretores municipais, planos de urbanização municipais e planos de
pormenor municipais]

c) Critério do grau analítico das previsões

Respeita à relação entre as previsões dos IGT e os factos por si contemplados.

• planificação projetiva – define opções e linhas gerais


[todos os programas]

• planificação determinativa – desenvolve o conteúdo dos planos projetivos e


tem maior grau de concretização
[todos os planos exceto os de pormenor]

• planificação ato – as suas disposições não são posteriormente concretizadas


em outros planos, tem o maior grau de pormenorização e a maior força analítica
[planos de pormenor]
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d) Critério da eficácia jurídica

Respeita aos efeitos produzidos pelos IGT, todos produzem efeitos mas estes variam
conforme o grau de vinculação e os sujeitos destinatários.

• autoplanificação, art. 3.º número 1 do RJIGT e art. 46.º da Lei de Bases –


vincula os sujeitos de direito público que o elabora
[todos os planos e todos os programas]
• heteroplanificação, art. 3.º número 1 do RJIGT e art. 46.º da Lei de Bases –
vincula a entidade pública que o elabora e outras entidades públicas
[todos os planos e todos os programas]
• planificação plurisubjetivista, art. 3.º número 2 do RJIGT e art. 46.º da Lei de
Bases – vincula direta e imediatamente os particulares
[todos os planos]

3. Procedimento de elaboração

a) Programa nacional da política de ordenamento do território

Hierarquicamente está no topo da hierarquia. Encontra-se previsto no art. 2.º número 2


alínea a).

A elaboração dá-se nos termos do art. 34.º, é desencadeada por resolução do Conselho
de Ministros que deve ser publicada nos termos do art. 191.º número 2 alínea a) para
que se permita a intervenção dos interessados (princípio da participação, art. 6.º do
RJIGT e art. 65.º número 5 da Constituição). A elaboração propriamente dita cabe ao
Governo, mais concretamente ao ministro responsável pela área do ordenamento do
território.

A elaboração é acompanhada por uma comissão consultiva nos termos do art. 35.º,
composta por representantes das regiões autónomas, das autarquias locais e dos
interesses ambientais, económicos, sociais e culturais relevantes. Posteriormente serão
emitidos pareceres (princípio da cooperação, art. 8.º, 35.º e 36.º do RJIGT e art. 65.º
número 4 da Constituição), pela Comissão Consultiva e pela Comissão Nacional do
Território, que apesar de obrigatórios não são vinculativos nos termos do art. 91.º do
CPA.
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Após a elaboração dá-se a fase da discussão pública, podendo os interessados voltar


a intervir nos termos do art. 37.º (princípio da participação, art. 6.º e 37.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).

Depois disto a aprovação compete à Assembleia da República nos termos do art. 38.º
e deve ser publicado no Diário da República nos termos dos art. 191.º número 2 alínea
c) e 192.º número 1.

b) Programa setorial

Encontra-se previsto no art. 2.º número 2 alínea b).

Dita o art. 46.º que a elaboração é iniciada por despacho do membro do Governo
competente em razão de matéria, mais concretamente do ministro responsável pela
área do ordenamento do território, e deve ser publicado de forma a permitir a
intervenção dos interessados (princípio da participação, art. 6.º e 46.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).

O acompanhamento da elaboração dá-se nos termos do art. 48.º, devendo o Governo


solicitar a emissão de um parecer (princípio da cooperação, art. 8.º e 48.º do RJIGT e
art. 65.º número 4 da Constituição) à comissão de coordenação e desenvolvimento
regional territorialmente competente, às entidades ou serviços da Administração central
representativas dos interesses a ponderar, às entidades intermunicipais, às associações
de municípios e aos municípios abrangidos.

Na elaboração de programas sujeitos a avaliação ambiental, dita o art. 47.º que caso
não tenha sido promovida a consulta exigida no seu número 1, devem ser solicitados
pareceres (princípio da cooperação, art. 8.º e 47.º do RJIGT e art. 65.º número 4 da
Constituição) sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da informação a
incluir no relatório ambiental, bem como sobre a proposta de programa e sobre o
respetivo relatório. A entidade responsável pela elaboração do programa pondera os
pareceres referidos e fica obrigada a um dever especial de fundamentação sempre que
seja invocada a desconformidade com disposições legais e regulamentares ou a
desconformidade com programas ou planos territoriais.

Após a elaboração dá-se a fase da discussão pública, podendo os interessados voltar


a intervir nos termos do art. 50.º (princípio da participação, art. 6.º e 50.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).
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Depois disto a aprovação compete ao Conselho de Ministros nos termos do art. 51.º e
deve ser publicado no Diário da República nos termos dos art. 191.º número 2 alínea f)
e 192.º número 1.

c) Programa especial

Encontra-se previsto no art. 2.º número 2 alínea c).

Dita o art. 46.º que a elaboração é iniciada por despacho do membro do Governo
competente em razão de matéria, mais concretamente do ministro responsável pela
área do ordenamento do território, e deve ser publicado de forma a permitir a
intervenção dos interessados (princípio da participação, art. 6.º e 46.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).

A elaboração é acompanhada por uma comissão consultiva, composta nos termos do


art. 49.º por representantes de serviços e entidades da Administração direta ou indireta
do Estado, das regiões autónomas, das entidades intermunicipais, das associações de
municípios e dos municípios abrangidos e de outras entidades públicas cuja participação
seja aconselhável. O parecer (princípio da cooperação, art. 8.º e 49.º do RJIGT e art.
65.º número 4 da Constituição) emitido por esta Comissão é vinculativo pelo que resulta
do número 10 do referido artigo que as entidades têm de se submeter a ele mesmo não
estando de acordo com o mesmo.

Após a elaboração dá-se a fase da discussão pública, podendo os interessados voltar


a intervir nos termos do art. 50.º (princípio da participação, art. 6.º e 50.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).

Depois disto a aprovação compete ao Conselho de Ministros nos termos do art. 51.º e
deve ser publicado na 1.ª série do Diário da República e na página da internet da
entidade que o elabora nos termos dos art. 191.º número 2 alínea h) e 192.º número 1.

d) Programa regional

Encontra-se previsto no art. 2.º número 3 do RJIGT.

Nos termos do art. 56.º a elaboração é determinada por resolução do Concelho de


Ministros, sendo que a elaboração propriamente dita cabe às comissões de
coordenação e desenvolvimento regional, sob coordenação do membro do Governo
competente em razão de matéria, do ministro responsável pela área do ordenamento
do território. Tal resolução deve ser publicada nos termos do art. 191.º número 2 alínea
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b) de forma a permitir a intervenção dos interessados (princípio da participação, art. 6.º


do RJIGT e art. 65.º número 5 da Constituição).

Resulta do art. 57.º que o acompanhamento da elaboração compete a uma comissão


consultiva, integrada por representantes das entidades e dos serviços da Administração
direta e indireta do Estado que assegurem a prossecução dos interesses públicos
relevantes. O parecer emitido pela comissão consultiva deve ser ponderado pela
comissão de coordenação e desenvolvimento regional nos termos do art. 58.º (princípio
da cooperação, art. 8.º, 57.º e 58.º do RJIGT e art. 65.º número 4 da Constituição).

Após a elaboração dá-se a fase da discussão pública, podendo os interessados voltar


a intervir nos termos do art. 59.º (princípio da participação, art. 6.º e 59.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).

Após aprovação por resolução do Conselho de Ministros como resulta do art. 60.º, deve
ser publicado na 1.ª série do Diário da República e na página da internet da entidade
que o elabora nos termos dos art. 191.º número 2 alínea e) e 192.º número 1.

e) Programa intermunicipal

Encontra-se previsto no art. 2.º número 4 alínea a).

A elaboração decorre do art. 65.º. Nas situações previstas na alínea a) do art. 61.º
número 2 compete à comissão executiva metropolitana nas áreas municipais e ao
conselho intermunicipal nas comunidades intermunicipais. Nas situações previstas na
alínea b) do art. 61.º número 2 compete às câmaras municipais dos municípios
associados para o efeito. A deliberação que inicia a elaboração deve ser publicada nos
termos do art. 65.º número 2 e 191.º número 4 alínea d) de forma a permitir a intervenção
dos interessados (princípio da participação, art. 6.º e 88.º do RJIGT e art. 65.º número
5 da Constituição).

O acompanhamento da elaboração compete à comissão consultiva nos termos do art


67.º, cuja composição integra os representantes de serviços e entidades da
Administração direta e indireta do Estado, das Regiões Autónomas, da entidade
intermunicipal e de outras entidades públicas cuja participação seja legalmente exigível
(princípio da cooperação, art. 8.º e 83.º do RJIGT e art. 65.º número 4 da Constituição).

Após a elaboração dá-se a fase da discussão pública, podendo os interessados voltar


a intervir nos termos do art. 89.º (princípio da participação, art. 6.º e 89.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).
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A aprovação deve ocorrer nos termos do art. 68.º. Nas situações previstas na alínea a)
do art. 61.º número 2 por deliberação do conselho metropolitano nas áreas
metropolitanas e da assembleia intermunicipal nas comunidades intermunicipais. Nas
situações previstas na alínea b) do art. 61.º número 2 por deliberação das assembleias
municipais interessadas mediante proposta apresentada pelas respetivas câmaras
municipais. A publicação deve ser feita na 2.ª série do Diário da República, nos boletins
municipais e na página da internet da entidade responsável pela sua elaboração nos
termos dos art. 191.º número 4 alínea e) e 192.º número 2.

f) Plano municipal

Encontra-se previsto no art. 2.º número 5.

Nos termos do art. 76.º a elaboração é determinada por deliberação da câmara


municipal. Tal deliberação deve ser publicada no Diário da República e divulgada
através da comunicação social, da plataforma colaborativa de gestão territorial e no sítio
na Internet da câmara municipal nos termos do art. 76.º número 1 e 191.º número 4
alínea c) de forma a permitir a intervenção dos interessados (princípio da participação,
art. 6.º e 76.º do RJIGT e art. 65.º número 5 da Constituição).

O acompanhamento da elaboração compete à comissão consultiva nos termos do art


83.º, cuja composição integra os representantes de serviços e entidades da
Administração direta e indireta do Estado, das Regiões Autónomas, da entidade
intermunicipal e de outras entidades públicas cuja participação seja legalmente exigível
(princípio da cooperação, art. 8.º e 83.º do RJIGT e art. 65.º número 4 da Constituição).

Após a elaboração dá-se a fase da discussão pública, podendo os interessados voltar


a intervir nos termos do art. 89.º (princípio da participação, art. 6.º e 89.º do RJIGT e art.
65.º número 5 da Constituição).

A aprovação compete à assembleia municipal mediante proposta apresentada pela


camara municipal, dita o art. 90.º. Pode acontecer a ratificação nos termos do art. 91.º.
A publicação deve acontecer na 2.ª série do Diário da República, nos boletins municipais
e na página na internet da entidade que o elabora nos termos do art. 191.º número 4
alínea f) e 192.º número 2.

g) Plano intermunicipal

Encontra-se previsto no art. 2.º número 4 alíneas b), c) e d).


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A elaboração resulta do art. 111.º e compete a uma comissão constitutiva constituída


pelas câmaras municipais dos municípios associados para a elaboração do plano.

A aprovação dá-se por deliberação das assembleias municipais abrangidas, mediante


proposta conjunta apresentada pelas respetivas câmaras municipais, nos termos do art.
112.º. A publicação é feita na 2.ª série do Diário da República e nos termos dos art.
191.º número 4 alíneas e) e g) e 192.º número 2.

4. Hierarquia entre IGT

Regulada nos art. 26.º a 29.º do RJIGT e no art. 44.º da Lei de Bases, a matéria da
hierarquia consiste no estabelecimento de regras quanto à sobreposição territorial de
IGT, de forma a evitar conflitos normativos ou colisão de normas.

Relativamente à relação entre programas e planos, resulta das disposições


supramencionadas o seguinte:

• superioridade hierárquica do programa nacional da política do ordenamento


do território sobre todos os outros programas, art. 26.º números 2 e 3
• superioridade hierárquica dos programas setoriais e especiais sobre os
programas regionais, art. 26.º número 4
A regra é a de que os programas regionais têm sempre de respeitar os
programas especiais e setoriais.
Excecionalmente, em situações muito específicas como as do art. 60.º
número 2, admite-se que um programa regional venha alterar programas
especiais e setoriais pré-existentes.
• superioridade hierárquica dos programas regionais sobre os programas e
planos intermunicipais, art. 27.º números 1 e 2
• superioridade hierárquica dos planos intermunicipais preexistentes sobre os
planos municipais, art. 27.º número 3
A regra é a de que os planos intermunicipais prevalecem sobre os planos
municipais que o sucedam.
Excecionalmente, no caso de existir um plano diretor/de urbanização/de
pormenor intermunicipal, o número 4 proíbe a existência de um plano
municipal do mesmo tipo na mesma área de abrangência.
• superioridade hierárquica dos planos diretores sobre os restantes planos, art.
27.º número 5
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• superioridade hierárquica dos programas especiais sobre os planos diretores


que com eles sejam incompatíveis, art. 27.º número 6
A regra é a de que as normas dos programas especiais prevalecem sobre as
normas dos planos diretores com as quais sejam incompatíveis, pelo que o
plano diretor deve ser alterado nos termos do art. 28.º. A não alteração do
plano diretor implica as sanções previstas no art. 29.º: suspensão das
normas que deviam ter sido alteradas, impõe a 1ª parte do número 1;
suspensão do direito de candidatura a apoios financeiros, comunitários e
nacionais até à atualização, dita o número 4; suspensão dos atos que
impliquem a ocupação, o uso e a transformação do solo, nos termos da 2ª
parte do número 1.
Excecionalmente as normas do plano diretor podem prevalecer sobre as
normas do programa especial com as quais sejam incompatíveis, quando
haja ratificação do plano diretor pelo Governo nos termos dos art. 90.º e 91.º.

Os princípios que regem a questão da hierarquia são os seguinte:

• princípio da hierarquia com flexibilidade – existe hierarquia nos termos dos


art. 26.º e 27.º com as exceções impostas pelo art. 60.º para os programas
regionais e pelos art. 90.º e 91.º no que respeita à ratificação
• princípio da contracorrente – previsto no art. 22.º número 2, traduz-se na
obrigação de um plano hierarquicamente superior e mais amplo tomar em
consideração as disposições de um plano inferior e abrangente de uma área
mais restrita
• princípio da articulação – previsto no art. 26.º número 1, implica uma
compatibilidade recíproca entre planos e programas mesmo que estes não
se encontrem ligados por uma relação de hierarquia através da observância
do princípio da cooperação

5. Dinâmica

Regulada nos art. 115.º a 127.º do RJIGT e no art. 50.º da Lei de Bases, a matéria da
dinâmica consiste nas mudanças ocorridas nos programas e planos.

5.1. Alteração

Prevista no art. 115.º número 2, a alteração pode ser de três tipos..


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a) alteração stricto sensu ou alteração propriamente dita

O art. 116.º respeita à alteração propriamente dita dos programas regionais e nacionais.
Esta alteração pode ser desencadeada (1) por mudança/evolução das perspetivas de
desenvolvimento económico e social; (2) pela entrada em vigor de novos programas
regionais ou nacionais incompatíveis com outros pré-existentes; (3) por força de
ratificação e publicação de planos municipais ou intermunicipais posteriores.

O art. 117.º respeita à alteração propriamente dita dos programas intermunicipais. Esta
alteração pode ser desencadeada (1) por mudança/evolução das perspetivas de
desenvolvimento económico e social; (2) pela entrada em vigor de novos programas
regionais ou nacionais incompatíveis com outros pré-existentes-.

O art. 118.º respeita à alteração propriamente dita dos planos intermunicipais e


municipais. Esta alteração pode ser desencadeada (1) por mudança/evolução das
perspetivas de desenvolvimento económico, social e cultural; (2) pela entrada em vigor
de nova lei ou regulamento.

O procedimento aplicável para que haja alteração propriamente dita resulta do art. 119.º,
sendo aplicado o procedimento de elaboração do IGT em questão com as
especificidades do número 2, correndo a fase do acompanhamento de acordo com o
art. 86.º quando esteja em causa um plano diretor (passando o acompanhamento a ser
facultativo).

b) alteração por adaptação

Esta alteração pode ser desencadeada nas situações previstas no art. 121.º número 1,
(1) pela entrada em vigor de nova lei ou regulamento; (2) pela entrada em vigor de outro
IGT territorial com os qual deva ser compatível ou conforme; (3) pelo disposto no art.
72.º número 2.

Dita o art. 121.º número 2 que esta alteração não decorre de decisão autónoma,
limitando-se a transpor o conteúdo do ato legislativo/regulamentar ou do IGT que
determinou a alteração.

O procedimento aplicável para que haja alteração por adaptação decorre dos números
3 e 4 do art. 121.º, devendo a entidade responsável pela elaboração do IGT emitir uma
declaração ao órgão competente para aprovação no prazo de 60 dias, declaração esta
que deve ser remetida para a CCDR e mais tarde para publicação e depósito.
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c) alteração simplificada

Nos termos do art. 123.º número 1, esta alteração apenas pode ser aplicada aos planos
intermunicipais e municipais e pode ser desencadeada (1) pela necessidade de
redefinição do uso do solo; (2) pela cessação de uma restrição de utilidade pública
prevista no IGT; (3) pela desafetação de bens imóveis de domínio público ou de domínio
privado indisponível do Estado.

O procedimento aplicável à alteração simplificada decorre dos diferentes números do


art. 121.º, ocorrendo por iniciativa de deliberação de uma das entidades referidas no
número 3 no prazo de 60 dias. A deliberação deve ser publicitada e divulgada para
permitir que no prazo de 10 dias sejam apresentadas reclamações, observações ou
sugestões. A proposta resultante da deliberação deve ser remetida para a CCDR que
emite um parecer não vinculativo no prazo de 10 dias a contar do envio da proposta.

5.2. Correção [não costuma sair]

Prevista no art. 122.º, a correção material é aplicável às situações previstas no número


1.

Podem ter lugar a qualquer momento, bastando uma comunicação da entidade


responsável pela elaboração do IGT nos termos do número 2, sendo publicada na
mesma série do Diário da Repúblico onde foi publicado o IGT. A comunicação tem de
ser feita ao órgão competente para aprovação quando este não seja o mesmo
competente para elaboração do IGT, sendo depois transmitida à CCDR para mera
informação e remita para publicação e depósito, segundo dita o número 3.

5.3. Revisão

Prevista no art. 115.º número 3, a revisão corre nos termos do art. 124.º e é aplicável a
todos os IGT.

Esta pode ser desencadeada nas situações previstas no número 1 do art. 124.º, (1) por
necessidade de adequação á evolução das condições ambientais, económicas, sociais
e culturais; (2) por suspensão do plano e da necessidade da sua adequação à
prossecução dos interesses públicos que a determinam. Apesar do elevado grau
discricionário que é atribuído ao órgão planeador, cabendo a este decidir se procede ou
não à revisão, dita o número 3 que na situação (1) apenas pode ser desencadeada 3
anos após a entrada em vigor do IGT.
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O procedimento aplicável à revisão é o anteriormente visto do art. 119.º, sendo aplicado


o procedimento de elaboração do IGT em questão com as especificidades do número
2, correndo a fase do acompanhamento de acordo com o art. 86.º quando esteja em
causa um plano diretor (passando o acompanhamento a ser facultativo).

5.4. Suspensão

Prevista no art. 115.º número 4, a suspensão consiste na paralisação dos efeitos durante
um certo período de tempo nas circunstâncias excecionais que têm incidência no
ordenamento do território e pode ser aplicada a todos os IGT.

O art. 125.º aplica-se quando esteja em causa a suspensão de um programa nacional


ou regional. A proposta de suspensão pode ser desencadeada nas situações descritas
no número 1 e deve obedecer à forma adotada para a aprovação do IGT nos termos do
número 2.

O art. 126.º aplica-se quando esteja em causa a suspensão de um plano intermunicipal


ou municipal. A proposta de suspensão pode ser determinada nos termos do número 1.
Se for desencadeada nos termos das alíneas b) e c), dita o número 3 que esta é objeto
de parecer da CCDR, sendo também necessário atentar ao disposto no número 7.

5.5. Revogação

Prevista no art. 127.º, a revogação de um IGT é possível sempre que já não se justifique
a sua existência.

O número 2 dita que a revogação dos planos intermunicipais por decisão de um dos
municípios associados implica a revogação parcial e a respetiva revisão do plano.

O número 3 determina que o procedimento adotado para a revogação de um IGT é o


mesmo usado para a aprovação e publicação do dito IGT.

O número 4 estipula que a revogação dos planos diretores apenas produz efeitos com
a entrada em vigor de nova regulamentação para aquela mesma área.
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6. Medidas cautelares

Previstas nos art. 134.º a 145.º do RJIGT e no art. 52.º número 2 da Lei de Bases, a
aplicação destas medidas cautelares justifica-se pela complexidade e demora do
procedimento de elaboração/alteração/revisão/suspensão.

Durante o procedimento podem ocorrer alterações de circunstâncias ou de factos que


comprometam a liberdade de planeamento, podendo ser aplicadas medidas cautelares
para evitar esse comprometimento.

Em regras estas medidas aplicam-se apenas aos planos uma vez que apenas estes
produzem efeitos diretos e imediatos relativamente aos particulares, art. 134.º número
1. Excecionalmente aplicam-se aos programas especiais nos termos do número 8.

As medidas cautelares podem ser de três tipos: medidas preventivas; normas


provisórias; suspensão do procedimento.

6.1. Medidas preventivas

De acordo com o art. 134.º número 1, as medidas preventivas visam evitar que a
alteração das circunstâncias ou das condições fácticas existentes possa limitar a
liberdade de planeamento ou comprometer ou tornar mais onerosa a execução do IGT.

Para a aplicação da medida ser válida é necessária a verificação cumulativa dos


seguintes requisitos:

• existência de decisão prévia de elaboração/alteração/revisão/suspensão de


um plano (regra do art. 134.º número 1) ou de um programa especial
(exceção do art. 134.º número 8) naquele território
• respeito pelo princípio da proporcionalidade na modalidade dos seus três
subprincípios (adequação, necessidade, proporcionalidade em sentido
estrito) nos termos dos art. 139.º e 140.º – a medida tem de ser indispensável
no seu conteúdo e no seu âmbito territorial de aplicação; se a execução do
plano for possível pela aplicação de outros mecanismos então não será
aplicada uma medida preventiva, esta é de ultima ratio nos termos do número
2 do art. 139.º

O procedimento de elaboração de uma medida preventiva resulta dos art. 137.º e 138.º,
devendo esta ser proposta pela Câmara Municipal e objeto de parecer por parte da
CCDR nos termos do art. 138.º número 1. Dita o número 4 que o princípio da
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participação dos interessados é dispensado, não havendo lugar a audiência dos


interessados ou a discussão pública. A medida tem natureza administrativa pelo que
deve ser publicada sob a forma de regulamento administrativo na 2.ª Série do Diário da
República, segundo resulta da leitura combinada dos art. 136.º, 138.º número 6 e 191.º
número 4 alínea h).

Em regra o prazo de vigência da medida é fixado no ato que a determina, não podendo
contudo ser superior a 3 anos segundo resulta do art. 141.º número 1, prazo de 2 anos
prorrogável por mais 1 quando tal se mostre necessário. Excecionalmente, se não for
fixado um prazo na medida, aplica-se o disposto no art. 141.º número 2 e o prazo de
vigência é de 1 ano, prorrogável por 6 meses.

As medidas preventivas cessam nas situações descritas no art. 141.º número 3.

O licenciamento com inobservância das proibições ou limitações decorrentes do


estabelecimento de medidas preventivas que violem pareceres vinculativos emitidos ou
que tenha sido praticado sem prévia solicitação dos devidos pareceres vinculativos
configura-se como um ato nulo por força do art. 143.º.

As obras e trabalhos efetuados com inobservância das proibições/condicionantes/


/pareceres vinculativos decorrentes das medidas preventivas, ainda que licenciados,
podem ser embargados ou demolidos nos termos do art. 144.º. Resulta do número 2
que a competência para ordenar o embargo pertence ao Presidente da Câmara e ao
membro do Governo responsável pela área do ordenamento do território se se tratar de
uma medida estabelecida pelo Governo.

A adoção de uma medida preventiva pode dar lugar a uma indemnização nos termos do
art. 142.º, quando dela resulte sacrifício de direitos pré-existentes e juridicamente
consolidados.

6.2. Normas provisórias

De acordo com o art. 135.º número 1, as normas provisórias aplicam-se a título


provisório numa determinada área do território, prevendo o regime aplicável àquele
território num determinado e limitado período de tempo.

As normas provisórias têm natureza supletiva às medidas preventivas, podendo ser


aplicavas quando estas se mostrem excessivas ou desadequadas, quando violem o
princípio da proporcionalidade.
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Para a aplicação da norma ser válida é necessária a verificação cumulativa dos


seguintes requisitos:

• existência de decisão prévia de elaboração/alteração/revisão/suspensão de


um plano (regra do art. 134.º número 1) ou de um programa especial
(exceção do art. 134.º número 8) naquele território
• respeito pelo princípio da proporcionalidade na modalidade dos seus três
subprincípios (adequação, necessidade, proporcionalidade em sentido
estrito) nos termos do art. 135.º número 2 alínea b)

O regime aplicável aos limites materiais e temporais, ao dever de indemnização e às


medidas sancionatórias é o mesmo supra explanado para as medidas preventivas.

O procedimento de elaboração de uma norma provisória resulta dos art. 137.º e 138.º,
devendo esta ser proposta pela Câmara Municipal e objeto de parecer por parte da
CCDR nos termos do art. 138.º número 1. Dita o número 4 que o princípio da
participação dos interessados é dispensado, não havendo lugar a audiência dos
interessados ou a discussão pública. A norma tem natureza administrativa pelo que
deve ser publicada sob a forma de regulamento administrativo na 2.ª Série do Diário da
República, segundo resulta da leitura combinada dos art. 136.º, 138.º número 6 e 191.º
número 4 alínea h).

Em regra o prazo de vigência da norma é fixado no ato que a determina, não podendo
contudo ser superior a 3 anos segundo resulta do art. 141.º número 1, prazo de 2 anos
prorrogável por mais 1 quando tal se mostre necessário. Excecionalmente, se não for
fixado um prazo na norma, aplica-se o disposto no art. 141.º número 2 e o prazo de
vigência é de 1 ano, prorrogável por 6 meses.

As normas provisórias cessam nas situações descritas no art. 141.º número 3.

O licenciamento com inobservância das proibições ou limitações decorrentes do


estabelecimento de normas provisórias que violem pareceres vinculativos emitidos ou
que tenha sido praticado sem prévia solicitação dos devidos pareceres vinculativos
configura-se como um ato nulo por força do art. 143.º.

As obras e trabalhos efetuados com inobservância das proibições/condicionantes/


/pareceres vinculativos decorrentes das normas provisórias, ainda que licenciados,
podem ser embargados ou demolidos nos termos do art. 144.º. Resulta do número 2
que a competência para ordenar o embargo pertence ao Presidente da Câmara e ao
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membro do Governo responsável pela área do ordenamento do território se se tratar de


uma norma estabelecida pelo Governo.

A adoção de uma norma provisória pode dar lugar a uma indemnização nos termos do
art. 142.º, quando dela resulte sacrifício de direitos pré-existentes e juridicamente
consolidados.

6.3. Suspensão do procedimento

De acordo com o art. 145.º número 1, a suspensão do procedimento aplica-se aos


procedimentos de informação prévia, de comunicação prévia e de licenciamento nas
áreas abrangidas pelas novas regras urbanísticas resultantes de planos em
elaboração/revisão, a partir da data fixada para o início da discussão pública do pedido
e até à data em vigor daqueles planos.

Se a decisão relativamente às novas regras não entrar em vigor até 180 dias após o
início da discussão, dá-se a cessação da suspensão nos termos do número 3, devendo
a apreciação do requerimento seguir de acordo com as regras urbanísticas em vigor à
data da sua proposição.

Nos termos do número 5, os interessados podem apresentar novo requerimento com


referência às novas regras que se encontram ainda em discussão. A decisão final deste
requerimento ficará sempre condicionada pela entrada em vigor das regras urbanísticas
que confirmam tal pretensão. Caso o plano seja aprovado com alterações que não eram
previsíveis, o interessado pode reformular novamente a sua pretensão de acordo com
as regras que entretanto entraram em vigor, ao abrigo do número 6.

URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO

Aplica-se aqui o Decreto-lei n.º 555/99, o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação.

Os planos são colocados em prática através de um conjunto de atos de controlo prévio


das operações urbanísticas, onde a Administração tenta harmonizar os interesses
individuais e públicos subjacentes ao uso, transformação e ocupação do solo.
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O art. 2.º enumera inúmeras definições relevantes para esta matéria, definindo
“operações urbanísticas” na sua alínea j).

O art. 6.º número 1 elenca as operações que se encontram isentas de controlo prévio,
estando sujeitas a uma fiscalização a posteriori.

O art. 4.º enumera as operações que se encontram sujeitas a controlo prévio, existindo
os seguintes atos de controlo prévio: licenciamento; comunicação prévia; autorização
de utilização; pedido de informação prévia. Sendo três deles realizados previamente e
um deles posteriormente.

1. Licenciamento

O licenciamento é o ato de controlo prévio através do qual a Administração Pública afere


se a transformação do solo requerida pelo particular se ajusta ou não às regras
urbanísticas.

As operações urbanísticas sujeitas a licença resultam do art. 4.º número 2.

O procedimento deste controlo prévio é o seguinte:

a) fase preparatória

a1) fase da iniciativa

Nesta fase há lugar à apresentação de um requerimento nos termos do art. 8.º-


A, com recurso a meios eletrónicos. O requerimento é dirigido ao Presidente da
Câmara nos termos do art. 9.º e nele deve constar, nos termos dos números 1 e
2, a identificação do requerente, da qualidade do titular do direito, do objeto ou
do pedido, do tipo de operação urbanística a realizar e a sua localização. Dita o
número 6 que, com a apresentação de requerimento, é emitido um comprovativo
eletrónico.

Ao requerimento deve ser anexado um termo de responsabilidade, tal como


resulta do art. 10.º. O interessado deve, nos termos do número 2, declarar a
conformidade do projeto com os planos de ordenamento de território aplicáveis
à sua pretensão.
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a2) fase de apreciação liminar

Nesta fase dá-se a apreciação prévia de questões de ordem formal/processual


que possam obstar ao pedido de licenciamento. Esta apreciação compete ao
Presidente da Câmara, segundo dita o art. 11.º número 1.

Este tem 8 dias após a apresentação do requerimento para proferir despacho,


nos termos do número 2. Este despacho pode ser..

• despacho de aperfeiçoamento, alínea a) e número 3 – emitido sempre


que falte algum elemento instrutório, devendo o requerente corrigir ou
completar o pedido no prazo de 15 dias
• despacho de rejeição liminar, alínea b) – emitido quando da análise dos
elementos instrutórios resultar que o pedido é contrário às normas legais
e regulamentares em vigor
• despacho de extinção de licenciamento, alínea c) – emitido quando a
operação urbanística em causa se encontre isenta de controlo prévio ou
sujeita a comunicação prévia, por inutilidade de licenciamento

Não sendo nenhum destes despachos emitidos no prazo anteriormente referido,


dita o número 5 que o requerimento se considera corretamente instruído.

a3) fase da instrução

Nesta fase dá-se a averiguação e a recolha dos factos necessários à decisão


final, de deferimento ou indeferimento da licença.

Pode também haver aqui lugar a parecer, aprovação ou autorização emitidos por
entidades externas nos termos dos art. 13.º e 13.º-A. Estas entidades externas
têm um prazo de 20 dias para se pronunciar nos termos do número 5 do art. 13.º
e, se nada disserem, dita o número 6 que se considera haver concordância da
entidade com a pretensão formulada.

b) fase constitutiva

É nesta fase que se produz o ato final a que se dirige todo o procedimento.

Dá-se aqui a apreciação dos projetos de obra e edificação e ainda a aprovação do


projeto de arquitetura, nos termos do art. 20.º. A Câmara delibera sobre o projeto de
arquitetura no prazo de 30 dias, contados a partir dos acontecimentos previstos no
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número 3. O interessado deve ainda entregar os projetos de especialidade no prazo de


6 meses a contar da notificação do ato que aprovou o projeto de arquitetura, dita o
número 4. Este prazo pode ser prorrogado nos termos do número 5, uma só vez e por
um período não superior a 3 meses.

Após a avaliação dos projetos e dos interesses públicos e privados dá-se a


deliberação/decisão final, podendo esta ser de deferimento ou indeferimento do
licenciamento. O prazo para a adoção da deliberação final resulta do art. 23.º número
1, sendo contados a partir dos acontecimentos enumerados nos números seguintes. Se
tal prazo não for respeitado então atende-se aos art. 111.º e 112.º, podendo o particular
contestar a decisão e formular um pedido de intimação junto dos tribunais
administrativos, pedindo que o tribunal condene a Administração Pública a praticar o ato
que devia ter sido praticado e não foi. O prazo para a contestação resulta do art. 112.º
número 3 e é de 14 dias. O prazo para o cumprimento é declarado pelo juiz nos termos
do art. 112.º número 6 e não pode ser inferior a 30 dias.

Os fundamentos do indeferimento constam do art. 24.º. Havendo um ato de


indeferimento é necessário que haja audiência prévia do particular nos termos previstos
no CPA, respeitando o direito à participação. O pedido pode ser reapreciado segundo o
disposto no art. 25.º, na sequência da audiência dos interessados. Na reapreciação
pode haver uma mutação do pedido para deferimento.

O deferimento consubstancia a licença nos termos do art. 26.º.

c) fase integrativa de eficácia

O licenciamento é titulado pelo alvará, sendo este emitido após a deliberação e


configurando o ato integrativo da eficácia da licença pelo disposto no art. 74.º numero
1. A emissão do alvará compete ao Presidente da Câmara nos termos do art. 75.º,
podendo este subdelegar tal competência nos dirigentes dos serviços municipais ou nos
vereadores. O alvará deve conter os elementos especificados no art. 77.º.

Dita o art. 76.º número 1 que, após ser notificado da decisão do ato de licenciamento, o
particular dispõe do prazo de 1 ano para requerer a emissão do alvará. Se o requerente
desrespeitar tal prazo dá-se a caducidade da licença e este terá de desencadear um
novo procedimento. A caducação da licença provoca a cassação do alvará nos termos
do art. 79.º número 1 alínea a).
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A publicidade do alvará resulta do art. 78.º, sendo este frequentemente exposto num
aviso no exterior da obra.

2. Comunicação prévia

Apesar de se encontrar identificada no RJUE como um ato de controlo prévio, a


comunicação prévia não tem natureza administrativa. Consiste nos termos do art. 34.º
numa mera declaração que permite ao interessado realizar de imediato uma operação
urbanística após o pagamento das taxas devidas. Não sendo propriamente um ato de
controlo prévio, encontra-se sujeita a uma eventual fiscalização sucessiva por força do
disposto no art. 35.º número 8.

As operações urbanísticas sujeitas a comunicação prévia resultam do art. 4.º número 4.

É necessário que a comunicação prévia obedece a determinada tramitação. Deve ser


dirigida ao Presidente da Câmara através da plataforma eletrónica nos termos dos art.
35.º número 1 e 8.º-A número 1.

Na comunicação devem constar os elementos instrutórios anteriormente vistos para o


licenciamento – a identificação do requerente, a identificação da qualidade do titular do
direito, a identificação do tipo de operação urbanística a realizar e da sua localização, o
termo de responsabilidade – segundo o disposto no art. 35.º número 4. Dita o número 7
que se aplica igualmente à comunicação prévia o disposto anteriormente no
licenciamento para o despacho de aperfeiçoamento, dispondo o Presidente de 8 dias
após a apresentação da comunicação para emitir o despacho e o particular de 15 dias
para corrigir ou completar o pedido sob pena de a comunicação prévia ser rejeitada, tal
como resulta do art. 11.º número 2 alínea a) e número 3.

O pagamento das taxas previamente referidas deve ser feito no prazo máximo fixado
pelo regulamento municipal, não podendo este ser inferior a 60 dias nos termos do art.
35.º número 3, contados do termo do prazo para a notificação a que se refere o art. 11.º
número 2. A declaração de comunicação prévia caduca pelo art. 71.º número 2 quando
não ocorra o pagamento das taxas no prazo devido.

A comunicação prévia é titulada pelo comprovativo eletrónico da sua apresentação


acompanhado do documento comprovativo do pagamento das taxas, segundo dita o art.
74.º número 2.
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3. Autorização de utilização de edifício ou fração autónoma

A autorização de utilização é o ato de controlo prévio que visa aferir se há uma


conformidade da utilização prevista com as normas legais e regulamentares, nos termos
do art. 62.º.

As operações urbanísticas sujeitas a autorização de utilização encontram-se no art. 4.º


número 5.

A instrução do pedido de autorização resulta do art. 63.º, tendo este de ser


acompanhado de um termo de responsabilidade no qual o diretor da obra ou o diretor
de fiscalização da obra declara que a obra está concluída e foi executada de acordo
com os projetos de arquitetura e especialidades.

A autorização deve, segundo consta do art. 64.º número 1, ser concedida no prazo de
10 dias a contar da receção do pedido. O prazo altera caso se verifique alguma das
situações previstas nos números 2 e 3 do mesmo art.

Nas situações previstas no número 2 do art. 64.º, o Presidente da Câmara pode


determinar a realização de uma vistoria. Esta vistoria deve ser realizada no prazo de 15
dias a contar da decisão da sua realização, art. 65.º número 1. As conclusões obtidas
pela vistoria têm de ser obrigatoriamente seguidas na decisão sobre o pedido de
autorização, dita o número 4. Não sendo respeitado o prazo de vistoria, determina o
número 6 que o particular pode solicitar a emissão do título de autorização de utilização,
devendo este ser emitido no prazo de 5 dias.

A autorização de utilização é titulada pelo alvará nos termos do art. 74.º número 3.

4. Pedido de informação prévia

O pedido de informação prévia é o único ato de controlo prévio que não é obrigatório,
tendo caráter facultativo e sendo requerido pelo particular se este assim o entender.
Este pedido é autónomo pelo que pode ser requerido antes do licenciamento ou da
comunicação prévia.

Dita o art. 14.º número 1 que qualquer interessado pode pedir à Câmara Municipal
informação sobre a viabilidade de realizar determinada operação urbanística a título
prévio.
Gabriela Mendes | Direito do Urbanismo e do Ambiente

A Câmara tem um prazo de 20 dias para deliberar sobre o pedido que lhe foi
apresentado e excecionalmente um prazo de 30 dias nas situações previstas no número
2 do art 14.º, contados a partir das situações enumeradas nas alíneas do art. 16.º
número 1. Se não tomar qualquer decisão dentro desse prazo então considera-se que
há deferimento tácito ao abrigo do art. 111.º. Se a Câmara apresentar uma informação
favorável ao particular, deve por força do art. 16.º número 3 indicar o procedimento de
controlo prévio a que a operação se encontra sujeita. Se a Câmara apresentar uma
informação desfavorável ao particular, determina o art. 16.º número 4 que deve também
informá-lo dos termos em que a mesma pode ser revista e mutada para favorável.

Este pedido tem três funções fundamentais: informação, segurança, simplificação


procedimental. A função de informação prende-se com informar o requerente sobre a
possibilidade de realizar a operação urbanística tendo em conta as normas e
regulamentos urbanísticos em vigor. A função de segurança prende-se com o facto de
a Câmara Municipal ficar vinculada pelo período de 1 ano à informação prestada no
caso de posterior pedido de licenciamento ou comunicação prévia, nos termos do art.
17.º número 3. A função de simplificação procedimental prende-se com a antecipação
da possibilidade de existirem pareceres, consultas externas e etc que teriam lugar no
procedimento de licenciamento.
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LEGISLAÇÃO NECESSÁRIA – meter post-it

Constituição da República Portuguesa ---> 157 [art. 65.º da Constituição]

Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial ---> página 257 [RJIGT]

Lei de Bases Gerais da Política Pública dos Solos, de Ordenamento do Território e do


Urbanismo ---> página 159 [Lei de Bases]

Regime Jurídico da Urbanização e Edificação --> página 347 [RJUE]

REMISSÕES – 1.º exame

Art. 2.º n2 a) --> art. 30.º-38.º, tudo do RJIGT

Art. 2.º n2 b) e c) --> art. 39.º-51.º, tudo do RJIGT

Art. 2.º n2 do RJIGT --> art. 40.º da Lei de Bases

Art. 2.º n3 do RJIGT --> art. 52.º-60.º do RJIGT e art. 41.º da Lei de Bases

Art. 2.º n4 do RJIGT --> art. 61.º-68.º + 69.º-74.º + 110.º-114.º do RJIGT e art. 42.º da
Lei de Bases

Art. 2.º n5 do RJIGT --> art. 75.º-109.º + 69.º-74.º do RJIGT e art. 43.º da Lei de Bases

Art. 3.º do RJIGT --> art. 46.º da Lei de Bases

Art. 6.º do RJIGT --> art. 37.º + 50.º do RJIGT e art. 65.º n5 da Constituição

Art. 8.º do RJIGT --> art. 47.º + 48.º + 49.º do RJIGT e art. 35.º + 36.º do RJIGT e art.
65.º n4 da Constituição

Art. 27.º --> art. 28.º e art. 90.º+91.º, tudo do RJIGT

Art. 67.º --> art. 83.º+87.º+88.º+89.º, tudo do RJIGT

Art. 110.º n2 --> art. 91.º, ambos do RJIGT


Gabriela Mendes | Direito do Urbanismo e do Ambiente

REMISSÕES – 2.º exame

“relação entre os programas e planos territoriais” dos art. 26.º a 29.º do RJIGT --> art.
44.º da Lei de Bases

Art. 26.º n4 --> art. 60.º n2 como exceção, ambos do RJIGT

Art. 27.º n6 --> art. 90.º e 91.º como exceção, tudo do RJIGT

“dinâmica” dos art. 115.º a 127.º do RJIGT --> art. 50.º da Lei de Bases

Art. 115.º n2 --> 116.º a 121.º, tudo do RJIGT

Art. 115.º n3 --> art. 124.º, ambos do RJIGT

Art. 124.º --> art. 119.º n3, ambos do RJIGT

Art. 115.º n4 --> art. 125.º e 126.º, tudo do RJIGT

“medidas cautelares” dos art. 134.º a 145.º do RJIGT --> art. 52.º n2 da Lei de Bases

art. 4.º n2 --> art. 18.º a 27.º, tudo do RJUE

art. 4.º n4 --> art. 34.º e 35.º, tudo do RJUE

art. 4.º n5 --> art. 62.º a 66.º, tudo do RJUE

Art. 6.º n1 c) --> art. 6.º-A, ambos do RJUE

Art. 11.º n2 a) --> art. 11.º n3, ambos do RJUE

Art. 12.º-A do RJUE --> art. 145.º n1 do RJIGT

“procedimento” do art. 18.º n1 --> art. 8.º a 13.º-B, tudo do RJUE

Art. 23.º --> art. 111.º e 112.º, tudo do RJUE

Art. 76.º n1 --> art. 71.º, ambos do RJUE

“licença” dos art. 18.º a 27.º --> art. 74.º a 79.º, tudo do RJUE

Art. 16.º --> art. 111.º, ambos do RJUE

Art. 34.º n3 --> art. 71.º n2 + 74.º n2, tudo do RJUE

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