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WBA0149_v2.

Planejamento e Políticas
Ambientais
Etapas, estruturas e
instrumentos da gestão e
planejamento ambiental urbano
Bloco 1
Cristiane Ronchi de Oliveira
Planejamento
Figura 1 – Planejamento como ferramenta de gestão

Você sabe qual a importância do


planejamento?

Fonte: courtneyk/ iStock.com.


Planejamento

Planejamento → “conjuntos de medidas tomadas para serem atingidos os


objetivos desejados, tendo em vista os recursos disponíveis e os fatores
externos que podem influir nesse processo”.

(DUARTE, 2012, p. 26).


Planejamento ambiental

Planejamento é um processo contínuo que envolve a coleta,


organização e análises sistematizadas das informações, por meio de
procedimentos e métodos, para chegar a decisões ou escolhas acerca
das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis.

(SANTOS, 2004, p.24).


Planejamento ambiental

• Com o planejamento ambiental urbano pretende-se:


• Apresentar melhorias econômicas e territoriais.
• Potencializar a utilização sustentável do território.
• Buscar a qualidade ambiental.
• Melhor a infraestrutura urbana.
• Pensar na demanda populacional.

Deve considerar o meio ambiente, o território e suas restrições.


Planejamento ambiental

• A definição da área de estudo exige uma escala que represente


corretamente o local, bem como que os fatores/ fenômenos dessa área
específica sejam tratados.

Espacial Temporal

• Setorial. • Presente.
• Municipal. • Passado.
• Regional. • Futuro.
Planejamento ambiental

É necessário que, no planejamento ambiental-urbano, ocorra:


• Trabalho com uma equipe multidisciplinar.
• Foco em um espaço territorial.
• Com escalas que auxiliar os planejadores na coleta de dados e
tomada de decisão.
Planejamento ambiental
Figura 2 - Etapas do planejamento ambiental
PLANEJAMENTO Objetivos e
Diagnóstico
AMBIENTAL metas
Definição
das escalas

Prognóstico
Seleção de
Monitoramento alternativas

Implementação Tomada de decisão

Diretrizes
Fonte: adaptado de Santos (2004).
Etapas, estruturas e
instrumentos da gestão e
planejamento ambiental urbano
Bloco 2
Cristiane Ronchi de Oliveira
Estatuto da cidade

• Lei n. 10.257/2001 → Figura 3 – Cidades e intervenções


regulamenta diversas
intervenções urbanas que o
governo pode realizar para que
os objetivos de ocupação
otimizada da cidade sejam
alcançados.

(BRASIL, 2001). Fonte: Rawpixel/ iStock.com.


Estatuto da cidade
Quadro 1 – O estatuto da cidade e suas intervenções urbanas

Intervenções urbanas Descrição

Retomada do imóvel urbano por parte do Estado, em caso de não utilização por seu
Desapropriação proprietário por parcelamento, edificação ou utilização, decorridos cinco anos da
cobrança do IPTU.
É a apropriação obtida por ocupante de imóvel, antes propriedade de outra pessoa. É
obrigatório que o ocupante tenha utilizado o imóvel como moradia por período mínimo
Usucapião especial de
de cinco anos, de forma ininterrupta; que o proprietário real não tenha solicitado
imóveis urbano
retirada legalmente; e que o ocupante não possua qualquer outro imóvel urbano ou
rural em seu nome.
Operação urbana
Utilização pelo poder público, em união com o privado, para melhorias urbanas.
consorciada
Fonte: adaptado de Cobalchini (2020).
Estatuto da cidade
Quadro 2 – Insumos presentes no ambiente urbano e suas consequências

Intervenções urbanas Instrumento legal Descrição


Instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio
Tombamento de Decreto-Lei n. 25, de
cultural brasileiro, que pode ser feito em qualquer esfera
imóveis ou mobiliário 30 de novembro de
administrativa. Deverá ser preservado no decorrer das gerações
urbano. 1937.
seguintes.
Destinação de áreas naturais ou urbanizadas que possuam
Lei Federal n. 9.985,
Instituição de unidades características naturais relevantes para preservação e proibição
de 18 de julho de
de conservação. de ocupação para fins comerciais, fundiários e outros além do
2000.
ambiental.

Parcelamento, Lei Federal n. 9.985, Lei municipal que prevê a inclusão de uma área no plano diretor
edificação e utilização de 18 de julho de para a obrigatoriedade de ocupar o solo urbano não edificado,
compulsórios. 2000. subutilizado ou não utilizado.

Fonte: adaptado de Cobalchini (2020).


Etapas, estruturas e
instrumentos da gestão e
planejamento ambiental urbano
Bloco 3
Cristiane Ronchi de Oliveira
Estatuto da cidade

O objetivo principal da política urbana brasileira é ordenar o pleno


desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana.

O ordenamento territorial deverá regular o uso da propriedade


urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar
dos cidadãos, objetivando o equilíbrio ambiental.

(BRASIL, 2001).
Estatuto da cidade

Estatuto das Cidades prevê a realização de diversas regulamentações, a nível


municipal, voltados à atender às demandas urbanas. São eles:
a. Plano diretor.
b. Lei de uso e da ocupação do solo.
c. Zoneamento ambiental.
d. Plano plurianual.
e. Diretrizes orçamentárias e orçamento anual.
f. Gestão orçamentária participativa.
g. Planos, programas e projetos setoriais.
(BRASIL, 2001; 2008).
Plano diretor

Plano Objetiva organizar, direcionar e estabelecer regras


diretor para a ocupação e o funcionamento do território
municipal.
Obrigatoriamente, os governos municipais devem
estabelecer seus planos diretores e revisá-los a
cada dez anos.
Necessita ser compactuado pelos diversos setores
da sociedade, considerando os interesses sociais,
econômicos e territoriais dos municípios.
(MDR, 2019).
Zoneamento ecológico econômico (ZEE)
Figura 4 - Organização do Zoneamento ecológico econômico (ZEE)

Instrumento presente na Política Nacional do Meio Ambiente, por meio do


Decreto n. 4297/2002.
ZEE

Cria as zonas econômicas de um determinado território, considerando a


caracterização ambiental e os melhores usos econômicos de cada área.

Diagnóstico dos meios físico, socioeconômico, jurídico-institucional e de cenários


futuros de exploração do território são as bases para esses instrumentos de
sustentabilidade.

(BRASIL, 2002).
Gestão de bacias hidrográficas

• Comitê de Bacias Hidrográficas Figura 5 – Mananciais hídricos


foi instituído pela Lei n. 9.433, de
8 de janeiro de 1997.
• Função → organização é
consultada sobre a gestão,
categorização e manutenção dos
recursos hídricos.

(BRASIL, 1997) Fonte: filipefrazao/ iStock.com.


Teoria em Prática
Bloco 4
Cristiane Ronchi de Oliveira
Reflita sobre a seguinte situação

Você observou, como gestor da Secretaria Municipal de Planejamento


Urbano e Ordenamento Territorial, que a área central comercial da cidade
tem sido ocupada por muitos moradores de rua, assim como usuários de
drogas.
Considerando que os imóveis urbanos ocupados tratam-se de lotes
comerciais, de propriedade privada, e que estes os tem ocupado há
aproximadamente três anos. Há relatos de que os proprietários dos referidos
imóveis entraram com ações de despejo e retirada dos novos ocupantes,
junto ao fórum da cidade.
Reflita sobre a seguinte situação

Tendo tal situação em mente, você saberia informar se esses ocupantes


teriam direito à usucapião especial de imóveis urbanos? Além disso, quais
medidas de revitalização dos espaços públicos você poderia propor aos
gestores de seu município?

Vamos à
resolução!
Norte para a resolução...

• Direito à usucapião especial:


• Os ocupantes nos imóveis não tem direito e propriedade sobre esses
imóveis.
• É obrigatório que o ocupante tenha utilizado o imóvel como moradia
por período mínimo de cinco anos.
• Além disso, não pode haver nenhuma intervenção jurídica contra a
ocupação.

• Medidas de revitalização:
• Mobilidade urbana.
• Áreas verdes e hortas urbanas.
• Parque públicos e áreas de lazer.
Dica da Professora
Bloco 5
Cristiane Ronchi de Oliveira
Dica da professora

Leia o artigo, publicado em 2015, na Revista Brasileira de Gestão Urbana


(Brazilian Journal of Urban Management), intitulado Planejamento
ambiental e ocupação do solo urbano em Presidente Prudente (SP).
Esse artigo discute a importância do planejamento urbano ambiental nas
cidades, auxiliando no ordenamento territorial, na sustentabilidade e na
gestão territorial. Além disso, discute a importância do plano diretor
municipal e da construção de conjuntos habitacionais para população.
Referências
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Capacidades. Guia para elaboração e
revisão de planos diretores. Brasília, 2019. Disponível em:
http://www.capacidades.gov.br/biblioteca/detalhar/id/368/
titulo/guia+para+elaboracao+e+revisao+de+planos+diretores. Acesso em: 22 abr. 2020.

BRASIL. Estatuto da Cidade. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições


Técnicas, 2008. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70317/000070317.pdf?sequence=
6. Acesso em: 22 abr. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto n.
4.297, de 10 de julho de 2002. Regulamenta e institucionaliza critérios para o zoneamento
ecológico econômico. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4297.htm. Acesso em: 22 abr. 2020.
Referências
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto-Lei
n. 25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico
nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0025.htm.
Acesso em: 22 abr. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.
10.257, de 10 de julho de 2001. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em: 22 abr. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.
9.433, de 8 de janeiro de 1997. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm. Acesso em: 22 abr. 2020.
Referências
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Federal
n. 9.985, de 18 de julho de 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm. Acesso em: 22 abr. 2020.

DUARTE, F. Planejamento urbano. Curitiba: Intersaberes, 2012.

SANTOS,R. F. dos. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de


Textos, 2004.
Bons estudos!

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