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Apontamentos de Direito

do ordenamento do
território e Urbanismo
2024
Este material contém matéria abordada em sede de
aula: 2022/2023
Não basear se apenas nos conteúdos deste material

Elaborado por :
António Manuel da Câmera e Albertina Francisco Ricardo

Indice
Capítulo I

1. Noção de Ordenamento do território


1.1. Objecto e características do ordenamento do território
1.2. Distinção entre Direito do ordenamento do território e Direito do
Urbanismo
1.3 Natureza jurídica do ordenamento do território
2. formas de intervenção Administrativa no ordenamento do território
2.1. Planos territórias : Noção
2.2 . Classificação dos planos territórias
2.3. Funções dos planos territórias
3. Discricionariedade Administrativa da planificação
3.1. Princípio fundamentais / Estruturantes dos planos territórias
4. Procedimento de elaboração dos planos territórias
4.1. Princípios do procedimento de elaboração dos planos territórias
4.2 . Marcha ou fases de elaboração dos planos territórias
5. Vicissitudes dos planos territórias
5.1. Violação dos planos territórias
5.2. Garantias jurídicas dos particulares no âmbito da planificação
6. Operações do Ordenamento do território
6.1. Classificação e qualificação
6.2 Afectação e Desafectação
6.3 Transferência Domínias
6.4. Expropriação por utilidade pública.

Capítulo II

1. Noção e características de Urbanismo


1.1. Conceito e objecto do Direito do Urbanismo
1.2. Natureza jurídica do Direito do Urbanismo
2. Direito e política dos solos
2.1 Acréscimos
2.3 Questões de provas
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1. Noção de Ordenamento do território

O termo Ordenamento do território foi utilizado pela primeira vez


em França em 1950 pelo ministro da reconstrução e do urbanismo
Claudius petit que definiu a mesma como uma melhor repartição
dos homens em função dos recursos naturais e das actividades.

O ordenamento do território é efectivamente uma função pública


porque é hoje visto como conjunto sistemático de políticas públicas
para a correcta localização da actividade do homem no território.

Ou seja está função pública é orientada para dar uma resposta


global aos problemas que a utilização do espaço coloca , traduzindo
a materialização de um modelo territorial e sendo por seguida uma
matéria que obriga a uma análise interdisciplinar.

Podemos definir o Ordenamento do território como um conjunto


de instrumentos utilizados pela administração pública para obter
uma visão global dos problemas do território e influenciar a
distribuição de pessoas e actividades no território, bem como a
concepção de infraestrutura para harmonização dos diversos
interesses do aproveitamento racional dos solos.

Estes instrumentos têm uma natureza Técnico jurídica, técnico


administrativa e política que se interligam e actuam em simultâneo
numa perspectiva interdisciplinar implicando a coordenação
horizontal e vertical dos diversos sectores (Social ambiental
econômico e comercial) e níveis de administração territorial
(Executivo central Governo provincial administração municipal
comunas distritos Vilas bairro e aldeias).

Devemos também ter em conta a definição estatuida na Alínea i) do


artigo 2° da LOTU que dispõe o Ordenamento do território como
aplicação no território das políticas económicas sócias, urbanísticas e
ambientais visando a localização organização e gestão correcta das
actividades humanas.

Está noção apresentada é definida por alguns autores como sendo o


Sentido amplo de ordenamento do território e ao nosso ver está
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definição se limita a referir a perspectiva política do Ordenamento
do território deixando de lado sobretudo a perspectiva jurídica
que representa o modo de exteriorização dos diversos instrumentos
do ordenamento do território.

Segundo Menezes Rixach o ordenamento do território é um termo


susceptível de um duplo significado.

Na sua acepção mais ampla refere se a acção pública destinada á


prossecução de uma digna qualidade de vida ou seja equivale a
política dirigida a garantir o equilíbrio das condições de vida em
todas as partes do território nacional.

Numa acepção mais restrita identifica se com uma determinada


competência e que tem por conteúdo a harmonização e coordenação
das acções que actuam sobre o território levada a cabo pela
administração pública no desempenho das suas competências.

1.1 Objecto e características do ordenamento do território

O objecto de estudo do direito ordenamento do território é


actividade do homem no espaço físico, pois não é possível ordenar o
território em si pois é um elemento estático então a denominação
ordenamento do território é usada de forma imprópria.

Características do ordenamento do território

Segundo Fernanda Paula de Oliveira o Ordenamento do território


têm três características:

 Globalidade
 Transversalidade
 prospectivo ou antecipativo

Globalidade

O Ordenamento do território aborda o território como um todo


sistemático para correcta localização da actividade do homem e a
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mitigação das assimetrias sociais ou seja o ordenamento do território
deve ser vista na sua globalidade no território afim de mitigar as
desvantagens e potenciar as vantagens.

Ele tem por objecto a distribuição ótima do espaço regional ou seja


coordenar as políticas sectoriais com expressão territorial.

Transversalidades

Aqui verifica se a função coordenadora do Ordenamento do


território, existem uma diversidade de normas ou políticas públicas
que incidem sobre o solo ou território, o que urge a necessidade de
reduzir os problemas.

Essa coordenação tem em vista a harmonização e compatilização das


antinomias sobre o território, serve também para reduzir as várias
incidências que ocorrem no território.

Prospectivo ou antecipativo

Os instrumentos do ordenamento do território devem obedecer os


juízos de prognose, antecipação dos fenómenos que incidem sobre o
território e planear algo do ponto de vista duradouro, antecipar
soluções para problemas futuros.

Estes instrumentos devem antecipar os acontecimentos, são


planificações e devem obedecer a uma introspectiva prognose sobre
os acontecimentos que decorrem na sociedade que afectam o
Ordenamento do território a longo ou curto prazo. Tendo ideias de
previsões do que é hoje e do que acontecerá no futuro.

Segundo Carlos Teixeira e Pedro kinanga , o ordenamento do


território têm 4 características.

 Natureza voluntarista ou intervencionista


 Matriz impulsionadora
 Matriz descentralizadora
 Dimensão nacional e Regional

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Natureza voluntarista ou intervencionista

Tenão em conta a matéria prima do ordenamento do território que é


o solo que é útil para construção de habitação e para actividade
agrícola, os particulares de modo voluntário realizam actividades de
ocupação, construção e actividades agrícolas e para dar resposta a
estas necessidades habitacionais e alimentares a Administração
pública de acordo com os artigos 5° e 6° da LOTU intervém
naturalmente na actividade dos particulares de modo a definir o
ambiente e a utilização racional dos recursos naturais do solo.

Matriz impulsionadora

Os instrumentos do ordenamento do território especialmente ( Os


planos territórias art.25° al.b) e as operações do Ordenamento
art.25° al.c) da LOTU ) impulsionam o surgimento de diversas
actividades económicas que potenciam o desenvolvimento das
diversas regiões.

Ou seja ela estimula e direciona certos investimentos empresárias a


determinadas localidades.

Matriz descentralizadora

Para Significar que o ordenamento do território reconhece outras


pessoas colectiva para além da administração pública. Ou seja a
administração estadual não é a única pessoa colectiva que concretiza
a correcta gestão do território, temos as Autarquias locais e as
Comunidades rurais boa termos do artigo 5° da LOTU.

Dimensão nacional e Regional

Ja é sabido que o aproveitamento nacional do território é feito a


nível nacional não obstante a este facto tem que se ter em conta que
Angola de acordo com o ( Art.29° da LOTU) partilha o espaço
territorial com alguns países. Deste modo o aproveitamento do
ordenamento do território faz -se também a nível regional por
intermédio de actuações articuladas.

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Ex: O Tratado da SADC

1.2 Distinção entre Direito do ordenamento do território e


Direito do Urbanismo

Por serem disciplinas com uma linha de distinção muito fina , pelo
facto de comungarem do mesmo objetivo que é a ocupação e uso do
solo por isso confundem se é quase difícil separa - las e para tal a
doutrina avança uma série de critérios nomeadamente:

 Critério do âmbito territorial de Aplicação

Segundo este critério o direito do ordenamento do território é


constituído por normas jurídicas orientadas para disciplinar os
desiquilíbrio territórias que ocorrem a nível regional e nacional ao
passo que o direito do urbanismo compreende um conjunto de
normas jurídicas destinada a disciplinar a ocupação, uso e
transformação dos solos urbanos a nível municipal.

Porém este critério é passível de críticas e não considerado


determinante para distinção pois é notório a interligação dos dois
domínios, pois o ordenamento municipal, regional, nacional para sua
funcionalidade estabelece uma relação de interdependência.

Ou seja encontraremos instrumentos típicos de ordenamento do


território de âmbito nacional,mas que tem aplicação ou incidência
específica para os municípios.

Obs: O aspecto relevante do ponto de vista da distinção é a


amplitude dos objetivos prosseguidos , visto que o ordenamento
do território projecta os seus objetivos a nível nacional, regional
enquanto o direito do urbanismo projecta apenas para ordenar a
cidade, ela aplica os seus instrumentos a nível dos municípios.

Ex: ordenamento do território arte.26° e 28° da LOTU


Direito do urbanismo art.32° n• 2 da LOTU

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 Critério da contraposição entre Direito e a política

Segundo este critério o Ordenamento do território por ter uma


visão ligada aos objetivos e mecanismos são necessários para sua
composição está destituído de uma orla jurídica porque as questões
de natureza jurídica são vinculativas e burocráticas procedimentadas
já o urbanismo por não ter de alcançar determinados objetivos por
vezes mecanismos são necessários para estes objetivos serem
completados. Ou seja para este critério o Ordenamento do
território é uma questão política e o urbanismo é uma questão
jurídica.

Porém por força do princípio de estado de Direito não se pode


admitir a existência de uma tarefa pública ( função pública) seja
subtraída do contexto jurídico porque o princípio de estado de
Direito tem subjacente o subprincipio da juridicidade.

O que deve acontecer é que não obstante as características


específicas do ordenamento do território na verdade é que existe
uma obrigação de estar subordinada ao direito por ser uma tarefa do
estado, uma função pública ( Administrativa) o Dto tem o poder de
regular porém tendo atenção as suas características específicas.

Este critério também não é aceitável ou fraco para esta distinção


porque tanto o ordenamento do território e o Dto do urbanismo são
questões jurídicas pois já vimos que toda actividade da
administração pública submete se ao domínio jurídico.

 Critério dos instrumentos jurídicos

segundo este critério os instrumentos do ordenamento do


território contém um conteúdo de diretivas opções orientações
genéricas ou estratégias que concernem a coesão nacional ordenação
integral e global do espaço territorial e a justa distribuição dos
rendimentos ao passo que os instrumentos do urbanismo são
normas de carácter imperativo e têm o conteúdo executivo ou seja
estão vertidos a determinar o que é permitido, proibido e obrigatório
na gestão urbana municipal ou seja normas imperativas de ocupação
dos solos.
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Este critério é infeliz porque as normas do direito do ordenamento
do território muitas vezes são imperativas e é uma das
consequências de uma das característica do ordenamento do
território ( Natureza voluntarista e intervencionista).

 Critério da Eficácia jurídica

segundo este critério o que releva é o conteúdo dos efeitos jurídicos


a produzir.

No Ordenamento do território os instrumentos ou as normas


direcionam se imediatamente a Administração pública ( Art.52 N°
1) ou seja os actos só serão eficazes se vincular entes públicos .

No urbanismo os instrumentos direcionam se directamente para


entidades públicas e privadas ou seja a eficácia jurídica dos
instrumentos do direito do urbanismo vinculam administração
pública e os particulares ( Art.52 n:2)

Este critério não permite separar um do outro pois encontraremos no


nosso ordenamento jurídico normas de ordenamento do território
que também vinculam os particulares tais como os planos
territórias que têm natureza regulamentar.

 Critério da Amplitude dos fins ou objetivos

segundo este critério os fins prosseguidos pelo ordenamento do


território são mais amplos ele olha para o desenvolvimento integral
e global do território socio-economico para sua correcta localização.
já no urbanismo os seus fins prosseguidos são mais restritos tem
haver com as regras restritas para correcta ocupação e transformação
dos solos.

 Posição adoptada

Depois de abordamos os critérios, nós adoptaremos um critério


misto para a distinção entre Direito do ordenamento do território e
Direito do Urbanismo ou seja devemos conjugar ou combinar três
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critérios que são:
critério da Amplitude dos fins
critério dos instrumentos jurídicos
critério da Eficácia jurídica .

2. Formas de intervenção administrativa no ordenamento do


território

Quando nós falamos da intervenção administrativa no contexto do


ordenamento do território queremos fazer menção às várias
formais que administração pública dispõe para actuar no contexto do
ordenamento do território.

No geral vimos que administração pública actua por via de


mecanismo tradicionais nomeadamente acto administrativo
regulamento e contrato administrativo operações materiais e Planos

No Ordenamento do território as formas típicas de intervenção


administrativa é por via dos planos territórias e as operações do
Ordenamento do território .

Não significa isso que no contexto do ordenamento do território não


se pratica actos administrativo porque para concretização deste
actos importa algumas vezes a prática de actos administrativo e
celebração de contratos administrativos .

2.1Planos territórias

Os planos territórias são planos administrativos ( São actos da


administração pública) e o seu conteúdo será o conjunto de
medidas que visam um fim determinado.

Os planos territórias são actos da administração pública


integrado por um conjunto de medidas de natureza discricionaria
que são interligadas entre si e visa a correcta localização da
actividade do homem no solo.

Podemos destacar alguns elementos desta noção:


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É composto de medidas de natureza discricionaria para
significar que administração pública no contexto da
elaboração destas medidas goza de uma margem de manobra ou
liberdade para determinar em concreto quais as medidas mais
adequadas para prossecução do interesse público ou seja ela não
está vincula a determinar resultados pré estabelecido na lei
administração pública terá uma margem de liberdade para
determinar a melhor solução.

 Elas estão interligadas entre si porque é necessário que o


plano funcione como um sistema que permite que as várias
acções vão culminar com o mesmo objetivo.

Aqui também temos de ter atenção a 4 notas :

 A planificação territorial sendo uma forma de actuação da


administração pública no ordenamento do território ela
sobre limites e finalidade.

 Opera sobre limites : Respeito pelos direitos fundamentais


dos particulares.

 Opera sobre finalidade: Ela deve criar condições propícias


para realização dos direitos fundamentais.
( artigo 10° da LOTU)

 A planificação territorial tem de observar determinados


princípios como o princípio da coordenação e compatização
dos diversos instrumentos ( Artigo 11° da LOTU)

2.2 classificação dos planos territórias

Está é feita com base a determinados critérios tal como dispõe o


artigo 28 da LOTU.
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 Critério do objeto ou da finalidade

aqui temos planos : gerais, sectoriais e especias .

Planos gerais : são aqueles que estabelecem uma disciplina integral


sobre os vários aspectos que interessam o Ordenamento do território.

Planos especiais: são aquelas que visam a proteção de interesses


específicos ligada a utilização sustentável dos solos EX:Quando se
aprova um plano para a proteção dos mangas .

Planos sectoriais: são aqueles que conformam as políticas públicas


de vários sectores da administração pública que têm incidência sobre
o território por ex: o ministério dos transportes desenvolve
actividades com incidência no território

 critério do âmbito territorial

aqui temos planos : nacionais , província ou inter província e


municipais ou Inter municipais

A ideia fundamental é a projeção da eficácia do plano é saber se o


plano produz efeito para todo território nacional ( planos nacionais)
ou produz efeito no âmbito de uma província ou conjunto de
províncias ( planos províncias ou inter províncias)
ou se produz efeito em um município ou conjunto de municípios (
Planos municipais ou Inter municipais)

 critério em razão da natureza dos espaços

Aqui temos : planos de ordenamento rural e planos urbanísticos

plano de ordenamento rural: são aqueles planos que têm


incidência em áreas rural incluindo os das povoações das
comunidades rurais.

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planos urbanísticos: são aqueles planos que têm incidência na área
urbana ou nas cidades.

 critério em função da eficácia jurídica

De acordo com Fernanda de oliveira os planos territórias quanto a


eficácia das suas normas temos :

Autoplanificação
Heteroplanificação
planificação plurisubjectiva

Autoplanificação: são aqueles planos que vinculam o próprio autor.


são aqueles que incide sobre o próprio autor. Estes vinculam a
própria entidade responsável para sua elaboração.

Heteroplanificação: são aqueles planos que vinculam apar do autor


outros entes públicos.

planificação plurisubjectiva: são aqueles planos que vinculam o


autor, os entes públicos e os particulares.

Nos termos da lei todos os instrumentos de planeamento têm


características da autoplanificação e da heteroplanificação apenas
os planos municipais e especiais do ordenamento do território têm
eficácia plurisubjectiva ou seja vinculam directa e imediatamente
os particulares.

 Critério do grau analítico das suas disposições/ previsões

Aqui vamos classificar segundo maior ou menor grau de


concretização das suas normas.

O fundamento deste critério é que a planificação territorial se realiza


segundo um processo de concretização progressiva havendo planos
com maior grau de concretização do que outros.
Assim temos:
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planos de objetivos
planos de execução ou concretização

planos de objetivos: ocorre quando o conteúdo do plano é


conformado por apenas objectivo ( Quer dizer que contém as linhas
orientadoras e diretrizes para a sua execução).

planos de execução: são aqueles que contém planos para pratica dos
planos anteriormente traçado pelos planos de objetivos .

2.3 Funções dos planos territórias

aqui pretendemos saber qual é a utilidade ou incumbência dos planos


territórias, no entanto as principais opiniões centram se em 4
funções:

Inventariação da realidade ou da situação existente

É uma função diagnóstica que significa que o plano territorial deve


proceder o levantamento da situação de facto da área em que se
pretende executar os objetivos do plano territorial ou seja deve se
proceder um diagnóstico dos problemas territórias urbanísticos
existentes na área em que ele irá incidir e rever as respectivas causas.

isto é importante porq a planificação territorial no fim vai resolver os


problemas existentes ou vai encontrar soluções concretas visando os
seus objetivos mas atendendo a situação existente.

os planos territórias devem fazer a descrição pormenorizada das


potencialidades do solo .
artigo 34° da LOTU

Função da conformação do território

o plano estabelece os objetivos a serem alcançados sobre as diversas


parcelas em que ele vai incidir,o plano é que vai determinar o que
vai ser feito em casa parcela do território é isto que consiste na tese
da conformação do território.

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O plano conforma se ao território, são os planos que estabelecem
em geral os princípios respeitantes a localização das actividades do
homem sobre o território bem como a perspectiva da sua
conformação com vista a sua execução. artigo 28°da LOTU

A função de conformação do direito de propriedade do solo

com a conformação do direito de propriedade siginifica que não


obstante o direito de propriedade ter subjacente um conteúdo de
liberdade mas o plano territorial contém disposições que afectam
directamente as faculdades que compõem o direito de propriedade.

Significa que no exercício dos direitos propriedade e direitos reais de


gozo devem ser exercídos em conformidade com os planos
territórias.
artigo 28° 31° 32° da LOTU

função de gestão do território

O plano típico é composto quer por objectivo quer por medidas, o


plano prevê em si a existência de mecanismo específicos destinados
a concretização das suas previsões e está concretização ou aplicação
das medidas este processo é que se denomina gestão do território.

A gestão do Território não pode estar desligada do planeamento. As


soluções correntes da gestão do território passa pela programação,
coordenação e execução dos planos territórias. Artigos 32° 35° e 41°
da LOTU

Os planos determinam o que as entidades competentes vão fazer


para o domínio da gestão do território.

3. Discricionariedade Administrativa da planificação

A administração pública goza de uma ampla discricionariedade


porque a lei confere uma margem de gestão, de manobra para efeito
de determinação das medidas mas acertivas para a gestão desta
globalidade de entidades.

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Discricionariedade Administrativa existe uma liberdade de
conformação conferida a administração pública face às várias
possibilidades que existe para decidir em função de determinados
problemas.

Aqui o órgão decisor tem a liberdade para escolher dentre as várias


possibilidades qual a melhor se adequa para a prossecução do
interesse público aquela situação concreta.

Porque que a administração pública goza desta margem de


liberdade ou discricionariedade? o que justifica.

Já vimos que o plano territorial é uma actividade de previsão,


difícil seria se a lei criasse vinculações concretas, ou seja a
realização desta tarefa de previsão impõe ao ente decisório duas
necessidades específicas:

1° A necessidade do conhecimento da realidade existente ou seja


o conhecimento dos fenómenos urbanísticos territórias existentes
e o tratamento destas questão não pode ser deixada a simples
conformação de normas abstractas e gerais.

2° A. necessário da realização de um juízo de prognose ( a


discricionariedade justifica o facto de no âmbito da planificação
se tratar de uma tarefa de previsão haver necessidade de se
efectivaro conhecimento efectivo da realidade e também a
necessidade de de se fazer um juízo de prognose em relação as
desenvolvimento dos fenómenos que se desenvolvem sobre o
território.

ou seja para planificar primeiro temos de de prever e conhecer a


realidade existente depois temos de fazer um grande visão em
relação ao desenvolvimento dos fenómenos no território por isso
temos de ter uma margem de liberdade para decidir o que é
melhor para alcançar os objetivos do desenvolvimento do
território .

Qual é o ámbito da discricionariedade ou seja o quê que está


abrangido no contexto desta discricionariedade?
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A discricionariedade administrativa no âmbito do ordenamento


do território concretamente aos planos territórias integra quatro
grupos de liberdade que são:

1° Liberdade de decidir se planifica ou não planifica ou seja a


administração pública tem a margem de liberdade para decidir
se aprova ou não um plano territorial.

2° liberdade de decidir quando planificar ou seja a


administração pública tem margem de liberdade para
determinar quando planificar e o período da vigência do plano .

3° liberdade de introduzir ou não cláusulas modais , condições


ou outras Cláusulas acessórias.

4° liberdade de determinar o conteúdo do plano ou seja definir


os objetivos específicos que vão ser prosseguidos pela
implementação deste plano visando o desenvolvimento
territorial.

Duas notas importantes:

1° Nota : A discricionariedade não pode ser vista como uma


libertinagem ou margem de arbitrariedade mas na verdade a
discricionariedade consiste numa concessão legislativa ( Significa
que a lei é que abre está lacuna ) destina se a cobertura de lacunas
com vista a realização de uma ideia de direito.

Ou seja é a lei que deixa está margem de actuação da administração


pública para a realização de um determinado fim.

2° Nota : A discricionariedade Administrativa está limitada por três


factores:
1° pelos direitos fundamentais dos cidadãos ou seja a planificação
territorial deve respeitar os direitos fundamentais e também criar
condições para o seu pleno exercício.
2° pelas vinculações legais da administração pública.
3° pelos princípios fundamentais dos planos territórias.

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3.1 Princípio fundamentais/ Estruturantes dos planos territórias

 princípio da legalidade

enuncia a ideia de que sendo a planificação uma forma de expressão


do poder administrativo, sendo uma função pública o seu exercício
de estar subordinada a lei ou seja os planos territórias sendo uma
actividade da administração pública está vinculada a lei.

Este princípio é concretizado por via de outros subprincipios que


veremos agora:

 Princípio da homogeneidade da planificação

segundo este princípio a ideia da homogeneidade é que o


crescimento ou desenvolvimento das áreas rurais quer das áreas
urbanas devem operar se por via de planos territórias.

Ou seja a planificação territorial deve abranger quer as zonas rurais,


quer as zonas urbanas devem ocorrer no mesmo termos
porq se qualificar ou desenvolver uma zona e outra não havera
desiquilíbrio ela serve para eliminar as assimetrias.

Com este princípio a lei pretende sujeitar as áreas urbanas e rurais a


um mesmo tipo de plano com a finalidade de equiparar ou de
parificar as condições de vida na cidade e no campo.

 princípio da tipicidade dos planos territórias

Tipicidade tem haver com a ideia do numerus clausus ( número


limitado) para significar que administração pública apenas pode
aprovar ou elaborar os planos que são previsto na lei.
é que vai determinar o seu conteúdo material, formal e documental
dos planos territórias é a lei .

 princípio do desenvolvimento territorial em conformidade


com os planos territórias

significa que o desenvolvimento do crescimento do território não


pode ser deixado a prática de actos individuais e concretos , a
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administração pública deve proceder no sentido de aprovar vários
planos territórias necessário para o desenvolvimento do território ou
seja o desenvolvimento do território de ser por via da aprovação dos
planos territórias.

 princípio do dever de fundamentação dos planos

Quanto maior é esta discricionariedade maior é também a obrigação


de fundamentação.

Significa que a administração pública tem o dever de fundamentar


ou seja de expor as razões de facto e de direito que motivaram a
tomar uma determinada posição ou um objetivo fundamental a ser
prosseguido pelo plano de modo que haja uma espécie de
reconstituição do processo decisório que levou a tomada ou adopção
de uma ou outra medida.

 Princípio da legalidade da competência

É também um subprincipio do princípio da legalidade.


Segundo este princípio a competência para efeitos de aprovação e
elaboração dos planos territórias é vinculada ou seja é feito por lei
ela não se presume.

Ou seja a lei é que indica os órgãos competentes para elaboração e


aprovação dos planos, desenha minuciosamente o procedimento da
sua formação.

 Princípio da hierarquia flexível

Segundo este princípio existem planos hierarquicamente superior ou


mais abrangentes do que os outros menos abrangente que tem de
estar compatíveis com os planos mais abrangentes.

Os planos hierarquicamente inferior ou menos abrangente não


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podem ter disposições incompatíveis com os planos
hierarquicamente superiores ou mais abrangentes

Obs: Não estamos aqui a falar de uma ideia de conformidade mas


sim de compatibilidade, o que está em causa é que a disposição do
plano hierarquicamente inferior devem estar compatíveis ou
harmonizados com os planos hierarquicamente superiores.

A ideia inerente a este princípio da compatização ou conformação


tem haver também com o carácter descentralizado, se existisse essa
obrigação de conformidade resultaria uma vinculação autêntica.

Se existisse a obrigação de os planos hierarquicamente inferior


estarem em conformidade com os planos hierarquicamente
superiores , os entes teriam menos liberdade, menos autoria para
prever as soluções concretas porque estariam vinculados isso planos
superiores.

Este princípio impõe também a obrigação de revisão de um plano de


posteriormente á sua entrada em vigor, for aprovado um plano
hierarquicamente superior que consagra soluções incompatíveis ou
desconformes às daquele.

 Princípio da contracorrente

Segundo este princípio os planos hierarquicamente superiores ou


mais abrangentes devem ter em conta as disposições dos planos
hierarquicamente inferiores.

Se já Existe um plano municipal quando é aprovado um plano inter


províncial tem de ter em conta as disposições do plano municipal.

 princípio da Articulação

Este princípio aplica se aos planos que não estão sujeitos ao


princípio da hierarquia.

Este princípio impõe a obrigação compatibilização ou harmonização


entre as disposições dos planos territórias que não estão sujeitos ao
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princípio da hierarquia.
Deve existir o chamado princípio da colaboração entre os entes
públicos e privados.

 Princípio da justa ponderação e superação de conflitos de


interesse.

1. Justa ponderação: significa que a Administração pública deve ter


em conta as disposições, sugestões e reclamações dos particulares na
elaboração dos planos territórias.

2. Superação de conflitos de interesse: impõe que devem ser


adoptados mecanismos específicos de eliminação , resolução e
superação dos conflitos de interesse que surgirem no âmbito da
planificação.

A) Quando se tratar de conflitos entre Entes públicos a resolução


deste conflito opera se por via da hierarquia, superação de conflitos
de competência.

B) Quando se tratar de um conflito de interesse público e privado


aplica se o princípio da proporcionalidade. No sentido de que o
interesse que eu vincular ceder na medida do que é estritamente
necessário para prossecução do interesse público.

C) Quando se tratar de conflitos de interesses particulares aplica se o


princípio da Igualdade. pressupõe a não adopção de soluções
diferenciadas a sujeito em posição de igualdade.

 Princípio da proteção constitucional do Direito de


propriedade

A ideia de proteção constitucional do Direito de propriedade inclui a


proteção constitucional dos demais direitos fundiários. Este princípio
enuncia duas grande ideias que são:

A ideia de garantia e de proteção da existência da manutenção.Os


planos são para o futuro e não podem prejudicar os direitos de
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propriedade, os direitos fundiários que foram legalmente adquiridos
antes da sua aprovação.

Se o plano tiver de produzir efeitos sobre estes direitos fundiários


dece seguir o procedimento descrito legalmente para o intervenção
dos entes públicos na propriedade privada - Expropriação por
utilidade pública.

 princípio da separação das utilizações territórias


incompatíveis

traduz se num princípio elementar da planificação urbanística . Ela


enuncia a ideia de que as áreas de habitação e as áreas industriais
que são por natureza poluidoras do ambiente devem estar o mais
distante possível uma das outras.

 Princípio da Igualdade

Enuncia a ideia de que os planos territórias não podem prever


disposições que vão infligir ou que não vão propiciar um tratamento
diferenciado entre os sujeitos colocados numa posição de paridade.

princípio da proporcionalidade
proibição dos excessos: Este princípio desdobra se em três
subprincipios que são:

Adequação: para significar que as medidas de um determinado


plano não podem ser desapropriadas , antes devem ser idóneas para a
prossecução dos objetivos do plano ou dos fins públicos.

Necessidade: As disposições do plano devem ser necessários ou seja


não podem ser estabelecidos quando o mesmo fim puder ser atingido
com outros meios menos onerosos.

Proporcionalidade: As medidas de um plano devem ser


proporcionais , no sentido que os custos / inconvenientes que delas
resultam não podem ser notoriamente excessivo em relação ao fim
público por eles realizados.( Stritu Sensu)

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


As medidas dos planos que estabelecem restrições ou que proíbem a
realização de transformação urbanística nos imóveis dos particulares
devem ser adequadas, necessária e proporcionais ao fim público do
ordenamento urbanístico do plano

4. Procedimento de elaboração dos planos territórias

O procedimento de elaboração dos planos territórias é


essencialmente um procedimento administrativo.

Significa que se trata de uma sequência juridicamente ordenada de


actos e formalidades tendentes a tomada de uma decisão ou seja uma
formação e exteriorização de um plano territorial.

Também estamos a falar de um conjunto de actos ordenados e


sistematizados, provenientes de um órgão administrativo direcionado
á elaboração e aprovação de um plano territorial.

Os procedimentos de elaboração e formação dos planos as matérias


estão essencialmente vinculadas a lei . Ou seja estão regulado na lei
n°3/04 e no Decreto n°2 /16 estes dois diplomas trazem a disciplina
procedimental inerentes aos planos territórias mais existem pilares
fundamentais que são os princípios ou seja a elaboração dos planos é
disciplinada por um conjunto de princípios que perpassam ou o
modo de concretização das opções fundamentais dos planos.

4.1 Princípios do procedimento de elaboração dos planos


territórias

Encontraremos essencialmente quatro princípios que são:

 Princípio da cooperação/ colaboração entre vários sujeitos


de direito público na elaboração dos planos.

 Princípio da avaliação ambiental estratégica

 Princípio da participação dos interessados na elaboração


dos planos
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
Princípio da justa ponderação/ superação de conflitos de
interesses.

Obs: Os princípios que tratamos anteriormente são substantivos


estes são procedimentais mais o princípio da justa ponderação
encontra se nos dois tipos.

 Princípio da cooperação/ colaboração entre vários sujeitos


de direito público na elaboração dos planos

A primeira nota é que se trata de um princípio que se aplica as


entidades públicas envolventes na elaboração dos planos territórias.

Este princípio vem postular a ideia que um plano territorial deve ser
resultado de um trabalho conjunto entre as várias entidades públicas
que têm competência para intervir na elaboração de um determinado
plano territorial.

É o mesmo que dizer que o plano territorial deve espelhar uma ideia
de conciliação dos vários interesses públicos representados pelas
entidades públicas na elaboração dos planos territórias.

Em Angola a gestão do Ordenamento do território é abordada por


muitos departamentos ministeriais e pelas administrações
províncias e municipais.

 Princípio da avaliação ambiental estratégica

Este princípio pressupõe uma tria de ideias:

Em primeiro lugar com aprovação dos planos territórias devem ser


previstos efeitos ambientais significativos decorrentes da
implementação do plano territorial.
Ou seja o órgão competente deverá proceder a uma análise dos
impactos ambientais que resultarão com a implementação deste
plano.

Em segundo lugar devem ser previstos mecanismos ou medidas de


mitigação e compensação destes mesmos impactos ambientais
significativos.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
E por último impõe a necessidade de prever os mecanismos de
controle com vista averiguar a eficácia das medidas de compensação
e mitigação previstas no plano. Artigo 39° n•2 da CRA

Ou seja devem estar previstas mecanismos de motorização ou de


controlo da eficácia e dos mecanismos de mitigação.

 Princípio da participação dos interessados na elaboração


dos planos territórias

Este princípio pressupõe que administração pública no âmbito da


elaboração dos planos deve prever mecanismos efectivos de
intervenção dos particulares no âmbito da elaboração dos planos.

A lei é que confere estes mecanismos se participação e quanto maior


dor a discricionariedade maior e mais efectiva deve ser a
participação dos particulares.

Quanto as formas de participação pode ser: Subjectiva / Objectiva ,


Singular/ Colectiva, Directa / indirecta.

Participação subjectiva : assume uma perspectiva de proteção e


defesa dos direitos subjectivos dos particulares ou seja nesta
perspectiva o cidadão é chamado para apresentar a sua posição face
administração no que respeita a proteção, defesa das posições
jurídicas que detém que podem ser atingidos pelos planos territórias.

Participação Objectiva: corresponde ao chamado exercício da


cidadania.Neste tipo de participação o que se tem em conta é a ideia
de informação, munir a legislação de informações fundamentais que
os particulares têm acesso de a esclarecer ou melhorar as decisões ou
seja esclarecer melhor as decisões que administração pública vai
tomar .

Participação singular: Quando uma única pessoa dirige se


administração pública.

Participação colectiva: Quando envolve um grupo de


representantes.

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


Participação Directa: Ocorre quando é o próprio particular titular
do direito de participação e ou direitos co- envolvidos que se
apresenta no sentido de intervir no procedimento ( O próprio titular
reclama o interesse)

Participação indirecta: Quando a participação é feita por meio de


entidades delegadas ( Associações)

Quanto aos conteúdo ou intensidade da participação ela pode ser: de


auscultação e de negociação.

Participação de auscultação\ Audição: é aquela que administração


pública suscita a intervenção dos particulares no sentido de ouvir os
pontos de vistas sugestões dos particulares em relação soluções dos
planos territórias.

ou seja significa que administração pública antes de proferir uma


decisão deve ouvir as opiniões dos particulares - Consultas públicas.

Participação por negociação/ concertação: Está é mais intensa ,


porque nesta administração pública e o particular desencadeiam uma
determinação conjunta do caminho inerente a concretização das
soluções dos planos.

Ou seja aqui há uma determinação conjunta entre administração


pública e os particulares em relação as opiniões fundamentais do
plano territorial.

Aqui existe uma troca de pontos se vistas entre administração


pública e os particulares, com vista a definição conjunta dos
objetivos e meios que constituirão o conteúdo do plano

4.2 Marcha do procedimento de elaboração de plano territorial

Como já evidenciamos anteriormente o Procedimento de elaboração


dos planos é antes de mais um procedimento administrativo por este
facto pressupõe a organização dos vários actos e formalidades em
etapas que devem ser cumpridas até que seja emanado um plano com
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2023
plena eficácia.
Está marcha a que nos referimos representa as várias fazes do
procedimento de elaboração dos planos que são:

 Fase da iniciativa
 fase instrutória
 fase Decisória
 fase integrativa de eficácia

Fase da iniciativa

É a fase do impulso ou o início do procedimento.Esta fase consiste


no momento em que os entes públicos começam a sua caminhada em
direcção á elaboração dos planos territorial.

Em geral , a iniciativa para a elaboração é publica ou da


administração pública ou seja a entidade administrativa competente
para elaboração dos planos.

Porém isto não limita que possa existir uma iniciativa administrativa
através dos particulares com uma Petição podem instaurar a
administração pública no sentido de elaborar um determinado plano
para melhor gestão do solo.

Temos de ter atenção as seguintes perspectivas:

Os planos territórias de nível superior são de iniciativa do executivo


central ( Artigo 55° da LOTU e arts 33° 34° e 39° do
Regulamento da LOTU) ex : Os planos Nacionais

Os planos territorial de nível intermédio são da iniciativa do


executivo provincial ( n°1 do artigo 56° da LOTU e artigos 56°
61° e 67° da RGPTUR)

Os planos territórias de nível inferior são da iniciativa do executivo


municipal ( n°1 do Artigo 57 ° da LOTU )

Fase instrutória

Está fase procede a fase da iniciativa nesta fase ocorre a realização


António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
da diligências que se asseguram necessárias para a colheita da
informação igualmente necessária a uma conscienciosa adopção de
opções fundamentais do plano

Nesta fase do procedimento, muitos actos poderão ser praticados


nomeadamente pareceres técnicos, actos de inspeção e visitas a
locais visados, está diversidade de actos instrumentais resultam da
interdisciplinaridade das questões do ordenamento do território e do
urbanismo.

Assim podemos destacar os seguintes tipos de pareceres:

Parecer da comissão consultiva nacional de ordenamento do


território e do urbanismo

parecer da comissão consultiva provincial do ordenamento do


território ( Artigo 58° da LOTU )

É relevante salientar dois aspectos o primeiro diz respeito ao direito


de participação e através da audição dos interessados, o segundo está
relacionado com o prazo.

Fase Decisória

Terminando a fase da instrução é concedido ao órgão decisor para


formular a sua vontade .

Ou seja nesta fase depois de se unir as informações e pareceres mais


ou menos instrutório colhidos na fase da instrução, o plano é
submetido a respectiva aprovação pelo órgão competente e depois
impõe a realização de um outro acto ou seja é submetido ao
executivo para efeito de ratificação do Depois destes dois actos é
considerado plano territorial definitivo ( Artigo 59° da LOTU)

Fase integrativa de eficácia

Depois da fase da Decisória o procedimento ainda não está


concluído.Cabe está decisão a devida conformação com a ordem
jurídica, que lhe potência a produzir plena e integralmente os seus
efeitos jurídicos.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
Aqui são praticados os actos jurídicos que conferem eficácia jurídica
ao plano territorial ou seja é a fase complementar em que ocorre
aqueles actos necessários para permitir a produção efectiva dos
efeitos pretendido pelo plano nomeadamente:
A publicidade e o Registo

Os planos territórias devem ser registados junto do ente do poder


executivo competente ( Ministro da construção e ordenamento do
território) e devem ser publicados no Diário da República.

5.Vicissitudes dos planos territoriais

As vicissitudes dos planos territoriais são entendidas como sendo


os vários fenómenos que podem ser verificadas na vida de um plano
territorial.

Ou seja é um acontecimento que ocorre ou se verifica no âmbito de


vigência de um plano .na vida dos planos territoriais vezes há que a
lei preve que possam ocorrer determinados fenômenos que possam
atingir até a sua saída em vigência.

O que acontece entre a entrada em vigor de um plano e a saída de


um plano denomina se vicissitudes dos planos territoriais .ou seja
durante o período de vigência de um plano podem ocorrer
determinadas situações jurídicas -essas situações jurídicas
denominam-se por vicissitudes dos planos .

As vicissitudes dos planos são essencialmente três as situações de


natureza jurídica que podem ocorrer no âmbito das vigência de um
plano que são: alteração, revisão,e suspensão art 61°e 62° da
Lotu.

Sendo os planos actos tendencialmente maduros o passado dele pode


provocar alterações contextuais e até em termos de ponderação de
meios que justifique a sua visão estes aspectos que estamos aferir
são nomeadamente convivência económica, política e social outras
são mesmo situações de ponderação das opções fundamentais do
território.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
Alteração consiste numa reponderação pontual de opções
fundamentais do plano ,de que pode resultar na sua manutenção,
modificações pontuais.

isto é a entidade competente para aprovar, alterar ,rever no âmbito


das suas opções fundamentais revista o plano de determina que
apenas algumas de suas normais são passíveis de mudanças e
respondera apenas pontualmente disposições dos planos.

exemplo: imaginemos que foi aprovado um plano A que tem uma


norma que está desconformes com o plano B aqui apenas haverá
uma alteração específica desta norma(revisão pontual).

exemplo:quando um plano territorial hierarquicamente inferior tem


uma norma ou disposição contrária a outro plano hierarquicamente
superior nestes casos faz se uma alteração desta norma.

Revisão: consiste numa reponderação ou alteração global das opções


fundamentais dos planos territoriais.

porque vezes há que por razões Económicas, sócias e política


obrigam a entidade competente a revisitar o plano mais da aí resulta
não já uma alteração casuística mas uma revisão global das
soluções fundamentais dos planos (revisão).

A suspensão consiste na paralização temporária dos efeitos jurídicos


dos planos territoriais.

Ela pode ser total /parcial quando esta paralização dos efeitos do
plano alberca a totalidade das normas do plano (total)ou apenas uma
parte(parcial).Também hoje falaste de uma suspensão territorial
ocorre quando há suspensão de produção de efeitos de um
determinado palmo que circunscreve há um determinado território

Por exemplo as normas do plano A de âmbito nacional por hora não


se devem aplicar a província X aqui não se trata já suspender parte
do conteúdo mas sim apenas paralisar a produção dos seus efeitos
em função a uma determinada província .

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


5.1Violação dos planos territoriais

quando se analisa a questão da violação dos planos territoriais elas


são entendidas como as consequências que o direito reserva para os
casos em que há violações e as várias formas de violações dos
planos territoriais.

um plano territorial pode ser atingidos ou violado por : um outro


plano ,por um acto administrativo,por um acto material de um
particular.

Quais são as consequências?

1-um plano violado por um outro plano : quando nós temos um


plano hierarquicamente superior e outro hierarquicamente inferior

Os planos territoriais são compostos de norma de carácter


imperativo a ideia de hierarquia passa a ser mais exigente e neste
caso viremos a questão de um plano com outro , inferior.

A consequência da violação de um plano superior por um Plano


inferior consistirá na nulidade específica desta disposição ou
norma .

exemplo:se o art 5° dos plano g inferior viola uma norma do plano


superior está disposição é nula e ela deve ser substituída pela
entidade competente por uma que seja harmonizavel ao plano.

2-Plano violado por um acto administrativo Aqui a questão é


diferente olhando para hierarquia dos actos jurídicos observa-se que
os planos tem de estar em conformidade com os actos gerais ou
individuais são os actos normativo que servem de fundamentos as
actos concretos.

Se o acto normativo é fundamento naturalmente a


desconformidade de fundamentar o fundamento gera nulidade.

O acto administrativo que pratica o plano é nulo porque contradiz as


normas que lhe servem de fundamentos.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
3- violação dos planos territoriais por actos matérias de um
particular.

Por exemplo nas circunstâncias em que um plano destina uma área


para agricultura e o particular destina ela a construção de
habitações.

ou seja a concretização dos planos territoriais também pressupõe a


participação dos particulares isto pressupõe que na sua actuação
possa estar em contradição com as normas que lhe são aplicadas.

Então o que acontece com o particular que viole o plano?

O que se defende doutrinalmente é que quando um particular viola


um plano territorial ele esta cometer uma infração urbanistica ou
uma transgressão administrativa(porque está a violar normas de
carácter imperativo, administrativo que disciplinam a sua própria
actividade).

5.2.Garantias dos particulares contra os planos territórias

As garantias dos particulares são meios jurídicos de defesa dos


particulares contra administração pública .

As garantias segundo a doutrina desdobram-se em garantias de


natureza política, administrativa e jurisdicional, no que concerne
as garantias contra os planos territorial a Lotu prevê três
modalidades de garantia que são:

a) Garantia administrativa não impugnatoria (art 53°da Lotu)


que determina que todo o cidadão deve ser informado sobre os actos
do estado ,as alterações dos planos,a gestão dos assuntos público
para a defesa das posição subjetiva dos particulares.

E garantia administrativa impugnatoria especialmente a


reclamação e o recurso hierárquico de acto administrativo
derivado de um plano territorial Ricardo de vício (n°3 do art 54 da
Lotu)
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
b) Garantias de natureza política designadamente o direito de
queixa ao provedor de Justiça (art 54 n°1aline a)

c) Garantias de natureza jurisdicional designadamente o direito de


o ministério público e o direito de impugnação contenciosa directa
dos planos territoriais de níveis superiores, intermediário inferior (
n°2do art;54 da Lotu).

1-como é que se impugna um plano ? é possível impugnar um plano


directamente ou antes deve se impugnar o acto administrativo que
deu a sua origem ou concretização do plano ?

6.As operações do Ordenamento do território

Operações do Ordenamento do território consistem em actos


jurídicos ou matérias que consubstanciam a execução das
disposições recorrentes dos planos. Actualmente as operações do
Ordenamento do território são entendidas como actos administrativo.

Também as operações gerais de ordenamento são os instrumentos


projectados para dinamizar ou fluir continuamente as actuações no
território ,onde , quando e conforme os terrenos e situações
fundiárias .

Convém aqui salientar que as operações do Ordenamento do


território não são o único meio de materialização dos planos.As
principais operações do Ordenamento do território são as seguintes:

6.1 Classificação e qualificação dos planos

A operação de Classificação consiste na determinação do regime


básico dos solos que assenta na distinção entre solos urbanos e solos
rurais

Ela vem prevista no artigo 36° n°2 da LOTU e quando se lança


mão a classificação o que se pretende é determinar relativamente a
área abrangida pelo plano territorial qual delas é o regime básico
aplicável. A disposição contida no artigo 36°n°2 da LOTU contem
duas perspectivas :

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


a)A primária:que determina a classe dos solos correspondente a um
conjunto de direitos e obrigações que configuram o conteúdo do
estatuto da propriedade do solo concediveis e não concediveis.

B) Derivada:que diz respeito a função do solo e o seu


aproveitamento.

Numa visão doutrinária a classificação é acção pela qual


administração pública define a realidade que incide sobre o solo ,
aproveitamento e o modo de utilização dos solos segundo
parâmetros dos planos territórias.

Ela é importante porque determina a qualificação , o destino que se


dá aos solos rurais e diferentes que se dá aos solos urbanos.

Ex: A perspectiva das reservas naturais normalmente estão ligadas


aos solos de natureza rural ( Fora das cidades).
já as habitacionais ( cidades) estão ligadas aos solos urbanos.

A Qualificação vem prevista no artigo 36° n°3 que consistirá na


operação do ordenamento do território tendo em conta a
classificação determina os princípios fundamentais ou fins
específicos inerentes a utilização e transformação dos solos .

Na perspectiva doutrinal a Qualificação é o acto pelo qual


administração pública baseado no regime jurídico do solo , descreve
as potencialidades natural dos solos urbanos e rurais com vista o
aproveitamento dos solos .

Ou seja nós temos primeiro solos rurais e urbanos o que se vai fazer
especificamente com os solos é determinado por via da Qualificação
.

Distinção entre classificação e qualificação

Para tal podemos utilizar dois critérios que: O critério da


operatividade e o critério do conteúdo.

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


Critério da operatividade

A classificação dos solos é uma actividade primária ao passo que a


qualificação é uma operação secundária.
Como observamos o acto de qualificação é proferida tendo em
conta ou por base uma uma operação prévia que define o que se o
solo é rural ou urbano ( classificação).

Critério do conteúdo

O conteúdo da classificação visa apenas determinar o destino do


solo urbano ou rural bem como a transmissão da propriedade e a
constituição dos direitos fundiários .

Diferentemente o acto de qualificação em que o seu conteúdo tem


haver com as qualidades naturais dos solos urbanos ou rurais em
função do regime de edificação urbanística.

6.2 Afectação e Desafectação

Para percebermos esta questão temos de ter em conta o conceito de


bens Domínias que são os bens do estado que podem ser de domínio
público ou privado o titular é o mesmo ( Estado) mas a natureza do
bem é diferente

Se o bem é de domínio privado e o estado transferir para o domínio


público este acto chama se Afectação.

Assim sendo afectação é o acto pelo qual um ente competente aloca


determinados a prossecução de um interesse específico.

A nível do ordenamento do território Afectação é o acto


administrativo que confere vantagens a administração pública e
através da qual está atribui uma parcela de um bem fundiário para os
fins de urbanização.

Ela pode ser : De modo implícito ou explícito. É explícito quando é


fixada pelos planos territórias ou pelo acto administrativo (n1 do
artigo 37° da LOTU)e implícita quando afectação não resulta da
manifestação formal da administração pública .Porém no
António Da Câmera e Albertina Ricardo /2024
ordenamento do território não aplica se a afectação implícita ( n°2
do Artigo 37° da LOTU)

A Desafectação é o acto pelo qual um ente público determina a


cessação do carácter dominial de determinado bem : Ou seja o bem
deixa de pertencer ao domínio público e passa ser de domínio
privado.

Ou seja consiste no acto pelo qual determinado terreno deixa de estar


especificamente consignado a prossecução de um interesse público
específico há perda do carácter dominial e consequentemente nasce
a possibilidade de serem prosseguidos outros interesses por via
daquele terreno paraser de domínio privado.

A Desafectação para efeito de ordenamento do território é o acto


administrativo que modifica o destino de uma parcela do território
de um bem fundiário ou seja administração pública decide que uma
parcela do solo destinada a construção de uma universidade ou
infraestruturas pública passa passa ser um bem disponível para
efeito de operações urbanísticas diversas .

O que está em causa aqui não é a transferência da titularidade mas


sim a alteração do regime específico de um bem em causa.

6.3Transferências Domínias

Aqui já devemos olhar na questão relativo a titularidade do bem .

Ou seja quando existe uma movimentação de um bem do domínio


do estado para por exemplo o domínio das autarquias locais estamos
perante a transferências Domínias .

Não significa que há uma alteração do regime material do bem.

ou seja ela também consiste na transposição da titularidade e gestão


de bens fundiários de domínio público do estado para o domínio da
administração autárquica fixado pelo plano territorial ( n°1 artigo
38° da LOTU)

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


Ocorre uma alteração subjectiva ou seja o sujeito titular passa ser
outro.

6.4 Expropriação por utilidade pública

Está operação pressupõe a participação de um sujeito particular.

corresponde nomeadamente na movimentação da titularidade de um


bem do sector privado para o sector público.

A expropriação por utilidade pública é um acto de natureza


administrativa que opera a transferência coativa da titularidade de
um bem da espera jurídica privada para esfera jurídica do ente
António Da Câmera e Albertina Ricardo

público para prossecução do interesse público mediante a justa e


pronta indemnização.

1°Nota : No nosso contexto é que mediante uma lei de autorização


não integra propriamente o conceito de expropriação , porque a
ausência de indemnização não pressupõe de a invalidade da
expropriação .

Quando se faz uma expropriação e não se paga a indemnização ela


não é inválida é só ineficaz (Não produz os efeitos jurídicos)

2° Nota : A expropriação não é um acto em si mas um procedimento


que engloba actos e formalidades. Existe um acto central na
expropriação que se chama declaração por utilidade pública será no
fundo o acto que determina a extinção do direito do particular e
transferir para a espera jurídica do ente público.

Antes desta entrar em vigor existe uma outra formalidade formal


que se chama posse administrativa - o direito foi transferido para o
estado e extinto para o particular porém o estado não pode tomar
posse antes de pagar a indemnização é aqui que se concentra a
eficácia do acto. Quando não pagar não se produz os efeitos apesar
de já haver extinção do direito na esfera do particular o estado não
poderá praticar os actos na posição de titular do bem antes de pagar
por isso é o critério de eficácia e não de validade.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
A Expropriação é um instrumento ablatório e que os órgãos da
administração pública angolana utilizam em muitos casos sem
observância rigorosa dos parâmetros inerentes.

No plano jurídico ela é compreendida em dois sentidos distintos:


Expropriação em sentido clássico e de sacrifício

A Expropriação em sentido clássico significa a privação ou a


subtração de um direito e a sua apropriação por um sujeito diferente
para a realização de um fim público. É uma relação tripolar entre o
Expropriado o beneficiário da expropriação e a entidade
expropriante.

Expropriação de Sacrifício: Caracteriza se por uma destruição ou


limitação essencial de uma posição jurídica garantida como
propriedade pela constituição.

Segundo a doutrina Brasileira o prof. Alexandre Mazza entende


que Expropriação é o procedimento excepcional de transformação
compulsória de bens privados em públicos mediante o pagamento de
indenização.

Quanto a nós olhamos para os elementos conceituais presentes na


definições acima entendemos que a Expropriação é o acto
administrativo pelo qual administração pública transfere
coativamente um bem do particular para o domínio da administração
pública mediante o pagamento de indemnização com vista a
realização de um interesse publico de índole urbana, económica e
social .

Existem aspectos estruturantes do conceito que devemos


destacar:

a) Procedimento administrativo: a Expropriação tem natureza


jurídica de procedimento ou seja não pode se tratada como um acto
administrativo isolado mas como cadeia de actos precários que
compõem o acto final da Expropriação.

b) Transferência compulsória: o acto de Expropriação projecta se


António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
de modo autoritário e forçosos sem que o destinatário consiga afastar
os seus efeitos.

c) Fundamento na necessidade pública ou interesse social: O acto


de Expropriação deve sempre se destinar para realização de um bem
de todos.

d) Pagamento da justa indemnização: o acto de Expropriação da


lugar a perda da propriedade pelo que a administração pública fica
obrigado a indemnizar para repor o vazio causado na esfera jurídica
do particular.

A Expropriação tem como pressuposto de legitimidade os seguintes


princípios:

Princípio da legalidade
princípio da utilidade pública
princípio da proporcionalidade
princípio da indemnização

1.Noção e conceito de direito do urbanismo

O conceito de urbanismo tem uma natureza polissemica ou seja ela


comporta uma plurilidade de sentidos, que podemos destacar 4 que
são: facto social, técnica , ciência e como política.

Urbanismo como facto social: Representa a movimentação das


populações das zonas rurais para as zonas urbanas refere se
basicamente ao êxodo rural. A importância prática deste fenômeno
de movimentação ajuda no levantamento da taxa de urbanização que
representa o número de pessoas de cada país ou províncias que
vivem nas cidades.

Quanto maior for o êxodo rural maior também será a percentagem da


taxa de urbanização.

Urbanismo como técnica: é sinônimo de técnicas urbanísticas que


são entendidas como sendo os vários meios ou mecanismos técnico
científico e jurídico utilizados para criação, reforma e
desenvolvimento das cidades
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024

Ex: O alinhamento, expansão urbana, Renovação urbana,


zonamento , cidade jardim.

O alinhamento: é uma das técnicas mais antigas que consiste na


fixação de uns linha que determina as zonas edificaveis e das não
edificaveis.

definindo consequentemente as ruas, as praças e o próprio recinto da


cidade. Ela caracteriza de por ser uma medida corrente da
administração pública e constitui uma limitação da liberdade do
aproveitamento do solo para fins de edificação.

Expansão urbana: consiste na adição de novos bairros ao sector


antigo da cidade os quais são planeado de modo abstrato Ex: O
zango, Kilamba.

Renovação urbana: consiste na destruição de bairros antigos para


abrir novas ruas e construir edifícios mas higiénicos e de melhor
qualidade arquitectónica.

Ex: o programa de melhoria urbana dos municípios do Cazenga


e Viana .

Zonamento: consiste na fixação de áreas urbanas para fins


específicos.Ex: zona industrial de Viana, largo das escolas.

fixa as áreas destinadas a habitação, a indústria, zonas comerciais,


estabelecimento de ensino etc.

Cidade jardim: consiste na fixação no espaço urbano de zonas


verdes. Se pretende harmonizar o ambiente urbano com o rústico
através de vivenda unifamiliar rodeada de jardim com a finalidade
de superior contraste entre a vida urbana e a vida do campo.

Urbanismo como política: É sinônimo de política urbanística é uma


política pública que corresponde a um conjunto de objetivos e meios
de natureza pública que visam a correcta ocupação, uso e
transformação dos solos.

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


Urbanismo é uma tarefa fundamental do estado artigo 85° artigo
21° Al.)m. da CRA e artigo 5•° da lei de terra .

Urbanismo enquanto ciência: consiste no ramo do saber que estuda


os vários modos de tornar harmonizavel ou combativél com as várias
formas de utilização do solo.

Ou seja é uma disciplina que tem como objecto o estudo das formas
de compatização dos vários usos de território e evitar entre elas as
interferências recíprocas.

O direito do urbanismo enquanto politica pode ainda ser


entendido como a necessidade de encontrar soluções eficientes e
eficazes aos problemas inerentes a adaptação do solo para melhorar
a acomodação do homem ao meio circulante.

1.1Conceito de urbanismo

Aqui já não estamos preocupados com o desenvolvimento


sustentável do solo de forma global aqui apenas é inerente ao uso ,
ocupação e transformação dos solos e é mas restrito. Estamos
essencialmente a tratar das cidades.

Direito do urbanismo é um ramo do direito constituído por um


sistema de princípios e normas jurídicas que visam regular a
actuação da administração pública e as diversas intervenções dos
particulares e das comunidades sobre os solos para fins de
urbanização construção, agrícola e florestais , proteção da natureza.

1.2 Objecto do Direito do Urbanismo

O objeto do direito de urbanismo engloba quatro sectores que são:

1.As regras e os princípios que disciplinam ocupação, uso e


transformação , normas que determinam a mobilidade de
utilização dos solos tendo como fonte a lei e os planos territórias.

2. Direito e a política dos solos que inclui o regime jurídico


urbano de propriedade jurídica do silo e os mecanismos de
intervenção da administração pública.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
3. Sistema e instrumento de execução dos planos urbanísticos
sendo os primeiros sistemas de composição , de cooperação e de
imposição administrativa .

4. O Direito administrativo de construção que abrange as regras


, técnicas e jurídicas a que deve obedecer a construção dos
edifícios Ex: A licença de construção habitações saudáveis.

5. Contencioso urbanístico.

1.3 Natureza jurídica do direito do urbanismo

Convém aqui salientar que a natureza jurídica distingue se dá


autonomia dogmática do direito do urbanismo . O direito do
urbanismo tem autonomia dogmática ou seja é uma disciplina
jurídica autónoma.

Quando nos referimos a natureza jurídica do direito do urbanismo


queremos saber se o direito do urbanismo é autónomo ou se é um
ramo especial do direito administrativo .

Resposta a esta questão a doutrina dominante defende que o direito


do urbanismo é um ramo especial do direito do administrativo por
várias razões:

1.A natureza das relações jurídicas que são objecto do direito do


urbanismo . Estás relações são relações jurídica - Administrativas
normalmente com carácter multilateral.

2.Os instrumentos típicos do direito do urbanismo são também


instrumentos típicos do direito administrativo como : o acto
administrativo, o contrato administrativo , regulamento
administrativo .

3. Garantias jurídicas Administrativa , contecioso administrativo


este legue das garantias administrativa estão presentes no direito do
urbanismo.
António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024
4 . Finalidade das normas Jurídicas urbanísticas elas partilham a
mesma finalidade com as normais jurídicas Administrativa que são a
paz social, a harmonização e o interesse público.

Características do direito do urbanismo

 Complexidade das fontes


 A mobilidade das suas normas
 Natureza discricionaria

 A complexidade das fontes : no âmbito do direito do


urbanismo encontramos normas que são do âmbito nacional,
provincial e municipal.Estas normas têm uma proveniência
complexa.

Ex: As normas de Viana são diferentes normas do Cazenga - Âmbito


municipal/ local.

 A mobilidade das suas normas : Para significar que no


direito do urbanismo há uma constante entrada e saída de
normas em vigor em função da conformação com o interesse
público prosseguido numa determinada época.

Ou seja da uma ideia de inflexidez e instabilidade das normas do


direito do urbanismo o qual se manifesta não apenas na alteração
frequente das normas Jurídicas urbanísticas aplicáveis a todo
território ( Devido essencialmente a evolução dos problemas
colocados pelo ordenamento do espaço bem como a maneira de
resolver) mas também na flexibilidade dos planos urbanísticos (
Com efeito estes não são documentos fechados e imutáveis antes
devem adaptar se á evolução da realidade urbanísticas através
de alterações, revisões ou superações.

 Natureza Discriminatória : as normas do direito do


urbanismo podem fazer vigorar soluções que distinguem
tratamentos diferenciado á sujeitos que colocam se em
posições de igualdade.

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


Ou seja as normas do direito do urbanismo elas têm como finalidade
definir os destinos das diversas áreas ou zonas do território bem
como as formas e intensidade de utilização das diversas parcelas do
solo .

Uma vez que o tipo e a medida de utilização do solo não podem ser
os mesmos independentemente da sua localização antes devem ser
diferentes conforme as zonas em que se situarem os terrenos, as
normas de direito do urbanismo revestem inexoravelmente um
carácter discriminatório e são fontes de desigualdades em relação
aos proprietários ou titulares de outros direitos reais - dos terrenos
por elas abrangido.

Ainda podemos destacar as seguintes características:

1.O carácter desigualitário


2.Multiplicidade de intervenientes
3.interdisciplinaridade
4.Dimensão patrimonial

2. Direito e política dos solos

Direito dos solos

Tem haver com a intervenção dos particulares no solo porq só


intervém quando há direito.
Porém o solo quando não há intervenção de terceiro é propriedade
do estado sendo ele o proprietário originário . Tem haver com o
modo que os particulares são cedidos os direitos fundiários.

Direito dos solos : são os direitos que os particulares podem ter das
políticas que incidem sobre os solos ou seja o conjunto de direitos e
o estado detém sobre o território.

Os princípios da política encontramos no artigo 6° da LOTU e 4° e


Ss da lei de terras.

António Da Câmera e Albertina Ricardo/2024


Política dos solos: é um conjunto articulado de objetivos e meios de
natureza pública com vista a proporcionar, nos diferentes
aglomerado urbanos uma oferta de solos urbanos e urbanizáveis que
corresponda a respectiva procura de modo a que os utilizadores
tenham ao seu dispor terrenos a preços razoáveis.

Podemos ainda definir política dos solos como o conjunto de acções


e intervenções voluntaristas da administração pública no mercado
dos solos com finalidade de garantir a disponibilidade no momento
oportuno, dos solos necessários para fins pretendidos e preços
adequados.

Dever de ordenamento do território não pode ser deixado na mão dos


particulares mas sim do Estado tal como dispõe o artigo 5° da LOTU
é o estado que executar as políticas inerentes ao ordenamento e
urbanismo. Dever de colaboração dos particulares ou seja os sujeitos
têm o dever de cumprir com as políticas sobre o ordenamento e
urbanismo n°4 do artigo 5° da LOTU.

Pressuposto da políticas dos solos

1. Afastamento do liberalismo puro


2. Exclusão do intervencionismo puro
3. Adoptámos o princípio do Estado democrático de Direito
social
4. Princípio da propriedade

Os objetivos da Política dos solos

1. Combater a especulação fundiária : através de medidas de


estipulação ao aumento da oferta de solos por iniciativa dos
particulares e de medidas desincentivadoras da retenção de solos
urbanos e urbanizáveis.

2. Satisfazer as necessidades dos entes públicos sobre tudo a do


Estado e dos municípios: Construindo espaços verdes colectivos ,
infraestrutura, designadamente arruamentos vários e pedonas ,
estradas eequipamentos públicos ,etc.
António Da Câmera e Albertina Ricardo /2024
3. Garantir a construção de reservas dos solos ou fundiários dos
entes públicos: serve para que o Estado actua quer para efeito de
estímulo de oferta de solo, bem como a construção de lugares
urbanísticos como as centralidades.

4. Incentivar a expansão urbana - Construção de novas cidades

5. Incentivar a reabilitação das velhas cidades

Acréscimos

Natureza jurídica do ordenamento do território

Questiona se o ordenamento do território é uma questão política ou


jurídica.

Uma grande parte da Doutrina olha para o ordenamento do território


Como sendo uma questão política com os seguintes motivos:

1.Devido a abrangência imprecisão dos seus fins ou seja por ele


ter fins amplos e imprecisos - desenvolvimento sócio económico
equilibrado das várias regiões.

2 .Devido a sua eficácia - Isto o ordenamento do território está


ligado a uma ideia de eficácia diferente das normas Jurídicas,
pois estás estão ligadas a procedimento burocráticos.

3. Devido o conteúdo dos seus actos:Os actos do ordenamento do


território são de carácter orientador pois em primeira linha não
são vinculativos.

Outra parte da doutrina entende que o ordenamento do território é


uma questão jurídica porque entende , que todas as actividades dos
entes públicos o incluindo as do ordenamento do território são
subordinada ao Direito .Alves correia afirma que em um estado
democrático de direito não permite se a existência de actividades da
administração pública estranhas ao domínio jurídico.

Então o Ordenamento do território deve ser visto como uma questão


do mundo jurídico pelos seguintes motivos:

1.Os instrumentos utilizados para a prossecução dos objetivos do


ordenamento do território são verdadeiros instrumentos
jurídicos.

2.Os actos tem natureza jurídica ( actos e regulamento


administrativo ) com conteúdo vinculativos.

operação urbanística são actos materiais virados para urbanização


fica excluído os actos da agricultura, pecuária , minas

Os meios de aquisição de terreno são através da :

1. Expropriação por utilidade pública


2. Nacionalização
3. Requisição administrativa
4. Confisco

Licença é uma acto permissivo através do qual um órgão da


administração pública atribui a alguém o direito de exercer uma
actividade que é por lei relativamente proibida .

Podemos ainda definir Licença como uma operação urbanística não


edificavel através da qual administração pública faculta ao
interessado o exercício de certa actividade material que incide sobre
o solo urbano .

As características da licença são:

1. É um documento de ordem pública


2. Carácter real da sua aplicação sob ponto de vista territórial
3. Autenticidade
4.Neutralidade
5. Confere direitos.
6. Submissão exclusiva

Questões de provas passadas


 Define ordenamento do território e refira se a sua natureza
jurídica?

 Distinga Expropriação pública de requisição administrativa?

 Defina licença e refira as suas características?

 Distinga ordenamento do território de Direito do Urbanismo?

 Caracteriza as formas de participação dos particulares na


elaboração dos planos territórias?

 Defina transferência Domínias e distinga da figura da


afectação?

 Refira se a natureza jurídica da licença?

 Refira se as funções dos planos territórias?

 Distinga a Expropriação clássica de cedência obrigatória e


gratuita de terrenos á administração?

 Refira se ao direito de habitação e os meios para sua


realização?

 O que entendes por operações urbanísticas.?

 Defina e refira se aos traços diferenciadores entre a


classificação e qualificação ?

 Defina e distinga plano Director municipal de plano de


ordenamento rural?

 Defina e distinga plano de urbanização de plano de pormenor ?

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